quarta-feira , 25 dezembro , 2024

Amor sem Escalas

YouTube video

 

Um dos filmes mais comentados dos últimos meses, chega às telas Amor sem Escalas (Up in the air), novo e aclamado trabalho de Jason Reitman, o premiado diretor de Juno. Não se espante com o filme à primeira vista: ele demorou bastante a me conquistar. Mas, no final, eu estava completamente envolvida com a trama que aborda a solidão e o vazio das relações pelo olhar masculino.



Baseado no livro de Walter Kirn, a história gira em torno de Ryan Bingham (George Clooney), um homem com uma profissão bem peculiar: ele é pago para viajar pelos Estados Unidos despedindo funcionários de empresas em crise. Ryan não parece se incomodar com o trabalho hostil, pois se contenta com a vida que ele considera perfeita.

Assista também:
YouTube video


Desapegado de tudo e de todos, ele passa a maior parte do tempo entre aeroportos, hotéis e carros alugados. De vez em quando faz algumas palestras em que conta seu case ‘a mochila vazia’. A razão de abordar o tema é o fato de que Ryan consegue carregar tudo o que precisa em uma mala de mão, é membro de elite de todos os programas de fidelidade existentes e está próximo de atingir seu maior objetivo: 10 milhões de milhas voadas.

Se para os outros essa é uma vida solitária e vazia, para ele tudo faz sentido. Ryan tem uma casa em que passa apenas alguns dias por ano; duas irmãs que mal vê; relacionamentos esporádicos que considera reais. Nada mais importa, essa foi sua escolha e ele nunca questiona isso. Mas quando seu chefe, inspirado pela eficiente e novata funcionária Nathalie (Anna Kendrick) ameaça mantê-lo permanentemente na sede da empresa, Ryan se assusta. Ao mesmo tempo, ele se envolve com Alex (Vera Farmiga), uma mulher com o mesmo estilo de vida que o seu e, pela primeira vez, ele vê a perspectiva de ficar em terra firme, contemplando o que realmente pode significar ter um lar.

Alguns pontos chaves tornam Amor sem Escalas interessante. A relação de Ryan e Alex é cercada de detalhes que se revelam uma grande surpresa perto do final do filme. O modo como Ryan lida com a tecnologia que está ocupando seu lugar no trabalho também chama a atenção. A frieza atual das relações humanas – evidenciada tanto na forma como Ryan trata sua família como na demissão dos funcionários – é outra questão abordada. E o embate entre Ryan e Nathalie sobre casamento e comportamento com seus parceiros é brilhante.

Todos estes pontos levam ao mesmo caminho: o excelente roteiro que, em alguns momentos, parece que vai cair no clichê ‘só o amor constrói’ mas dá uma rasteira no espectador, surpreendendo especialmente nos instantes finais. E diante de um roteiro tão primoroso, o elenco abraçou cada diálogo com vontade, sobressaindo em boas atuações. George Clooney é ele mesmo, charmoso, carismático e sedutor, o solteirão convicto capaz de levar a vida que quiser. Vera Farmiga e Anna Kendrick também correspondem ao perfil de suas personagens; uma é totalmente despojada, a outra, convicta de suas intenções.

Corajoso e autêntico, Amor sem Escalas não cai em ciladas para agradar ao público. Seu protagonista é um cara que não pensa em casar, nem em ter filhos muito menos em assumir um compromisso real (de acordo com os padrões da sociedade), porque o real dele é cada um na sua. Ele não se preocupa em comprar uma casa, ter bens, nada. Ele não quer se comprometer e não faz a menor questão que as pessoas gostem dele. E todo mundo questiona esse jeito tão peculiar, aparentemente solitário, mas que foi uma escolha dele. E a vida é feita de escolhas, não? Simples assim.

 

 
Crítica por: Janaina Pereira (Cinemmarte)

 

 

YouTube video

Mais notícias...

Artigo anterior
Próximo artigo

Siga-nos!

1,956,486FãsCurtir
378,564SeguidoresSeguir
1,639,560SeguidoresSeguir
195,000SeguidoresSeguir
162,000InscritosInscrever

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

MATÉRIAS

CRÍTICAS

Amor sem Escalas

 

Um dos filmes mais comentados dos últimos meses, chega às telas Amor sem Escalas (Up in the air), novo e aclamado trabalho de Jason Reitman, o premiado diretor de Juno. Não se espante com o filme à primeira vista: ele demorou bastante a me conquistar. Mas, no final, eu estava completamente envolvida com a trama que aborda a solidão e o vazio das relações pelo olhar masculino.

Baseado no livro de Walter Kirn, a história gira em torno de Ryan Bingham (George Clooney), um homem com uma profissão bem peculiar: ele é pago para viajar pelos Estados Unidos despedindo funcionários de empresas em crise. Ryan não parece se incomodar com o trabalho hostil, pois se contenta com a vida que ele considera perfeita.

Desapegado de tudo e de todos, ele passa a maior parte do tempo entre aeroportos, hotéis e carros alugados. De vez em quando faz algumas palestras em que conta seu case ‘a mochila vazia’. A razão de abordar o tema é o fato de que Ryan consegue carregar tudo o que precisa em uma mala de mão, é membro de elite de todos os programas de fidelidade existentes e está próximo de atingir seu maior objetivo: 10 milhões de milhas voadas.

Se para os outros essa é uma vida solitária e vazia, para ele tudo faz sentido. Ryan tem uma casa em que passa apenas alguns dias por ano; duas irmãs que mal vê; relacionamentos esporádicos que considera reais. Nada mais importa, essa foi sua escolha e ele nunca questiona isso. Mas quando seu chefe, inspirado pela eficiente e novata funcionária Nathalie (Anna Kendrick) ameaça mantê-lo permanentemente na sede da empresa, Ryan se assusta. Ao mesmo tempo, ele se envolve com Alex (Vera Farmiga), uma mulher com o mesmo estilo de vida que o seu e, pela primeira vez, ele vê a perspectiva de ficar em terra firme, contemplando o que realmente pode significar ter um lar.

Alguns pontos chaves tornam Amor sem Escalas interessante. A relação de Ryan e Alex é cercada de detalhes que se revelam uma grande surpresa perto do final do filme. O modo como Ryan lida com a tecnologia que está ocupando seu lugar no trabalho também chama a atenção. A frieza atual das relações humanas – evidenciada tanto na forma como Ryan trata sua família como na demissão dos funcionários – é outra questão abordada. E o embate entre Ryan e Nathalie sobre casamento e comportamento com seus parceiros é brilhante.

Todos estes pontos levam ao mesmo caminho: o excelente roteiro que, em alguns momentos, parece que vai cair no clichê ‘só o amor constrói’ mas dá uma rasteira no espectador, surpreendendo especialmente nos instantes finais. E diante de um roteiro tão primoroso, o elenco abraçou cada diálogo com vontade, sobressaindo em boas atuações. George Clooney é ele mesmo, charmoso, carismático e sedutor, o solteirão convicto capaz de levar a vida que quiser. Vera Farmiga e Anna Kendrick também correspondem ao perfil de suas personagens; uma é totalmente despojada, a outra, convicta de suas intenções.

Corajoso e autêntico, Amor sem Escalas não cai em ciladas para agradar ao público. Seu protagonista é um cara que não pensa em casar, nem em ter filhos muito menos em assumir um compromisso real (de acordo com os padrões da sociedade), porque o real dele é cada um na sua. Ele não se preocupa em comprar uma casa, ter bens, nada. Ele não quer se comprometer e não faz a menor questão que as pessoas gostem dele. E todo mundo questiona esse jeito tão peculiar, aparentemente solitário, mas que foi uma escolha dele. E a vida é feita de escolhas, não? Simples assim.

 

 
Crítica por: Janaina Pereira (Cinemmarte)

 

 

YouTube video
Artigo anterior
Próximo artigo

Siga-nos!

2,000,000FãsCurtir
372,000SeguidoresSeguir
1,620,000SeguidoresSeguir
195,000SeguidoresSeguir
162,000InscritosInscrever

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

MATÉRIAS

CRÍTICAS