domingo , 17 novembro , 2024

Artigo | Assuntos inacabados: O final EXPLICADO de ‘Pânico VI’ [SPOILERS]

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Cuidado: muitos spoilers à frente.

Mais de um ano depois do lançamento de ‘Pânico’, o quinto capítulo da icônica saga slasher homônima, Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett cumpriram com a promessa de investir esforços em uma nova franquia – voltando a atenção para a nova geração de vítimas do Ghostface e mostrando que poderiam entregar incursões originais e convincentes sem exaurir os lendários atores dos primeiros filmes (incluindo Neve Campbell, Courteney Cox e David Arquette). Com o lançamento de Pânico VI, a dupla demonstrou carregar um respeito gigantesco em relação ao legado de Wes Craven e Kevin Williamson – conseguindo construir uma narrativa que fosse satisfatória o bastante para os fãs de longa data e exuberante o suficiente para o público que apenas começava a conhecer essa mitologia sangrenta e metalinguística.

Seguindo os eventos da obra anterior, a trama acompanha Sam (Melissa Barrera), Tara (Jenna Ortega), Mindy (Jasmin Savoy Brown) e Chad (Mason Gooding), os sobreviventes do massacre-legado de Woodsboro, que agora vivem em Nova York tentando ao máximo deixar os traumas para trás e seguir com suas vidas. Todavia, uma série de ataques violentos os leva a entender que ainda há pendências a serem resolvidas – e que eles precisam agir rapidamente antes de serem esfaqueados. E, contando também com a presença ilustre de Gale Weathers (Cox) e Kirby Reed (Hayden Panettiere em seu merecido retorno à franquia), o grupo percebe que todos os eventos que enfrentaram culminaram em um momento de pura agonia e terror.



Mas vamos ao que interessa: quem está por trás da máscara do novo Ghostface?

Como já é de costume, o Ghostface, na verdade, desmembra-se em duas pessoas. No capítulo de estreia da saga, tivemos Billy Loomis (Skeet Ulrich) e Stu Macher (Matthew Lillard) aterrorizando Sidney e seus amigos; já no quarto, Jill Roberts (Emma Roberts) e Charlie Walker (Rory Culkin) uniram forças para dar início a uma nova década de tragédias e de vítimas. O único que fugiu dessa “regra” foi Roman Bridger (Scott Foley) em ‘Pânico 3’, que, como Kirby comenta em determinado momento do sexto longa-metragem, merece reconhecimento pela ambição de arquitetar toda a trama por conta própria. Logo, só poderíamos imaginar que haveria mais de um serial killer na última iteração – visto que Nova York é uma cidade grande e que cobrir todo o perímetro percorrido pelas vítimas seria um tanto difícil sem ajuda.

Mas isso não é tudo: diferente dos outros Ghostfaces, que tinham pendências específicas para com Sidney e amigos, essa nova leva de assassinos parte de uma premissa maior e muito cobiçosa. À medida que a narrativa se desenrola, os protagonistas de Pânico VI percebem que há uma exaltação inexplicável da mística e fantasmagórica figura do homicida – que inclusive ganha um santuário em um cinema abandonado recheado de easter eggs dos massacres anteriores (desde as roupas e máscaras utilizadas por cada antagonista até objetos e vestimentas das vítimas). É a partir daí que, celebrando o conceito de “legado” que vinha sendo explorado desde o título predecessor, Sam entende que ela está no centro de uma trama extremamente complexa e sem qualquer prospecto de final feliz.

Não deixe de assistir:

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O roteiro de James Vanderbilt e Guy Busick nos arremessa em vários caminhos diferentes, abandonando um pouco as construções atemporais do gênero e cultivando uma atmosfera de suspense e de mistério. Em determinado momento, inclusive, somos levados a acreditar que Kirby, tendo quase morrido uma década antes, sofreu um surto psicótico e adotou a persona de Ghostface para se vingar da nova geração (uma saída inteligente, mas que premeditaria sua rápida saída da saga). Felizmente, Kirby saiu quase ilesa e ajudou a revelar a verdadeira identidade dos serial killers: Wayne Bailey (Dermot Mulroney), detetive encarregado do caso; Quinn (Liana Liberato), filha de Wayne; e Ethan (Jack Champion), colega de quarto de Chad que também revela ser filho do policial (disfarçado para conseguir se aproximar dos sobreviventes e arrastá-los para o “ato final”).

Esta é a primeira vez que Ghostface se dissocia em três assassinos – e, ainda que poderíamos imaginar Quinn e Ethan como dois deles, a presença de Wayne como um corrupto detetive e um pai mergulhado em luto veio com surpresa. E isso não é tudo: a família também nutre de laços de sangue com Richie Kirsch (Jack Quaid), ex-namorado de Sam que tentou matá-la no filme anterior e que levou nada menos que 22 facadas da heroína (e teve sua garganta dilacerada). Imbuídos em um vórtice de frustração, tristeza e ódio, Wayne serviu como a mastermind que induziu Quinn e Ethan a cometerem os crimes e buscarem paz para seguirem em frente, talvez. Mais do que isso, queriam concretizar os rumores de que Sam havia orquestrado o massacre e garantir que Richie fosse vingado – e é impossível não traçar paralelos entre essa reviravolta e a vendeta promovida por Debbie Salt/Sra. Loomis (Laurie Metcalf), mãe de Billy.

Eventualmente, os três são mortos por Sam (que continua nutrindo de uma conexão cabulosa com o falecido pai) e ela encara a máscara utilizada por Billy com um misto de indignação e compreensão – o que pode abrir portas para uma revolução transformadora para ‘Pânico 7’. Agora, a única coisa que podemos fazer é entender que esses “assuntos inacabados” chegaram ao fim e esperar o que o futuro reserva para os sobreviventes.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Seguindo os eventos da obra anterior, a trama acompanha Sam (Melissa Barrera), Tara (Jenna Ortega), Mindy (Jasmin Savoy Brown) e Chad (Mason Gooding), os sobreviventes do massacre-legado de Woodsboro, que agora vivem em Nova York tentando ao máximo deixar os traumas para trás e seguir com suas vidas. Todavia, uma série de ataques violentos os leva a entender que ainda há pendências a serem resolvidas – e que eles precisam agir rapidamente antes de serem esfaqueados. E, contando também com a presença ilustre de Gale Weathers (Cox) e Kirby Reed (Hayden Panettiere em seu merecido retorno à franquia), o grupo percebe que todos os eventos que enfrentaram culminaram em um momento de pura agonia e terror.

Mas vamos ao que interessa: quem está por trás da máscara do novo Ghostface?

Como já é de costume, o Ghostface, na verdade, desmembra-se em duas pessoas. No capítulo de estreia da saga, tivemos Billy Loomis (Skeet Ulrich) e Stu Macher (Matthew Lillard) aterrorizando Sidney e seus amigos; já no quarto, Jill Roberts (Emma Roberts) e Charlie Walker (Rory Culkin) uniram forças para dar início a uma nova década de tragédias e de vítimas. O único que fugiu dessa “regra” foi Roman Bridger (Scott Foley) em ‘Pânico 3’, que, como Kirby comenta em determinado momento do sexto longa-metragem, merece reconhecimento pela ambição de arquitetar toda a trama por conta própria. Logo, só poderíamos imaginar que haveria mais de um serial killer na última iteração – visto que Nova York é uma cidade grande e que cobrir todo o perímetro percorrido pelas vítimas seria um tanto difícil sem ajuda.

Mas isso não é tudo: diferente dos outros Ghostfaces, que tinham pendências específicas para com Sidney e amigos, essa nova leva de assassinos parte de uma premissa maior e muito cobiçosa. À medida que a narrativa se desenrola, os protagonistas de Pânico VI percebem que há uma exaltação inexplicável da mística e fantasmagórica figura do homicida – que inclusive ganha um santuário em um cinema abandonado recheado de easter eggs dos massacres anteriores (desde as roupas e máscaras utilizadas por cada antagonista até objetos e vestimentas das vítimas). É a partir daí que, celebrando o conceito de “legado” que vinha sendo explorado desde o título predecessor, Sam entende que ela está no centro de uma trama extremamente complexa e sem qualquer prospecto de final feliz.

O roteiro de James Vanderbilt e Guy Busick nos arremessa em vários caminhos diferentes, abandonando um pouco as construções atemporais do gênero e cultivando uma atmosfera de suspense e de mistério. Em determinado momento, inclusive, somos levados a acreditar que Kirby, tendo quase morrido uma década antes, sofreu um surto psicótico e adotou a persona de Ghostface para se vingar da nova geração (uma saída inteligente, mas que premeditaria sua rápida saída da saga). Felizmente, Kirby saiu quase ilesa e ajudou a revelar a verdadeira identidade dos serial killers: Wayne Bailey (Dermot Mulroney), detetive encarregado do caso; Quinn (Liana Liberato), filha de Wayne; e Ethan (Jack Champion), colega de quarto de Chad que também revela ser filho do policial (disfarçado para conseguir se aproximar dos sobreviventes e arrastá-los para o “ato final”).

Esta é a primeira vez que Ghostface se dissocia em três assassinos – e, ainda que poderíamos imaginar Quinn e Ethan como dois deles, a presença de Wayne como um corrupto detetive e um pai mergulhado em luto veio com surpresa. E isso não é tudo: a família também nutre de laços de sangue com Richie Kirsch (Jack Quaid), ex-namorado de Sam que tentou matá-la no filme anterior e que levou nada menos que 22 facadas da heroína (e teve sua garganta dilacerada). Imbuídos em um vórtice de frustração, tristeza e ódio, Wayne serviu como a mastermind que induziu Quinn e Ethan a cometerem os crimes e buscarem paz para seguirem em frente, talvez. Mais do que isso, queriam concretizar os rumores de que Sam havia orquestrado o massacre e garantir que Richie fosse vingado – e é impossível não traçar paralelos entre essa reviravolta e a vendeta promovida por Debbie Salt/Sra. Loomis (Laurie Metcalf), mãe de Billy.

Eventualmente, os três são mortos por Sam (que continua nutrindo de uma conexão cabulosa com o falecido pai) e ela encara a máscara utilizada por Billy com um misto de indignação e compreensão – o que pode abrir portas para uma revolução transformadora para ‘Pânico 7’. Agora, a única coisa que podemos fazer é entender que esses “assuntos inacabados” chegaram ao fim e esperar o que o futuro reserva para os sobreviventes.

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