Artigo | Nada é o que parece ser: o final explicado de ‘Não Fale o Mal’

No dia de hoje, 12 de setembro, chegou aos cinemas nacionais o aguardado remake hollywoodiano de ‘Não Fale o Mal’. O suspense psicológico, baseado no longa dinamarquês de mesmo nome lançado em 2022, acompanha a família Dalton, que é convidada a passar um final de semana no interior da Inglaterra, na propriedade de Paddy (James McAvoy), sua mulher e seu filho; porém, o que deveria funcionar como uma aventura dos sonhos por idílicas terras longe do caos urbano de Londres transforma-se em uma luta pela sobrevivência quando os Dalton descobrem os verdadeiros motivos por trás do convite.

Supervisionada pela Blumhouse em uma de suas melhores incursões dos últimos anos, o longa-metragem é sólido do começo ao fim e emerge como um dos melhores títulos do ano por não desejar reinventar a roda, e sim trabalhar com o que lhe é entregue e garantir que a densa atmosfera de suspense guie os telespectadores por essa angustiante jornada. Porém, é notável como o roteiro, assinado por James Watkins (que também fica responsável pela direção), é competente o bastante para nos desviar de algumas pistas óbvias e calcar algumas reviravoltas chocantes e bem-vindas, que auxiliam na compreensão do enredo e até mesmo da construção das personagens.

A princípio, Paddy, Ciara (Aisling Franciosi) e Ant (Dan Hough) parecem apenas excêntricos aos olhos da formalidade convencional dos Dalton, atraindo certos olhares confusos de Louise (Mackenzie Davis), seu marido Ben (Scoot McNairy) e sua filha Agnes (Alix West Lefler) – que, talvez, apenas não estejam acostumados ao estilo de vida despojado de seus anfitriões. Porém, em determinada sequência (que insurge após certas atitudes condenáveis de Paddy para com o filho e de Ciara para com Agnes), Ant consegue chamar a atenção de Agnes e levá-la ao porão do celeiro do terreno, ansioso e desesperado para mostrar-lhe alguma coisa.

Assim que chegam lá, a jovem garota se depara com um arsenal de relógios, carteiras, mochilas e malas de viagem que, por alguma razão, estão escondidos ali. Pouco depois, Ant pega em mãos um álbum de fotografias, mostrando as fotos dos pais ao lado de outras famílias – mas algo está errado: Ant não está em todas elas, aparecendo muito para frente e sempre com um semblante tristonho e derrotado. Não demora muito até que Agnes entenda exatamente o que ele quer dizer. Ant não é filho de Paddy e Ciara, e sim foi abduzido pelos dois após o casal dar cabo de seus verdadeiros pais, cortando a língua do garoto para impedi-lo de pedir ajuda e de contar a verdade para os outros.

Agnes, então, consegue chamar a atenção dos pais, contando a eles o que descobriu e afirmando copiosamente que precisam ir embora – e é aí que as coisas tomam um rumo muito mais sombrio e que, pouco a pouco, vão revelando as intenções dos psicóticos antagonistas.

A princípio, acreditamos que Paddy e Ciara se renderam à insanidade por não conseguirem ter a família que sempre quiseram, tomando para si crianças de pais disfuncionais para, enfim, terem tudo aquilo que sempre quiseram. Entretanto, o buraco é mais embaixo do que imaginamos: Ciara foi a primeira criança raptada por Paddy e, ao amadurecer o suficiente, foi obrigada a tornar-se sua companheira e forçada a cuidar dele até que a família estivesse completa – enfrentando ataques de fúria e uma culpa constante de não poder satisfazê-lo por completo. E, após a traição de Ant, Paddy resolve cortá-lo de uma vez por todas dos planos que possuía e volta seu foco para Agnes.

Eventualmente, Louise une todas as forças que ainda têm para impedir que o plano insano de Paddy se concretize – e fazendo de tudo para que Ant também seja liberto de sua prisão. E, em um último suspiro antes de se ver, enfim, livre desse odioso psicopata, Ant vinga os pais e o fato de ter sido privado da própria família de sangue e começa a deixar para trás os traumas com os quais foi forçado a viver.

Lembrando que o filme já está em exibição nos cinemas nacionais.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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