Quem nunca marcou um primeiro encontro com alguém que está gostando para assistir a um filme em uma sala de cinema ou até mesmo no conforto de alguma casa? Ao longo do tempo, as salas de cinema de todo o mundo já foram palcos de diversas manifestações de amor, pedidos de casamento e momentos inesquecíveis ligados a toda força desse lindo sentimento. Mas como um filme pode ser um encaixe perfeito para um início de relacionamento?
Pensando em projetos que de alguma forma mostram de maneira muito intensa e carismática a questão do sentimento, do amor, da paixão (fatores que fazem refletir quando pensamos num outro alguém), eis abaixo uma lista com cinco ótimos filmes para você assistir em um primeiro encontro:
A Vida dos Peixes
Em A Vida dos Peixes, a simplicidade que sempre devemos levar em consideração em qualquer produção de orçamento baixo, é o pontapé inicial positivo desse trivial/genial longa-metragem. Pegaram poucos recursos (até mesmo locações, só tem uma) mas com muita mão-de-obra qualificada (sim, artistas fantásticos) e colocaram no liquidificador, deu certo.
A trama, fala basicamente sobre um reencontro de dois eternos namorados, em uma festa rodeada de passado e indefinição sobre o futuro. O filme não toma tendências, o que é ótimo, os atores possuem uma harmonia comparável, sem dúvidas, a Julie Delpy e Ethan Hawke (Antes do Amanhecer) e ao casal de Once (aqueles que não sabemos os nomes dos personagens até hoje). Matías Bize (que dirigiu o intenso Na Cama) é o comandante desse grande filme. O diretor enriquece a fita com detalhes e ótima movimentação da sua inteligente câmera. No elenco dois atores que se completam muito bem em cena: Santiago Cabrera e Blanca Lewin dão vida aos personagens que comovem o público com suas incertezas e desejos evidentes um pelo outro.
A trilha sonora é uma crítica à parte. Algo maravilhoso, preenche cada lacuna daquele especial momento na vida dos corações apaixonados. Créditos para Diego Fontecilla que assina essa obra de arte musical.
Latitudes
Hoje, eu acordei pensando em você. Quem nunca teve uma grande paixão, um grande amor? Em singelos 82 minutos de fita, o trabalho do diretor Felipe Braga, Latitudes, fala sobre o amor, sua ilusões e desilusões. Com locações que variam entre Paris, Londres, Veneza, São Paulo, Porto e Istambul, esse longa-metragem tinha tudo para dar errado, principalmente pela forma como a montagem foi feita, mas acaba encontrando seu porto seguro nas convincentes interpretações dos dois únicos artistas em cena, Alice Braga e Daniel de Oliveira.
Na trama, acompanhamos uma história de amor pingado entre uma bem sucedida editora de moda chamada Olívia (Alice Braga) que viaja o planeta por conta de sua profissão e do renomado e requisitado fotógrafo José (Daniel de Oliveira). Cada um deles tem suas vidas pessoais as sempre que se encontram o clima de paixão e amor toma conta, tornando-os pessoas extremamente vulneráveis. Essa duas almas, que não estavam nos planos um do outro a cada novo encontro precisam por fim definir essa conturbada e intensa situação romântica.
Latitudes é um filme que fala a língua do amor. Quem nunca sofreu por antecedência? Quem nunca teve dúvidas sobre um relacionamento? Quem nunca teve medo de arriscar e se jogar num grande amor? Histórias de amor também duram 82 minutos. Viver é se arriscar. Afinal, um dia lindo em Paris é algo imperdível.
Como Não Perder essa Mulher
Após o ano de 2012, com pelo menos três ótimos filmes no currículo, o artista californiano Joseph Gordon-Levitt resolve ingressar na carreira de diretor apresentando o interessante drama Como Não Perder essa Mulher. O roteiro fala com maturidade sobre a vida sexual. O longa-metragem, estimado em U$$ 6 Milhões, conta com as presenças marcantes de Julianne Moore e da musa Scarlett Johansson, ambas super divertidas em seus respectivos papéis.
A comédia cult acompanha Jon (Joseph Gordon-Levitt), um clássico Don Juan dos dias de hoje que vive intensamente sua juventude. Levando uma vida sem relacionamentos sérios, consegue encontrar felicidade em simples movimentos noturnos cotidianos. Um dia, em mais uma dessas noites regadas a bebidas e mulheres, conhece Barbara (Scarlett Johansson), nascendo deste encontro uma paixão avassaladora. Após os enormes conflitos que atrapalham esse relacionamento, Jon conhece Esther (Julianne Moore) e a maturidade e os simples prazeres da vida são vistos de outra forma por esse curioso personagem.
Sing Street
O amor é a força mais abstrata, e também a mais potente que há no mundo. Escrito e dirigido pelo ótimo roteirista e diretor irlandês John Carney (dos excelentes Apenas Uma Vez e Mesmo Se Nada Der Certo) essa maravilhosa ‘dramédia’ com pitadas generosas de musical é um grande achado europeu em meio a tantos lançamentos mensais que entram e saem no circuito e infelizmente, em muitos casos, não conseguem ser vistos pelo público. Com um elenco desconhecido e um poderoso roteiro, Sing Street conquista o coração de nós cinéfilos em poucos minutos e vamos torcendo para o filme nunca acabar.
Na trama, passada em uma Dublin em meados dos anos 80, conhecemos Conor (Ferdia Walsh-Peelo) um adolescente que se muda para uma nova escola onde começa a sofrer bullying. Em meio a uma tentativa de ser forte em relação a essa situação, se apaixona perdidamente por uma jovem mais velha e para conquistar seu coração, resolve criar uma banda com alguns amigos, que conhece na nova escola, e assim uma linda história de amor surge.
As canções, talvez o ápice do longa-metragem, são sensacionais. Dá vontade de levantar da cadeira/sofá e começar a dançar. Acredito que os próprios atores sentiram isso, a transformação do protagonista é genial, antes um jovem nerd solitário se torna mais pra frente um líder de uma banda super eclética que acredita no amor e nos sentimentos desde cedo. Um fato para abrilhantar mais ainda essa produção, Carney se inspirou na história de sua vida e ainda teve a colaboração mais que especial do vocalista Bono, da banda U2.
Não Olhe para Trás
Não somos responsáveis pelas emoções, mas sim do que fazemos com elas. Em seu primeiro longa-metragem como diretor, o roteirista e produtor norte-americano Dan Fogelman logo de cara tem a difícil missão de dirigir, talvez, o maior ator de cinema em atividade, Al Pacino. Contando a história, baseada em alguns trechos numa história real, de um decadente músico que vê sua vida mudar de rotina quando resolve acertar suas contas com o passado, Não Olhe para Trás mais uma vez mostra todo o talento e carisma de Pacino embasado em um roteiro bem sincero e que transpira verdade. Quem ganha somos nós cinéfilos, por termos a honra de sermos do mesmo tempo de um dos grandes artistas de toda a história da indústria cinematográfica mundial.
Na trama, conhecemos o famoso cantor Danny Collins (Al Pacino), um homem que vive de fama, whisky, shows e drogas faz 40 anos. Sem lançar um novo sucesso por bastante tempo e sem ter muitas esperanças em seu futuro, após receber de presente uma carta que John Lennon escreveu para ele anos atrás e que ele não sabia, resolve embarcar em uma jornada comovente buscando resolver positivamente seu relacionamento com seu único filho Tom Donnelly (Bobby Cannavale). Nessa jornada, acaba reencontrando sentimentos que estavam perdidos em seu cotidiano, um deles, quem provoca é a gerente de hotel Mary Sinclair (Annette Bening), por quem Danny criará sentimentos fortes.
A honestidade com quem é executada essa bela história é um dos fatores mais preponderantes para o sucesso da trama. Fora o carisma de outro planeta de Pacino, Benning e Cia, a direção de Fogelman, extremamente cuidadosa e detalhista, também nos levam para dentro do que acontece nas cenas. Os diálogos são bastante emotivos durante boa parte do filme, o roteiro visa o amor como forma de perdão e como forma de auto descobertas. Questões são expostas e respostas ficam em aberto, trazendo cada vez mais o público para próximo de uma realidade totalmente possível.