Os remakes orientais estão tomando conta de Hollywood. Após ‘O Chamado’, ‘O Grito’ e ‘The Eye – A Herança’, ‘Água Negra’ seria inevitável. Quando o filme original já é meio fraco, a refilmagem geralmente não consegue ser pior. Mas Walter Salles conseguiu segurar a barra e criou um filme bastante interessante.
O problema deste remake é que, enquanto os marketeiros tentavam vendê-lo como mais um horror assustador, o filme pendia para o lado ‘drama-horror-psicológico’, estilo de filme não tão comercial. Ou seja: ao assistirmos ao filme, por melhor que ele seja, nos sentimos enganados e lesados. Exemplo? É a mesma coisa que pedir ao garçom uma coca-cola e receber uma água (analise barata, mas ainda comparativa).
‘Água Negra’ é uma viajem ao submundo dos problemas familiares e psicológicos, esquecendo a tão falada garotinha que supostamente deveria assustar, mas apenas inferniza. E neste quesito ele se torna um ótimo e bem estruturado drama familiar, com direito à um suspense psicológico que incomoda, mas não assusta.
Jennifer Connelly tem uma ótima interpretação, assim como em ‘A Casa de Areia e Névoa’, ela consegue transmitir o que se passa apenas com os olhares. E isto é ser uma atriz de talento. E a novata Ariel Gade (que interpreta a filha de Connelly), promete ser uma das mais talentosas atrizes da nova geração. Salles também consegue levar uma direção interessante e bem feita, aproveitando um roteiro bem estruturado.
No filme, uma mulher recém-divorciada passando por uma penosa disputa pela custódia da filha acaba procurando um novo lar para viver. Para não ser encontrada pelo ex-marido, ela se esconde em um prédio antigo e passa a ser atormentada por outro problema: o fantasma de uma antiga moradora do lugar.
Um filme bastante complexo e interessante de se ver, mas lembre-se: leve em consideração que o filme não é um terror baratos com fantasmas voando, e sim um drama intenso com uma história fantasmagórica como plano de fundo.