domingo , 22 dezembro , 2024

10 curiosidades de ‘Free Willy’, clássico dos anos 90 que virou franquia

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Nos últimos anos, a luta contra parques como o Sea World rendeu resultados pelo fim do cativeiro de animais marinhos para uso em apresentações ao vivo. No entanto, muito antes do documentário Blackfish (2013) chocar o mundo, Free Willy já trazia uma mensagem pela liberdade animal.



A história de amizade entre um menino bagunceiro e uma orca de parque encantou o mundo com sua inocência e senso de aventura. Com o passar dos anos, o longa se tornou um clássico das reprises, conquistando novas gerações. Por isso, neste fim de semana, o CinePOP separou dez curiosidades que você talvez não conheça sobre o filme. Confira!

Não quis

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Quando a produção foi fazer o filme, fizeram testes com 23 orcas para o papel de Willy. Desse número, 21 delas ‘pertenciam’ ao parque Sea World. Porém, ao saberem da mensagem por trás do filme, os executivos se recusaram a ceder seus animais. Eles chegaram até a negociar com a produção, mas exigiram que alterassem o final do filme, o que não foi atendido. Dessa forma, eles chegaram à Orca Keiko, do parque mexicano Reino Aventura.

Más condições

O parque aceitou que sua Orca fosse usada no filme. Por ter um passado de apresentações em parques, Keiko era dócil e tinha familiaridade com o contato com seres humanos. Por conta disso, o animal foi considerado a melhor opção para integrar o elenco do filme. No entanto, a vida da Orca era muito complicada no México, já que tinha uma série de lesões na pele e estava em um tanque muito menor do que o indicado para um animal de seu porte.

Vida sofrida

Antes de virar ‘ator’, o pobre Keiko passou por diversos abusos na vida. Ele foi capturado na Islândia no final dos anos 70. Por lá, foi chamado de Keiko, que significa ‘sortudo’ na língua local, e foi vendido a um aquário da região. Algum tempo depois, ele foi vendido para o MarineLand, no Canadá. Nesse parque, o animal foi treinado de forma rudimentar para fazer apresentações ao vivo, o que rendeu a ele machucados na pele. Por estar com um visual ‘feio’, acabou sendo vendido para o Reino Aventura, no México, onde viria a ser escalado para interpretar o Willy nos cinemas.

Polêmica após a fama

Com o sucesso estrondoso de Free Willy, a situação de seu protagonista foi trazida à tona. Como o filme falava sobre a libertação das Orcas desses parques, foi criada a Free Keiko Foundation (algo como “Fundação Libertem o Keiko”), que contou com o apoio da Warner. Com a repercussão e mais de 20 milhões de dólares arrecadados, eles encontraram um lugar nos Estados Unidos em que a baleia pudesse viver em melhores condições. Então, construíram um tanque com dimensões adequadas no Oregon Coast Aquarium e transferiram o ator marinho para lá, onde começou a ganhar peso e passou a ter contato com a água do mar. Diante disso, organizações começaram a pressionar para libertarem o animal no oceano, onde deveria viver livre. No entanto, era uma Orca que havia passado praticamente a vida inteira em cativeiro, então envolvia uma série de questões de adaptação. O processo de reinserção foi iniciado, mesmo com toda a polêmica que envolvia o caso. Assim, o animal foi libertado no mar em 2002. Porém, não conseguiu “se enturmar” com outras Orcas e começou a nadar atrás de contato humano. Infelizmente, Keiko acabou morrendo solitário, aos 27 anos, por um caso de pneumonia em 2003. O caso é considerado como um fracasso histórico.

À todo custo

Em 2014, Mark Williams, ex-instrutor do Sea World e treinador de Keiko no filme, lançou o livro “Killing Keiko: The True Story of Free Willy’s Return to the Wild” (Matando Keiko: A verdadeira história do retorno de Free Willy à vida selvagem). Nele foi revelado que a libertação de Keiko nunca foi feita visando o bem-estar do animal, mas uma resposta à pressão de diversas organizações que queriam vender ao público um final digno de Hollywood ao cetáceo, que tinha uma condição de saúde instável. No livro, o rapaz, que acompanhou Keiko em sua reintrodução no oceano, contou que a baleia se instalou nas praias da Noruega após ser rejeitada por sua própria espécie. Por lá, a Orca brincava com crianças, deixando até mesmo que montassem nele. E esse contato com os humanos teria ocorrido porque Keiko não sabia caçar peixes, então buscava recompensas nas pessoas. E ele supostamente teria sido rejeitado por sua espécie porque escolheram um grupo de Orcas liderado por um ‘Alfa’ agressivo que foi pouco receptivo, por assim dizer, com o astro dos cinemas.

Animatrônico

No filme, o trabalho de Keiko foi reduzido a algumas cenas mais gerais. Para evitar o estresse do animal, todas as cenas de close e fora d’água foram gravadas por um animatrônico hiper-realista. O resultado foi tão satisfatório que eles jamais usaram outra Orca como ‘ator’ na franquia após o Keiko.

Muito realista

O realismo do animatrônico era tão grande que confundiu muitas pessoas ao redor do mundo, que acharam que a produção tinha mesmo exposto a Orca às cenas fora d’água. Para o filme, foram construídos dois animatrônicos. Um deles era apenas a parte superior da baleia. Esse foi usado para as cenas do Willy nadando em mar aberto. Já o segundo foi um robozão emborrachado feito em tamanho real. Essa versão ‘completa’ foi tão realista que não enganou apenas o público, mas o próprio Keiko, que passou a demonstrar “interesse amoroso” pelo boneco. Foi um tipo de ‘Ela’ (2013) submarino.

Inocência

Como de costume em Hollywood, o roteiro do filme passou por uma série de alterações. Na versão original, o menino Jesse seria um inocente garotinho mudo de dez anos, que foi criado por freiras em um convento. O trabalho estava tão irritantemente inocente e meloso que o estúdio solicitou uma mudança drástica de personalidade no menino. Assim, Jesse foi reescrito como um garoto mais malandro, se adaptando aos pais adotivos no auge de seus 12 anos de idade.

Estreia

Para dar vida ao Jesse, a produção fez teste com mais de 4 mil jovens atores, incluindo nomes consagrados da atuação jovem, como Alex Vincent, o Andy da franquia Brinquedo Assassino. Desses rapazes, foram escolhidos 12 para a fase final, que terminaria com o novato Jason James Richter como o eleito para protagonizar a história. Para se preparar para sua estreia nos cinemas, o menino passou duas semanas interagindo diariamente com Keiko no tanque.

Retorno

O filme virou um sucesso absurdo, arrecadando mais de 150 milhões de dólares em bilheteria. O curioso é que seu orçamento foi estimado em aproximadamente 20 milhões de dólares, o mesmo valor que a Free Keiko Foundation angariou para a transferência de Keiko para o aquário nos EUA. Entretanto, apesar de ter feito muito dinheiro, o filme lidou com críticas mistas da imprensa especializada. Fato é que o retorno foi considerado positivo, rendendo uma franquia com mais três filmes lançados depois.

Free Willy está disponível para aluguel no Amazon Prime Video.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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A história de amizade entre um menino bagunceiro e uma orca de parque encantou o mundo com sua inocência e senso de aventura. Com o passar dos anos, o longa se tornou um clássico das reprises, conquistando novas gerações. Por isso, neste fim de semana, o CinePOP separou dez curiosidades que você talvez não conheça sobre o filme. Confira!

Não quis

Quando a produção foi fazer o filme, fizeram testes com 23 orcas para o papel de Willy. Desse número, 21 delas ‘pertenciam’ ao parque Sea World. Porém, ao saberem da mensagem por trás do filme, os executivos se recusaram a ceder seus animais. Eles chegaram até a negociar com a produção, mas exigiram que alterassem o final do filme, o que não foi atendido. Dessa forma, eles chegaram à Orca Keiko, do parque mexicano Reino Aventura.

Más condições

O parque aceitou que sua Orca fosse usada no filme. Por ter um passado de apresentações em parques, Keiko era dócil e tinha familiaridade com o contato com seres humanos. Por conta disso, o animal foi considerado a melhor opção para integrar o elenco do filme. No entanto, a vida da Orca era muito complicada no México, já que tinha uma série de lesões na pele e estava em um tanque muito menor do que o indicado para um animal de seu porte.

Vida sofrida

Antes de virar ‘ator’, o pobre Keiko passou por diversos abusos na vida. Ele foi capturado na Islândia no final dos anos 70. Por lá, foi chamado de Keiko, que significa ‘sortudo’ na língua local, e foi vendido a um aquário da região. Algum tempo depois, ele foi vendido para o MarineLand, no Canadá. Nesse parque, o animal foi treinado de forma rudimentar para fazer apresentações ao vivo, o que rendeu a ele machucados na pele. Por estar com um visual ‘feio’, acabou sendo vendido para o Reino Aventura, no México, onde viria a ser escalado para interpretar o Willy nos cinemas.

Polêmica após a fama

Com o sucesso estrondoso de Free Willy, a situação de seu protagonista foi trazida à tona. Como o filme falava sobre a libertação das Orcas desses parques, foi criada a Free Keiko Foundation (algo como “Fundação Libertem o Keiko”), que contou com o apoio da Warner. Com a repercussão e mais de 20 milhões de dólares arrecadados, eles encontraram um lugar nos Estados Unidos em que a baleia pudesse viver em melhores condições. Então, construíram um tanque com dimensões adequadas no Oregon Coast Aquarium e transferiram o ator marinho para lá, onde começou a ganhar peso e passou a ter contato com a água do mar. Diante disso, organizações começaram a pressionar para libertarem o animal no oceano, onde deveria viver livre. No entanto, era uma Orca que havia passado praticamente a vida inteira em cativeiro, então envolvia uma série de questões de adaptação. O processo de reinserção foi iniciado, mesmo com toda a polêmica que envolvia o caso. Assim, o animal foi libertado no mar em 2002. Porém, não conseguiu “se enturmar” com outras Orcas e começou a nadar atrás de contato humano. Infelizmente, Keiko acabou morrendo solitário, aos 27 anos, por um caso de pneumonia em 2003. O caso é considerado como um fracasso histórico.

À todo custo

Em 2014, Mark Williams, ex-instrutor do Sea World e treinador de Keiko no filme, lançou o livro “Killing Keiko: The True Story of Free Willy’s Return to the Wild” (Matando Keiko: A verdadeira história do retorno de Free Willy à vida selvagem). Nele foi revelado que a libertação de Keiko nunca foi feita visando o bem-estar do animal, mas uma resposta à pressão de diversas organizações que queriam vender ao público um final digno de Hollywood ao cetáceo, que tinha uma condição de saúde instável. No livro, o rapaz, que acompanhou Keiko em sua reintrodução no oceano, contou que a baleia se instalou nas praias da Noruega após ser rejeitada por sua própria espécie. Por lá, a Orca brincava com crianças, deixando até mesmo que montassem nele. E esse contato com os humanos teria ocorrido porque Keiko não sabia caçar peixes, então buscava recompensas nas pessoas. E ele supostamente teria sido rejeitado por sua espécie porque escolheram um grupo de Orcas liderado por um ‘Alfa’ agressivo que foi pouco receptivo, por assim dizer, com o astro dos cinemas.

Animatrônico

No filme, o trabalho de Keiko foi reduzido a algumas cenas mais gerais. Para evitar o estresse do animal, todas as cenas de close e fora d’água foram gravadas por um animatrônico hiper-realista. O resultado foi tão satisfatório que eles jamais usaram outra Orca como ‘ator’ na franquia após o Keiko.

Muito realista

O realismo do animatrônico era tão grande que confundiu muitas pessoas ao redor do mundo, que acharam que a produção tinha mesmo exposto a Orca às cenas fora d’água. Para o filme, foram construídos dois animatrônicos. Um deles era apenas a parte superior da baleia. Esse foi usado para as cenas do Willy nadando em mar aberto. Já o segundo foi um robozão emborrachado feito em tamanho real. Essa versão ‘completa’ foi tão realista que não enganou apenas o público, mas o próprio Keiko, que passou a demonstrar “interesse amoroso” pelo boneco. Foi um tipo de ‘Ela’ (2013) submarino.

Inocência

Como de costume em Hollywood, o roteiro do filme passou por uma série de alterações. Na versão original, o menino Jesse seria um inocente garotinho mudo de dez anos, que foi criado por freiras em um convento. O trabalho estava tão irritantemente inocente e meloso que o estúdio solicitou uma mudança drástica de personalidade no menino. Assim, Jesse foi reescrito como um garoto mais malandro, se adaptando aos pais adotivos no auge de seus 12 anos de idade.

Estreia

Para dar vida ao Jesse, a produção fez teste com mais de 4 mil jovens atores, incluindo nomes consagrados da atuação jovem, como Alex Vincent, o Andy da franquia Brinquedo Assassino. Desses rapazes, foram escolhidos 12 para a fase final, que terminaria com o novato Jason James Richter como o eleito para protagonizar a história. Para se preparar para sua estreia nos cinemas, o menino passou duas semanas interagindo diariamente com Keiko no tanque.

Retorno

O filme virou um sucesso absurdo, arrecadando mais de 150 milhões de dólares em bilheteria. O curioso é que seu orçamento foi estimado em aproximadamente 20 milhões de dólares, o mesmo valor que a Free Keiko Foundation angariou para a transferência de Keiko para o aquário nos EUA. Entretanto, apesar de ter feito muito dinheiro, o filme lidou com críticas mistas da imprensa especializada. Fato é que o retorno foi considerado positivo, rendendo uma franquia com mais três filmes lançados depois.

Free Willy está disponível para aluguel no Amazon Prime Video.

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