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Procurar e não encontrar, não quer dizer que não exista! Dirigido pela cineasta californiana Audrey Wells, que na carreira só dirigiu esse e outro longa-metragem chamado A Lente do Desejo no final da década de 90, em Sob o Sol da Toscana as desilusões se misturam com um leque de possibilidades quando a vida de uma escritora e crítica literária se torna vazia, triste, percorrendo um caminho rumo a maturidade em se redescobrir. Com um ótimo elenco e com uma atuação absolutamente fabulosa da indicada ao Globo de Ouro por essa atuação, Diane Lane, esse filme encantador completa 20 anos agora em 2023.
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Na trama, conhecemos Frances (Diane Lane), uma esforçada crítica literária, moradora da cidade de San Francisco, que também e professora e tem uns livros que está escrevendo estacionados na gaveta. Sua vida ia bem, casada, com um ótimo emprego, até que ela descobre que seu marido a está traindo. Tempos depois o divórcio acontece, e de maneira bem prejudicial para a protagonista, que além de entregar a casa onde morava com ele a vida toda, ainda teve que pagar pensão para o traidor. O tempo passa e Frances não consegue encontrar mais a felicidade, vive seus dias tristes sendo consolada muitas vezes pela melhor amiga Patti (Sandra Oh). E por essa amiga é onde chega uma oportunidade que mudará sua vida, Patti consegue uma passagem para Frances viajar até a Itália, na região da Toscana. Quando embarca, não sabe ela que laços profundos vão ser criados nesse novo lugar.
A decepção vai de encontro a oportunidade. Quem nunca se decepcionou com um possível amor? A narrativa é cirúrgica em pegar as linhas do roteiro e transformar em belíssimas cenas e diálogos onde percebemos toda a carga emocional envolvida nos conflituosos sentimentos que chegam para Frances. Essa que passa por péssimos dias, um sofrimento danado quando descobre a traição do marido e na hora do divórcio ainda precisa pagar pensão alimentícia e perder a casa onde morou durante todo o casamento. A oportunidade de mudança chega pela melhor amiga: uma passagem para a Itália, mais precisamente na região da Toscana, um lugar maravilhoso cheio de obras de artes da arquitetura renascentista, além de vinhedos fantásticos. Aqui a imaginação de pensar sobre a real possibilidade de enxergar mudanças através desse lugar se torna realidade.
A desconstrução da protagonista chega com tons de aprendizado sobre como ser feliz com o se tem. Praticamente monta sua base em uma casa de mais de 300 anos, onde revê passos do passado, dá pitacos sobre o amor, ajuda em um momento difícil da melhor amiga, troca conselhos com outra conhecida mulher estrangeira da região, encontra amizades verdadeiras, não deixa de encontrar novamente decepções amorosas, até a fé se aproxima dela nas figuras católicas que são sempre homenageados por essa região central da Itália onde ela resolve recomeçar, conhece a cultura e a culinária local, aprende a cozinhar, vai ao cinema (onde está passando, em italiano, George, o Rei da Floresta, com o atual vencedor do Oscar de Melhor Ator Brendan Fraser). Uma personagem muito próximo da realidade, que sofre, que se alegra, que se decepciona, que busca a volta por cima mesmo sem saber que está a caminho disso.
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Com o objetivo de fazer refletir sobre o encontrar o olhar de forma positiva mesmo nos momentos mais difíceis, Sob o Sol de Toscana não esconde de ninguém que a vida não é fácil, que vamos encontrar decepções amorosas nas nossas estradas, mas que sempre podemos esperar que alguma coisa boa vai acontecer. Quem se interessar pelo filme, tem lá na Star Plus.