O panteão Walt Disney é responsável por cultivar os sonhos de diversas gerações e, até hoje, vem produzindo animações de extrema qualidade que reinventam a si mesmas e seguem até mesmo os anseios de uma gama gigantesca e expansiva de fãs.
Sua história começa ainda em 1937, com o lançamento do longa-metragem que redefiniria o gênero em questão. ‘Branca de Neve e os Sete Anões’, filme que inauguraria o indestrutível império cinematográfico, viria se tornar um dos marcos do cinema e serviria de inspiração para diversas outras obras. Desde então, a companhia passou por altos e baixos e, nesse meio-tempo, conseguiu criar alguns outros marcos que seriam relembrados até os dias de hoje: seja com a revolução estética de ‘A Bela Adormecida’ ou com o pioneirismo das animações 3D com o não tão lembrado ‘Dinossauro’, a Disney continua a superar a si mesma ano após ano – além de ser recordista de estatuetas do Oscar.
Levando em conta que o estúdio mergulhou em uma nova fase, trazendo os clássicos contos infantis em versões live-action, é sempre bom relembrar e honrar esse quase secular legado. Por essa razão, separamos uma lista com as dez melhores animações, excluindo as obras produzidas com o selo Pixar (faremos outra lista para elas).
Confira abaixo nossas escolhas e conte para nós quais são os seus filmes favoritos!
-
101 DÁLMATAS (1961)
Baseado no livro de Dodie Smith, ‘101 Dálmatas’ é um dos filmes mais adoráveis da Disney. Afinal, quem não ama cachorrinhos?
Entretanto, o longa não ganha mérito apenas por sua dose exponencial de fofura, mas também por uma estética impressionista inteiramente nova para a identidade estética do estúdio, além de uma competente narrativa de perseguição e a introdução de uma das maiores vilãs do panteão: Cruella de Vil.
-
A BELA ADORMECIDA (1959)
‘A Bela Adormecida’ já conquista nossos corações por trazer na trilha sonora elementos do clássico balé homônimo de Piotr Tchaikovsky. Mas é claro que as icônicas canções imortalizadas anos depois em diversas vozes não é a única coisa que recebe aclame automático.
O filme tornou-se revolucionário por empregar um novo tipo de estética imagética (a utilização de placas de vidro pintadas para fornecer perspectiva e profundidade) e, mais uma vez, colocou em voga uma vilã que foi vivida décadas depois por Angelina Jolie. Malévola é uma das antagonistas mais fortes a assombrar as telonas e, como se não bastasse, tem a incrível habilidade de se transformar em um imenso e perigoso dragão.
-
MULAN (1998)
A primeira princesa asiática da Disney é uma poderosa guerreira que atende pelo nome de Fa Mulan e, diferente das produções anteriores, nunca quis encontrar algum parceiro. Seu principal objetivo era fugir de suas obrigações reais e lutar por sua honra e por sua família numa China imperial e extremamente patriarcal.
Em belíssimas coreografias bélicas, ‘Mulan’ resgatou o espírito oriental de modo impecável, misturando a mitologia chinesa com uma tragicomédia deliciosamente bem estruturada que faturou diversos prêmios de animação – e entregou uma memorável interpretação de Eddie Murphy como o guia espiritual Mushu.
-
CINDERELA (1950)
“Cinderela, Cinderela, noite e dia Cinderela”. O conto da gata borralheira foi adaptado em moldes bastante fabulescos para as telonas e, por esse motivo, o longa homônimo é revisitado até hoje e representa um dos grandes ápices da companhia – tirando-a de uma quase falência.
A história gira em torno de uma jovem moça maltratada por sua madrasta e suas meias-irmãs e, sem dúvida, é a representação mais extrema de altruísmo do cinema. Eventualmente, ela é auxiliada pela Fada Madrinha a conquistar o príncipe e sair de uma vida monstruosa – ajudando a propagar a aplaudível mensagem de que todos nós podemos alcançar nossos sonhos se acreditarmos.
-
ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS (1951)
‘Alice no País das Maravilhas’ configura-se como a viagem mais psicodélica das animações. A obra, baseada no aclamado romance de Lewis Carroll, conta as mirabolantes e intimistas aventuras da jovem Alice através de um mundo subterrâneo chamado Maravilha – que é mais perigoso do que aparenta.
Entre uma paleta de cores exuberante e personagens completamente pirados – o Chapeleiro Maluco não é chamado assim à toa -, o coming-of-age da personagem titular é um ótimo exercício para entendermos quem realmente somos (ou não).
-
A PEQUENA SEREIA (1989)
As aventuras de Ariel em busca de um novo mundo e um amor verdadeiro são tão perfeitamente arquitetadas que é quase impossível pensar em personagens tão icônicos quanto os apresentados neste longa-metragem. E, como se não bastasse, a animação levou para casa diversos prêmios, incluindo duas estatuetas do Oscar e um Grammy Award.
Com uma trilha sonora dançante e memorável, a protagonista não é a única a nos roubar a atenção, visto que o adorável guia Sebastião e a bruxa octópode do mar Úrsula (inspirada na drag queen Divine) apenas aumentam a complexidade da narrativa e adicionam elementos de puro divertimento e surpresa.
-
ALADDIN (1992)
Se você está pensando em visitar as quentes noites da Arábia, ‘Aladdin’ é a pedida mais fácil e, com certeza, mais mágica. O vencedor do Oscar se exila novamente das fórmulas europeias e viaja para uma terra sobrenatural, na qual perigos e peripécias se espreitam a cada esquina.
O romance entre Aladdin e Jasmine pode ser encarado como um dos mais críveis do império animado em questão, mas não são eles que se postam no centro dos holofotes: na verdade, é Robin Williams que encarna o icônico e anacrônico Gênio da Lâmpada e lidera os números musicais de jazz contemporâneo de modo competente, hilário e aplaudível.
-
FANTASIA (1940)
O primeiro compilado de curtas-metragens da Disney é um híbrido de tantos gêneros que fica difícil colocá-lo em uma caixinha descritiva. A obra é composta de oito segmentos animados que representam o suprassumo da tradução visual da música: cada uma das clássicas canções, relidas pela Orquestra da Filadélfia, é uma pérola cinematográfica de tirar o fôlego.
Expandindo o seu legado para um segundo compilado, intitulado ‘Fantasia 2000’, ‘Fantasia’ levou para casa dois Óscares honorários por sua estética revolucionária e até hoje detém as icônicas rendições de Mickey Mouse como o Aprendiz de Feiticeiro e a horripilante e dark noite no Monte Calvo.
-
A BELA E A FERA (1991)
Ambientado na França do século XVIII num vilarejo praticamente esquecido pelo tempo, ‘A Bela e a Fera’ conta a história de Bela, uma jovem campesina cujo maior sonho é conhecer o mundo e se livrar das amarras sociais que a prendem naquele lugar. Entretanto, seus planos sofrem um leva mudança quando ela se torna prisioneira de uma poderosa criatura num “assombrado” castelo.
O longa ganhou reconhecimento universal e tornou-se a primeira animação a ser indicada ao Oscar de Melhor Filme, além de ter levado para casa outras duas estatuetas pela ovacionada trilha sonora. E não é surpresa que seja um dos mais populares entre os fãs da Disney – afinal, são poucas as obras fílmicas que tiveram o poder de nos comover tanto quanto esta.
-
O REI LEÃO (1994)
É quase óbvio que nossa escolha para o primeiro lugar seria ‘O Rei Leão’.
O longa dirigido por Ron Minkoff e Roger Allers é uma livre adaptação da centenária peça de William Shakespeare, ‘Hamlet’, no qual o protagonista-título é substituído pelo inconsequente Simba que vê sua vida mudar após o pai, Mufasa, ser morto numa debandada de bisantes.
Cada um dos elementos cinematográficos é pensado com cautela como forma de honrar a cultura africana, levando a épica atmosfera para as misteriosas terras da savana e traduzindo-a inclusive na trilha sonora – supervisionado pelos geniais nomes de Hans Zimmer e Elton John (ambos vencedores do Oscar por seu trabalho).
O tour-de-force do jovem leão, que acaba sendo exilado e retornando anos depois para reclamar o trono que lhe pertence por direito, representa outra das perfeições do panteão Disney e, seguindo os passos de outros marcos da companhia, é carregado tanto pelo romance de Simba com Nala, quanto pelo escape cômico da dupla Timão e Pumba, pela supremacia pós-vida de Mufasa e, principalmente, pela ácida e mortal presença do vilão Scar.