O filme tende ao depressivo. Na trama, um homem fica abalado ao saber da morte da mãe que mora nos EUA, quando voltas à sua antiga casa para resolver toda a burocracia dos bens de sua mãe, descobre que ela deixou um apartamento para uma outra mulher muito ligada a ela. Nesse retorno à América, flashbacks envolvem a mente do personagem, quando o mesmo chega na casa da mãe se depara com momentos de sua infância americana: roupas, desenhos, fotos… é um momento tenso na trama, o personagem tem um espécie de surto que leva dali pra frente até o desfecho da história.
É um longa que demora a envolver o público, muito por conta de não sabermos o porquê daquele grande sofrimento que o protagonista despeja na tela. A relação que Martin (protagonista) teve com sua mãe é contada apenas com lembranças. É tudo muito superficial, o que caracteriza uma tristeza que não dá para entender sua origem. O personagem, assim como o filme, andam sem rumo, viajando por Tijuana (México) sem dinheiro, sem carro e sem história. Quando a personagem Lola (Salma Hayek) entra na trama, o longa parece que pegará no tranco mas não é isso que acontece.
Alguns personagens coadjuvantes não são bem aproveitados e conseguiriam, talvez, dar o ritmo que a trama precisava para se tornar interessante. Linda (Geraldine Chaplin) e Claire (Chiara Mastroianni) deveriam ter papéis mais preponderantes na história, isso poderia enriquecer o espectador com informações necessárias para entendermos melhor o porquê daquela dor.
É difícil ficar acordado vendo esse filme, o olho parece querer sair correndo do cinema a todo instante. É quase um alívio quando a fita acaba. Mathieu Demy tenta, mas não consegue dirigir, roteirizar e atuar bem.
Crítica por: Raphael Camacho (Blog)