sábado , 16 novembro , 2024

Aprendiz de Feiticeiro

 

 

Merlin, o próprio, treinou três aprendizes: Balthazar Blake (Nicolas Cage), Maxim Horvath (Alfred Molina) e Veronica (Monica Bellucci). Sua missão era proteger os segredos mais poderosos da feitiçaria, mas Horvath se voltou contra seu mestre e juntou forças com a maligna Morgana le Fay (Alice Krige). Veronica aprisiona a alma da bruxa em seu próprio corpo, e as duas são trancafiadas em um artefato mágico. Ao longo dos séculos, Balthazar procura o jovem sucessor de Merlin, que será capaz de destruir le Fay de uma vez por todas. Dave (Jay Baruchel), nerd incurável que não sabe como se aproximar de Becky (Teresa Palmer), é esse jovem.



Com uma sinopse dessas, o que se pode esperar de O Aprendiz de Feiticeiro é diversão pura e quem procurar mais que isso não sabe brincar. Levando em conta, claro, que os realizadores saibam brincar, para começo de conversa. Existe bastante material para trabalhar no sentido do entretenimento, pois o filme anda pela fantasia, pelo romance, pela ação e pela comédia. E, pouco a pouco, todos esses gêneros, salvo o primeiro, vão sendo diminuídos ao que têm de mais desinteressante e tedioso.

Apesar de alguns diálogos inspirados, a relação de Becky e Dave raramente sai daquele esquema chato: a aproximação atrapalhada, a esperança de dar certo, a decepção e o final… bem, falar que não há surpresa é estragar a não-surpresa? É bonito, por outro lado, que o amor dos dois ganhe bastante tempo de cena. O romance é tratado com dignidade, e não como um detalhe burocrático da trama, como o momento “dama em perigo” atesta.

Já na ação, não há nada que compense a incompetência do diretor Jon Turteltaub. Apenas alguns momentos isolados tentam, sem sucesso, desenvolver algum ritmo, mas as a maioria das cenas ou sai atrapalhada, ou apressada ou as duas coisas. Até no quesito comédia os seis roteiristas conseguem algumas poucas falas espirituosas e referências nonsense a Chinatown, Star Wars e Fantasia. Isto em meio a piadas péssimas de “ai-meu-saco”, de “o-que-é-que-você-disse?” e de “ai-desculpe-eu-não-queria-ter-soado-ambíguo”.

Por fim, como fantasia, o filme consegue se manter agradável. A profusão de magias e feitiços consegue fazer jus ao trailer, que junta quase tudo de mais legal em dois minutos. É até divertido como os poderes dos feiticeiros são praticamente ilimitados, dependendo apenas da imaginação e da alta qualidade dos efeitos visuais. Fica, entretanto, uma ponta de decepção pelo subaproveitamento de vários encantos interessantes e pelo uso excessivo da tal bola de plasma, que perde a graça bem rápido.

Um último comentário sobre o elenco, que, dada a qualidade da coisa toda, surpreende. Baruchel, apesar da voz afetada e da gagueira constante, soa natural e simpático, e faz um contraponto com Cage, contido para seus padrões. Molina se diverte e faz questão de passar isso para sua performance, criando um vilão simples e interessante, enquanto deixa instantes de maldade pura se apossarem de Krige, frígida até quando seu rosto virou uma maçaroca de CGI. Palmer está bem, e não dá para esperar mais.

Se diversão é a palavra de ordem, O Aprendiz de Feiticeiro oferece minúsculos lampejos do que propõe. Ou seja, o espectador não precisa pedir muito para sair insatisfeito. Seria melhor passar menos tempo defendendo a postura de “filme só para divertir” e mais tempo divertindo de fato.

 

Crítica por: Pedro de Biasi (Universo Animado)

 

 

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Com uma sinopse dessas, o que se pode esperar de O Aprendiz de Feiticeiro é diversão pura e quem procurar mais que isso não sabe brincar. Levando em conta, claro, que os realizadores saibam brincar, para começo de conversa. Existe bastante material para trabalhar no sentido do entretenimento, pois o filme anda pela fantasia, pelo romance, pela ação e pela comédia. E, pouco a pouco, todos esses gêneros, salvo o primeiro, vão sendo diminuídos ao que têm de mais desinteressante e tedioso.

Apesar de alguns diálogos inspirados, a relação de Becky e Dave raramente sai daquele esquema chato: a aproximação atrapalhada, a esperança de dar certo, a decepção e o final… bem, falar que não há surpresa é estragar a não-surpresa? É bonito, por outro lado, que o amor dos dois ganhe bastante tempo de cena. O romance é tratado com dignidade, e não como um detalhe burocrático da trama, como o momento “dama em perigo” atesta.

Já na ação, não há nada que compense a incompetência do diretor Jon Turteltaub. Apenas alguns momentos isolados tentam, sem sucesso, desenvolver algum ritmo, mas as a maioria das cenas ou sai atrapalhada, ou apressada ou as duas coisas. Até no quesito comédia os seis roteiristas conseguem algumas poucas falas espirituosas e referências nonsense a Chinatown, Star Wars e Fantasia. Isto em meio a piadas péssimas de “ai-meu-saco”, de “o-que-é-que-você-disse?” e de “ai-desculpe-eu-não-queria-ter-soado-ambíguo”.

Por fim, como fantasia, o filme consegue se manter agradável. A profusão de magias e feitiços consegue fazer jus ao trailer, que junta quase tudo de mais legal em dois minutos. É até divertido como os poderes dos feiticeiros são praticamente ilimitados, dependendo apenas da imaginação e da alta qualidade dos efeitos visuais. Fica, entretanto, uma ponta de decepção pelo subaproveitamento de vários encantos interessantes e pelo uso excessivo da tal bola de plasma, que perde a graça bem rápido.

Um último comentário sobre o elenco, que, dada a qualidade da coisa toda, surpreende. Baruchel, apesar da voz afetada e da gagueira constante, soa natural e simpático, e faz um contraponto com Cage, contido para seus padrões. Molina se diverte e faz questão de passar isso para sua performance, criando um vilão simples e interessante, enquanto deixa instantes de maldade pura se apossarem de Krige, frígida até quando seu rosto virou uma maçaroca de CGI. Palmer está bem, e não dá para esperar mais.

Se diversão é a palavra de ordem, O Aprendiz de Feiticeiro oferece minúsculos lampejos do que propõe. Ou seja, o espectador não precisa pedir muito para sair insatisfeito. Seria melhor passar menos tempo defendendo a postura de “filme só para divertir” e mais tempo divertindo de fato.

 

Crítica por: Pedro de Biasi (Universo Animado)

 

 

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