Stephen King completa 68 anos de vida nesta segunda-feira, dia 21 de Setembro.
Alguns consideram King um escritor oportunista, que escreve com a única intenção de vender milhões de cópias. Também há quem o considere um gênio do terror, que consegue fazer com que qualquer um sinta ao menos um friozinho na espinha ao ler seus livros. Eu prefiro ficar com a segunda opinião.
Não considero King um excelente escritor – acho que nem ele mesmo se considera assim – mas não dá pra negar que ele é mestre na arte de colocar medo no leitor. Já li inúmeros de seus livros e devo admitir que quando os lia antes de dormir não tinha coragem de levantar da cama depois – sempre achava que alguma mão suspeita ia sair debaixo da cama e me pegar.
Trailer e pôster de ‘A Good Marriage’, terror escrito por Stephen King
É bem verdade que isso não acontece com todos seus livros, alguns são verdadeiros clássicos do terror psicológico – como “O Iluminado” , “Rose Madder” , “Jogo Perigoso” , entre outros – mas King também desliza de vez em quando e nessas ocasiões escreve livros – não diria ruins – de menor qualidade; como “Desespero” e “O Apanhador de Sonhos“.
(Curiosidade: no mesmo dia do lançamento de “Desespero“, Stephen Kingcolocou no mercado americano um livro chamado “Os Justiceiros” que tem como autor Richard Bachman – já conhecido pseudônimo de King – os dois livros contam histórias muito parecidas e o porque do autor ter feito esta experiência é difícil de explicar, uma vez que seus fãs sabem que Bachman e King são a mesma pessoa – diz-se que isso foi uma jogada de marketing deStephen King).
De qualquer maneira, o cinema sempre esteve de olho nos livros de Stephen King e são muitos os títulos do autor que acabaram se tornando filmes – para quem gosta de números, cerca de 50 livros (ou contos) de King já foram levados a telona, em alguns anos chegou-se a produzir 4 filmes adaptados da obra do autor. Boa parte desses filmes foram um fracasso – como “As Vezes Eles Voltam” e “Jovem Outra Vez” pra citar alguns. Em outras ocasiões mais inspiradas, os livros de King viraram grandes filmes.
Sua última grande adaptação foi o remake de ‘Carrie – A Estranha‘, que não agradou a crítica e teve uma recepção morna nas bilheterias.
King está em alta novamente. Em breve, ‘Ten O’Clock People‘, ‘A Torre Negra‘, ‘Cemitério Maldito‘, ‘O Braço do Mar‘ e ‘A Dança da Morte‘ estarão nos cinemas.
‘O Nevoeiro’ ganhará série de TV
Nesta lista; as melhores adaptações de Stephen King – o mestre do terror.
1 – O ILUMINADO (diretor: Stanley Kubrick) – 1980
Stanley Kubrick era genial e seu “O Iluminado” não é apenas uma das melhores adaptações de Stephen King, é também um dos grandes filmes de terror do cinema. Inexplicavelmente, King não ficou satisfeito com essa adaptação (existe uma outra versão – muito inferior a essa primeira – de “O Iluminado” feita em 1997, não sei se com essa King ficou feliz). Excepcional a interpretação de Jack Nicholson, que com sua cara de louco assusta qualquer um.
Kubrick fez um filme impecável, e quem já assistiu deve se lembrar do mórbido hotel (locação das mais geniais) no qual a família Torrance passa pelas mais horripilantes situações.
2 – CONTA COMIGO (diretor: Rob Reiner) – 1986
“Conta Comigo” é a adaptação de um conto de Stephen King chamado “O Corpo” (sem dúvida a melhor coisa que eu já li do escritor – “O Corpo” está no livro “As Quatro Estações”).
Nesse conto, King abandona o terror e parte para um campo mais humano, eu diria. Uma obra sensível, terna e intimista, embalada por uma bela trilha sonora. King nunca esteve tão poético.
O filme conta a história de quatro amigos que partem em uma jornada em busca de um cadáver, e que acabam aprendendo valiosas lições sobre a amizade durante o caminho.
3 – LOUCA OBSESSÃO (diretor: Rob Reiner) – 1990
Baseado no conto “Angústia”, “Louca Obsessão” é um filme perturbador. A atriz Kathy Bates foi indicada ao Oscar pela sua fantástica atuação no papel da psicopata que prende um escritor – de quem se diz fã número 1 – depois que ele sofre um acidente de carro.
Chocante o momento em que a personagem de Bates quebra os pés do escritor com uma pá.
4 – UM SONHO DE LIBERDADE (diretor: Frank Darabont) – 1994
Também adaptado de um conto (chamado “Rita Hayworth e The Shawshank Redemption” – o conto está no livro “As Quatro Estações”) “Um Sonho de Liberdade” é um excelente drama.
Assim como “Conta Comigo” nem parece saído da obra de King. O filme conta a história de Andy Dufresne (Tim Robbins), um jovem banqueiro que é condenado a prisão pelo assassinato de sua esposa e seu amante.
5 – À ESPERA DE UM MILAGRE (diretor: Frank Darabont) – 1999
Belíssimo filme adaptado de uma série de livrinhos de bolso de King que são intitulados “O Corredor da Morte”, depois da estreia – e sucesso – no cinema, os livrinhos foram editados como um único romance que leva o nome do filme.
Uma das mais felizes adaptações de King, “A Epera de um Milagre” retrata o cotidiano – e o relacionamento muito especial do policial Paul Edgecomb (Tom Hanks) como o condenado John Coffey (Michael Clark Duncan – perfeito para o papel) – no corredor da morte de uma prisão americana.
Filme fábula muito emocionante – destaque para a cena em que John Coffey assiste ao musical “O Picolino”.
6 – IT – UMA OBRA PRIMA DO MEDO (diretor: Tom Holland) – 1995
Uma viagem à fria e oscura mente de King. Feito para a TV norte-americana, “IT” mostra uma pacata cidade que foi aterrorizada 30 anos atrás por um ser conhecido como “A Coisa”. Suas vítimas eram crianças, sendo que se apresentava na maioria das vezes como o palhaço Pennywise.
Com esta forma ele reaparece, 30 anos depois. Sete jovens que viram “A Coisa” voltam para combatê-la. Porém esta batalha pode custar suas vidas.
7- FENDA NO TEMPO (diretor: Tom Holland) – 1995
Um dos melhores e mais bem produzidos suspenses de Ficção Ciêntifica do Cinema. O filme não fez muito sucesso e, como a maioria dos filmes baseados em seus livros, é bastante longo (2 fitas).
Ao acordarem 10 passageiros descobrem que estão sozinhos em um avião. Um deles, que é piloto, assume o comando do avião e a leva a um aeroporto, onde também não há sinal de vida.
A imaginação corre solta neste filme, que é bastante amedrontador e inovador.
8. CARRIE – A ESTRANHA (diretor: Brian de Palma) – 1976
Baseado no primeiro livro de Stephen King (curiosidade: King escreveu Carrie mas não gostou do resultado, portanto jogou tudo no lixo. Sua esposa pegou o manuscrito no lixo, leu e adorou. Foi ela quem fez King levar o livro até um editor que decidiu publicá-lo. O livro foi um enorme sucesso e alçou King da pobreza e obscuridade a riqueza e fama).
Dizer que essa é uma grande adaptação de King é uma coisa que eu não entendo. Ao contrário de boa parte do mundo, acho que a atuação de Sissy Spacek é péssima, na verdade chega a ser risível. Aquele olhão arregalado de Spacek não me diz nada.
O momento que deveria ser o ápice do filme – quando o sangue cai em cima de Carrie na formatura – é uma das piores seqüências que eu já vi na vida. Por essas e por outras, “Carrie” é uma das piores adaptações de King (o pior quanto a essa adaptação é o fato dela ser superestimada pela crítica e público).
9. O NEVOEIRO (diretor: Frank Darabont) – 2007
Depois que uma violenta tempestade devasta a cidade de Maine, David Drayton – um artista local – e seu filho de 8 anos correm para o mercado, antes que os suprimentos se esgotem. Porém, um estranho nevoeiro toma conta da cidade, deixando David e um grupo de pessoas presas no mercado – entre elas um cético forasteiro e uma fanática religiosa. David logo descobre que o nevoeiro esconde algo sobrenatural e que sair do mercado pode ser fatal. Mas conforme o grupo tenta desvendar o mistério, o caos se instala e fica evidente que as pessoas dentro do mercado podem tornar-se tão ameaçadoras quanto as criaturas do lado de fora.
A briga entre o bem e o mal está lá a todo momento, mas cada um pode tomar sua iniciativa: O que é o bem e o que é o mal? Quem está certo ou não?. Partindo para esta análise mais profunda, podemos enxergar quão bem foi o desenvolvimento dos personagens e seus intérpretes. Marcia Gay Harden vive a fanática religiosa que acredita ser uma enviada de Deus em tempos de Apocalipse. A construção de sua personagem é feita de maneira incrível, em uma das melhores atuações de sua carreira. Ela não é uma mulher má, mas ela tem ações más.
Thomas Jane (‘O Justiceiro’), o protagonista, também consegue passar o seu melhor para as telonas, e finalmente se demonstra um astro de primeira linha. O ator, que já havia trabalhado em ‘O Apanhador de Sonhos’, parece ter feito as pazes com os livros de King e segura o filme com seu enigmático personagem.
O maior acerto de ‘O Nevoeiro’ está no roteiro. Frank Darabont adaptou o livro de King e adicionou pontos cruciais que funcionariam no cinema: deu ao toque sobrenatural uma explicação lógica e inteligente e criou um perturbador final (que o livro não possui).
10. CHRISTINE – O CARRO ASSASSINO (diretor: John Carpenter) – 1983
Trash, trash, trash. Diversão (ou susto) garantida. John Carpenter é conhecido por seus filmes de terror e em “Christine” ele mostra mais uma vez a que veio.
As sequências em que Christine (um Plymouth Fury 58, que tem vida própria e cria uma relação de amor com o dono) acende seus faróis e persegue todos aqueles que “atrapalham” seu dono são absolutamente clássicas. Grande trilha sonora.
Bônus. O APRENDIZ (diretor: Bryan Singer) – 1998
Baseado no conto “Apt Pupil” (conto do livro “As Quatro Estações”) de Stephen King. “O Aprendiz” conta a história de um adolescente que desconfia que um de seus vizinhos é um criminoso nazista, a partir daí o adolescente passa a chantagear o vizinho para que ele lhe conte as mais terríveis histórias sobre a II Guerra Mundial. Firme a direção de Bryan Singer (o mesmo de “Os Suspeitos”) e impecável a atuação da dupla central (Ian McKellen e Brad Renfro).
Nos últimos anos, as locadoras foram infestadas por filmes feitos para TV lançados em vídeo e baseados em obras de King. Entre eles ‘Rose Red: A Casa Adormecida”, “Mansão Marster” e “Kingdom Hospital”.