Uma das ferramentas de reflexão sobre tempos terríveis que o mundo já viveu em vários países é o cinema! Ao longo da história mundial, regimes autoritários, ditatoriais, não democráticos, sem participação popular, encheram páginas da história da civilização de dor, sofrimento e caos. Pensando sobre esse recorte e para refletirmos sobre esse tema, segue abaixo uma lista de impactantes obras:
1976
Disponível no catálogo da Netflix, o longa-metragem 1976 nos mostra a história de uma mulher bem de vida que após abrigar e cuidar de um jovem que foi ferido em uma ida à sua casa de praia, a pedido de um padre local, busca sair da sua bolha e começa a refletir sobre os horrores da ditadura chilena.
Na trama, conhecemos o jovem Ernesto (Armando Espitia), antropólogo forense do IML da Guatemala, um dos responsáveis de encontrar corpos de pessoas desaparecidas em tempos da ditadura. Certo dia, encontra a indígena e de vida simples Nicolasa (Aurelia Caal) e acaba descobrindo através do relato dela com fotos e fatos a possibilidade de identificar o seu pai que nunca conhecera. Assim, procurando vencer os obstáculos da burocracia e apoiado pela mãe Cristina (Emma Dib) que foi presa durante 6 meses pela polícia militar guatemalteca sendo estuprada todos esses dias, Ernesto luta pelas suas respostas e a de muitos outros.
Argentina, 1985
Na trama, voltamos no tempo indo para um recorte importante na Argentina, em meados da década de 80 onde logo após um regime bruto de ditadura imposta no país, um promotor chamado Julio César Strassera (Ricardo Darín) tem a missão de juntamente com um grupo de jovens advogados liderar uma equipe de julgamento onde precisam reunir provas suficientes para condenar militares que impuseram o terror na população durante os tempos de ditadura. Strassera contará principalmente com a ajuda de outro promotor público, Luis Moreno Ocampo (Peter Lanzani). Durante todo os meses que cercaram o início, meio e fim do julgamento, sem poderem contar muito com a polícia, que em grande parte era a favor dos militares, os promotores sofrem ameaças e tem a rotina completamente abalada mas sem nunca deixarem de acreditar na importância do que faziam.
Na trama, conhecemos Janis (Penélope Cruz, indicada ao Oscar por essa atuação), uma renomada fotógrafa que acaba se envolvendo com Arturo (Israel Elejalde), o responsável de uma operação para encontrar os corpos de pessoas que lutaram contra a ditadura de Franco anos atrás e nunca foram achados. Janis engravida mas de comum acordo com Arturo resolve ser mãe solteira. Chegando perto do nascimento da criança, a protagonista fica no mesmo quarto que a jovem Ana (Milena Smit) e ambas tem suas respectivas filhas no mesmo dia. O tempo passa e Janis começa a perceber que talvez algo estranho possa ter acontecido na maternidade, em paralelo a isso se aproxima ainda mais de Ana que precisa amadurecer muito rápido por conta de alguns acontecimentos.
Na trama, conhecemos um pai (Ricardo Darín) advogado e uma mãe trabalhadora (Cecilia Roth) que do dia par a anoite se veem em incertezas e decepções após os militares darem o golpe pelo poder na Argentina em meados da década de 70. Tendo que fugir do lar onde moram, por conta de estarem em uma lista que são contrários ao regime que agora domina o país, vão enfrentar muitas dificuldades para contar aos filhos pequenos sobre o porquê precisam ir morar em outro lugar e viverem longe dos amigos. Assim, tentam seguir em frente, com novas identidades, à bordo de um carro amarelo, olhando as estrelas cadentes e vivendo momentos que podem ser último como família unida.
O Esquecimento (Im)possível
Como filmar o que não existe? O que não tem forma, o que falta? Em busca de preencher lacunas sobre seu pai, um militante argentina em época de ditadura, o cineasta argentino Andrés Habegger tenta recriar os caminhos de momentos importantes da vida desse homem que nunca mais viu desde os 09 anos de idade. O Esquecimento (Im)possível , selecionado para o Festival é Tudo Verdade, é mais um documentário, um retrato, sobre descobertas através do caos da época em que as ditaduras dominavam alguns países.
O ótimo trabalho de Maria de Medeiros como diretora conta a história de uma família que por meio de depoimentos vívidos relembram os duros tempos da ditadura brasileira e chilena. Assim, conhecemos a história de Eduardo Crispim, o Bacuri, militante durante a ditadura militar no Brasil. Os relatos são emocionantes e detalhistas. As histórias de terror contadas através dos abusos da polícia nos tempos da ditadura ganham contornos poderosos na voz e memória da ex-militante Denise Crispim.
Nesse baita filme lançado em 2007, conhecemos a trajetória de um médico escocês que ao visitar Uganda acaba tendo seu destino cruzado com um dos mais brutais ditadores do planeta, Idi Amin Dada.
A Noite de 12 Anos
Nesse impactante trabalho acompanhamos um recorte impressionante da história do ex-presidente do Uruguai, José Mujica e outros prisioneiros políticos que foram presos quando combatiam a ditadura militar no país.
O Que é Isso, Companheiro?
Lançado no final da década de 90, dirigido por Bruno Barreto, baseado no livro homônimo de Fernando Gabeira, em O Que é Isso, Companheiro? conhecemos detalhes por trás do sequestro do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick por militantes contra a Regime Militar na década de 60. O filme concorreu ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.