UMA PERGUNTA SOBRE O CINEMA SUL-COREANO
Alguns dos filmes mais instigantes da atualidade vêm da Ásia. Japão, China, Hong Kong, Cingapura, Coréia do Sul. Ah, os sul-coreanos… Eles estão conseguindo conciliar blockbuster com filmes mais artísticos mantendo uma média de alta qualidade. Confissão de Assassinato, de 2012, primeiro longa ficcional de Jung Byung-Gil me provocou uma questão sobre o cinema sul-coreano.
No filme, Lee Du-seok publica um livro no qual descreve uma séria de assassinatos ocorridos tempos atrás e se assume como autor dos crimes. Choi, detetive responsável pelo caso, assiste tudo impotente, pois os crimes já prescreveram. O filme se estrutura em dois eixos: a relação entre Choi e Lee e os familiares das vítimas, que desejam matá-lo. Falar mais sobre o enredo pode estragar algumas surpresas. Melhor falar do estilo!
O filme tem edição ágil (no começa tem até câmera na mão, algo não muito recorrente no cinema sul-coreano). As sequências de ação são delirantes, a direção busca enquadramentos inusitados. Há um misto de drama e humor negro. O roteiro é rocambolesco, delirante, fazendo a gente se perguntar se realmente é um bom roteiro.
De maneira geral, Confissão de Assassinato é um filme bom que sintetiza muitas características do cinema sul-coreano. Para quem duvida, faça a dobradinha e assista OLDBOY, um dos melhores filmes da primeira década do século. Contudo, o filme de Byung-Gil não tem a mesma potência, por vezes parece genérico. E aqui surge a pergunta: as semelhanças com outras obras indicam que o cinema sul-coreano está consolidando suas características fundamentais (e poderemos futuramente falar em uma escola) ou seriam clichês se formando?