domingo , 22 dezembro , 2024

Artigo | Há 35 anos, ‘True Blue’ cimentava a esplêndida carreira de Madonna

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A lendária Madonna começou sua carreira oficialmente em 1983, com o lançamento de seu álbum homônimo. Desde então, ascendeu ao patamar da maior popstar do planeta e continua sendo imortalizada como a rainha do pop por especialistas musicais, não apenas por ter despontado como uma força inigualável nas décadas passadas, mas por ter influenciado várias gerações com músicas revolucionárias, além de auxiliar a colocar no cenário mainstream múltiplos gêneros fonográficos, como o dance-pop.

Apesar de ter feito um début impactante – que rendeu as memoráveis canções “Borderline”, “Lucky Star” e “Holiday”, por exemplo -, não seria até três anos mais tarde que a cantora e compositora se consagraria como a superestrela que conhecemos. E é claro que estou me referindo ao lançamento do icônico True Blue, que completa 35 anos no dia de hoje.



Mas por que a produção é tão importante?

Assista também:
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Considerando que Madonna já havia lançado outros dois álbuns – o supracitado homônimo e o famoso Like a Virgin -, era de se esperar que a artista investisse em uma repaginação completa de sua persona, da mesma forma que faria nos subsequentes ‘Like a Prayer’, ‘Erotica’ e ‘Ray of Light’. Adotando um tom mais confessional e profundo que o encontrado em singles anteriores (como “Material Girl” e “Everybody”), ela se valeria do mais puro pop para tratar de temáticas universais, como relacionamentos amorosos – ainda mais levando em conta que o álbum é dedicado ao então marido Sean Penn -, decepções, sonhos e as ambições da própria carreira. Além disso, nota-se uma incorporação profunda de elementos da música clássica para acompanhá-la nas belíssimas nove faixas, abrindo espaço para incursões nos aspectos latinos (“La Isla Bonita”) e inflexões homeopáticas (“Papa Don’t Preach”).

Para saber mais sobre as faixas, leia nossa crítica do álbum!

True Blue tornou-se um sucesso comercial e crítico pouco depois de sua estreia. Além de quebrar recordes e debutar em primeiro lugar em 28 países, os especialistas da época elogiaram o amadurecimento de Madonna em relação ao processo criativo – o que já era de se esperar, visto que ela se estabelecera como uma estrela em ascensão logo de cara – e caracterizaram-no como o suprassumo pop dos anos 1980 e 1990, discriminando o modo como o álbum estendeu suas ramificações para outras artistas. Através de conjecturas implícitas e explícitas que permeavam não apenas as letras, mas também os memoráveis videoclipes, Madonna criticou estereótipos de gênero, reafirmou o alter-ego de tomboy que utilizava desde o início da década e causou um impacto cultural denso com análises sobre a prática voyeur e o multiculturalismo (algo visto em tempos predecessores com Cher).

Mantendo-se firme às mensagens que desejava passar aos fãs e ao público em geral, diversos autores perceberam que a performer utilizava uma extensa bagagem para começar a “manipular sua imagem – e sua audiência – com um senso verdadeiro de claridade e propósito, fazendo questão de mostrar músicas de qualidade para apoiar uma dominação calculista”, como bem apontou a Slant Magazine em 2012. A fluidez narrativa arquitetada em cada track foi respaldada pelas estonteantes vendas, que atingiram nada menos que 25 milhões de cópias mundiais, marcando-a no Livro dos Recordes pela primeira vez e reafirmando o status a que almejava. Ascendendo ao posto de maior estrela musical feminina, ela, agora dividia os holofotes com Michael Jackson e Prince e inclusive foi condecorada com o Prêmio Vanguarda do MTV Video Music Awards (sendo a primeira mulher a conquistar tal feito).

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Foi a partir daí que a cantora finalmente encontrava sua voz, desvencilhando-se da desaprovação manufaturada, na visão de certos críticos, que apresentara poucos anos atrás. À medida que retornava para novos álbuns, a própria personalidade de Madonna transmutava-se em uma camaleônica adaptação ao que acreditava e defendia, apostando fichas perigosas e transgressoras que dariam vida a escandalosos clipes, a pungentes enredos e a photoshoots sensuais demais para quem não estava pronto. E, carregando todas as estruturas que apresentou até hoje, encontramos as sólidas e indestrutíveis bases de True Blue.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Apesar de ter feito um début impactante – que rendeu as memoráveis canções “Borderline”, “Lucky Star” e “Holiday”, por exemplo -, não seria até três anos mais tarde que a cantora e compositora se consagraria como a superestrela que conhecemos. E é claro que estou me referindo ao lançamento do icônico True Blue, que completa 35 anos no dia de hoje.

Mas por que a produção é tão importante?

Considerando que Madonna já havia lançado outros dois álbuns – o supracitado homônimo e o famoso Like a Virgin -, era de se esperar que a artista investisse em uma repaginação completa de sua persona, da mesma forma que faria nos subsequentes ‘Like a Prayer’, ‘Erotica’ e ‘Ray of Light’. Adotando um tom mais confessional e profundo que o encontrado em singles anteriores (como “Material Girl” e “Everybody”), ela se valeria do mais puro pop para tratar de temáticas universais, como relacionamentos amorosos – ainda mais levando em conta que o álbum é dedicado ao então marido Sean Penn -, decepções, sonhos e as ambições da própria carreira. Além disso, nota-se uma incorporação profunda de elementos da música clássica para acompanhá-la nas belíssimas nove faixas, abrindo espaço para incursões nos aspectos latinos (“La Isla Bonita”) e inflexões homeopáticas (“Papa Don’t Preach”).

Para saber mais sobre as faixas, leia nossa crítica do álbum!

True Blue tornou-se um sucesso comercial e crítico pouco depois de sua estreia. Além de quebrar recordes e debutar em primeiro lugar em 28 países, os especialistas da época elogiaram o amadurecimento de Madonna em relação ao processo criativo – o que já era de se esperar, visto que ela se estabelecera como uma estrela em ascensão logo de cara – e caracterizaram-no como o suprassumo pop dos anos 1980 e 1990, discriminando o modo como o álbum estendeu suas ramificações para outras artistas. Através de conjecturas implícitas e explícitas que permeavam não apenas as letras, mas também os memoráveis videoclipes, Madonna criticou estereótipos de gênero, reafirmou o alter-ego de tomboy que utilizava desde o início da década e causou um impacto cultural denso com análises sobre a prática voyeur e o multiculturalismo (algo visto em tempos predecessores com Cher).

Mantendo-se firme às mensagens que desejava passar aos fãs e ao público em geral, diversos autores perceberam que a performer utilizava uma extensa bagagem para começar a “manipular sua imagem – e sua audiência – com um senso verdadeiro de claridade e propósito, fazendo questão de mostrar músicas de qualidade para apoiar uma dominação calculista”, como bem apontou a Slant Magazine em 2012. A fluidez narrativa arquitetada em cada track foi respaldada pelas estonteantes vendas, que atingiram nada menos que 25 milhões de cópias mundiais, marcando-a no Livro dos Recordes pela primeira vez e reafirmando o status a que almejava. Ascendendo ao posto de maior estrela musical feminina, ela, agora dividia os holofotes com Michael Jackson e Prince e inclusive foi condecorada com o Prêmio Vanguarda do MTV Video Music Awards (sendo a primeira mulher a conquistar tal feito).

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Foi a partir daí que a cantora finalmente encontrava sua voz, desvencilhando-se da desaprovação manufaturada, na visão de certos críticos, que apresentara poucos anos atrás. À medida que retornava para novos álbuns, a própria personalidade de Madonna transmutava-se em uma camaleônica adaptação ao que acreditava e defendia, apostando fichas perigosas e transgressoras que dariam vida a escandalosos clipes, a pungentes enredos e a photoshoots sensuais demais para quem não estava pronto. E, carregando todas as estruturas que apresentou até hoje, encontramos as sólidas e indestrutíveis bases de True Blue.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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