quarta-feira, abril 24, 2024

Como Danilo Gentili convenceu Fábio Porchat a viver pedófilo em ‘Como se Tornar o Pior Aluno da Escola’?

Na primeira sexta-feira (6) de outubro, ocorreu no Rio de Janeiro a coletiva de imprensa Como se Tornar o Pior Aluna da Escola, com a presença do diretor Fabrício Bittar e do roteirista, produtor e ator Danilo Gentili. Os dois estavam descontraídos e aproveitaram para compartilhar algumas histórias por trás das câmeras com os jornalistas que se encontravam no local. Eles falaram um pouco do trabalho feito pelo Carlos Villagrán, o apresentador de talkshow ainda brincou ao comentar que não entendia nada do que o interprete do Quico falava, e Bittar compartilhou que até contrataram uma professora de português para ajudar na participação do ator mexicano.

O roteirista revelou que a participação favorita dele foi a de Moacyr Franco, que interpreta o Faxineiro, e que um dos atores mirins foi encontrado no Instagram. Ele também relatou que Daniel Pimentel, que interpreta Pedro, tem na verdade 18 anos, e Bruno Munhoz tinha 12 anos quando o contrataram. Os dois disseram que ficaram muito felizes com o elenco, e que a escolha dos atores e das situações que acontecem no longa-metragem foi uma decisão de colocar as coisas que eles gostam em tela.

Fabrício Bittar divulgou também que a cena pós-créditos, que dá dica para um segundo longa-metragem, já tem  roteiro praticamente pronto. Outra novidade, segundo o diretor, é que em Janeiro vão rodar um filme de terror e comédia que terá o Danilo, Léo Lins e Murilo Couto em busca da loura do banheiro. Gentili contou que, em relação a sequência de Como se Tornar o Pior Aluno da Escola, a ideia é diferente do primeiro e talvez o foco  seja cobrir a experiência de escrever o caderno ao invés de já encontra-lo pronto. O diretor comentou que eles talvez lancem um livro sobre ambos os longas (a sequência e o da loura do banheiro) depois de prontos, o que difere deste que é baseado no livro escrito pelo produtor.

Como foi a preparação dos atores mirins para a cena da perseguição?

Fabrício Bittar: “Quando a gente escreveu o roteiro, a gente colocou absolutamente tudo que queríamos fazer. Perseguição, tem que ter briga, explosão, e tudo, mas depois vimos o quanto é difícil fazer isso.”

Danilo Gentili: “Ainda mais com a verba que a gente tinha.”

FB: “Quando a gente foi olhar esse negócio da perseguição para fazer do jeito que queríamos, a gente disse,  caramba, precisa de quatro diárias. Só pra vocês terem uma ideia no primeiro teste para saltar com o carro, o dublê bateu com o carro na rampa. Essa cena a gente gravou em partes completamente diferentes. O Carlos, a gente gravou no começo, porque ele veio, ficou mais ou menos uns 15 dias e filmamos todas as partes dele. E depois a gente foi filmando as outras partes e foi a última coisa que a gente fez, até para conseguirmos planejar tudo direitinho.”

Como surgiu a oportunidade de trabalhar com o Carlos Villagrán?

DG: “Estava em 2013 entrevistando ele, a primeira vez que o entrevistei e foi no Agora É Tarde, da Band ainda. E foi uma entrevista bem legal com ele, quem quiser procura lá no Youtube. E a gente já estava trabalhando no filme e o Fabrício falou, você está aí falando com o cara, mano, seria demais ter ele no filme, fala com ele. E aí, a gente convidou ele para fazer, ele aceitou e chegou 2014 não filmamos, 2015 não filmamos, em 2016 chamamos e ele, vocês ainda querem?, e foi assim.”

No momento em que vocês escreveram o filme, vocês se preocuparam com a classificação etária e teve alguma cena cortada em relação a isso?

DG: “Em todo momento que a gente estava criando o filme a nossa preocupação era fazer uma coisa que a gente queria assistir. Na minha rua, na minha geração e acredito que muitos vão se identificar, nunca existiu um filme para adolescente e para adulto, todo mundo aqui cresceu assistindo Porky’s no cinema ou em casa, assistindo Rambo, eu assistia Braddock com o meu pai que era um velho, com o meu avô que era mais velho ainda, com o meu tio que era adolescente e eu tinha sete anos. Porky’s eu via com a minha mãe, com a minha irmã e o meu pai, e todo mundo estava rindo. Então, eu venho de uma geração que o que tem é comédia, nem o selo comédia ácida ou comédia politicamente correta existia, esta é uma invenção muito recente e que a gente desprezou completamente na hora de estar fazendo o filme. A gente foi fazendo comédia.”

O filme tem certa crítica ao politicamente correto e hoje em dia vivemos uma era de problematização, você acha que isso limita o humor e como pensaram nisso durante o filme?

DG: “Particularmente, eu acho que limita sim o humor. Eu tenho muito colega humorista que acabou se dobrando a patrulha e hoje em dia antes de escrever um filme ou escrever uma piada, ele pensa: isso aí eu não vou fazer, senão vão me encher o saco, vão me taxar disso e daquilo. Mas como eu disse, particularmente para criar este filme a gente desprezou qualquer patrulha, qualquer rótulo que poderiam colocar e a gente só fez uma coisa que é uma comédia que a gente cresceu assistindo.”

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Como foi convidar o Fabio Porchat para interpretar um pedófilo no filme?

DG: “Foi devagarinho, igual ele fez com as crianças (brincou). Primeiro que o Porchat é um ator, então, ele sabe que está fazendo um papel. É o mesmo que o cara que faz o Freddy Krueger falar ‘não, porque o Freddy Krueger é pedófilo e mata pessoas, não posso fazer, onde já se viu’. Tem uma cena de um filme chamado Uma Família do Bagulho que tem um policial, a principio o Porchat disse ‘put* mano, essa cena é meio pesada’ e eu falei ‘nada, cara, é divertido, olha aqui nesse filme’, e eu mandei, porque tem um policial que para um menino e também faz umas propostas assim. ‘É engraçado’ (disse o Porchat), então, disse, por que é engraçado lá e no nosso filme não pode ser?”

FB: “(Ele) Fez e acrescentou muito ali na hora da cena, enfim, improvisou e não tenho dúvidas de que contribuiu muito para cena ficar desse jeito.”

(Para o Danilo) Quais são os seus planos para animação e quadrinhos?

DG: “Tem o Alê McHaddo, ele tem está fazendo um filme com o Leandro Hassun, vai sair ano que vem, aliás, era para eu estar no filme, com outros compromissos não pude estar, que chama O Amor dá Trabalho. Ele (Alê McHaddo) é o dono da 44 toons que faz A Última Fatia do Pão de Forma. Ele adorou o filme e expressou o desejo de fazer uma animação. Tem outro amigo nosso que tem um canal que sou muito fã, o Kleber Tanide, faz o Carne Moída, do Youtube. A gente já andou até esboçando como seria um desenho animado, quem sabe se isso progredir pode ser uma boa se os dois trabalharem juntos.”

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