terça-feira , 17 dezembro , 2024

37ª Mostra de Cinema de São Paulo: Lições de Harmonia

LIÇÕES DE UMA TERRA DISTANTE

O franzino Aslan (Timur Aidarbekov) segura uma ovelha e amarra as patas dela. Sua avó lhe traz um punhal, que usa para matar o animal. Em seguida, retira tudo que é útil: a pele, as vísceras, as costelas. Este é umas das sequências iniciais de Lições de Harmonia, filme do Cazaquistão vencedor do Prêmio do Júri – Competição Novos Diretores na categoria melhor filme ficção da 37ª Mostra de São Paulo. Nem todos os seus primeiros minutos são tão indigestos. Seu começo é bastante irregular, sem deixar claro a que veio. Mas, assim como na cena do cordeiro, depois da calmaria, Lições de Harmonia começa a expor suas vísceras.

Apesar de vindo de um lugar, para nós, exótico, típico filme que só assistimos em Mostras, seu enredo é atualíssimo. O bullying que Aslan sofre em sua escola. É um realidade tão próximo da gente, que alguns poderiam até pensar que se trata de uma obra feita sob encomenda para o mercado internacional. Prefiro imaginar que tanto quanto os bons corações, a maldade é artigo comum entre crianças e adolescentes.



Bolat (Aslan Anarbayev), líder da gangue da escola, decide que ninguém deve fala com Aslan. Mirsain (Mukhtar Andrassov), aluno recém-chegado da cidade, ignora o aviso e torna-se amigo de Aslan. Daí em diante, o filme desenha a relação conturbada entre os alunos dessa escola.

Aslan é um garoto muito inteligente e tímido. Ele represa ressentimentos. Paulatinamente, observamos seu lado sádico, como a tortura que impinge a uma barata. Se seus ressentimentos geraram isso ou se lhe é algo natural, o diretor Emir Baigazin dispensa explicações.

Talvez pelo burburinho ao redor do filme, ou porque já o assisti na repescagem, não senti tanto o seu impacto. Quem sabe se tivesse visto antes, ou se revê-lo no futuro, o filme tivesse uma nota melhor. Mas, hoje, aprece não mais do que um bom filme vindo de uma terra distante.

Nota: A Repescagem da 37ª Mostra de Cinema de São Paulo encerrou no último dia 07/11.

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Apesar de vindo de um lugar, para nós, exótico, típico filme que só assistimos em Mostras, seu enredo é atualíssimo. O bullying que Aslan sofre em sua escola. É um realidade tão próximo da gente, que alguns poderiam até pensar que se trata de uma obra feita sob encomenda para o mercado internacional. Prefiro imaginar que tanto quanto os bons corações, a maldade é artigo comum entre crianças e adolescentes.

Bolat (Aslan Anarbayev), líder da gangue da escola, decide que ninguém deve fala com Aslan. Mirsain (Mukhtar Andrassov), aluno recém-chegado da cidade, ignora o aviso e torna-se amigo de Aslan. Daí em diante, o filme desenha a relação conturbada entre os alunos dessa escola.

Aslan é um garoto muito inteligente e tímido. Ele represa ressentimentos. Paulatinamente, observamos seu lado sádico, como a tortura que impinge a uma barata. Se seus ressentimentos geraram isso ou se lhe é algo natural, o diretor Emir Baigazin dispensa explicações.

Talvez pelo burburinho ao redor do filme, ou porque já o assisti na repescagem, não senti tanto o seu impacto. Quem sabe se tivesse visto antes, ou se revê-lo no futuro, o filme tivesse uma nota melhor. Mas, hoje, aprece não mais do que um bom filme vindo de uma terra distante.

Nota: A Repescagem da 37ª Mostra de Cinema de São Paulo encerrou no último dia 07/11.

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