Em uma decisão histórica, os artistas responsáveis pela criação dos efeitos visuais nas produções da Marvel Studios votaram de forma unânime a favor da sindicalização da categoria junto à Aliança Internacional de Trabalhadores do Cinema e dos Palcos (IATSE, em inglês).

De acordo com a Variety, a contagem dos votos ocorreu na última terça-feira (12) e representa um marco significativo na busca por melhores condições de trabalho.

Esta é a primeira vez que profissionais exclusivamente dedicados aos efeitos visuais se unem em um sindicato, buscando aprimorar as condições de trabalho e assegurar seus direitos. Thomas Barnard, coordenador de efeitos visuais da Marvel Studios, expressou sua satisfação com a decisão, chamando-a de histórica:

“Isso não apenas mudará radicalmente o jogo — aumentando a qualidade das histórias por meio do nosso trabalho, mas também será um grande passo em frente para cuidar de indivíduos anônimos que ajudaram a construir a indústria.”

A sindicalização representa um avanço importante na luta por direitos e condições de trabalho adequadas para os artistas de efeitos visuais, cujo trabalho desempenha um papel crucial na criação de mundos visuais espetaculares em filmes de grande orçamento.

Matthew D. Loeb, presidente internacional da IATSE, elogiou a coragem e determinação dos artistas de efeitos visuais, afirmando que sua vitória histórica é um farol para todos os trabalhadores em diferentes setores da indústria do entretenimento.

Ele enfatizou que a luta desses profissionais é compartilhada por uma aliança de 170.000 pessoas, oferecendo total apoio durante as negociações com a Marvel Studios e a Disney.

Essa marca a primeira vez que os profissionais de efeitos visuais uniram forças para exigir os mesmos direitos, proteções salariais e supervisão profissional desfrutados pelos funcionários de quase todos os outros segmentos da indústria do entretenimento.

A maioria da equipe de produção da Marvel, formada por 52 pessoas, assinou cartões de autorização para indicar que deseja ser representada pelo poderoso sindicato trabalhista, que supervisiona cerca de 170.000 artesãos, técnicos, ajudantes de palco e trabalhadores de TV, cinema e teatro ao vivo nos Estados Unidos e no Canadá.

“Por quase cinquenta anos, funcionários da indústria de efeitos visuais foram negados a terem as mesmas proteções e os mesmos benefícios de seus colegas de profissão, que os possuem desde o início da indústria fílmica em Hollywood”, Mark Patch, representante da organização de efeitos visuais para a IATSE, disse em uma declaração oficial. “Esse é um primeiro passo histórico para os trabalhadores de efeitos visuais se unirem com uma voz coletiva, exigindo respeito pelo que fazemos”.

“Os prazos de entrega não se aplicam a nós, as horas protegidas não se aplicam a nós e a equidade salarial não se aplica a nós”, disse a coordenadora de efeitos visuais, Bella Huffman. “Os efeitos visuais devem se tornar um departamento sustentável e seguro para todos que sofreram por muito tempo e para todos os recém-chegados que precisam saber que não serão explorados”.

Vale lembrar que o levante para oficialização de um sindicato ocorre pouco depois de uma grave crise nesse setor criativo da Marvel, que sofreu diversas críticas por exigir uma jornada de trabalho semanal de 64 horas, sem finais de semana, e que foi refletida na queda de qualidade e de popularidade das produções da Fase 4 do Universo Cinemático Marvel.