Com a chegada dos streamings, a possibilidade de assistirmos muitas histórias que não chegariam somente via cinemas aqui no Brasil cresceu de forma chamativa. Dramas, comédias, suspense, todos os gêneros cinematográficos e com olhares de todos os lugares do mundo. É só procurar que você acaba encontrando um filme que fará você refletir por dias. Pensando nisso, reservamos uma ótima lista abaixo com ótimos filmes que você precisa assistir pelo menos uma vez na vida:
A Novata (HBO Max)
Os fortes traços do desequilíbrio dentro de uma obsessão. Indicado em cinco categorias no Spirit Awards 2022 (uma espécie de Oscar do cinema independente), A Novata, primeiro longa-metragem dirigido pela cineasta Lauren Hadaway, busca refletir sobre uma lógica dentro de uma diligência sobre o descontrole em se desafiar. Com uma impactante protagonista (interpretada de maneira brilhante por Isabelle Fuhrman), que muitas vezes mostra-se enigmática, a narrativa se joga no nada superficial rompimento com a razão que chega ao mesmo tempo de emoções que transbordam.
Os Filhos de Isadora (Mubi)
A dor que desperta movimentos. Exibido no Festival de Locarno em 2019 onde foi o vencedor do prêmio de Melhor Direção, Os Filhos de Isadora nos apresenta um recorte bastante profundo para as interpretações de um solo de dança pelo olhar de quatro mulheres. Escrito e dirigido pelo cineasta francês Damien Manivel, somos testemunhas de uma jornada que começa em outubro e acaba se mostrando algo infinito, cíclico, com o alcance da força do complemento da mensagem dos movimentos que virou arte através de uma eterna homenagem em forma de dança, uma tentativa de transformar uma dor inesgotável em beleza pelos olhos da arte. Um legado deixado para a dança moderna pela coreógrafa e bailarina californiana Isadora Duncan.
O Desconhecido (Netflix)
Os caminhos investigativos de uma confissão. Exibido na Mostra Um Certo Olhar em Cannes nesse ano, o longa-metragem australiano O Desconhecido navega por uma investigação repleta de variáveis onde temos o foco em um policial disfarçado que busca provas contra um homem por um crime do passado. Baseado no livro The Sting da jornalista e escritora Kate Kyriacou, o projeto, que possui uma narrativa detalhista que apresenta suas peças aos poucos, caminha por detalhes do que ficou conhecida como uma das maiores operações policiais da história da Austrália. Joel Edgerton e Sean Harris estão brilhantes no seus respectivos papéis.
Veja como eles Correm (Star Plus)
Pulsante comédia com muitas referências ao processo criativo. Sabe aquele jogo famoso de tabuleiro chamado detetive criado no início da década de 40 pelo músico e compositor inglês Anthony Ernest Pratt que foi um sucesso no planeta antes da era digital? Veja como eles Correm longa-metragem que estreou no mês de dezembro no catálogo da Star Plus busca sua interação dentro de uma comédia com camadas generosas de suspense, naquele estilo já bem conhecido do ‘quem matou?’, flertando com a metalinguagem e abordando o processo criativo de forma leve e bem-humorada. Tudo isso em um recorte pelos bastidores encantadores mas também avarentos da cena teatral londrina dos anos 50.
Belfast (Telecine)
Conflitos de uma memória sempre presente. Indicado a sete Oscars, escrito e dirigido por Kenneth Branagh, Belfast reativa as lembranças do hoje bastante famoso ator e diretor em paralelo em que a história de seu país era escrita e não de uma maneira muito orgulhosa, cheio de conflitos que duraram (até mesmo duram) por conta de uma intolerância acoplada à política. O preto e branco como uso das imagens mostra um sentido à questão temporal, que remete às memórias, e também ao sentimento que se aproximam das escolhas. Um trabalho primoroso de Branagh.
71: Esquecido em Belfast (Netflix)
Em seu primeiro longa-metragem na carreira, o diretor Yann Demange não podia ter começado de maneira mais certeira. Seu trabalho em ’71, filme ganhador de uma menção honrosa no Festival de Berlim, é elogiado por crítica e público, mostrando a realidade nua e crua por trás de uma guerra. Estrelado pelo bom ator Jack O’Connell, o filme promete deixar o público impactado com essa história cheia de dor e sofrimento.
Força Maior (Prime Video)
O inimigo é a imagem que temos do herói. O cineasta sueco Ruben Östlund resolve voltar as telonas de todo mundo para contar uma história tensa sobre medos, constrangimentos e uma relação deteriorada por uma ação inconsequente. Com uma trilha sonora moldada a partir de solos intensos de violinos, Força Maior é um daqueles filmes que causam um grande impacto em todos nós durante as duas horas de fita. O diretor, que também assina o roteiro, dá um show atrás das câmeras, a cena da avalanche, epicentro da trama, é simplesmente eletrizante.
Selma: Uma Luta Pela Igualdade (Prime Video)
Ser profundamente amado por alguém nos dá força, amar alguém profundamente nos dá coragem. Dirigido pela cineasta norte-americana Ava DuVernay, um dos filmes concorrentes ao Oscar de Melhor Filme anos atrás, chegou as nossas telonas tempos atrás, estamos falando do ótimo Selma: Uma Luta Pela Igualdade. Tendo como principal tema central em seu roteiro a luta pelo direito a votação dos negros nas eleições norte-americanas, o filme de 128 minutos possui uma excelente direção, além de discursos fervorosos, empolgantes e uma atuação brilhante e inspirada do ator David Oyelowo que interpreta o protagonista Martin Luther King Jr.
Paloma (Globoplay)
O desabrochar de um sonho. Vencedor do Prêmio de Melhor Atriz e Melhor Longa-metragem da mostra competitiva da Première Brasil do Festival do Rio de 2022, Paloma nos leva para uma história, baseada em uma notícia de jornal, sobre uma mulher transexual que tem o sonho de se casar na igreja. Dirigido pelo experiente cineasta pernambucano Marcelo Gomes, o projeto apresenta uma forte protagonista em uma jornada de conflitos, incertezas, amores, traições, que fortalece a força da fé num recorte sensível e profundo sobre os desenrolares do desabrochar de um sonho.
A atenção é a forma mais pura e genuína de generosidade. Vencedor do prêmio de melhor roteiro no Festival de Veneza 2021, A Filha Perdida, disponível na Netflix, é um projeto que nos mostra a complexa saga emocional de uma mãe e suas escolhas. Em um ping pong temporal vamos conhecendo melhorar essa complexa personagem, seus momentos marcantes na educação de suas filhas, suas euforias, seus abalos profundos que transbordam quando gatilhos desencadeiam uma reação emocional intensa e excessiva. Esse longa-metragem é o primeiro da carreira de Maggie Gyllenhaal como diretora, não podia começar melhor. A força da protagonista está em cada cena, com a força da natureza Olivia Colman e a impecável Jessie Buckley, a primeira interpretando a personagem nos tempos atuais, a segunda no passado. O projeto é baseado na obra homônima da escritora italiana Elena Ferrante.