domingo , 22 dezembro , 2024

15 Filmes LGBTQ+ Imperdíveis!

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Recentemente, a cara do cinema mundial começou a mudar a dar espaço para narrativas envolvendo minorias sociais, principalmente a comunidade queer.

Há alguns anos (aproximadamente uma década e ganhando um boom palpável desde 2016), o crescimento da diversidade nas telonas foi exponencial e os LGBTQ+ começaram a dominar a indústria do entretenimento, tanto na frente quanto atrás das câmeras. E, para celebrar a diversidade, o CinePOP separou para você 15 longas imperdíveis da temática em questão, abrangendo gêneros desde documentários até comédias românticas.



Confira abaixo nossas escolhas e conte para nós qual o seu favorito:

PARIS IS BURNING

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Vencedor do Festival de Cannes de 1990, Paris Is Burning pode soar muito familiar para os fãs do reality show RuPaul’s Drag Race. O documentário, dirigido por Jennie Livingston, gira em torno da ball culture, uma sub-cultura LGBT que se tornou muito famosa em Nova York dos anos 1980 e que trazia em seus holofotes as comunidades negra, latina e gay, mostrando as competições nas quais os participantes aderiam a um tema ou categoria específicos e desfilavam, sendo julgados no final com base em sua veracidade e realeza. De acordo com inúmeros críticos, o longa tornou-se um símbolo iconográfico e imprescindível sobre a Era de Ouro dos drag balls nos Estados Unidos, além de quebrar inúmeros tabus de gênero e sexualidade.

DIVINAS DIVAS

Dirigido por Leandra Leal, Divinas Divas é sobretudo um retrato real e atemporal das dificuldades que artistas – no caso travestis – passaram nos anos 1960 (início da ditadura civil-militar) antes de firmarem-se como ícones da cultura pop e influenciarem inúmeros jovens que lutam pela liberdade de expressão e pelo conceito de individualidade. Girando em torno da primeira geração de drags do Brasil, as histórias viscerais contrastam com o glamour dos palcos e com o reconhecimento tardio dessas incríveis performers – além de mostrar com grande profundidade e emoção as consequências da não-aceitação e do preconceito.

HOJE EU QUERO VOLTAR SOZINHO

A sutileza de ‘Hoje Eu Quero Voltar Sozinho é, de longe, seu maior mérito. Girando em torno de Leonardo, um garoto cego que já se acostumou à sua condição, mas é constantemente assediado por seus colegas de sala, a narrativa principal baseia-se muito nas comédias românticas hollywoodianas para aprofundar os sentimentos confusos e gradativos que o protagonista começa a sentir com a chegada de um novo garoto à escola, Gabriel. Além de um tratamento delicado sobre o assunto, o filme foi indicado ao GLAAD Awards, maior prêmio LGBTQ+ do entretenimento.

CAROL

A obra de Todd Haynes, baseada em ‘O Preço do Sal, de Patricia Highsmith, fez grande alvoroço em 2015 e permitiu mais uma indicação de Cate Blanchett ao Oscar de Melhor Atriz. A história gira em torno do crescente romance às escondidas que se desenvolve entre a personagem-título, uma rica mulher que esconde seus reais sentimentos de uma sociedade machista e conservadora, e Therese, uma lojista que é instantaneamente presa pelo mágico charme de Carol e entra numa jornada sem volta que nos relembra muito da road-trip de ‘Thelma & Louise. Os temas da sexualidade e da descoberta, assim como em outros filmes do gênero, é tratado com uma sutileza, sensualidade e incrível verdade – fator que se consolida com a química cênica entre Blanchett e Rooney Mara.

O SEGREDO DE BROKEBACK MOUNTAIN

A epopeia nostálgica e romântica estrelado por Jake Gyllenhaal e Heath Ledger talvez seja um dos filmes mais emocionantes e angustiantes que já assisti em minha vida, justamente por trazer uma história de descobrimento e amor dentro de uma sociedade extremamente conservadora e preconceituosa sem precisar falar dos tabus que envolvem esse círculo incorruptível e essencialmente humano. O filme gira em torno de dois vaqueiros, Ennis e Jack, que viajam para Brokeback Mountain, no estado de Wyoming, para trabalharem como pastores. Lá, eles conseguem se libertar da roupagem que foram obrigados a carregar desde sempre, entendendo, eventualmente, que a relação de amizade alcançou outro nível. E, solitários naquele pequeno lugar arcadiano, os dois têm sua própria perspectiva de natureza e levam o que aconteceu entre eles para o restante de uma vida pautada em mentiras e frustrações internalizadas.

MOONLIGHT: SOB A LUZ DO LUAR

Moonlight: Sob a Luz do Luar’ é um filme necessário. Vencedor da estatueta de Melhor Filme no Oscar 2018, a história que revolve a infância, adolescência e vida adulta conturbadas de Chiron, todas as múltiplas subtramas são uma análise subjetiva, emocionante e muito relevante sobre inúmeros temas, incluindo tráfico de drogas, racismo, pobreza e principalmente, apesar de extremamente sutil, a aceitação da sexualidade. Desde criança, o protagonista sofria com comentários incisivos sobre seu jeito “afeminado” e não aceito na comunidade onde morava. Conforme crescia, Chiron e seu melhor amigo Kevin transformam a amizade em uma complicada tensão sexual e nova, que assusta a ambos e que culmina em uma das sequências mais belas do cinema. O filme não permite simplificações, visto que afasta-se da rotulagem de “narrativa de nicho” para fornecer uma perspectiva muito maior e mais complexa que seus semelhantes.

FILADÉLFIA

Há filmes dentro da indústria cinematográfica que alcançam um patamar transgressor por serem os primeiros de determinado gênero a quebrar tabus e padrões narrativos para abalar as estruturas da “zona de conforto”. E é exatamente isso que ‘Filadélfia, dirigido por Jonathan Demme, discorre sobre: temas nunca antes vistos, como homofobia, homossexualidade e contração e prevenção de HIV/AIDS gira em torno do protagonista Andrew Beckett, um advogado gay que trabalhar para ma prestigiosa firma judicial e que é mandado embora após não conseguir manter em segredo que foi diagnosticado com o vírus. A trama não permanece às escondidas e chega aos tribunais, cujas sequências são extremamente bem montadas sem tocar em feridas ainda não cicatrizadas de sua audiência.

CIDADE DOS SONHOS

David Lynch é conhecido por gostar de chocar seu público. E é isso o que ele faz com grande sucesso no filme ‘Cidade dos Sonhos, protagonizado por Naomi Watts e Laura Harring. Misturando o mundo real com as inconstâncias do paralelismo onírico, a história de mistério é perscrutada por uma gradativa tensão sexual, pautada no desejo e no primitivismo humano, entre as personagens principais, que eventualmente consumam sua atração uma pela outra em uma cena incrível. Ao contrário de outros filmes do gênero, a crueza é a opção narrativa principal, com passagens explícitas e que não se preocupam com a catarse absorvida pelo espectador.

CLUBE DE COMPRAS DALLAS

Clube de Compras Dallas é baseado na vida de Ron Woodroof, um eletricista heterossexual de Dallas que foi diagnosticado com AIDS em 1985, durante uma das épocas mais obscuras da doença. Embora os médicos tenham lhe dado apenas trinta dias de vida, Woodroof se recusou a aceitar o prognóstico e criou uma operação de tráfico de remédios alternativos, na época, ilegais. A partir daí, o filme transforma-se em um retrato cruel da realidade enfrentada pelos portadores do vírus, o qual era associado unicamente à comunidade LGBTQ+. Apesar da perspectiva não convencional para os filmes de gênero, o personagem desenvolve uma relação de amizade evolutiva com a transsexual Rayon (Jared Leto), mergulhando em um mundo que repudiava e desconhecia e que, em um arco de redenção e epifania, passou a ajudar e a apoiar.

TOMBOY

A grandiosidade de ‘Tomboy já reside sobre seu nome: o título faz menção ao estilo de moda conhecido como “tomboy”, o qual mistura de forma híbrida e sem separação roupas masculinas e femininas em uma transgressão identitária que conversa, eventualmente, com a quebra de padrões de gênero que é analisada no filme. A história, escrita e dirigida por Céline Sciamma, gira em torno de Laure, que se muda durante as férias de verão para uma nova cidade e, por seu estilo “masculinizado”, apresenta-se como Mikhael para as outras crianças. Laure/Mikhael eventualmente conhece Lisa e, a partir desse momento, entra em uma crise emocional, lidando com sua identidade dupla que é desconhecida em parte pelos pais, e em parte por seus amigos. A competente narrativa é uma análise clara sobre transgêneros e transsexuais, oferecendo uma perspectiva tocante e livre de arquiteturas estereotipadas.

COM AMOR, SIMON

Se os anos 1990 ficaram famosos por suas inúmeras comédias românticas adolescentes, sem sombra de dúvida deixaram de lado a comunidade LGBTQ+. Na verdade, é muito fácil encontrar estereótipos queer em qualquer longa-metragem que se recordasse deles (preferindo colocá-los em pequenas caixinhas sem qualquer desenvolvimento dramático aparente). Em 2018, o diretor Greg Berlanti ganharia nossos corações com uma deliciosa aventura coming-of-age baseada no romance homônimo de Becky Albertalli‘Com Amor, Simon’. A história, girando em torno do jovem adolescente titular, é uma simples narrativa que leva o protagonista a se assumir (ou, no caso, a ter sua orientação sexual explanada para o mundo) e as consequências de algo que não planejava fazer tão cedo – tudo isso pincelado com um delicioso arco romântico envolvendo um pretendente misterioso.

ME CHAME PELO SEU NOME

Um cenário idílico erguido no paraíso perdido da Itália nos anos 1980. É assim que André Aciman cria uma de suas icônicas histórias de amor gay, neste caso delineada entre o jovem Elio Perlman e o visitante Oliver. Em 2017, Luca Guadagnino ficaria responsável por trazer esse conto de fadas à vida, chamando os conhecidos nomes de Timothée ChalametArmie Hammer como os protagonistas, respectivamente. O resultado foi uma cândida tour-de-force com dramático final que explorou as camadas mais profundas do amor – levando para casa a estatueta de Melhor Roteiro Original no Oscar 2018.

DOR E GLÓRIA

O sensível retrato semi-biográfico de Pedro Almodóvar alcançou o patamar de um dos melhores longas-metragens do ano passado (e talvez da década). ‘Dor e Glória’, comandado pela poderosa atuação de Antonio Banderas e de Penélope Cruz, tem um peso inegável por sua beleza cinematográfica, aliada a um roteiro perscrutado por honrarias metalinguísticas que exploram desde a infância até o auge e a consequente decadência do cineasta Salvador Mallo (Banderas), incluindo seu retorno para a infância, a descoberta de sua orientação sexual quando pré-adolescente e seu caso de amor perdido quando ainda era um universitário em Madrid – com um reencontro emocionante e um finale de tirar o fôlego de qualquer apreciador da carreira de Almodóvar.

RETRATO DE UMA JOVEM EM CHAMAS

Sciamma ganhou fama com Un Certain Regarde em 2007, vindo a comandar o poderoso Tomboy alguns anos depois; entretanto, seu grande momento viria ano passado com o lançamento do drama de época Retrato de Uma Jovem em Chamas, que gira em torno de duas mulheres totalmente diferentes que se apaixonam sob circunstâncias inesperadas. Na verdade, a protagonista é uma desconhecida pintora que tenta fazer seu nome em um mundo dominado pelos homens, sendo recrutada por uma excêntrica condessa para pintar o retrato de sua filha rebelde. Só há um problema: ela não pode revelar quais são suas verdadeiras intenções, passando-se por dama de companhia e tentando memorizar as feições de sua modelo para pintar-lhe na calada da noite.

COLETTE

Keira Knightley nos deu mais uma incrível interpretação ao estrelar a cinebiografia Colette, inspirada na “controversa” vida da escritora francesa Gabrielle Colette. A romancista e jornalista havia sido contratada para assinar os livros do pedante Henry Gauthier-Villars (Dominic West), acabando por se casar com ele até descobrir suas falcatruas. Eventualmente, os dois permaneceram juntos em laços matrimoniais de fachada, mas Colette se tornou amante da duquesa Mathilde de Morny (Denise Gough). Seu legado e seu apreço pela art-nouveau ficaram para os séculos e, até hoje, são levantados em pautas feministas pelo mundo inteiro.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Recentemente, a cara do cinema mundial começou a mudar a dar espaço para narrativas envolvendo minorias sociais, principalmente a comunidade queer.

Há alguns anos (aproximadamente uma década e ganhando um boom palpável desde 2016), o crescimento da diversidade nas telonas foi exponencial e os LGBTQ+ começaram a dominar a indústria do entretenimento, tanto na frente quanto atrás das câmeras. E, para celebrar a diversidade, o CinePOP separou para você 15 longas imperdíveis da temática em questão, abrangendo gêneros desde documentários até comédias românticas.

Confira abaixo nossas escolhas e conte para nós qual o seu favorito:

PARIS IS BURNING

Vencedor do Festival de Cannes de 1990, Paris Is Burning pode soar muito familiar para os fãs do reality show RuPaul’s Drag Race. O documentário, dirigido por Jennie Livingston, gira em torno da ball culture, uma sub-cultura LGBT que se tornou muito famosa em Nova York dos anos 1980 e que trazia em seus holofotes as comunidades negra, latina e gay, mostrando as competições nas quais os participantes aderiam a um tema ou categoria específicos e desfilavam, sendo julgados no final com base em sua veracidade e realeza. De acordo com inúmeros críticos, o longa tornou-se um símbolo iconográfico e imprescindível sobre a Era de Ouro dos drag balls nos Estados Unidos, além de quebrar inúmeros tabus de gênero e sexualidade.

DIVINAS DIVAS

Dirigido por Leandra Leal, Divinas Divas é sobretudo um retrato real e atemporal das dificuldades que artistas – no caso travestis – passaram nos anos 1960 (início da ditadura civil-militar) antes de firmarem-se como ícones da cultura pop e influenciarem inúmeros jovens que lutam pela liberdade de expressão e pelo conceito de individualidade. Girando em torno da primeira geração de drags do Brasil, as histórias viscerais contrastam com o glamour dos palcos e com o reconhecimento tardio dessas incríveis performers – além de mostrar com grande profundidade e emoção as consequências da não-aceitação e do preconceito.

HOJE EU QUERO VOLTAR SOZINHO

A sutileza de ‘Hoje Eu Quero Voltar Sozinho é, de longe, seu maior mérito. Girando em torno de Leonardo, um garoto cego que já se acostumou à sua condição, mas é constantemente assediado por seus colegas de sala, a narrativa principal baseia-se muito nas comédias românticas hollywoodianas para aprofundar os sentimentos confusos e gradativos que o protagonista começa a sentir com a chegada de um novo garoto à escola, Gabriel. Além de um tratamento delicado sobre o assunto, o filme foi indicado ao GLAAD Awards, maior prêmio LGBTQ+ do entretenimento.

CAROL

A obra de Todd Haynes, baseada em ‘O Preço do Sal, de Patricia Highsmith, fez grande alvoroço em 2015 e permitiu mais uma indicação de Cate Blanchett ao Oscar de Melhor Atriz. A história gira em torno do crescente romance às escondidas que se desenvolve entre a personagem-título, uma rica mulher que esconde seus reais sentimentos de uma sociedade machista e conservadora, e Therese, uma lojista que é instantaneamente presa pelo mágico charme de Carol e entra numa jornada sem volta que nos relembra muito da road-trip de ‘Thelma & Louise. Os temas da sexualidade e da descoberta, assim como em outros filmes do gênero, é tratado com uma sutileza, sensualidade e incrível verdade – fator que se consolida com a química cênica entre Blanchett e Rooney Mara.

O SEGREDO DE BROKEBACK MOUNTAIN

A epopeia nostálgica e romântica estrelado por Jake Gyllenhaal e Heath Ledger talvez seja um dos filmes mais emocionantes e angustiantes que já assisti em minha vida, justamente por trazer uma história de descobrimento e amor dentro de uma sociedade extremamente conservadora e preconceituosa sem precisar falar dos tabus que envolvem esse círculo incorruptível e essencialmente humano. O filme gira em torno de dois vaqueiros, Ennis e Jack, que viajam para Brokeback Mountain, no estado de Wyoming, para trabalharem como pastores. Lá, eles conseguem se libertar da roupagem que foram obrigados a carregar desde sempre, entendendo, eventualmente, que a relação de amizade alcançou outro nível. E, solitários naquele pequeno lugar arcadiano, os dois têm sua própria perspectiva de natureza e levam o que aconteceu entre eles para o restante de uma vida pautada em mentiras e frustrações internalizadas.

MOONLIGHT: SOB A LUZ DO LUAR

Moonlight: Sob a Luz do Luar’ é um filme necessário. Vencedor da estatueta de Melhor Filme no Oscar 2018, a história que revolve a infância, adolescência e vida adulta conturbadas de Chiron, todas as múltiplas subtramas são uma análise subjetiva, emocionante e muito relevante sobre inúmeros temas, incluindo tráfico de drogas, racismo, pobreza e principalmente, apesar de extremamente sutil, a aceitação da sexualidade. Desde criança, o protagonista sofria com comentários incisivos sobre seu jeito “afeminado” e não aceito na comunidade onde morava. Conforme crescia, Chiron e seu melhor amigo Kevin transformam a amizade em uma complicada tensão sexual e nova, que assusta a ambos e que culmina em uma das sequências mais belas do cinema. O filme não permite simplificações, visto que afasta-se da rotulagem de “narrativa de nicho” para fornecer uma perspectiva muito maior e mais complexa que seus semelhantes.

FILADÉLFIA

Há filmes dentro da indústria cinematográfica que alcançam um patamar transgressor por serem os primeiros de determinado gênero a quebrar tabus e padrões narrativos para abalar as estruturas da “zona de conforto”. E é exatamente isso que ‘Filadélfia, dirigido por Jonathan Demme, discorre sobre: temas nunca antes vistos, como homofobia, homossexualidade e contração e prevenção de HIV/AIDS gira em torno do protagonista Andrew Beckett, um advogado gay que trabalhar para ma prestigiosa firma judicial e que é mandado embora após não conseguir manter em segredo que foi diagnosticado com o vírus. A trama não permanece às escondidas e chega aos tribunais, cujas sequências são extremamente bem montadas sem tocar em feridas ainda não cicatrizadas de sua audiência.

CIDADE DOS SONHOS

David Lynch é conhecido por gostar de chocar seu público. E é isso o que ele faz com grande sucesso no filme ‘Cidade dos Sonhos, protagonizado por Naomi Watts e Laura Harring. Misturando o mundo real com as inconstâncias do paralelismo onírico, a história de mistério é perscrutada por uma gradativa tensão sexual, pautada no desejo e no primitivismo humano, entre as personagens principais, que eventualmente consumam sua atração uma pela outra em uma cena incrível. Ao contrário de outros filmes do gênero, a crueza é a opção narrativa principal, com passagens explícitas e que não se preocupam com a catarse absorvida pelo espectador.

CLUBE DE COMPRAS DALLAS

Clube de Compras Dallas é baseado na vida de Ron Woodroof, um eletricista heterossexual de Dallas que foi diagnosticado com AIDS em 1985, durante uma das épocas mais obscuras da doença. Embora os médicos tenham lhe dado apenas trinta dias de vida, Woodroof se recusou a aceitar o prognóstico e criou uma operação de tráfico de remédios alternativos, na época, ilegais. A partir daí, o filme transforma-se em um retrato cruel da realidade enfrentada pelos portadores do vírus, o qual era associado unicamente à comunidade LGBTQ+. Apesar da perspectiva não convencional para os filmes de gênero, o personagem desenvolve uma relação de amizade evolutiva com a transsexual Rayon (Jared Leto), mergulhando em um mundo que repudiava e desconhecia e que, em um arco de redenção e epifania, passou a ajudar e a apoiar.

TOMBOY

A grandiosidade de ‘Tomboy já reside sobre seu nome: o título faz menção ao estilo de moda conhecido como “tomboy”, o qual mistura de forma híbrida e sem separação roupas masculinas e femininas em uma transgressão identitária que conversa, eventualmente, com a quebra de padrões de gênero que é analisada no filme. A história, escrita e dirigida por Céline Sciamma, gira em torno de Laure, que se muda durante as férias de verão para uma nova cidade e, por seu estilo “masculinizado”, apresenta-se como Mikhael para as outras crianças. Laure/Mikhael eventualmente conhece Lisa e, a partir desse momento, entra em uma crise emocional, lidando com sua identidade dupla que é desconhecida em parte pelos pais, e em parte por seus amigos. A competente narrativa é uma análise clara sobre transgêneros e transsexuais, oferecendo uma perspectiva tocante e livre de arquiteturas estereotipadas.

COM AMOR, SIMON

Se os anos 1990 ficaram famosos por suas inúmeras comédias românticas adolescentes, sem sombra de dúvida deixaram de lado a comunidade LGBTQ+. Na verdade, é muito fácil encontrar estereótipos queer em qualquer longa-metragem que se recordasse deles (preferindo colocá-los em pequenas caixinhas sem qualquer desenvolvimento dramático aparente). Em 2018, o diretor Greg Berlanti ganharia nossos corações com uma deliciosa aventura coming-of-age baseada no romance homônimo de Becky Albertalli‘Com Amor, Simon’. A história, girando em torno do jovem adolescente titular, é uma simples narrativa que leva o protagonista a se assumir (ou, no caso, a ter sua orientação sexual explanada para o mundo) e as consequências de algo que não planejava fazer tão cedo – tudo isso pincelado com um delicioso arco romântico envolvendo um pretendente misterioso.

ME CHAME PELO SEU NOME

Um cenário idílico erguido no paraíso perdido da Itália nos anos 1980. É assim que André Aciman cria uma de suas icônicas histórias de amor gay, neste caso delineada entre o jovem Elio Perlman e o visitante Oliver. Em 2017, Luca Guadagnino ficaria responsável por trazer esse conto de fadas à vida, chamando os conhecidos nomes de Timothée ChalametArmie Hammer como os protagonistas, respectivamente. O resultado foi uma cândida tour-de-force com dramático final que explorou as camadas mais profundas do amor – levando para casa a estatueta de Melhor Roteiro Original no Oscar 2018.

DOR E GLÓRIA

O sensível retrato semi-biográfico de Pedro Almodóvar alcançou o patamar de um dos melhores longas-metragens do ano passado (e talvez da década). ‘Dor e Glória’, comandado pela poderosa atuação de Antonio Banderas e de Penélope Cruz, tem um peso inegável por sua beleza cinematográfica, aliada a um roteiro perscrutado por honrarias metalinguísticas que exploram desde a infância até o auge e a consequente decadência do cineasta Salvador Mallo (Banderas), incluindo seu retorno para a infância, a descoberta de sua orientação sexual quando pré-adolescente e seu caso de amor perdido quando ainda era um universitário em Madrid – com um reencontro emocionante e um finale de tirar o fôlego de qualquer apreciador da carreira de Almodóvar.

RETRATO DE UMA JOVEM EM CHAMAS

Sciamma ganhou fama com Un Certain Regarde em 2007, vindo a comandar o poderoso Tomboy alguns anos depois; entretanto, seu grande momento viria ano passado com o lançamento do drama de época Retrato de Uma Jovem em Chamas, que gira em torno de duas mulheres totalmente diferentes que se apaixonam sob circunstâncias inesperadas. Na verdade, a protagonista é uma desconhecida pintora que tenta fazer seu nome em um mundo dominado pelos homens, sendo recrutada por uma excêntrica condessa para pintar o retrato de sua filha rebelde. Só há um problema: ela não pode revelar quais são suas verdadeiras intenções, passando-se por dama de companhia e tentando memorizar as feições de sua modelo para pintar-lhe na calada da noite.

COLETTE

Keira Knightley nos deu mais uma incrível interpretação ao estrelar a cinebiografia Colette, inspirada na “controversa” vida da escritora francesa Gabrielle Colette. A romancista e jornalista havia sido contratada para assinar os livros do pedante Henry Gauthier-Villars (Dominic West), acabando por se casar com ele até descobrir suas falcatruas. Eventualmente, os dois permaneceram juntos em laços matrimoniais de fachada, mas Colette se tornou amante da duquesa Mathilde de Morny (Denise Gough). Seu legado e seu apreço pela art-nouveau ficaram para os séculos e, até hoje, são levantados em pautas feministas pelo mundo inteiro.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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