sexta-feira , 20 dezembro , 2024

Alfonso Cuarón Exalta ‘Ainda Estou Aqui’ em Especial “Directors on Directors” da Variety

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Embora Walter Salles não tenha participado do especial Directors on Directors da revista Variety com outro diretor em vídeo, o filme Ainda Estou Aqui foi destacado na edição de 18 de dezembro da revista, entre outras produções cotadas para a temporada de prêmios. Ganhador de quatro Oscars com Roma (2018), Alfonso Cuarón apresentou o filme brasileiro de forma cativante.

Este ano, Directors on Directors trouxe encontros fascinantes entre alguns dos maiores cineastas contemporâneos. Os destaques são Brady Corbet (O Brutalista) e Sean Baker (Anora), assim como Luca Guadagnino (Queer e Rivais) e Denis Villeneuve (Duna: Parte Dois). A dinâmica do projeto envolve dois diretores renomados trocando ideias e refletindo sobre suas obras.



ainda estou aqui trailer oficial 1

Em seu depoimento, o cineasta mexicano não apenas exaltou a qualidade técnica e narrativa de Ainda Estou Aqui, mas também destacou sua relevância emocional e política. Cuarón também elogiou o roteiro de Murilo Hauser e Heitor Lorega, premiado no Festival de Veneza. O diretor descreveu a obra como uma “memória pessoal e coletiva”, refletindo as tensões políticas do passado e do presente com uma inegável força emocional.

Assista também:
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O impacto do filme nas palavras de Alfonso Cuarón:

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“Rio de Janeiro, 1971. Eunice Pavia flutua tranquilamente nas águas mornas do Oceano Atlântico quando sua paz é interrompida pelo som dos rotores de um helicóptero militar que, como uma nuvem ameaçadora, sobrevoa a baía do Rio de Janeiro. Na praia, um cachorro vira-lata invade a quadra onde sua filha adolescente, Veroca, joga vôlei. Marcelo, seu filho de 11 anos, pega o cachorro e corre para casa, onde encontramos os outros irmãos. Lá, ele pergunta ao pai, Rubens Paiva, se podem adotar o vira-lata.

Conforme somos guiados pelos espaços onde a família vive, somos convidados a compartilhar sua intimidade e seus sonhos com uma imediaticidade quase palpável. Através dessa história, testemunhamos o rompimento da harmonia quando Rubens é levado à força por militares. Seguimos, então, a luta determinada de Eunice para trazê-lo de volta.

Assistir a um filme de Walter Salles é ser abraçado pela generosidade, como se experimentássemos uma força gravitacional que nos eleva e nos ancora ao mesmo tempo, com uma força invisível, mas inegável.

Com ‘Ainda Estou Aqui’, esse efeito é ainda mais poderoso. Walter, que era próximo à família Pavia, não apenas conta uma história real de terror, resiliência e aceitação, mas também entrega uma memória pessoal e coletiva — uma história de advertência que serve como um espelho das tensões políticas do passado e do presente. Acima de tudo, Walter nos envolve em uma meditação sobre a passagem do tempo e nossa própria impermanência, deixando o amor como a única força que perdura.”

ainda estou aqui4

Rumo ao Oscar 2025

Com a recepção calorosa no cenário internacional, as chances de Ainda Estou Aqui ser indicado ao Oscar 2025 na categoria de Melhor Filme Internacional são consideráveis. Nesta semana, o filme de Walter Salles apareceu na shortlist de 15 títulos para a categoria na maior premiação do cinema mundial. Além disso, há fortes especulações de que Fernanda Torres poderá receber uma indicação de Melhor Atriz por sua interpretação como Eunice Paiva, e o filme também figura como possível candidato na categoria de Melhor Roteiro Adaptado.

Alfonso Cuarón encerrou seu depoimento enfatizando a importância de histórias como da adaptação do livro de Marcelo Rubens Paiva, as quais  nos lembram da resiliência humana e deixam uma mensagem poderosa: o amor é a única força que perdura. Esta participação na Variety reafirma não apenas o talento de Walter Salles, mas também a capacidade do cinema brasileiro de tocar o mundo com histórias universais.

aindaestouaqui 1

Directors on Directors 2025

Durante os bate-papos desta edição — disponíveis no YouTube —, Brady Corbet (O Brutalista) e Sean Baker (Anora) falaram sobre trazer suas visões idiossincráticas para as telas, enquanto Jon M. Chu (Wicked) e Shawn Levy (Deadpool & Wolverine) discutiram a arte de criar fantasias populares em cenários grandiosos. Já Luca Guadagnino (Queer e Rivais) e Denis Villeneuve (Duna: Parte Dois) trocaram figurinhas sobre sua paixão por subverter convenções, mas também por suas escolhas de elenco — ambos trabalharam com Zendaya e mais de uma vez com Timothée Chalamet (Um Completo Desconhecido).

Já o consagrado diretor espanhol Pedro Almodóvar (O Quarto ao Lado) conversou com a holandesa Halina Reijn (Baby Girl) sobre suas fascinações com personagens em momentos de crise, seja um diagnóstico terminal, seja um ato de violência. Estreante atrás das câmeras, Zoe Kravitz (Pisque Duas Vezes) conversou com Matt Reeves, diretor de O Batman, — com quem trabalhou no papel de Mulher-Gato — sobre os insights de seu primeiro roteiro original.

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Letícia Alassë
Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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Alfonso Cuarón Exalta ‘Ainda Estou Aqui’ em Especial “Directors on Directors” da Variety

Embora Walter Salles não tenha participado do especial Directors on Directors da revista Variety com outro diretor em vídeo, o filme Ainda Estou Aqui foi destacado na edição de 18 de dezembro da revista, entre outras produções cotadas para a temporada de prêmios. Ganhador de quatro Oscars com Roma (2018), Alfonso Cuarón apresentou o filme brasileiro de forma cativante.

Este ano, Directors on Directors trouxe encontros fascinantes entre alguns dos maiores cineastas contemporâneos. Os destaques são Brady Corbet (O Brutalista) e Sean Baker (Anora), assim como Luca Guadagnino (Queer e Rivais) e Denis Villeneuve (Duna: Parte Dois). A dinâmica do projeto envolve dois diretores renomados trocando ideias e refletindo sobre suas obras.

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Em seu depoimento, o cineasta mexicano não apenas exaltou a qualidade técnica e narrativa de Ainda Estou Aqui, mas também destacou sua relevância emocional e política. Cuarón também elogiou o roteiro de Murilo Hauser e Heitor Lorega, premiado no Festival de Veneza. O diretor descreveu a obra como uma “memória pessoal e coletiva”, refletindo as tensões políticas do passado e do presente com uma inegável força emocional.

O impacto do filme nas palavras de Alfonso Cuarón:

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“Rio de Janeiro, 1971. Eunice Pavia flutua tranquilamente nas águas mornas do Oceano Atlântico quando sua paz é interrompida pelo som dos rotores de um helicóptero militar que, como uma nuvem ameaçadora, sobrevoa a baía do Rio de Janeiro. Na praia, um cachorro vira-lata invade a quadra onde sua filha adolescente, Veroca, joga vôlei. Marcelo, seu filho de 11 anos, pega o cachorro e corre para casa, onde encontramos os outros irmãos. Lá, ele pergunta ao pai, Rubens Paiva, se podem adotar o vira-lata.

Conforme somos guiados pelos espaços onde a família vive, somos convidados a compartilhar sua intimidade e seus sonhos com uma imediaticidade quase palpável. Através dessa história, testemunhamos o rompimento da harmonia quando Rubens é levado à força por militares. Seguimos, então, a luta determinada de Eunice para trazê-lo de volta.

Assistir a um filme de Walter Salles é ser abraçado pela generosidade, como se experimentássemos uma força gravitacional que nos eleva e nos ancora ao mesmo tempo, com uma força invisível, mas inegável.

Com ‘Ainda Estou Aqui’, esse efeito é ainda mais poderoso. Walter, que era próximo à família Pavia, não apenas conta uma história real de terror, resiliência e aceitação, mas também entrega uma memória pessoal e coletiva — uma história de advertência que serve como um espelho das tensões políticas do passado e do presente. Acima de tudo, Walter nos envolve em uma meditação sobre a passagem do tempo e nossa própria impermanência, deixando o amor como a única força que perdura.”

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Rumo ao Oscar 2025

Com a recepção calorosa no cenário internacional, as chances de Ainda Estou Aqui ser indicado ao Oscar 2025 na categoria de Melhor Filme Internacional são consideráveis. Nesta semana, o filme de Walter Salles apareceu na shortlist de 15 títulos para a categoria na maior premiação do cinema mundial. Além disso, há fortes especulações de que Fernanda Torres poderá receber uma indicação de Melhor Atriz por sua interpretação como Eunice Paiva, e o filme também figura como possível candidato na categoria de Melhor Roteiro Adaptado.

Alfonso Cuarón encerrou seu depoimento enfatizando a importância de histórias como da adaptação do livro de Marcelo Rubens Paiva, as quais  nos lembram da resiliência humana e deixam uma mensagem poderosa: o amor é a única força que perdura. Esta participação na Variety reafirma não apenas o talento de Walter Salles, mas também a capacidade do cinema brasileiro de tocar o mundo com histórias universais.

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Directors on Directors 2025

Durante os bate-papos desta edição — disponíveis no YouTube —, Brady Corbet (O Brutalista) e Sean Baker (Anora) falaram sobre trazer suas visões idiossincráticas para as telas, enquanto Jon M. Chu (Wicked) e Shawn Levy (Deadpool & Wolverine) discutiram a arte de criar fantasias populares em cenários grandiosos. Já Luca Guadagnino (Queer e Rivais) e Denis Villeneuve (Duna: Parte Dois) trocaram figurinhas sobre sua paixão por subverter convenções, mas também por suas escolhas de elenco — ambos trabalharam com Zendaya e mais de uma vez com Timothée Chalamet (Um Completo Desconhecido).

Já o consagrado diretor espanhol Pedro Almodóvar (O Quarto ao Lado) conversou com a holandesa Halina Reijn (Baby Girl) sobre suas fascinações com personagens em momentos de crise, seja um diagnóstico terminal, seja um ato de violência. Estreante atrás das câmeras, Zoe Kravitz (Pisque Duas Vezes) conversou com Matt Reeves, diretor de O Batman, — com quem trabalhou no papel de Mulher-Gato — sobre os insights de seu primeiro roteiro original.

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Letícia Alassë
Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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