terça-feira , 18 março , 2025

5 Atrizes Brasileiras com Prêmios no Exterior – Você Conhece Todas?


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Uma coisa da qual nenhum brasileiro duvida é o talento de seu país, seja em qual for das sete modalidades de arte: pintura, escultura, música, literatura, dança, arquitetura e cinema. Desde o início deste ano, Fernanda Torres, uma das mais irreverentes atrizes do Brasil, caiu nas graças do público e tornou-se tesouro nacional ao conquistar o primeiro Globo de Ouro de interpretação para o Brasil. 

Assim como a protagonista de Ainda Estou Aqui, outras atrizes já receberam reconhecimentos internacionais em forma de prêmios renomados, , nos principais festivais de cinema do mundo, como Berlim, Cannes e Veneza. As brasileiras levaram o Urso de Prata três vezes, enquanto a Palma de Ouro viajou para o Brasil duas vezes. Porém, ainda não recebemos nenhuma Copa Volpi, do festival italiano.



Fernanda Torres
fernandatorres

Embora Ainda Estou Aqui tenha participado da seleção oficial do Festival de Veneza, o filme levou apenas o troféu de melhor roteiro para Murilo Hauser e Heitor Lorega. Já a honraria de atuação feminina ficou com Nicole Kidman, por Babygirl, de Halina Reijn

Vale a pena relembrar outras talentosas atrizes brasileiras condecoradas em terras estrangeiras, provando que o cinema nacional transpõe barreiras geográficas e culturais, e conquista plateias ao redor do mundo. 

Fernanda Torres

Palma de Ouro em Cannes 1986 por Eu Sei Que Vou Te Amar, de Arnaldo Jabor
Globo de Ouro em Drama 2025 por Ainda Estou Aqui, de Walter Salles


EU SEI QUE VOU TE AMAR

Antes de chegar à vitória no Globo de Ouro e à indicação ao Oscar pelo aclamado Ainda Estou Aqui, Fernanda Torres, aos 20 anos, ganhou um dos prêmios mais importantes do cinema no Festival de Cannes. Dirigida por Arnaldo Jabor, ela incorpora uma das partes de um casal em discussão sobre o fim do relacionamento em uma trama verborrágica e exaustiva em Eu Sei Que Vou Te Amar. Ao lado Thales Pan Chacon, Fernanda conquistou os membros do júri, presidido naquele ano pelo cineasta Sydney Pollack (Entre Dois Amores). 

De lá para cá, Fernanda Torres participou de dezenas de filmes, com destaque para Jogo de Cena (2008) e O que é Isso Companheiro? (1994, indicado ao Oscar de Filme Estrangeiro), e encontrou seu espaço na televisão com as comédias Os Normais (2001-2003) e Tapas & Beijos (2011-2015). Em setembro de 2024, dirigida pela segunda vez por Walter Salles, levou para o mundo a história de Eunice Paiva, na adaptação Ainda Estou Aqui e conquistou um prêmio inédito para o Brasil. 

Assista também: 
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▶️Onde assistir? Youtube

Marcélia Cartaxo

Urso de Prata em Berlim 1986 por A Hora da Estrela, de Suzana Amaral

a hora da estrela

O encontro perfeito entre o talento de três mulheres resultou no filme A Hora da Estrela e na atuação hipnotizante de Marcélia Cartaxo. A partir do texto de Clarice Lispector, a diretora Suzana Amaral realizou o seu desejo de estrear no cinema e, ao ver Marcélia Cartaxo no teatro, descobriu sua protagonista. Dessa combinação, o Brasil ganhou, pela primeira vez, um prêmio de atuação no Festival de Berlim. Antes disso, a única laurea brasileira na Alemanha era o Urso de Prata do Grande Prêmio do Júri para A Queda (1976), de Ruy Guerra e Nelson Xavier

Com uma carreira proeminente no teatro, Marcélia Cartaxo teve participações pequenas, mas memoráveis em Madame Satã (2002) e O Céu de Suely (2006), ambos do cearense Karim Aïnouz. Somente 30 anos após o prêmio alemão, Marcélia voltou a protagonizar um filme: Pacarrete (2020), de Allan Deberton, seguido por A Mãe (2022), de Cristiano Burlan, pelo qual foi premiada no Festival de Gramado. Desde 2023, ela pode ser vista como Zeza Vaqueiro na série Cangaço Novo, na Prime Video, renovada para a segunda temporada. 

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Ana Beatriz NogueiraUrso de Prata em Berlim 1987 por Vera, de Sérgio Toledo

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Ana Beatriz Nogueira recebe o Urso de Prata em 1987 (Foto: Arquivo/ O Globo)

No ano seguinte à vitória de Marcélia, Ana Beatriz Nogueira se afirmou como a segunda brasileira a conquistar o prêmio de atuação em Berlim. Aos 19 anos, recebeu o seu Urso de Prata pelo papel-título em Vera, de Sérgio Toledo, inspirado na autobiografia A Queda para o Alto, de Anderson Herzer. No filme, Ana Beatriz interpreta um jovem homem trans em uma jornada de autodescoberta, enfrentando preconceitos e aprendendo a lidar com seus traumas.

Após a conquista em Berlim, Ana Beatriz foi laureada no Festival de Locarno, na Suíça, e no Festival dos 3 Continentes, na França. Durante os anos 1990 e 2000, destacou-se em novelas e minisséries da TV Globo, como Felicidade (1991-1992), O Rei do Gado (1996) e Celebridade (2003). No cinema, brilhou no drama O Vestido (200’), de Paulo Thiago, e, recentemente, participou das novelas Um Lugar ao Sol (2021) e Mania de Você (2024).

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Fernanda Montenegro

Urso de Prata em Berlim 1998 por Central do Brasil, de Walter Salles

central do brasil 2

Dirigida por Walter Salles, a maior atriz brasileira deste e do último século se consolidou como a terceira mulher a receber a honraria em Berlim, assim como o seu filme, Central do Brasil, tornou-se o primeiro a receber o Urso de Ouro. Levaria 10 anos até o Brasil chegar ao maior troféu novamente com Tropa de Elite, de José Padilha. O reconhecimento do júri da Berlinale, presidido pelo ator Ben Kingsley, conduziu a atriz e a obra às nomeações do Globo de Ouro e do Oscar. O resto dessa história a gente conhece. 

Passado o alvoroço de Central do Brasil, Fernanda Montenegro protagonizou Casa de Areia (2005), ao lado da filha Fernanda e dirigida pelo genro Andrucha Waddington, e participou da adaptação internacional da obra de Gabriel Garcia Marquez, O Amor nos Tempos do Cólera (2007), de Mike Newell (Harry Potter e o Cálice de Fogo) — seu único filme fora do país. Outro grande reconhecimento veio — anos depois — com o sucesso da série Doce de Mãe (2014), da Globoplay, pelo qual ganhou o Emmy Internacional de Melhor Atriz.

Em março de 2025, Fernandona se fez presente nos cinemas brasileiros em dose dupla: vivendo a personagem título do drama Vitória, de Andrucha Waddington, e como narradora do documentário Milton Bituca Nascimento, de Flávia Moraes.   

▶️Onde assistir? Netflix, Globoplay e Amazon Prime Video.

Sandra Corveloni

Palma de Ouro em Cannes 2008 por Linha de Passe, de Walter Salles e Daniela Thomas

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Sandra Corveloni em Linha de Passe (2008)

Em co-direção com Daniela Thomas, Walter Salles levou mais uma atriz brasileira ao estrelato, com a conquista da Palma de Ouro em Cannes, pelo primeiro trabalho de Sandra Corveloni, aos 43 anos, no cinema. Em Linha de Passe, ela vive Cleuza, mãe solo de quatro rapazes na periferia de São Paulo, onde cada um sonha com uma vida melhor, enquanto enfrenta as adversidades do cotidiano. 

Após o prêmio, Sandra trabalhou tanto no cinema quanto na televisão. Ela conseguiu o seu primeiro personagem fixo na 18° temporada de Malhação (2010) e ganhou destaque nas telenovelas Amor à Vida (2013) e O Outro Lado do Paraíso (2017). Na telona, ela ainda não voltou ao protagonismo, mas participou dos títulos Somos Tão Jovens (2013), de Antonio Carlos da Fontoura, e Vazante (2017), de Daniela Thomas. Em 2025, a atriz estave no longa Alegria do Amor, de Márcia Paraíso

▶️Onde assistir? Aluguel na Claro TV, Google Play e Apple TV. 


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Letícia Alassë
Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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5 Atrizes Brasileiras com Prêmios no Exterior – Você Conhece Todas?

Uma coisa da qual nenhum brasileiro duvida é o talento de seu país, seja em qual for das sete modalidades de arte: pintura, escultura, música, literatura, dança, arquitetura e cinema. Desde o início deste ano, Fernanda Torres, uma das mais irreverentes atrizes do Brasil, caiu nas graças do público e tornou-se tesouro nacional ao conquistar o primeiro Globo de Ouro de interpretação para o Brasil. 

Assim como a protagonista de Ainda Estou Aqui, outras atrizes já receberam reconhecimentos internacionais em forma de prêmios renomados, , nos principais festivais de cinema do mundo, como Berlim, Cannes e Veneza. As brasileiras levaram o Urso de Prata três vezes, enquanto a Palma de Ouro viajou para o Brasil duas vezes. Porém, ainda não recebemos nenhuma Copa Volpi, do festival italiano.

Fernanda Torres
fernandatorres

Embora Ainda Estou Aqui tenha participado da seleção oficial do Festival de Veneza, o filme levou apenas o troféu de melhor roteiro para Murilo Hauser e Heitor Lorega. Já a honraria de atuação feminina ficou com Nicole Kidman, por Babygirl, de Halina Reijn

Vale a pena relembrar outras talentosas atrizes brasileiras condecoradas em terras estrangeiras, provando que o cinema nacional transpõe barreiras geográficas e culturais, e conquista plateias ao redor do mundo. 

Fernanda Torres

Palma de Ouro em Cannes 1986 por Eu Sei Que Vou Te Amar, de Arnaldo Jabor
Globo de Ouro em Drama 2025 por Ainda Estou Aqui, de Walter Salles

EU SEI QUE VOU TE AMAR

Antes de chegar à vitória no Globo de Ouro e à indicação ao Oscar pelo aclamado Ainda Estou Aqui, Fernanda Torres, aos 20 anos, ganhou um dos prêmios mais importantes do cinema no Festival de Cannes. Dirigida por Arnaldo Jabor, ela incorpora uma das partes de um casal em discussão sobre o fim do relacionamento em uma trama verborrágica e exaustiva em Eu Sei Que Vou Te Amar. Ao lado Thales Pan Chacon, Fernanda conquistou os membros do júri, presidido naquele ano pelo cineasta Sydney Pollack (Entre Dois Amores). 

De lá para cá, Fernanda Torres participou de dezenas de filmes, com destaque para Jogo de Cena (2008) e O que é Isso Companheiro? (1994, indicado ao Oscar de Filme Estrangeiro), e encontrou seu espaço na televisão com as comédias Os Normais (2001-2003) e Tapas & Beijos (2011-2015). Em setembro de 2024, dirigida pela segunda vez por Walter Salles, levou para o mundo a história de Eunice Paiva, na adaptação Ainda Estou Aqui e conquistou um prêmio inédito para o Brasil. 

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Marcélia Cartaxo

Urso de Prata em Berlim 1986 por A Hora da Estrela, de Suzana Amaral

a hora da estrela

O encontro perfeito entre o talento de três mulheres resultou no filme A Hora da Estrela e na atuação hipnotizante de Marcélia Cartaxo. A partir do texto de Clarice Lispector, a diretora Suzana Amaral realizou o seu desejo de estrear no cinema e, ao ver Marcélia Cartaxo no teatro, descobriu sua protagonista. Dessa combinação, o Brasil ganhou, pela primeira vez, um prêmio de atuação no Festival de Berlim. Antes disso, a única laurea brasileira na Alemanha era o Urso de Prata do Grande Prêmio do Júri para A Queda (1976), de Ruy Guerra e Nelson Xavier

Com uma carreira proeminente no teatro, Marcélia Cartaxo teve participações pequenas, mas memoráveis em Madame Satã (2002) e O Céu de Suely (2006), ambos do cearense Karim Aïnouz. Somente 30 anos após o prêmio alemão, Marcélia voltou a protagonizar um filme: Pacarrete (2020), de Allan Deberton, seguido por A Mãe (2022), de Cristiano Burlan, pelo qual foi premiada no Festival de Gramado. Desde 2023, ela pode ser vista como Zeza Vaqueiro na série Cangaço Novo, na Prime Video, renovada para a segunda temporada. 

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Ana Beatriz NogueiraUrso de Prata em Berlim 1987 por Vera, de Sérgio Toledo

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Ana Beatriz Nogueira recebe o Urso de Prata em 1987 (Foto: Arquivo/ O Globo)

No ano seguinte à vitória de Marcélia, Ana Beatriz Nogueira se afirmou como a segunda brasileira a conquistar o prêmio de atuação em Berlim. Aos 19 anos, recebeu o seu Urso de Prata pelo papel-título em Vera, de Sérgio Toledo, inspirado na autobiografia A Queda para o Alto, de Anderson Herzer. No filme, Ana Beatriz interpreta um jovem homem trans em uma jornada de autodescoberta, enfrentando preconceitos e aprendendo a lidar com seus traumas.

Após a conquista em Berlim, Ana Beatriz foi laureada no Festival de Locarno, na Suíça, e no Festival dos 3 Continentes, na França. Durante os anos 1990 e 2000, destacou-se em novelas e minisséries da TV Globo, como Felicidade (1991-1992), O Rei do Gado (1996) e Celebridade (2003). No cinema, brilhou no drama O Vestido (200’), de Paulo Thiago, e, recentemente, participou das novelas Um Lugar ao Sol (2021) e Mania de Você (2024).

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Fernanda Montenegro

Urso de Prata em Berlim 1998 por Central do Brasil, de Walter Salles

central do brasil 2

Dirigida por Walter Salles, a maior atriz brasileira deste e do último século se consolidou como a terceira mulher a receber a honraria em Berlim, assim como o seu filme, Central do Brasil, tornou-se o primeiro a receber o Urso de Ouro. Levaria 10 anos até o Brasil chegar ao maior troféu novamente com Tropa de Elite, de José Padilha. O reconhecimento do júri da Berlinale, presidido pelo ator Ben Kingsley, conduziu a atriz e a obra às nomeações do Globo de Ouro e do Oscar. O resto dessa história a gente conhece. 

Passado o alvoroço de Central do Brasil, Fernanda Montenegro protagonizou Casa de Areia (2005), ao lado da filha Fernanda e dirigida pelo genro Andrucha Waddington, e participou da adaptação internacional da obra de Gabriel Garcia Marquez, O Amor nos Tempos do Cólera (2007), de Mike Newell (Harry Potter e o Cálice de Fogo) — seu único filme fora do país. Outro grande reconhecimento veio — anos depois — com o sucesso da série Doce de Mãe (2014), da Globoplay, pelo qual ganhou o Emmy Internacional de Melhor Atriz.

Em março de 2025, Fernandona se fez presente nos cinemas brasileiros em dose dupla: vivendo a personagem título do drama Vitória, de Andrucha Waddington, e como narradora do documentário Milton Bituca Nascimento, de Flávia Moraes.   

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Sandra Corveloni

Palma de Ouro em Cannes 2008 por Linha de Passe, de Walter Salles e Daniela Thomas

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Sandra Corveloni em Linha de Passe (2008)

Em co-direção com Daniela Thomas, Walter Salles levou mais uma atriz brasileira ao estrelato, com a conquista da Palma de Ouro em Cannes, pelo primeiro trabalho de Sandra Corveloni, aos 43 anos, no cinema. Em Linha de Passe, ela vive Cleuza, mãe solo de quatro rapazes na periferia de São Paulo, onde cada um sonha com uma vida melhor, enquanto enfrenta as adversidades do cotidiano. 

Após o prêmio, Sandra trabalhou tanto no cinema quanto na televisão. Ela conseguiu o seu primeiro personagem fixo na 18° temporada de Malhação (2010) e ganhou destaque nas telenovelas Amor à Vida (2013) e O Outro Lado do Paraíso (2017). Na telona, ela ainda não voltou ao protagonismo, mas participou dos títulos Somos Tão Jovens (2013), de Antonio Carlos da Fontoura, e Vazante (2017), de Daniela Thomas. Em 2025, a atriz estave no longa Alegria do Amor, de Márcia Paraíso

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Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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