domingo , 22 dezembro , 2024

Alabama Monroe

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MAIS UM FILME SOBRE A VIDA QUE SEGUE

 

Qualquer espectador que não sofra de insensibilidade congênita fica tocado com as primeiras cenas de Alabama Monroe (The Broken Circle Breakdown), representante da Bélgica no Oscar deste ano. Nesse começo, acompanhamos o tratamento contra leucemia da filhinha do casal protagonista. Ver uma criança de uns seis anos recebendo um injeção para tratar a doença incomoda, não pela plasticidade da imagem, mas pelos sentimentos que evocam.



alabamacinepop

O filme do diretor Felix van Groeningen percorre a vida do casal Didier Bontinck (Johan Heldenbergh) e Elise Vandevelde (Veerle Baetens). Didier é músico em uma banda, é apaixonado pelo gênero bluegrass contry e pela cultura norte-americana. Elise trabalha em uma loja de tatuagens, tem um jeitão alternativo e é religiosa. Nesses opostos, acompanhamos as tentativas de Didier conquistar Elise, o casamento, o ingresso de Elise na banda, a construção da casa do casal, a decoração do quarto da filha e o nascimento dela, seus primeiros anos, a descoberta e o tratamento da leucemia… acompanhamos a vida desse casal ate o final lírico, trágico e belo .

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Se fossem pelos acontecimentos narrados, o filme não traria novidades. Já vimos histórias como a de Didier e Elise, muitas mais trágicas e surpreendentes. Não, não há grandes reviravoltas em Alabama Monroe; em certa medida, seu arco dramático não é o grande trunfo. Há mesmo momentos mal construídos no roteiro, como o desabafo de Didier no teatro: apesar do discurso em si correto, é extremamente mal encaixado na narrativa, tornando-se artificial, como se o diretor tivesse uma necessidade fisiológica de falar aquilo.

Alabama Monroe narra uma história convencional – apesar do jeitão alternativo dos protagonistas. E, como o diretor consegue fazer com que essa história nos toque tão profundamente? A montagem e a música!

alabamamonroe03

A montagem está calcada em alternar momentos presentes e passados. Nesse vai-e-vem temporal, as alegrias do passado se confundem com as amarguras do presente. Se sofremos com a leucemia da filha de Didier e Elise, abrimos um sorriso com a jovialidade das primeiras noites de amor. Diálogos que no presente buscam culpados são contrapostos com declarações de amor do começo da relação. Esses contrastes se iluminam mutuamente, resignificando coisas tão cotidianas quanto a declaração de casamento de viverem juntos até que a morte os separe.

Essa soberba montagem é temperada com uma belíssima trilha sonora de bluegrass. Ora reforçando o que dizem as imagens, ora gerando atritos, as músicas são elementos essenciais para a conquista do sentimento geral do filme: a sensação de que a vida, ora fácil ora difícil, é bastante agridoce.

alabama04

Também contribuem para esse efeito as atuações Johan Heldenbergh e Veerle Baetens, a iluminação (quente nos momentos de alegria, gélida na tristeza), o charmoso figurino e, claro, as belas tatuagens de Elise!

Apesar de alguns deslizes, Albama Monroe nos fala ao coração. Sem pedir licença, nos invade e cantarola em nossos olhos que a vida segue.

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O filme do diretor Felix van Groeningen percorre a vida do casal Didier Bontinck (Johan Heldenbergh) e Elise Vandevelde (Veerle Baetens). Didier é músico em uma banda, é apaixonado pelo gênero bluegrass contry e pela cultura norte-americana. Elise trabalha em uma loja de tatuagens, tem um jeitão alternativo e é religiosa. Nesses opostos, acompanhamos as tentativas de Didier conquistar Elise, o casamento, o ingresso de Elise na banda, a construção da casa do casal, a decoração do quarto da filha e o nascimento dela, seus primeiros anos, a descoberta e o tratamento da leucemia… acompanhamos a vida desse casal ate o final lírico, trágico e belo .

Se fossem pelos acontecimentos narrados, o filme não traria novidades. Já vimos histórias como a de Didier e Elise, muitas mais trágicas e surpreendentes. Não, não há grandes reviravoltas em Alabama Monroe; em certa medida, seu arco dramático não é o grande trunfo. Há mesmo momentos mal construídos no roteiro, como o desabafo de Didier no teatro: apesar do discurso em si correto, é extremamente mal encaixado na narrativa, tornando-se artificial, como se o diretor tivesse uma necessidade fisiológica de falar aquilo.

Alabama Monroe narra uma história convencional – apesar do jeitão alternativo dos protagonistas. E, como o diretor consegue fazer com que essa história nos toque tão profundamente? A montagem e a música!

alabamamonroe03

A montagem está calcada em alternar momentos presentes e passados. Nesse vai-e-vem temporal, as alegrias do passado se confundem com as amarguras do presente. Se sofremos com a leucemia da filha de Didier e Elise, abrimos um sorriso com a jovialidade das primeiras noites de amor. Diálogos que no presente buscam culpados são contrapostos com declarações de amor do começo da relação. Esses contrastes se iluminam mutuamente, resignificando coisas tão cotidianas quanto a declaração de casamento de viverem juntos até que a morte os separe.

Essa soberba montagem é temperada com uma belíssima trilha sonora de bluegrass. Ora reforçando o que dizem as imagens, ora gerando atritos, as músicas são elementos essenciais para a conquista do sentimento geral do filme: a sensação de que a vida, ora fácil ora difícil, é bastante agridoce.

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Também contribuem para esse efeito as atuações Johan Heldenbergh e Veerle Baetens, a iluminação (quente nos momentos de alegria, gélida na tristeza), o charmoso figurino e, claro, as belas tatuagens de Elise!

Apesar de alguns deslizes, Albama Monroe nos fala ao coração. Sem pedir licença, nos invade e cantarola em nossos olhos que a vida segue.

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