Já está disponível na Netflix um dos melhores filmes da Sony dos últimos anos. Estrelado pela ganhadora do Oscar, Viola Davis, e dirigido por Gina Prince-Bythewood, A Mulher Rei é um drama histórico repleto de ação sobre as Agojie, um grupo de mulheres guerreiras que formavam a guarda-real do reino africano de Daomé.
Apesar de não serem tão conhecidas do grande público, essas guerreiras existiram na vida real e serviram de inspiração para uma parcela considerável de ícones atuais da Cultura Pop, sendo a mais famosa delas as Dora Milaje, que encantaram o mundo com sua agressividade e letalidade na franquia Pantera Negra, do Marvel Studios.
Também conhecidas como as Amazonas de Daomé, as Agojie foram guerreiras letais da África Central durante os anos de 1800. No filme, que se passa em 1823, elas libertam escravos da Nigéria e ajudam em revoluções. Na vida real, porém, sua participação era um pouco mais obscura. Como eram “soldadas” que respondiam diretamente ao rei e faziam parte de um sistema vigente, muitas vezes acabavam participando indiretamente do esquema escravocrata em questão, que vendia os inimigos derrotados em campo de batalha para europeus. Essa questão acabou trazendo uma polêmica para o longa, já que algumas pessoas enxergaram nele algum tipo de romantização deste caso. Mas aí é algo que acaba esbarrando na dramatização da história, que é apenas inspirada nestas guerreiras.
Formadas inicialmente pelas esposas do Rei, que não contavam com mordomias – na verdade, a única diferença de uma mulher comum para uma “esposa do rei” era o celibato, já que elas só poderiam se relacionar fisicamente com o rei -, as Agojie eram um grupo de caçadoras de elefantes que logo ganhou treinamento especializado e passou a aceitar voluntárias. Com a grande perda de vidas masculinas nos inúmeros conflitos em que Daomé se envolvia, essa guarda real passou a ganhar força, logo se tornando o exército real.
Pela letalidade e eficiência, as Agojie viraram um símbolo de poder em Daomé, além de serem uma grande quebra de paradigmas. Afinal, havia uma identidade visual própria delas, que passava uma mensagem para os rivais. E ver mulheres no campo de batalha não era comum naquela época.
Porém, a vida delas não era nada fácil. O treinamento delas era baseado na furtividade e na blindagem de emoções.
Para isso, elas precisavam suprimir a dor e caminhavam descalças por cima de pedregulhos e espinhos. E uma forma de evitar gritos durante as invasões era treinando escalada em paredes espinhentas e pontiagudas. Além, claro, das invasões surpresa a regiões próximas.
Estima-se que as Agojie tenham chegado a seis mil guerreiras, que acabaram sendo apagadas após duelos contra o exército francês no século XIX. Agora, lideradas por Viola Davis, que dá vida à fictícia General Nanisca, as Agojie enfim ganham uma produção focada nelas, ajudando a espalhar sua história de luta e poder.
Confira a sinopse: “A Mulher Rei (The Woman King) é a extraordinária história das Agojie, uma força de elite de guerreiras, constituída unicamente por mulheres que protegiam o Reino Africano do Daomé no século 19 com uma ferocidade e habilidades nunca antes vistas no mundo. Inspirado em fatos verídicos, A Mulher Rei (The Woman King) segue a emocionante e épica odisseia da general Nanisca (a vencedora do Oscar® Viola Davis), que é quem treina a próxima geração de guerreiras e as prepara para a batalha contra um inimigo determinado a destruir sua forma de vida. Há coisas pelas quais vale a pena lutar”.
A Mulher Rei está em cartaz nos cinemas.