Gostemos ou não os filmes em 3D são uma realidade. A técnica nascida na década de 1950, como forma do cinema rivalizar e tentar capturar novamente o público, perdido com o advento da TV, remodelada na década de 1980, foi cimentada de vez na década passada.
A verdade é que muitos filmes 3D não possuem a necessidade de usar a técnica, e muitas pessoas apontam o fato de ser apenas uma forma dos cinemas cobrarem mais caro por seus ingressos. A conversão de um filme, produzido sem a técnica inicialmente, é ainda mais cara de pau e vergonhosa (cof cof – Fúria de Titãs – cof cof). Hoje, a conversão para 3D não é tão horrenda.
Com a (ainda) polêmica técnica do 3D em mente, o site Digital Spy criou uma (bastante) curta lista, que promete dar o que falar, com os 4 (sim, você leu certo, apenas quatro) filmes que realmente merecem ser assistidos em 3D. Por tanto, coloque os óculos especiais, prepare os filmes selecionados e descarte todo o resto divirta-se.
Avatar
Obviamente, o épico moderno de James Cameron não poderia ficar de fora da lista. Bolas, ele é o número 1, o marco zero e mais importante filme a ser citado quando o assunto é cinema 3D. Como dito no início do texto, o 3D possui diversas “encarnações”; surgiu na década de 1950, viu nova luz em 1980 e voltou completamente renovado na década passada. Mais precisamente em 2009 (apesar de filmes como Pequenos Espiões 3, de 2003, ensaiarem um retorno para a técnica), o divisor de águas na tecnologia era apresentado, modificando de vez a forma de vermos cinema. Ou quase isso.
O cineasta James Cameron, um dos nomes mais icônicos quando o assunto é tecnologia no cinema, desenvolveu durante anos um novo patamar para o 3D. E quando recebemos de fato o produto pronto nos cinemas, não houve cético que não tenha tirado o chapéu e coberto a produção de elogios.
Avatar possui suas falhas, e o roteiro é tido como uma bobagem ecológica, que mistura desde Pocahontas (1995) até Dança com Lobos (1990) em seu enredo. Mas a parte técnica é à prova de críticas. Justamente por isso, Avatar é “o” filme para ser visto em 3D. Funciona muito mais (ou só funciona, como irão afirmar detratores) desta forma, como uma experiência visual e sensorial, uma imersão em um novo mundo, como nenhum outro filme antes dele.
Quando escrevi sobre o filme, comparei seu marco tecnológico como o de obras como Uma Cilada para Roger Rabbit (1988) e O Exterminador do Futuro 2 (1991), do próprio Cameron. Avatar se mantém neste nível.
A Invenção de Hugo Cabret
Depois que Avatar abriu as portas, a cada ano uma nova produção vinha desafiá-lo com a proposta de um 3D melhor, ou ao menos mais satisfatório. A primeira que chegou com tudo, foi esta obra dirigida pelo monstro Martin Scorsese, baseado no livro de Brian Selznick.
O primeiro filme infantil da carreira de Scorsese não poderia sair por menos, e não demorou para críticos de todos os países, seguidos do público, apontarem suas inúmeras qualidades, entre elas, a parte técnica.
A Invenção de Hugo Cabret teve uma tarefa que pode ser considerada mais árdua que a de Avatar: parecer crível, já que a história se passa no mundo real, com pessoas de verdade, e não em outro planeta, com criaturas geradas por computadores. Hugo (como é chamado nos EUA) precisou dar realismo para uma técnica que por si só ofusca o fato. A sensação de “estar maravilhado” agora ocorria em nosso mundo, em uma estação de trem na década de 1930, onde um garoto corre por entre paredes, corredores e cenários existentes, nos transportando ao seu lado nesta jornada.
Hugo tem entranhado em seu roteiro uma homenagem ao cinema, e Martin Scorsese igualmente o homenageia, misturando o novo e o antigo, e deixando claro que cinema 3D pode ser coisa de adulto.
Gravidade
Aos poucos os filmes 3D foram se estabelecendo, e desde sua chegada com Avatar, produções como Toy Story 3 (2010), As Aventuras de Pi (2012), a trilogia O Hobbit (2012, 2013, 2014) e os filmes da Marvel arrancaram elogios com suas imagens bem trabalhadas na técnica. No entanto, nenhuma das obras citadas possui um 3D essencial, funcionando igualmente bem sem a tecnologia.
Corta para 2013, e temos um novo marco na tecnologia. Alfonso Cuarón, outro cineasta “louco”, dedicou anos de sua vida para desenvolver um filme que seria a experiência definitiva de se “estar no espaço”. Novas câmeras foram criadas, novas tecnologias desenvolvidas e a ciência caminhando lado a lado ao cinema.
A história de dois astronautas perdidos no espaço é simples, e assim como Avatar, Gravidade não possui o mais complexo dos roteiros. Mas, assim como o filme de Cameron, a obra de Cuarón perde muito se não assistida na maior tela, com o melhor dos equipamentos de som e, é claro, com o melhor 3D disponível. Outra vez, não é tanto um filme, mas sim uma experiência, uma “viagem” sensorial, que nos joga cara a cara com o pior cenário imaginável: a morte iminente. E por consequência, a luta pela vida.
Premonição 5
De 2009, pulamos para 2011 e avançamos para 2013. Agora, voltamos um pouco para 2011 novamente. O quarto filme da franquia sobre a Morte perseguindo jovens e os matando das formas mais criativas, lançado em 2009, já havia se embrenhado no terreno do 3D. Mas, no ano em que Avatar ditou como a coisa era feita, pouco dos holofotes foram para o terror.
Dois anos depois, e a coisa mudou um pouco de figura. Os envolvidos já dominavam mais a tecnologia e brincar com ela no gênero do terror se mostrou um exercício satisfatório. O 3D se tornou o motivo para assistir ao filme (já que todo o resto se mostrava cansado a esta altura) e as mortes agora chegavam de forma mais divertida. Fora isso, cenas como a do grande acidente na ponte, se tornaram um ponto alto na franquia e, definitivamente, funcionaram muito mais com a tecnologia.
E você, o que achou da lista? Concorda com os filmes citados? Qual outro você incluiria como essencial para assistir em 3D? Comente.