Os estúdios de Hollywood, representados pela Associação de Produtores e Empregadores de Cinema e Televisão (AMPTP), se reuniram com o Sindicato dos Roteiristas de Hollywood (WGA) na última sexta-feira (04) com o objetivo de encontrar uma solução para encerrar a greve do sindicato, mas não encontraram.
A greve que deixou a indústria do entretenimento paralisada por três meses vai continuar, pois os estúdios não querem discutir o pagamento de residuais e o uso de atores através da inteligência artificial.
Em uma mensagem aos membros na quinta-feira, o comitê de negociação do Sindicato dos Roteiristas (WGA) disse que “não vai prejulgar o que está por vir, mas os manuais são difíceis de morrer. Até agora, as empresas desperdiçaram meses com a mesma estratégia fracassada. Eles tentaram, repetidas vezes, por meio de citações anônimas na mídia, usar táticas de intimidação, rumores e mentiras para enfraquecer nossa determinação”.
A Variety relata que os dois lados se encontraram na sexta-feira por cerca de uma hora, mas depois que o WGA manteve-se firme em suas expectativas sobre “horários semanais garantidos com valor apropriado e humanizados”, a conversa fracassou.
De acordo com o Hollywood Reporter, os estúdios estão dispostos a negociar os salários, mas não estão dispostos a discutir sobre as regras de não utilização de inteligência artificial.
“Estão dispostos a aumentar a oferta em alguns mínimos de TV específicos para roteiristas – mas não estão dispostos a falar sobre IA e pagamentos residuais”.
A greve dos roteiristas começou oficialmente em 2 de maio, com a categoria reivindicando remuneração justa no contexto do streaming, regulamentação de inteligências artificiais e outras demandas relacionadas ao setor.
A paralisação do sindicato dos atores (SAG) também começou em 14 de julho, com atores buscando condições de trabalho mais dignas.
Vale lembrar que ainda não há previsão de um acordo entre os sindicatos de atores e roteiristas e a Alliance of Motion Picture and Television Producers, que representa os estúdios.
Em 63 anos, é a primeira vez que ambas as categorias se juntam em uma paralisação.
Os roteiristas se queixam dos vencimentos corroídos pela inflação e também pedem proteção contra a concorrência crescente da inteligência artificial.
Os atores também reivindicam a regulamentação da IA e pedem um aumento nos chamados ganhos residuais, decorrentes de suas participações em filmes antigos e séries disponíveis nas plataformas digitais.