domingo , 22 dezembro , 2024

10 Remakes de Clássicos Indicados ao Oscar

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A época de premiação do cinema é sempre a favorita dos cinéfilos. Neste período, ao longo de quase um século, centenas de filmes marcaram seu nome na história. Justamente por isso, é virtualmente impossível recordarmos de todos eles. Sendo assim, aquele filme celebrado e de grande prestígio do passado, pode muito bem receber nova roupagem no presente sem que os fãs o reconheçam. E o pior, mesmo contando a mesma história, serem execrados por crítica e público.

Pensando nesta mudança de tempos e novos ares, o CinePOP resolveu listar para você alguns remakes de filmes indicados ao Oscar na categoria principal, que talvez você não saiba ou tenha esquecido. Vem conhecer.



Dolittle

Dollitle (2020), com Robert Downey Jr., é (infelizmente) um dos maiores fracassos deste início de ano (ou ano todo, dependendo do ponto de vista). Com um orçamento inflado de US$175 milhões, o longa arrecadou apenas US$77 milhões em sua estadia nos cinemas americanos, e US$223 milhões pelo mundo – ao menos se pagando. Com a crítica, o filme dos “animais falantes do Homem de Ferro” não fez muito diferente, acumulando irrisórios 15% de aprovação da imprensa.

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Mas nem sempre foi assim para o personagem Dr. John Dolittle. Baseado nos livros de Hugh Lofting, O Fabuloso Doutor Dolittle (1967) foi a primeira adaptação para o cinema. E uma adaptação de peso, já que protagonizado por Rex Harrison num musical de 2h30min de duração, o filme entrou para a história do Oscar com nada menos do que 9 indicações – incluindo melhor filme. O longa saiu com as estatuetas de efeitos visuais e canção.

Como todos sabem, antes de Downey Jr., o personagem havia sido repaginado nas formas de Eddie Muprhy, numa comédia bem sucedida de 1998, que gerou uma sequência em 2001. Uma curiosidade que talvez nem todos saibam é que o personagem virou desenho animado, ainda nas formas de Harrison, em 1970.

West Side Story

Todos estão ansiosos pelo novo filme do prestigiado Steven Spielberg, programado para estrear em dezembro deste ano (se o coronavírus deixar). A obra, baseada na peça de Arthur Laurents e Jerome Robbins de 1957, é uma reimaginação da história de amor Romeu & Julieta, de William Shakespeare, passada entre membros de gangues latinas em Nova York.

E como qualquer fã de cinema que se preze sabe muito bem, a primeira versão cinematográfica fez um tremendo sucesso pelo mundo. O musical de 2h30min de projeção, que no Brasil ficou conhecido como Amor, Sublime Amor (1961), ganhou nada menos que 10 Oscar, incluindo melhor filme, e ainda recebeu mais uma indicação (a única que não levou) de roteiro adaptado. É, Spielberg terá um grande desafio pela frente.

A Família da Noiva

Quem vê esta comédia romântica água com açúcar de 2005, protagonizada pelo boboca de plantão Ashton Kutcher, nem imagina a importância que teve – e ainda tem (mais do que nunca) –  a obra na qual o filme é baseado. Trata-se do quintessencial drama sobre racismo implícito e inerente até mesmo nas famílias ditas mais esclarecidas, Adivinhe Quem Vem para Jantar (1967), de Stanley Kramer, protagonizado por um trio de peso: Sidney Poitier, Katharine Hepburn e Spencer Tracy.

Na trama, no jantar em que a jovem Joey (Katharine Houghton) irá apresentar seu namorado aos pais granfinos (Hepburn e Tracy), uma surpresa: ele é negro (Poitier). O filme se desenrola enquanto todos, de saia justa, lidam com o preconceito. O longa muito à frente de seu tempo foi indicado para nada menos que 10 Oscar, incluindo melhor filme e três atores, e levou de atriz principal para Hepburn e roteiro original.

É curioso notar no mundo de hoje a ideia de “gênio” (com J) deste remake para se diferenciar do original – e que envelheceu muito rápido e mal – de colocar um branco (Kutcher) vindo ser apresentado para a família de sua noiva negra (Zoe Saldana). Soa como o infame “racismo contra brancos”. O saudoso Bernie Mac vive o patriarca da família.

Ben-Hur

Chega a ser quase um sacrilégio, mas certos filmes jamais deveriam ser refilmados. Ou ao menos não ser refilmados de tal forma. Sou do partido de que existem bons remakes, mesmo de produções queridas ou cult. É só dar uma olhada em trabalhos de gente como Martin Scorsese, Brian De Palma, os irmãos Coen e David Fincher, por exemplo, cineastas tarimbados, com muita propriedade para assumir obras clássicas, imprimindo muito de sua marca. E esta deve ser a proposta das refilmagens.

Ben-Hur (1959) e Spartacus (1960) são indiscutivelmente dois dos maiores épicos de espada e sandália da história do cinema – grandiosos em escopo e em duração, com 3h30min de exibição. Ambos já tiveram um “remake” à altura, e ele se chama Gladiador (2000), ótimo filme de Ridley Scott que bebe muito em suas fontes. Enquanto a produção de Stanley Kubrick, com Kirk Douglas, viu seu legado ir para a TV, numa série de 3 temporadas (2010-2013), Ben-Hur saiu perdendo ao amargar este anêmico remake de 2016 – que sequer se pagou, e que todos esqueceram ou preferem nem lembrar.

O livro de Lew Wallace já havia sido levado às telas numa produção de 1925, protagonizada Ramon Novarro e dirigida por Fred Niblo. Mas a versão que ficou imortalizada foi mesmo a com Charlton Heston, dirigida por William Wyler. Um dos maiores clássicos do cinema – e ainda um dos filmes preferidos do grande público -, Ben-Hur levou pra casa nada menos que 10 estatuetas do Oscar, incluindo melhor filme, e assim como West Side Story, só não levou a de roteiro.

A Volta ao Mundo em 80 Dias

Se não soubéssemos, jamais diríamos que uma aventura de ação do grande Jackie Chan teve como base um filme épico do Oscar. Mas foi exatamente o que aconteceu. A Volta ao Mundo em 80 Dias (1956) é baseado no livro clássico de Julio Verne sobre um inventor britânico que faz uma aposta na qual garante que através de suas engenhocas, como balões a gás, consegue circundar o planeta em 80 dias. Com nomes como David Niven, Shirley MacLaine e o mexicano Cantinflas, e quase 3 horas de duração, a obra recebeu 8 indicações ao Oscar, levando 5 para casa, incluindo melhor filme!

O remake (2004) de Frank Coraci, usual colaborador de Adam Sandler em filmes como Afinado no Amor (1998), O Rei da Água (1998) e Click (2006), sem dúvidas é ambicioso, mas se comporta mais como uma aventura de matinê, no estilo das acrobacias marciais de Chan – um mestre no quesito. Chan fica com o papel que foi de Cantinflas, e substituindo Niven, temos Steven Coogan. A refilmagem pôde usar e abusar das cenas de ação e dos efeitos visuais, modernizando o clássico para novas gerações, mas terminou esquecido, naufragando nas bilheterias sem o mesmo apelo do original.

Moulin Rouge

Esta é curiosa. Apesar de diversas produções clássicas do cinema já terem utilizado o título Moulin Rouge, referência à icônica casa de espetáculos francesa, nenhum possui o mesmo plot deste filme de 2001, protagonizado por Nicole Kidman e Ewan McGregor. Este é também um dos únicos itens da lista que igualmente teve prestígio no Oscar, com nada menos que 8 indicações aos prêmios da Academia, incluindo melhor filme e atriz para Kidman, e a vitória nas categorias de direção de arte e figurino.

O musical de 2001 não é uma refilmagem propriamente dita, pois utiliza a junção de dois elementos de outras obras. O primeiro, como dito, é o título, que já foi usado por produções de 1928, 1934 e 1940, por exemplo, todas com tramas diferentes do filme de Baz Luhrmann. O mais prestigiado foi uma obra de 1952, que é a biografia do artista francês Henri de Toulouse-Lautrec, e foi indicado a 7 Oscar, incluindo melhor filme – levando os mesmos prêmios de Moulin Rouge 2001, direção de arte e figurino.

O segundo elemento, este sim, mais próximo do que vimos no filme de Kidman. Veja só esta história: uma cortesã parisiense precisa escolher entre o amor de um jovem e um rico barão que a quer, enquanto sua saúde começa a lhe falhar. O roteiro do filme de cabo a rabo. Antes pertencente ao longa A Dama das Camélias (1936), baseado no livro de Alexandre Dumas.

Anna e o Rei

Pegando o gancho acima, Nicole Kidman se machucou durante as filmagens de Moulin Rouge e não pôde participar de O Quarto do Pânico (2002), de David Fincher, abrindo espaço para a igualmente talentosa Jodie Foster. A atriz por sua vez é a estrela desta nova versão de um clássico, que ela lançou como projeto anterior ao suspense citado. O longa, baseado nos diários da própria Anna Leonowens, personagem de Foster aqui, conta sobre o romance verídico e grandioso do rei do Sião com uma professora britânica viúva, que chega para lecionar seus filhos, na década de 1860. Ou seja, uma mistura de A Noviça Rebelde com a história real do rei Edward VIII com a divorciada Wallis Simpson.

Como dito, Anna e o Rei (1999) é a nova roupagem do clássico O Rei e Eu (1956), um musical com duração menor que sua contraparte dramática e sem canções. O original conta com Deborah Kerr no papel que depois ficou com Foster, e Yul Brynner como o Rei – que na refilmagem teve as formas de Chow Yun-Fat. O Rei e Eu teve nada menos que 9 indicações ao Oscar, incluindo melhor filme, e saiu da noite com 5 estatuetas, incluindo melhor ator para Brynner. Anna e o Rei também foi lembrado pela Academia, com as indicações de direção de arte e figurino.

Uma curiosidade é que no mesmo ano de lançamento de Anna e o Rei, outro remake da clássica história foi lançado, igualmente intitulado O Rei e Eu, este na forma de uma animação da Warner que terminou passando em branco.

Alfie – O Sedutor

Podemos dizer que Jude Law é o ator especialista em interpretar Michael Caine. Explico. Law já participou de duas refilmagens de produções estreladas por Caine, sempre atuando nos papeis que eram do veterano vencedor de 2 Oscar. Em Um Jogo de Vida ou Morte (2007), refilmagem de Jogo Mortal (1972), Law fica com o papel que havia sido de Caine, e este por sua vez pega para si o papel do lendário Laurence Olivier. Antes disso, no entanto, em 2004, Law já havia dado uma de Caine em Alfie – O Sedutor, no qual interpreta um mulherengo egocêntrico aprendendo a amar e a ser mais humano. O longa conta com Sienna Miller, Susan Sarandon, Marisa Tomei e Nia Long no elenco.

Alfie – O Sedutor é o remake de Como Conquistar as Mulheres (1966), baseado na peça de Bill Naughton, que, como dito, traz Michael Caine no papel principal. Como a época era outra, o filme recebeu 5 indicações ao Oscar, incluindo filme e ator para Caine.

As Minas do Rei Salomão

Uma produção da Cannon no Oscar? Ou quase. E não estamos falando de Expresso para o Inferno (1985). É claro que o clássico conto As Minas do Rei Salomão, assim como o heroico personagem aventureiro Allan Quartermain, são criações do escritor H. Rider Haggard, e já foram adaptados ao cinema algumas vezes. Uma das mais antigas é a versão de 1937, com Cedric Hardwicke no papel principal. Porém, a mais celebrada é a produção de 1950, com Deborah Kerr e Stewart Granger. Esta versão foi indicada para 3 Oscar, incluindo melhor filme, e levou para casa os prêmios de fotografia e edição.

Já a repaginada de 1984, produzida pela picareta e muito divertida Cannon Films, era só uma tentativa de surfar no recente sucesso das aventuras de matinê provido pelo lucrativo Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida (1981) – e sua continuação, lançada também em 1984. As Minas do Rei Salomão da Cannon, foi protagonizado por Richard Chamberlain como Quartermain e uma então novata Sharon Stone como seu interesse amoroso e donzela em perigo. Assim como Tudo por uma Esmeralda (1984), outra cópia de Indiana Jones, As Minas do Rei Salomão lucrou o suficiente para gerar uma sequência dois anos depois, intitulada Allan Quartermain e a Cidade do Ouro Perdido (1986).

A Bela e a Fera

Tudo bem, a versão em live-action que a Disney lançou em 2017 de A Bela e a Fera não agradou como deveria, apesar de ter sido um verdadeiro fenômeno de bilheteria, conseguindo ultrapassar a absurda barreira do bilhão de dólares. Mas também, como poderia? A animação é simplesmente uma das mais adoradas da história do cinema e nada jamais conseguiria supera-la. Mesmo assim, apesar de toda a descrença em relação ao filme de carne e osso, a obra protagonizada pela eterna Hermione, Emma Watson, foi indicado para 2 Oscar, figurino e direção de arte.

Já quando falamos na animação de 1991, a conversa é outra. O longa animado venceu 2 Oscar: canção e trilha sonora; sendo nomeado para outras 4 categorias, incluindo melhor filme. Sim, isso mesmo. O feito fica ainda mais impressionante se levarmos em conta que na época, apenas 5 filmes eram indicados na categoria principal. Ou seja, A Bela e a Fera marcou seu nome na história do cinema como a primeira animação a ser indicada na categoria principal. Quer outro feito histórico? Foi a única da história a realizar isso, já que filmes como Up – Altas Aventuras (2009) e Toy Story 3 (2010), os únicos outros dois longas animados com tal honraria, foram indicados a melhor filme após as novas regras da Academia permitirem até 10 filmes na categoria principal.

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10 Remakes de Clássicos Indicados ao Oscar

A época de premiação do cinema é sempre a favorita dos cinéfilos. Neste período, ao longo de quase um século, centenas de filmes marcaram seu nome na história. Justamente por isso, é virtualmente impossível recordarmos de todos eles. Sendo assim, aquele filme celebrado e de grande prestígio do passado, pode muito bem receber nova roupagem no presente sem que os fãs o reconheçam. E o pior, mesmo contando a mesma história, serem execrados por crítica e público.

Pensando nesta mudança de tempos e novos ares, o CinePOP resolveu listar para você alguns remakes de filmes indicados ao Oscar na categoria principal, que talvez você não saiba ou tenha esquecido. Vem conhecer.

Dolittle

Dollitle (2020), com Robert Downey Jr., é (infelizmente) um dos maiores fracassos deste início de ano (ou ano todo, dependendo do ponto de vista). Com um orçamento inflado de US$175 milhões, o longa arrecadou apenas US$77 milhões em sua estadia nos cinemas americanos, e US$223 milhões pelo mundo – ao menos se pagando. Com a crítica, o filme dos “animais falantes do Homem de Ferro” não fez muito diferente, acumulando irrisórios 15% de aprovação da imprensa.

Mas nem sempre foi assim para o personagem Dr. John Dolittle. Baseado nos livros de Hugh Lofting, O Fabuloso Doutor Dolittle (1967) foi a primeira adaptação para o cinema. E uma adaptação de peso, já que protagonizado por Rex Harrison num musical de 2h30min de duração, o filme entrou para a história do Oscar com nada menos do que 9 indicações – incluindo melhor filme. O longa saiu com as estatuetas de efeitos visuais e canção.

Como todos sabem, antes de Downey Jr., o personagem havia sido repaginado nas formas de Eddie Muprhy, numa comédia bem sucedida de 1998, que gerou uma sequência em 2001. Uma curiosidade que talvez nem todos saibam é que o personagem virou desenho animado, ainda nas formas de Harrison, em 1970.

West Side Story

Todos estão ansiosos pelo novo filme do prestigiado Steven Spielberg, programado para estrear em dezembro deste ano (se o coronavírus deixar). A obra, baseada na peça de Arthur Laurents e Jerome Robbins de 1957, é uma reimaginação da história de amor Romeu & Julieta, de William Shakespeare, passada entre membros de gangues latinas em Nova York.

E como qualquer fã de cinema que se preze sabe muito bem, a primeira versão cinematográfica fez um tremendo sucesso pelo mundo. O musical de 2h30min de projeção, que no Brasil ficou conhecido como Amor, Sublime Amor (1961), ganhou nada menos que 10 Oscar, incluindo melhor filme, e ainda recebeu mais uma indicação (a única que não levou) de roteiro adaptado. É, Spielberg terá um grande desafio pela frente.

A Família da Noiva

Quem vê esta comédia romântica água com açúcar de 2005, protagonizada pelo boboca de plantão Ashton Kutcher, nem imagina a importância que teve – e ainda tem (mais do que nunca) –  a obra na qual o filme é baseado. Trata-se do quintessencial drama sobre racismo implícito e inerente até mesmo nas famílias ditas mais esclarecidas, Adivinhe Quem Vem para Jantar (1967), de Stanley Kramer, protagonizado por um trio de peso: Sidney Poitier, Katharine Hepburn e Spencer Tracy.

Na trama, no jantar em que a jovem Joey (Katharine Houghton) irá apresentar seu namorado aos pais granfinos (Hepburn e Tracy), uma surpresa: ele é negro (Poitier). O filme se desenrola enquanto todos, de saia justa, lidam com o preconceito. O longa muito à frente de seu tempo foi indicado para nada menos que 10 Oscar, incluindo melhor filme e três atores, e levou de atriz principal para Hepburn e roteiro original.

É curioso notar no mundo de hoje a ideia de “gênio” (com J) deste remake para se diferenciar do original – e que envelheceu muito rápido e mal – de colocar um branco (Kutcher) vindo ser apresentado para a família de sua noiva negra (Zoe Saldana). Soa como o infame “racismo contra brancos”. O saudoso Bernie Mac vive o patriarca da família.

Ben-Hur

Chega a ser quase um sacrilégio, mas certos filmes jamais deveriam ser refilmados. Ou ao menos não ser refilmados de tal forma. Sou do partido de que existem bons remakes, mesmo de produções queridas ou cult. É só dar uma olhada em trabalhos de gente como Martin Scorsese, Brian De Palma, os irmãos Coen e David Fincher, por exemplo, cineastas tarimbados, com muita propriedade para assumir obras clássicas, imprimindo muito de sua marca. E esta deve ser a proposta das refilmagens.

Ben-Hur (1959) e Spartacus (1960) são indiscutivelmente dois dos maiores épicos de espada e sandália da história do cinema – grandiosos em escopo e em duração, com 3h30min de exibição. Ambos já tiveram um “remake” à altura, e ele se chama Gladiador (2000), ótimo filme de Ridley Scott que bebe muito em suas fontes. Enquanto a produção de Stanley Kubrick, com Kirk Douglas, viu seu legado ir para a TV, numa série de 3 temporadas (2010-2013), Ben-Hur saiu perdendo ao amargar este anêmico remake de 2016 – que sequer se pagou, e que todos esqueceram ou preferem nem lembrar.

O livro de Lew Wallace já havia sido levado às telas numa produção de 1925, protagonizada Ramon Novarro e dirigida por Fred Niblo. Mas a versão que ficou imortalizada foi mesmo a com Charlton Heston, dirigida por William Wyler. Um dos maiores clássicos do cinema – e ainda um dos filmes preferidos do grande público -, Ben-Hur levou pra casa nada menos que 10 estatuetas do Oscar, incluindo melhor filme, e assim como West Side Story, só não levou a de roteiro.

A Volta ao Mundo em 80 Dias

Se não soubéssemos, jamais diríamos que uma aventura de ação do grande Jackie Chan teve como base um filme épico do Oscar. Mas foi exatamente o que aconteceu. A Volta ao Mundo em 80 Dias (1956) é baseado no livro clássico de Julio Verne sobre um inventor britânico que faz uma aposta na qual garante que através de suas engenhocas, como balões a gás, consegue circundar o planeta em 80 dias. Com nomes como David Niven, Shirley MacLaine e o mexicano Cantinflas, e quase 3 horas de duração, a obra recebeu 8 indicações ao Oscar, levando 5 para casa, incluindo melhor filme!

O remake (2004) de Frank Coraci, usual colaborador de Adam Sandler em filmes como Afinado no Amor (1998), O Rei da Água (1998) e Click (2006), sem dúvidas é ambicioso, mas se comporta mais como uma aventura de matinê, no estilo das acrobacias marciais de Chan – um mestre no quesito. Chan fica com o papel que foi de Cantinflas, e substituindo Niven, temos Steven Coogan. A refilmagem pôde usar e abusar das cenas de ação e dos efeitos visuais, modernizando o clássico para novas gerações, mas terminou esquecido, naufragando nas bilheterias sem o mesmo apelo do original.

Moulin Rouge

Esta é curiosa. Apesar de diversas produções clássicas do cinema já terem utilizado o título Moulin Rouge, referência à icônica casa de espetáculos francesa, nenhum possui o mesmo plot deste filme de 2001, protagonizado por Nicole Kidman e Ewan McGregor. Este é também um dos únicos itens da lista que igualmente teve prestígio no Oscar, com nada menos que 8 indicações aos prêmios da Academia, incluindo melhor filme e atriz para Kidman, e a vitória nas categorias de direção de arte e figurino.

O musical de 2001 não é uma refilmagem propriamente dita, pois utiliza a junção de dois elementos de outras obras. O primeiro, como dito, é o título, que já foi usado por produções de 1928, 1934 e 1940, por exemplo, todas com tramas diferentes do filme de Baz Luhrmann. O mais prestigiado foi uma obra de 1952, que é a biografia do artista francês Henri de Toulouse-Lautrec, e foi indicado a 7 Oscar, incluindo melhor filme – levando os mesmos prêmios de Moulin Rouge 2001, direção de arte e figurino.

O segundo elemento, este sim, mais próximo do que vimos no filme de Kidman. Veja só esta história: uma cortesã parisiense precisa escolher entre o amor de um jovem e um rico barão que a quer, enquanto sua saúde começa a lhe falhar. O roteiro do filme de cabo a rabo. Antes pertencente ao longa A Dama das Camélias (1936), baseado no livro de Alexandre Dumas.

Anna e o Rei

Pegando o gancho acima, Nicole Kidman se machucou durante as filmagens de Moulin Rouge e não pôde participar de O Quarto do Pânico (2002), de David Fincher, abrindo espaço para a igualmente talentosa Jodie Foster. A atriz por sua vez é a estrela desta nova versão de um clássico, que ela lançou como projeto anterior ao suspense citado. O longa, baseado nos diários da própria Anna Leonowens, personagem de Foster aqui, conta sobre o romance verídico e grandioso do rei do Sião com uma professora britânica viúva, que chega para lecionar seus filhos, na década de 1860. Ou seja, uma mistura de A Noviça Rebelde com a história real do rei Edward VIII com a divorciada Wallis Simpson.

Como dito, Anna e o Rei (1999) é a nova roupagem do clássico O Rei e Eu (1956), um musical com duração menor que sua contraparte dramática e sem canções. O original conta com Deborah Kerr no papel que depois ficou com Foster, e Yul Brynner como o Rei – que na refilmagem teve as formas de Chow Yun-Fat. O Rei e Eu teve nada menos que 9 indicações ao Oscar, incluindo melhor filme, e saiu da noite com 5 estatuetas, incluindo melhor ator para Brynner. Anna e o Rei também foi lembrado pela Academia, com as indicações de direção de arte e figurino.

Uma curiosidade é que no mesmo ano de lançamento de Anna e o Rei, outro remake da clássica história foi lançado, igualmente intitulado O Rei e Eu, este na forma de uma animação da Warner que terminou passando em branco.

Alfie – O Sedutor

Podemos dizer que Jude Law é o ator especialista em interpretar Michael Caine. Explico. Law já participou de duas refilmagens de produções estreladas por Caine, sempre atuando nos papeis que eram do veterano vencedor de 2 Oscar. Em Um Jogo de Vida ou Morte (2007), refilmagem de Jogo Mortal (1972), Law fica com o papel que havia sido de Caine, e este por sua vez pega para si o papel do lendário Laurence Olivier. Antes disso, no entanto, em 2004, Law já havia dado uma de Caine em Alfie – O Sedutor, no qual interpreta um mulherengo egocêntrico aprendendo a amar e a ser mais humano. O longa conta com Sienna Miller, Susan Sarandon, Marisa Tomei e Nia Long no elenco.

Alfie – O Sedutor é o remake de Como Conquistar as Mulheres (1966), baseado na peça de Bill Naughton, que, como dito, traz Michael Caine no papel principal. Como a época era outra, o filme recebeu 5 indicações ao Oscar, incluindo filme e ator para Caine.

As Minas do Rei Salomão

Uma produção da Cannon no Oscar? Ou quase. E não estamos falando de Expresso para o Inferno (1985). É claro que o clássico conto As Minas do Rei Salomão, assim como o heroico personagem aventureiro Allan Quartermain, são criações do escritor H. Rider Haggard, e já foram adaptados ao cinema algumas vezes. Uma das mais antigas é a versão de 1937, com Cedric Hardwicke no papel principal. Porém, a mais celebrada é a produção de 1950, com Deborah Kerr e Stewart Granger. Esta versão foi indicada para 3 Oscar, incluindo melhor filme, e levou para casa os prêmios de fotografia e edição.

Já a repaginada de 1984, produzida pela picareta e muito divertida Cannon Films, era só uma tentativa de surfar no recente sucesso das aventuras de matinê provido pelo lucrativo Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida (1981) – e sua continuação, lançada também em 1984. As Minas do Rei Salomão da Cannon, foi protagonizado por Richard Chamberlain como Quartermain e uma então novata Sharon Stone como seu interesse amoroso e donzela em perigo. Assim como Tudo por uma Esmeralda (1984), outra cópia de Indiana Jones, As Minas do Rei Salomão lucrou o suficiente para gerar uma sequência dois anos depois, intitulada Allan Quartermain e a Cidade do Ouro Perdido (1986).

A Bela e a Fera

Tudo bem, a versão em live-action que a Disney lançou em 2017 de A Bela e a Fera não agradou como deveria, apesar de ter sido um verdadeiro fenômeno de bilheteria, conseguindo ultrapassar a absurda barreira do bilhão de dólares. Mas também, como poderia? A animação é simplesmente uma das mais adoradas da história do cinema e nada jamais conseguiria supera-la. Mesmo assim, apesar de toda a descrença em relação ao filme de carne e osso, a obra protagonizada pela eterna Hermione, Emma Watson, foi indicado para 2 Oscar, figurino e direção de arte.

Já quando falamos na animação de 1991, a conversa é outra. O longa animado venceu 2 Oscar: canção e trilha sonora; sendo nomeado para outras 4 categorias, incluindo melhor filme. Sim, isso mesmo. O feito fica ainda mais impressionante se levarmos em conta que na época, apenas 5 filmes eram indicados na categoria principal. Ou seja, A Bela e a Fera marcou seu nome na história do cinema como a primeira animação a ser indicada na categoria principal. Quer outro feito histórico? Foi a única da história a realizar isso, já que filmes como Up – Altas Aventuras (2009) e Toy Story 3 (2010), os únicos outros dois longas animados com tal honraria, foram indicados a melhor filme após as novas regras da Academia permitirem até 10 filmes na categoria principal.

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