‘A Bruxa de Blair’ revolucionou o cinema à época de seu lançamento por chocar o público com um estilo fílmico completamente novo – o found footage. Apesar de não ter sido o pioneiro nesse modo de se contar narrativas (visto que ‘Holocausto Canibal’ foi a obra de estreia), o longa-metragem dirigido por Eduardo Sánchez e Daniel Myrick popularizou o gênero e aterrorizou audiências durante sua exibição.
Apesar de não ter envelhecido tão bem quanto se esperaria, ‘A Bruxa de Blair’ é um importantíssimo filme para a história cinematográfica e, sem ele, diversas produções bastante conhecidas nem ao menos veriam a luz do dia – como ‘Atividade Paranormal’, ‘Amizade Desfeita’ e ‘Buscando…’. Eventualmente, o estilo tornou-se tão utilizado que acabou caindo nas fórmulas da mesmice – e até mesmo a continuação e o reboot dessa clássica iteração não tiveram o mesmo sucesso que o original.
De qualquer forma, o filme completou 21 anos em 2020 e continua sendo revisitado – inclusive suas polêmicas que ajudam a fomentar sua mitologia. Por isso, separamos uma lista com dez curiosidades sobre os bastidores da produção.
Confira:
SUCESSO GARANTIDO
O filme entrou para o Livro dos Recordes pela majestosa arrecadação na bilheteria: ‘A Bruxa de Blair’ faturou quase US$250 milhões a partir de orçamento de US$60 mil – ganhando quase 11 mil dólares para cada um gasto. O sucesso inesperado rendeu uma sequência que não fez o mesmo barulho, intitulada ‘A Bruxa de Blair 2 – O Livro das Sombras’.
GATILHO RÁPIDO
O filme tem uma das produções mais rápidas da história: as gravações duraram apenas oito dias. Entretanto, a edição durou oito meses.
FILME MALDITO
‘A Bruxa de Blair’ ganhou o mundo – mas não apenas do jeito que as pessoas imaginavam. Na verdade, grande parte do público acreditava que a produção era um documentário de verdade, levando diversos fãs a acreditarem que a lenda da bruxa era factual. As pessoas começaram a viajar para Maryland para descobrir mais sobre o que havia acontecido – e certos advogados e oficiais da justiça contataram a produção do filme para garantir que todos estavam vivos.
MÉTODO INCISIVO
Várias sequências do longa-metragem traziam brigas entre os protagonistas, eventualmente culminando em sua separação. Para promover essa “discórdia”, os diretores deliberadamente davam a eles menos e menos comida conforme os dias passavam.
VILÃ SEM FACE
No roteiro original, a bruxa titular deveria ser vista no filme. À medida que os personagens corriam para fora de suas barracas, o cinegrafista do grupo iria mover a câmera para o lado e mostrar uma mulher branca usando um vestido de gala. Entretanto, o cinegrafista esqueceu de fazer o movimento durante as filmagens e a cena não foi regravada.
MESTRE DO RPG
Os atores ganharam páginas e mais páginas sobre a mitologia por trás da história, antes mesmo que as filmagens começassem. Todas as falas foram improvisadas e quase todos os eventos do longa foram feitos sem a ciência dos performers, normalmente surpreendidos para garantir a naturalidade da produção.
CONSEQUÊNCIAS DURAS
Heather Donahue admitiu que houve uma repercussão consideravelmente negativa depois que o filme foi lançado, por sua associação a ‘A Bruxa de Blair’. Ela inclusive chegou a revelar que teve encontros ameaçadores ao longo de sua vida e teve dificuldade em encontrar outros trabalhos. A mãe de Donahue, por sua vez, recebia diversas ligações de condolências pela suposta morte da filha.
CAMPANHA DO MEDO
‘A Bruxa de Blair’ foi um dos primeiros filmes a usar uma campanha de marketing viral, que indicava que os três personagens principais realmente haviam se embrenhado na floresta para rodar um documentário e nunca mais foram vistos – deixando para trás peças fílmicas nunca antes vistas. Os três atores inclusive foram aconselhados a não fazer aparições públicas para aumentar o mistério da produção.
ÉPICO DE BLAIR
O corte original do longa-metragem teria duas horas e meia – um tempo extremamente maior do comum a filmes de terror. No final das contas, o filme foi reduzido para 81 minutos (menos de uma hora e meia de tela).
EXPERIÊNCIA 4D
Alguns membros do público tiveram experiências traumatizantes com o filme, chegando a sentir enjoo pelo movimento da câmera (que permaneceu em mãos o tempo todo). Certas pessoas até mesmo vomitaram nas salas de cinema. Em salas da cidade de Toronto, os supervisores aconselhavam os jovens com propensão a náuseas a sentar perto dos corredores e tentar “não vomitar em outras pessoas”.