Todos os anos são lançados inúmeros filmes que estão em diversas listas pelo mundo de aguardadas estreias pelos fãs de cinema. Quando o longa-metragem entra em cartaz, nem sempre consegue superar as expectativas. Pensando nisso, e fazendo um exercício de puxar na memórias alguns títulos, fizemos essa lista abaixo com 10 Filmes que Não Superaram a EXPECTATIVA:
Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura. Baseado no livro do famoso autor John Green e dirigido Jake Schreier, Cidades de Papel é aquele filme água com açúcar que parece não querer se arriscar. O público que curte os livros de Green merecia uma adaptação mais profunda da boa obra do autor de A Culpa é das Estrelas.
Resgate
Nenhum soldado fica pra trás na mente do guerreiro. Escrito por Joe Russo (diretor dos últimos dois filmes da vitoriosa franquia Os Vingadores, ao lado de seu irmão Anthony) e com direção de Sam Hargrave, debutando em longas-metragens, Resgate, novo filme de ação e explosão da toda poderosa Netflix é uma grande seleção de clichês em meio a bombas e cenas de ação bem executadas. O fraco roteiro de Russo, transforma o filme em uma caçada sem fim, seco e com ritmo destrutivo. Parece muito os filmes de barulho e explosão do Michael Bay. Tudo é tão repetitivo que dá um grande sono chegar até o fim prestando a atenção ao que acontece, pois, já sabemos intuitivamente. Filme bom mesmo com o mesmo tema, ‘extraction’, é Prova de Vida com o Russell Crowe.
Dolittle
Quando o carisma não salva. Dolittle tem um elenco estelar, (Banderas, Martin Sheen, Downey Jr…) mas nada disso adianta quando a trama não evolui. Não definido se para públicos de todas as idades ou para os mais maduros, as questões que deveriam ser profundas, fruto do pensar melancólico do protagonista e as razões do seu trauma com o desaparecimento de sua esposa, são rasas como uma piscina sem água. Infelizmente o filme dá sono quase a todo tempo, seria pior senão fosse a poderosa trilha sonora assinada pelo craque Danny Elfman que tenta transformar metáforas visuais sem sentido em algo épico. As vezes parece que estamos em um vídeo game onde os controles não funcionam.
A Verdade
Baseado em curto argumento de Ken Liu, o primeiro embarque a uma produção fora do oriente do aclamado cineasta japonês Hirokazu Koreeda, A Verdade, indicado ao Leão de Ouro em Veneza e exibido no prestigiado Festival de Toronto no mesmo ano, é uma grande rodada de argumentos e situações envolvidos dentro de um drama familiar oriundos dos gestos e ações de uma amargurada atriz veterana que busca o conflito a todo instante. Há muita sutileza na condução de Koreeda mas a profundidade dos ricos personagens de outros filmes aqui se camuflam em uma única destacada atuação. É como se a melancolia atravessasse a trama de maneira a deixar tudo sem sentido em importantes definições de arcos.
Exibido Festival de Sundance de 2017, Colossal, escrito e dirigido pelo cineasta espanhol Nacho Vigalondo é um filme bastante imaginativo, que respira o abstrato a todo instante para contar uma história sobre desilusões de uma protagonista em crise. Após um primeiro arco totalmente monótono e sem brilho, a continuidade dessa saga rumo ao imaginário esquisito possui bons momentos mas que nunca chegam à conclusão que correspondem a expectativa criada. Esse Sci-fi disfarçado de thriller psicológico com raspas de mistérios dirá muita coisa para uns e nada para outros.
A Guerra do Amanhã
A sonolenta história do herói invencível. Chegou na Amazon Prime Video no início de julho de 2021 o longa-metragem de ação A Guerra do Amanhã, protagonizado por Chris Pratt e Yvonne Strahovski. Uma das coisas que mais incomoda nesse projeto são as razões simplistas para contextos amplos. O assunto família e relações contornam todos os arcos do roteiro, seja no presente ou no futuro. Desde a ótica do protagonista com sua filha em dois instantes e com o seu pai. Os clichês se amontoam pelo caminho, é uma disputa para saber o que tem mais: clichês ou alienígenas corredores. Focando na parte da ação, busca no seu universo sci-fi algum tipo de originalidade mas esbarra em espelhos de outras franquias ou até mesmo o longa-metragem protagonizado por Tom Cruise, No Limite do Amanhã. No mínimo, decepcionante.
Tudo vai Ficar Bem
A única razão de sermos tão apegados em memórias, é que elas não mudam, mesmo que as pessoas tenham mudado. Dirigido pelo aclamado cineasta Wim Wenders, Every Thing Will Be Fine, no original, é, infelizmente, um daqueles filmes chatos que parecem nunca terminar. Com uma linha de dramaticidade cinematográfica e com um elenco em total desarmonia em cena, o longa-metragem é uma quase total decepção. A trilha sonora, assinada pelo craque Alexandre Desplat, é a melhor coisa do filme. E quando a trilha é a melhor coisa do filme, vocês sabem que há vários pontos negativos nesta história.
Os Mortos não Morrem
As loucuras de um roteiro descontrolado. Três anos depois de realizar uma de suas obras-primas no cinema, o fantástico Paterson, o cineasta norte-americano Jim Jarmusch voltou as telonas escrevendo e dirigindo um filme sem pé nem cabeça que tenta falar metaforicamente sobre zumbis mas acaba sendo uma sequência de cenas bizarras sem qualquer equilíbrio com uma história interessante. Reunindo um elenco conhecido, como: Bill Murray, Adam Driver, Chloë Sevigny, Steve Buscemi, Danny Glover, Caleb Landry Jones e Tilda Swinton, Os Mortos não Morrem passa longe de ser brilhante como outras obras do famoso diretor. Uma grande decepção.
Thor: Amor e Trovão
O tempero cômico que passou do ponto. Fugindo da essência de um dos personagens mais queridos do Universo Cinematográfico da Marvel, o cineasta neo-zelandês Taika Waititi nos leva a uma jornada de pouca ação e muita comédia no decepcionante Thor: Amor e Trovão. Tinha tudo para ser a grande história do guerreiro nórdico nos cinemas, um baita vilão, poderosas ferramentas de guerra, tudo isso acaba sendo deixado de lado para um foco demasiado numa desconstrução do personagem. A veia cômica nessa fase que o protagonista está passando, se redescobrindo após emocionantes batalhas e perdas, acaba tomando conta do filme fato que pode deixar os fãs um pouco perdidos com as portas que se abrem nas suas conclusões.
Sabe aquele gol inacreditavelmente perdido debaixo da trave? Sabe aquela bandeja sozinha que você erra no basquete? Então, sabe aquele filme que tinha tudo para ser inesquecível e acaba caindo na mesmice açucarada de mais uma entre milhares histórias de amor? O trabalho do ótimo Danny Boyle, Yesterday cativou público de todo o mundo pelo seu trailer muito bem feito e pela sua louca história de zerar nossas memórias beatlemaníacas, assim, exercitando um mundo sem algumas de nossas maiores referências. Aposto que sociólogos, filósofos de todo o planeta aguardavam com ansiedade debate hiperprofundos sobre a existência humana e suas necessidades. Mas como cinema funcionou muito pouco, salvo um grande momento com um famoso músico, Yesterday não fica em nossa memória como as canções do quarteto de Liverpool.