domingo , 22 dezembro , 2024

Artigo | Há quatro anos, ‘Unbreakable Kimmy Schmidt’ chegava ao fim; Relembre os episódios finais!

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A saga de Kimmy Schmidt chegou ao fim há quatro anos e, assim como toda a trajetória da série, não poderia terminar de outro modo senão o mais irreverente possível. Como todos sabem, Tina Fey e Robert Carlock possuem algumas das mãos mais hábeis para criar comédia na televisão contemporânea, e já trabalharam juntos diversas vezes. Em ‘Unbreakable Kimmy Schmidt, uma das melhores comédias da atualidade e uma das pérolas do catálogo original da Netflix, a principal sacada reside sobre o timing cômico, abraçado e traduzido por um incrível elenco que, mesmo confrontando alguns deslizes, ainda se lança em performances ótimas e dinâmicas que garantem a atenção do público.

Nos episódios de encerramento, Kimmy (Ellie Kemper) luta para deixar seu legado na imensa cidade de Nova York. Ela dá vida a uma versão bem mais despojada e rebelde do monomito, recusando-se a permanecer na singela e recatada vida do herói clássico, engolfando-se em uma construção nem um pouco convencional que permanece até os últimos momentos da série. Ainda que mais madura, Kimmy não abandona seu lado criança e permanece inocente para diversos assuntos da vida adulta – refratados principalmente pela acidez de seus amigos, Titus (Tituss Burgess) e Jacqueline (Jane Krakowski), que, sem dúvidas, são construções que não servem de exemplo para ninguém da forma mais hilariante possível.



O interessante da quarta temporada é que cada um dos quatro protagonistas tem o seu momento de glória, convergindo com o tema que rege cada episódio e culminando em gloriosos cliffhangers. É fato dizer que essa segunda metade funciona com menos originalidade que as iterações anteriores, mas mesmo assim realiza-se em uma construção satisfatória. Kimmy deixa de roubar a cena todas as vezes e cede espaço para as perdas e as conquistas dos outrora vistos apenas como coadjuvantes.

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Titus, como sempre, se encontra de frente a algumas piadas espetaculares que agora se afastam um pouco da cultura musical – quem não se lembra de sua emulação perfeita de Beyoncé em uma paródia aplaudível? – e invadindo o mundo dos heróis. Jon Bernthal faz um espetacular cameo como suposto interesse romântico do personagem, revelando ser o stalker misterioso do midseason finale e depois levando Titus a perceber que tudo o que conseguiu na vida não passa de farelos. Para os mais desatentos, a “sutileza” com a qual Fey e Carlock tratam essa subtrama pode finalizar em um único capítulo, mas é o que leva o personagem a finalmente encontrar seu caminho para os sonhados palcos da Broadway.

Burgess retorna com uma incrível e desenfreada atuação que em nenhum momento beira a canastrice, mas explora camadas de seu personagem que não poderíamos imaginar. Por detrás de uma personalidade complicada, ele ainda nutre sentimentos pelo ex, Mikey (Mike Carlsen), que está prestes a se casar com outro homem, mas persegue constantemente sua carreira como um ator bastante famoso. Ele até mesmo invade os palcos nova-iorquinos no musical Cats’, entrando para o elenco da forma mais impossível imaginável e até mesmo criando um microcosmos para os “mistérios” que cercam esse musical. Não é até os episódios finais que Titus encontra seu lugar em O Rei Leão’, cuja metáfora para a série pode parecer ultrapassada, mas auxilia no aguardado final feliz.

Jacqueline finalmente se encontra como caça-talentos, tornando-se independente, ainda que enfrente alguns obstáculos para alcançar a fama que sempre desejou. A mulher fútil que conhecemos em 2015 já não mais existe, mas isso não significa que a personalidade sensual e predatória não dê as caras de vez em quando: em um episódio, ela se une a Mimi (Amy Sedaris) e Lillian (Carol Kane) para ir a uma loja de artigos de casa e brinca com a promiscuidade da geração millenial, reafirmando todo o escopo crítico da série – que inclusive também se mantém firme e forte e até mesmo resgata alguns acontecimentos dos anos anteriores.

Eventualmente, os múltiplos arcos encontram o fim que sempre desejaram, seja para o pior ou para o melhor. Mas depois de tantas hilárias quedas, ver os nossos queridos personagens alcançarem seus sonhos e verem suas vidas se preenchendo com a felicidade mais pura possível é de emocionar – ainda mais sabendo que, conforme os minutos se esgotam, Kimmy dará adeus para sempre. De qualquer forma, alguns obstáculos sempre se postam para adicionar camadas de profundidade, por mais rebelde e inesperada que seja, e, como já dito, contribuem para a satisfação completa por parte dos telespectadores.

Se houve algo que Unbreakable Kimmy Schmidt nos ensinou foi que, não importa o quão na lama você esteja, sempre é possível recomeçar e dar a volta por cima. Claro, a vida às vezes nos dá algumas rasteiras, mas sem elas não há a ínfima possibilidade de amadurecermos e nos tornarmos resilientes para o que nos aguarda no futuro. De fato, Kimmy pode ter feito certas escolhas erradas ao longo de sua vida pós-bunker – mas a cada nova aventura, mais ela se apaixonava pela segunda chance que ganhara. E, bom, isso é basicamente do que precisamos.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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A saga de Kimmy Schmidt chegou ao fim há quatro anos e, assim como toda a trajetória da série, não poderia terminar de outro modo senão o mais irreverente possível. Como todos sabem, Tina Fey e Robert Carlock possuem algumas das mãos mais hábeis para criar comédia na televisão contemporânea, e já trabalharam juntos diversas vezes. Em ‘Unbreakable Kimmy Schmidt, uma das melhores comédias da atualidade e uma das pérolas do catálogo original da Netflix, a principal sacada reside sobre o timing cômico, abraçado e traduzido por um incrível elenco que, mesmo confrontando alguns deslizes, ainda se lança em performances ótimas e dinâmicas que garantem a atenção do público.

Nos episódios de encerramento, Kimmy (Ellie Kemper) luta para deixar seu legado na imensa cidade de Nova York. Ela dá vida a uma versão bem mais despojada e rebelde do monomito, recusando-se a permanecer na singela e recatada vida do herói clássico, engolfando-se em uma construção nem um pouco convencional que permanece até os últimos momentos da série. Ainda que mais madura, Kimmy não abandona seu lado criança e permanece inocente para diversos assuntos da vida adulta – refratados principalmente pela acidez de seus amigos, Titus (Tituss Burgess) e Jacqueline (Jane Krakowski), que, sem dúvidas, são construções que não servem de exemplo para ninguém da forma mais hilariante possível.

O interessante da quarta temporada é que cada um dos quatro protagonistas tem o seu momento de glória, convergindo com o tema que rege cada episódio e culminando em gloriosos cliffhangers. É fato dizer que essa segunda metade funciona com menos originalidade que as iterações anteriores, mas mesmo assim realiza-se em uma construção satisfatória. Kimmy deixa de roubar a cena todas as vezes e cede espaço para as perdas e as conquistas dos outrora vistos apenas como coadjuvantes.

Titus, como sempre, se encontra de frente a algumas piadas espetaculares que agora se afastam um pouco da cultura musical – quem não se lembra de sua emulação perfeita de Beyoncé em uma paródia aplaudível? – e invadindo o mundo dos heróis. Jon Bernthal faz um espetacular cameo como suposto interesse romântico do personagem, revelando ser o stalker misterioso do midseason finale e depois levando Titus a perceber que tudo o que conseguiu na vida não passa de farelos. Para os mais desatentos, a “sutileza” com a qual Fey e Carlock tratam essa subtrama pode finalizar em um único capítulo, mas é o que leva o personagem a finalmente encontrar seu caminho para os sonhados palcos da Broadway.

Burgess retorna com uma incrível e desenfreada atuação que em nenhum momento beira a canastrice, mas explora camadas de seu personagem que não poderíamos imaginar. Por detrás de uma personalidade complicada, ele ainda nutre sentimentos pelo ex, Mikey (Mike Carlsen), que está prestes a se casar com outro homem, mas persegue constantemente sua carreira como um ator bastante famoso. Ele até mesmo invade os palcos nova-iorquinos no musical Cats’, entrando para o elenco da forma mais impossível imaginável e até mesmo criando um microcosmos para os “mistérios” que cercam esse musical. Não é até os episódios finais que Titus encontra seu lugar em O Rei Leão’, cuja metáfora para a série pode parecer ultrapassada, mas auxilia no aguardado final feliz.

Jacqueline finalmente se encontra como caça-talentos, tornando-se independente, ainda que enfrente alguns obstáculos para alcançar a fama que sempre desejou. A mulher fútil que conhecemos em 2015 já não mais existe, mas isso não significa que a personalidade sensual e predatória não dê as caras de vez em quando: em um episódio, ela se une a Mimi (Amy Sedaris) e Lillian (Carol Kane) para ir a uma loja de artigos de casa e brinca com a promiscuidade da geração millenial, reafirmando todo o escopo crítico da série – que inclusive também se mantém firme e forte e até mesmo resgata alguns acontecimentos dos anos anteriores.

Eventualmente, os múltiplos arcos encontram o fim que sempre desejaram, seja para o pior ou para o melhor. Mas depois de tantas hilárias quedas, ver os nossos queridos personagens alcançarem seus sonhos e verem suas vidas se preenchendo com a felicidade mais pura possível é de emocionar – ainda mais sabendo que, conforme os minutos se esgotam, Kimmy dará adeus para sempre. De qualquer forma, alguns obstáculos sempre se postam para adicionar camadas de profundidade, por mais rebelde e inesperada que seja, e, como já dito, contribuem para a satisfação completa por parte dos telespectadores.

Se houve algo que Unbreakable Kimmy Schmidt nos ensinou foi que, não importa o quão na lama você esteja, sempre é possível recomeçar e dar a volta por cima. Claro, a vida às vezes nos dá algumas rasteiras, mas sem elas não há a ínfima possibilidade de amadurecermos e nos tornarmos resilientes para o que nos aguarda no futuro. De fato, Kimmy pode ter feito certas escolhas erradas ao longo de sua vida pós-bunker – mas a cada nova aventura, mais ela se apaixonava pela segunda chance que ganhara. E, bom, isso é basicamente do que precisamos.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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