O mundo da música é extenso e infinito – e, por essa razão, são várias as canções que passam longe do nosso radar.
Temos, por exemplo, artistas como Paloma Faith, Stromae e Yelle, dos quais você provavelmente nunca ouviu falar, mas deveria ao menos conhecê-los pela grande arte que trazem ao cenário fonográfico.
Pensando nisso, preparamos uma breve lista com quinze músicas dos últimos cinco anos que são pouco famosas – porém, que definitivamente mereciam um lugar especial em sua playlist.
Confira abaixo as nossas escolhas:
“WARS”, Of Monsters and Men (2019)
Of Monsters and Men é uma das bandas de indie rock de maior impacto na atualidade e, em 2019, eles retornaram aos holofotes com o lançamento de ‘FEVER DREAM’. Dentro do álbum, “Wars” é a faixa que nos arrebata para um místico, onírico mundo movido pelos acordes mesclados do chamber-pop com a sonoridade nostálgica dos anos 1960 e 1970, estendendo suas ramificações para as outras iterações.
“BELIEVE IN LOVE”, Marina (2019)
Marina Diamandis sofreu com um backlash excessivo ao lançar ‘Love + Fear’ e, até agora, vários ouvintes e críticos de música continuam a se perguntar o porquê de tanta rechaça em relação ao seu novo CD. De qualquer forma, a performer provou que sempre está disposta a buscar elementos novos para sua carreira e, desse modo, deu vida à inebriante e saudosista “Believe In Love”, uma das melhores músicas não apenas da obra supracitada, mas de toda a sua discografia.
“LUV U SO”, One Bit (2020)
One Bit é uma dupla que pode não ser conhecida mundialmente, mas que causou um alvoroço significativo em 2020 com uma das produções mais subestimadas do ano. “Luv U So” é uma breve faixa que transforma o gênero house numa investida quintessencial, marcada pela explosão bem demarcada do piano e dos sintetizadores.
“PEDIALYTE”, JoJo (2020)
Conhecida por “Too Little Too Late”, JoJo se afastou do mundo da música por mais de uma década antes de retornar com ‘Good to Know’ e com a profunda canção “Pedialyte”, cujas dissonâncias propositais são fruto de sua inspiração pelo dream-pop e pelo finalzinho do new-wave dos Estados Unidos.
“BLAME IT ON ME”, Melanie C (2020)
Brincando com as inflexões do electro-pop em um enredo que fala sobre um relacionamento tóxico que ao menos lhe fez crescer como pessoa, Melanie C não poderia deixar de aparecer na nossa lista. A ex-Spice Girl lançou seu vindouro oitavo álbum de estúdio neste ano e um de seus pontos altos é o vibrante lead single.
“MISTAKES”, Jonas Blue & Paloma Faith (2020)
2020 foi um ano de grande prosperidade para o pop – que havia, já há algum tempo, rendido-se ao trap e ao rap. E, no centro de tudo isso, temos o retorno triunfante de Paloma Faith, que desceu de seu pedestal como atriz para mergulhar no electro-pop com a minimalista “Mistakes”, composta ao lado do produtor Jonas Blue, que deixa o escopo sonoro em segundo plano e permite que a cantora renda-se a uma narcótica performance.
“MIRROR”, Sigrid (2021)
Uma das músicas mais alto-astral de 2021 foi “Mirror”, de Sigrid. A artista norueguesa fez sua estreia em 2017 com o EP ‘Don’t Kill My Vibe’ e, quatro anos mais tarde, se afastou do pop mainstream para se jogar de cabeça no house e no nu-disco da faixa supracitada. A sólida e dançante atmosfera é regada por versos de empoderamento e de liberdade, como visto em “eu amo quem eu vejo olhando para mim no espelho”.
“LIGHTHOUSE”, Birdy (2021)
O erro de Birdy no recente álbum ‘Young Heart’ foi se deixar levar pela extensa melancolia das músicas, o que o tornou relativamente repetitivo. Mas isso não significa que a artista não conseguiu nos entregar algumas das melhores faixas de 2021, como foi o caso de “Lighthouse”, uma repaginação country e bluegrass memorável pela presença fantástica dos violinos.
“L’ENFER”, Stromae (2022)
É provável que você nunca tenha ouvido de falar de Stromae – mas certamente deveria. O cantor e compositor belga retornou em 2022 com o incrível ‘Multitude’ e, dentro dessa melancólica e expressiva jornada, rendeu-se à melhor faixa do ano em questãoA – a profunda “L’Enfer”. Movida pelas densas notas de um piano clássico e pela interpolação com urgentes sintetizadores, a canção fala sobre depressão e pensamentos suicidas, enquanto realiza uma compressão niilista sobre o mundo e sobre a vida.
“PAPI BONES”, FKA Twigs (2022)
No ótimo ‘CAPRISONGS’, FKA Twigs continuou a explorar sua identidade musical com despreocupação apaixonante – e, nesse processo de contínua autodescoberta, arquiteta a irretocável “papi bones”, uma das melhores entradas do álbum e de sua carreira. Aqui, a cantora e compositora discorre sobre o fervor da paixão, à medida que busca referências nas incursões do afrobeats, do reggae e até o mambo, fomentando uma miscelânea sensual e convidativa.
“BROOKLYN BRIDGE”, Anaïs Mitchell (2022)
Em seu álbum de estúdio homônimo, Anaïs Mitchell nos presenteia com a singela e atmosférica “Brooklyn Bridge”, reafirmando-se como uma das storytellers mais potentes da atualidade – e cada palavra suspirada e tecla apertada demonstra uma confiança íntegra e uma sutileza poética que já foram emuladas diversas vezes nos últimos tempos.
“HEUTE NACHT”, Maddix (2022)
Maddix é outro nome do qual você provavelmente nunca ouviu falar – mas que mereceu seu lugar na nossa lista com a desconhecida faixa “Heute Nacht”. O DJ alemão superou todas as expectativas ao entregar um techno conceitual que tem todos os elementos do gênero, incluindo o crescendo que premedita o refrão e uma celebração da vida noturna (“esta noite será incrível”, diz uma robótica voz).
“SNAKES IN THE GRASS”, Dolly Parton (2022)
Retornando com força descomunal para o mundo do entretenimento, a icônica Dolly Parton se aventurou na literatura, na música e, futuramente, no cinema com ‘Run, Rose Run’ – e, apesar de nem todas as faixas funcionarem como deveriam, “Snakes In the Grass” emerge como a clássica Dolly que todos aprendemos a amar, mergulhando no cativante country-rock e em uma narrativa atemporal sobre os perigos de confiar em qualquer um.
“WEEKENDS”, Freya Ridings (2023)
Freya Ridings vem ganhando força em solo britânico ano após ano – e, em 2023, entregou uma das melhores incursões musicais com a belíssima e dançante “Weekends”. Brincando com a ambiguidade entre a letra, que discorre sobre solidão e sobre autopercepção, e a sonoridade, que aposta fichas nas mais clássicas referências do disco, a track tem o drama e a teatralidade necessárias para guiar qualquer um que a ouça em uma saborosa jornada.
“CONTACT”, Kelela (2023)
Seis anos depois de sua estreia oficial no mundo da música, Kelela voltou com o impecável ‘Raven’ – e, dentre as múltiplas faixas que nos chamam a atenção, “Contact” é a que melhor representa as mensagens que a cantora e compositora quer nos entregar. A faixa é uma narcótica viagem ao passado, sustentada por inflexões do house, do EDM e do disco em uma sensual e incrível jornada – que pega elementos mais contemporâneos, como os explorados por Azealia Banks e Beyoncé.