
A década de 1990 foi pautada em uma profunda revolução musical que não apenas comportava a exaltação de um gênero, mas de vários estilos fonográficos que dominaram o cenário mainstream e caíram no gosto popular – marcando, para sempre, a cultura pop.
E é claro que, ao longo de dez anos, diversas canções conseguiram alcançar um status lendário e atemporal. A encargo de exemplificação, é possível citar o impactante house de “Vogue”, assinada por Madonna; a belíssima semi-balada pop “Torn”, de Natalie Imbruglia; e o controverso hino “They Don’t Care About Us”, de Michael Jackson.
Pensando nisso, preparamos uma lista com dez canções que definiram a década de 1990, focando no impacto que trouxeram para o escopo do entretenimento e na recepção que tiveram.
“SMELLS LIKE TEEN SPIRIT”, Nirvana (1991)

Se Nirvana é considerada um dos maiores atos musicais da história, é claro que o grupo norte-americano viria acompanhado de músicas memoráveis. Dessa forma, era apenas esperado que o revolucionário álbum ‘Nevermind’ traria incursões irretocáveis – como o lead single “Smells Like Teen Spirit”. A faixa consagrou-se como um hino de libertação aos jovens apáticos da Geração X e é caracterizado como o marco da entrada do grunge no cenário mainstream (algo que desagradou os membros da banda, mas que os colocou no centro dos holofotes).
“LET’S TALK ABOUT SEX”, Salt-N-Pepa (1991)

Se você acha que falar sobre sexo atualmente é uma tarefa difícil, imagine nos anos 1990 dentro da sociedade norte-americana. Mesmo enfrentando a fúria dos conservadores, o trio conhecido como Salt-N-Pepa aproveitou sua crescente popularização no mainstream para dar vida a “Let’s Talk About Sex”, uma canção bastante explícita e necessária que fala sobre o lado positivo e o negativo do sexo e os tabus que discussões sobre esse tema traziam na época.
“I WILL ALWAYS LOVE YOU”, Whitney Houston (1992)


Mais de três décadas depois de seu lançamento oficial, “I Will Always Love You”, música-tema do filme ‘O Guarda-Costas’, permanece como uma das rendições românticas mais ouvidas da história da música. Imortalizada pela voz imediatamente reconhecível de Whitney Houston, a primeira versão, na verdade, foi lançada em 1974 pela Rainha do country Dolly Parton e, desde então, ganhou inúmeros prêmios e condecorações pela Academia.
“VOGUE”, Madonna (1993)

“Vogue” não é apenas uma das canções mais conhecidas de Madonna, mas também uma das mais famosas de todos os tempos. Colocando o estilo de dança criado pela comunidade LGBTQ+ nos anos 1970 no cenário mainstream e com um videoclipe dirigido por David Fincher, a canção fez parte da trilha sonora ‘I’m Breathless’ e ganhou aclame mundial. A faixa foi inspirada no dance-pop e no house, que definiu as tendências dos anos 1990.
“THEY DON’T CARE ABOUT US”, Michael Jackson (1996)

Michael Jackson não é considerado o rei do pop por qualquer motivo. Afinal, ele remodelou a indústria ao ajudar a estética dos videoclipes a se consagrar como uma forma artística, além de ditar as regras do gênero por décadas e mais décadas. Em 1996, Jackson utilizaria seu sucesso incomparável para dar vida a uma de suas músicas mais controversas: “They Don’t Care About Us”. Emergindo como um hino de protesto que foi mal interpretado pela mídia norte-americana, a faixa é uma mistura de pop rock, dancehall, samba, reggae e blues, cujo videoclipe foi rodado em Salvador e no Rio de Janeiro.
“MY HEART WILL GO ON”, Céline Dion (1997)

É muito difícil encontrarmos uma música que seja mais romântica e mais emocionante que “My Heart Will Go On”. Cantada pela incomparável diva franco-canadense Céline Dion, a canção-tema do atemporal ‘Titanic’ fala sobre duas pessoas que, mesmo com inúmeras adversidades e obstáculos, continuarão se amando. Regravada por inúmeros ícones da indústria fonográfica, a obra levou para casa o Oscar de Melhor Canção Original em 1998.
“RAY OF LIGHT”, Madonna (1998)

‘Ray of Light’ tornou-se um dos, senão o mais importante disco da carreira de Madonna. A música epônima dessa nova era levou para casa duas estatuetas do Grammy Awards e foi indicada à categoria de Música do Ano – e não é por menos: a competente produção, supervisionada por William Orbit, fundiu em um mesmo escopo sonoro as tendências do electrodance, do Europop e do techno, arquitetando uma narrativa que compara a vastidão do universo com a pequenez do ser humano.
“…BABY ONE MORE TIME”, Britney Spears (1999)

A faixa homônima do álbum de estreia de Britney Spears emergiu como o lead single e como a primeira música da carreira da performer, logo caindo no gosto do público e dos especialistas (motivo pelo qual foi incluída na lista de Melhores Músicas de Todos os Tempos da Rolling Stone em 2021). A impecável produção é uma mistura perfeita de dance-pop, dancehall e um “quê” de deep-pop que apresenta uma jovem Britney batalhando com um amor fervoroso. “Minha solidão está me matando” é um dos muitos versos que ficaram imortalizados na cultura mainstream, abrindo um refrão arrepiante e urgente.
“MAN! I FEEL LIKE A WOMAN!”, Shania Twain (1999)

Nos anos 1990, Shania Twain tinha uma força incomparável no cenário musical e quebrava as barreiras sexistas no country. Não demorou muito para que a performer utilizasse sua plataforma para falar sobre importantes temas sociais – como o anthem feminista “Man! I Feel Like a Woman”. O oitavo single do álbum ‘Come On Over’ amalgama de modo perfeito o country-pop e o country-rock ao delinear uma narrativa de libertação que, até hoje, é conhecido por qualquer um que ouça os primeiros toques da música.
“NO SCRUBS”, TLC (1999)

É quase impossível encontrar alguém que nunca tenha ouvido “No Scrubs” ao menos uma vez na vida. O lead single do terceiro álbum de estúdio do grupo TLC, ‘FanMail’, mergulha na perfeição do R&B e do hip-hop com uma construção sonora movida pelas notas do violão, da bateria e de sutis sintetizadores que fornecem fluidez e ritmo à iteração. A narrativa descreve o papel de um homem dentro de um relacionamento, conquistando o primeiro lugar da Hot 100, levando para casa duas estatuetas do Grammy e nos convidando à pista de dança com um gancho memorável e urgente.