Uma das coisas mais importantes que o universo mágico do cinema nos presenteia sempre que assistimos a um filme é o ato de refletir sobre o mundo em que vivemos. Não importante se é um suspense, uma comédia, um drama, todo o filme é capaz de nos fazermos pensar sobre nossa vida.
Pensando sobre isso, segue abaixo ótimas dicas de produções cinematográficas que nos fazem refletir bastante:
Mãos Sujas
A arte da sobrevivência as vezes nos leva à atos violentos difíceis de superar. Mãos Sujas, é um filme pequeno, de apenas 87 minutos, que surpreende pela direção quase impecável do diretor Josef Wladyka. O público é testemunha de uma grande luta pela sobrevivência em meio as águas perigosas dos rios colombianos.
Hermano
Utilizando o Futebol como pano de fundo, o longa-metragem explora muito mais do que esse sonho de muitos jovens de comunidades carentes. A dura realidade das favelas na Venezuela (muito parecida com os problemas aqui do Brasil), a luta da família em arranjar criativas soluções para os obstáculos do cotidiano, o amor proibido, as consequências da compaixão, o valor da amizade na vida dos personagens principais, são alguns dos pontos em que o filme se aprofunda de maneira certeira. A lente inteligente do diretor Marcel Rasquin consegue passar uma verdade comovente sobre essa realidade enfrentada pelos personagens.
Deixe a Luz Acesa
Em um relacionamento, as pessoas se somam ou se complementam? Para falar de amor a um nível intenso, cheio de dramas e conflitos, o diretor Ira Sachs aborda todas essas variáveis aplicadas a um relacionamento homossexual no excelente drama Deixe a Luz Acesa. Além da direção primorosa, o longa conta com uma atuação espetacular de seu protagonista, o dinamarquês Thure Lindhardt.
As Neves de Kilimanjaro
Dirigido pelo cineasta francês Robert Guédiguian, As Neves de Kilimanjaro, é um drama comovente que fala sobre sindicato, família, amizades e traição. O filme chega a emocionar a partir do momento que você se conecta com a história, fato que pode ocorrer em vários momentos. Os obstáculos que surgem nas vidas dos protagonistas acabam sendo grandes testes para ver como é forte essa relação entre esposa e marido.
Apego
Na trama, conhecemos Ana (Kattia González) uma bem-sucedida profissional de arquitetura, mãe de duas filhas pequenas, que passa por um verdadeiro tsunami em sua vida: recém divorciada, descobre que sua mãe está se relacionando com um antigo amor pelas redes sociais e que o pai está com uma doença grave. Em meio a isso tudo, no seu trabalho, um importante projeto está em evidência e ela precisa se dedicar com toda força a ele. Crises, conflitos num presente que deixará lições sobre a vida.
O sentido de um filme visto pelas entrelinhas. Câmeras estáticas em lugares em movimento, um observador calado que testemunha as coisas simples e novas tendências do mundo em relação ao trato social, preconceito, política, imigração e outros assuntos. Fruto da mente visionária do cineasta palestino Elia Suleiman (do excelente O Que Resta do Tempo), onde ele mesmo faz o papel de observador protagonista, O Paraíso deve ser Aqui explica sentimentos por imagens e situações cotidianas com pitadas saborosas de comédia em muito dos casos. É uma saga de um calado protagonista e suas percepções do mundo tentando entender e encontrar um lugar para descansar.
Da aparente simplicidade em contar a realidade, até a riqueza de chamar a atenção para uma reflexão da sociedade. Daquelas gratas surpresas que nós cinéfilos sempre assistimos ao longo dos anos, aquele filme que você nunca tinha ouvido falar e por acaso assistiu e se impressionou. Bem, isso acontece com Rosie, dirigido pelo cineasta irlandês Paddy Breathnach (que também assinou a direção do ótimo filme Viva) com roteiro de Roddy Doyle. Uma mãe, um marido e as dificuldades de arranjarem um lugar para morar. Parece simples? Mas não é não, drama dos bons, forte e impactante.
Festas para uns, vida para outros. A subida lenta pela escada, logo no início do filme mostrava que muitos detalhes seriam mostrados durante os poucos mais de 90 minutos do ótimo drama argentino O Último Elvis. Dirigido pelo cineasta Armando Bo, o longa personifica o drama em torno de um pai de família que busca uma vida melhor, paralela ao sonho que sempre teve. A maneira comovente que é apresentada essa história aproxima o público na série de fatos que preenchem aos poucos a telona.
“Eu não te amo.” “Eu também tão pouco.” Ouvir esse pequeno diálogo já causaria certo espanto de qualquer pessoa que preza pelo carinho, pelo amor. Saber que isso é fruto de uma discussão entre uma mãe e seu filho causa espanto, causa dor. Vem da Venezuela um dos filmes mais impactantes dos últimos tempos quando pensamos em relações familiares, Pelo Malo. Dirigido pela cineasta Mariana Rondón, o longa-metragem venezuelano é uma excursão rumo ao mundo dos sonhos daqueles que possuem uma realidade dura, cheia de preconceitos.
Matar Jesus
Os questionamentos ao poder, a inconsequente justiça com as próprias mãos. Exibido no Festival de Toronto no ano de 2017, Matar Jesus, escrito e dirigido pela cineasta Laura Mora Ortega é um recorte impactante de um choque entre dois mundos, duas realidades dentro de uma mesma cidade. Uma tragédia inesperada. Uma família em dúvidas sobre o futuro em uma cidade tomada pela criminalidade. Uma jovem em busca de respostas e justiça. Um filme que gera uma dezena de reflexões. Potente fita colombiana.