O Mês do Orgulho LGBTQIA+ é tempo de celebração, visibilidade e, claro, amor em todas as suas formas. Para homenagear essa data tão significativa, reunimos uma seleção de sete filmes de romance queer lançados a partir de 2020, que se destacam não apenas pela representatividade, mas também pela força estética e emocional — atravessando diversos contextos geográficos e políticos.
Os títulos fogem da fórmula clássica do “felizes para sempre”. O que os torna memoráveis é justamente a forma como abordam o apaixonamento e a entrega amorosa de seus personagens — muitas vezes sem garantias, mas sempre com intensidade. O foco aqui é a jornada, não o destino final.
Essa lista comprova que o romance queer contemporâneo é multifacetado, emocionalmente denso e, muitas vezes, esteticamente inovador. Em vez de finais previsíveis, esses filmes convidam a mergulhar na complexidade de amar e ser amado — com todas as alegrias, perdas e contradições que isso envolve. No Mês do Orgulho LGBTQIA+, celebre também essas histórias que desafiam normas e celebram o amor em sua forma mais livre.
1. Todos Nós Desconhecidos (2023)
Dirigido por Andrew Haigh (45 Anos), Todos Nós Desconhecidos (All of Us Strangers) acompanha o romance enigmático entre os solitários Adam (Andrew Scott) e Harry (Paul Mescal), que se encontram em um prédio quase vazio e mergulham em uma relação inesperada e íntima. O filme transita entre o real e o fantástico, ao abordar também a reconexão de Adam com seus pais falecidos. Uma obra sobre memória, luto e conexões profundas, com atuações arrebatadoras dos protagonistas.
Disponível na Disney+
2. Verão de 85 (Été 85, 2020)
Das mãos de François Ozon (Dentro de Casa) nasce a cativante relação de Alexis (Félix Lefebvre) e David (Benjamin Voisin) à beira-mar, nos anos 1980, ao som de Rod Stewart. Juventude, desejo e descoberta sexual se entrelaçam em uma narrativa melancólica e potente, adaptada do romance Dance on My Grave, de Aidan Chambers, o qual marcou profundamente a juventude do cineasta. A estética oitentista e a trilha sonora nostálgica fazem deste filme um retrato sensível do amor adolescente. Destaque para a atuação magnética de Benjamin Voisin, indicado ao César pelo papel.
Disponivel na GloboPlay e Telecine
3. Nós Duas (Deux, 2020)
Nina (Barbara Sukowa) e Madeleine (Martine Chevallier) vivem um amor secreto há décadas, escondido atrás de portas vizinhas em um prédio. Quando uma tragédia as separa, a luta para manter esse amor vivo se torna comovente. Primeiro — e até agora único — longa do diretor Filippo Meneghetti, Nós Duas é um romance delicado e poderoso sobre resistência, envelhecimento e coragem. A forma peculiar de filmagem — ocultando os momentos-chave e nos levando a imaginar o desenrolar dos sentimentos — rende ao filme a nomeação para representar a França no Oscar 2022.
Disponível na Globoplay e Reserva Imovision
4. Love Lies Bleeding – O Amor Sangra (2024)
Com uma pegada noir e atmosfera sombria, Love Lies Bleeding mistura romance, crime e um toque de fantasia. A gerente de academia introvertida Lou (Kristen Stewart) se envolve com a forasteira Jackie (Katy O’Brien), uma fisiculturista cheia de segredos. Escrito e dirigido por Rose Glass (Saint Maud), o filme exala tensão sexual e emoção bruta. Em um cenário de pretensos gângsteres, o amor entre elas é colocado à prova entre proteção, obsessão e desejo.
Disponível na Max.
5. Baby (2020)
Entre os romances recentes da cinematografia brasileira, Baby, de Marcelo Caetano, é um dos mais instigantes. Ambientado em uma São Paulo onírica, acompanha o desenvolvimento gradual e conflituoso do relacionamento entre o jovem Baby (João Pedro Mariano) e o michê Ronaldo (Ricardo Teodoro). Eles se conhecem em um cinema pornô — um buscando companhia, outro um cliente — mas ambos encontram desejo, fuga e transgressão. Com narrativa fragmentada e sensual, o filme une solidão e erotismo de forma poética.
Lançado nos cinemas em janeiro; ainda sem distribuição em VOD/SVOD
6. Só ao meu Desejo (Mon seul désir, 2023)
Quando a universitária Aurore (Louise Chevillotte) conhece a misteriosa Mia (Zita Hanrot) em um clube de strip, sua vida dá uma reviravolta. Erotismo, amizade e romance se entrelaçam em uma jornada de autodescoberta entre duas mulheres que jamais imaginariam essa conexão. Dirigido por Lucie Borleteau (Chanson Douce), o filme é ousado na sensualidade e livre de moralismos, refletindo sobre o direito de desejar sem culpa — mesmo quando isso desafia convenções.
Lançado no MyFrenchFilmFestival 2023; disponível via VPN na Plex.TV (EUA)
7. Jumbo (2020)
Em um dos romances mais inusitados do cinema recente, Jeanne (Noémie Merlant) se apaixona por uma atração de parque de diversões. Pode parecer absurdo, mas Jumbo, de Zoé Wittock, trata esse amor com uma sensibilidade surpreendente. É uma das poucas obras a abordar a sexualidade com objetos de forma genuína e emocionante. Um conto queer simbólico, que questiona os limites do desejo e da identidade.
Lançamento no Brasil pela SescTV; disponível via VPN na Paramount+ (França).