Sinopse: O trabalho de Ryan é viajar pelo país despedindo pessoas. Sem residência fixa a maior parte do ano, ele leva uma vida vazia e sem comprometimentos. Entretanto, um dia a empresa para a qual trabalha decide que ele deve ficar no escritório fazendo seu trabalho remotamente.
Quem achou estranho o fato de que o diretor da comédia ácida Obrigado por Fumar também é responsável pela fofa fita sobre gravidez juvenil Juno terá algumas respostas ao assistir Amor sem Escalas (Up in the Air). Nessa produção, o cineasta Jason Reitman mostra a todos sua proposta de contação de histórias.
No lugar do lobista da indústria do tabaco, o anti-herói da vez é um homem contratado para demitir pessoas. Por seguir uma filosofia de vida antimatrimonial semelhante à do personagem, George Clooney dá muita graça e sinceridade a Ryan Bingham. A autenticidade do filme é aumentada pelos discursos dos demitidos, emitidos por desempregados reais que acabaram de perder o emprego por causa da crise.
Do estilo cinematográfico de Reitman, pode-se ver sequências com edição agitada e a construção de quadros que, se vistos sem o contexto, são instigantes e enigmáticos. Os leitores que pensaram “mas o que é isso?” logo no começo de Juno sabem do que estou falando. Só para lembrar: em um gramado, a protagonista bebe um galão de suco de laranja olhando para uma poltrona velha.
Parte do elenco também remete a produções passadas de Jason Reitman, seja em um papel médio, como Jason Bateman (Encontro de Casais), ou em participações especiais. Atores que já estiveram sob a direção de Reitman aparecem na tela em pequenas pontas, como J.K. Simmons – há mais surpresa nesse quesito.
Apesar de conter momentos engraçados, Amor sem Escalas trata de temas sérios. Solidão, achar sentido na vida e preocupar-se com o futuro são algumas das questões abordadas no enredo. Tudo isso, com um desenvolvimento leve da trama.
Crítica por: Edu Fernandes (HomemNerd)