2022 já está acabando e, como é de costume aqui no CinePOP, chegou a hora de revisitar o melhor da televisão e dos streamings.
O ano tem sido ótimo para o mundo seriado, entregando ao público séries maravilhosas e memoráveis, desde a ótima fantasia ‘A Casa do Dragão’ até a incrível comédia de mistério ‘The Afterparty’ – ambas duas grandes surpresas do ano.
Nesta nova lista especial, separamos as dez melhores séries do ano, e garantimos que esse não foi um trabalho fácil.
Confira abaixo as nossas escolhas e conte para nós qual foi a sua favorita:
10. WANDINHA
“A série, como já podemos imaginar, é uma celebração do macabro e funciona com fluidez invejável – algo muito bem-vindo, considerando a carreira oscilante de Burton nas telonas. O diretor e produtor aproveitar incursões de grande sucesso de um passado não muito distante, como ‘A Noiva Cadáver’, ‘Sweeney Todd’ e ‘Frankenweenie’, para delinear um universo que, em qualquer outro lugar, seria impossível demais para ter credibilidades. Felizmente, Burton sabe como organizar cada um dos elementos e se alia a um time competente de artistas para dar origem à sua visão, firmando colaboração com os criadores Alfred Gough e Miles Millar e nos encantando do começo ao fim. Claro que o show comete deslizes, ainda mais no tocante aos efeitos especiais, mas um elenco de peso e uma história envolvente são o bastante para nos querer fazer maratonar a temporada de estreia.” – Thiago Nolla
9. A CASA DO DRAGÃO
“A temporada segue uma linha bem explícita de equilibrar drama com ação e algumas incursões reflexivas que mais servem como metáforas para a compreensão do mundo em que vivemos que para auxiliar no ritmo da história. Mesmo com o saldo positivo, é notável como a série é muito apaixonada pela original e não pensa duas vezes antes de homenageá-la como pode, com referências pontuais e escolhas estéticas que puxam elementos de capítulos como “The Rains of Castamere”, no tocante à atmosfera de suspense e angústia, e “Battle of the Bastards” e “The Bells”, no tocante a acontecimentos mais grandiosos que premeditam o desenlace dos capítulos. Ainda que as semelhanças sejam óbvias, o time criativo procura ao máximo se desvencilhar de repetições – ora, Ramin Djawadi, por exemplo, se inspira na trilha sonora primogênita, remodelando-a para uma ambientação mais densa e condizente com o que acontece” – T.N.
8. O SENHOR DOS ANÉIS: OS ANÉIS DE PODER
“Nada disso viria à tona sem um realizador competente por trás das câmeras e que conseguisse trazer o mais detalhado aspecto da Terra-Média às telinhas – e é graças a J.A. Bayona, nome por trás do subestimado ‘Sete Minutos Depois da Meia-Noite’, que os episódios se tornam realidade. O diretor espanhol já demonstrou ter um olho crítico para obras de fantasia, utilizando uma sólida bagagem para celebrar aqueles que o inspiraram, mas sem deixar suas peculiaridades de lado. Bayona, aliado ao incrível time criativo da Amazon Studios, tem o espaço necessário para retratar a imensidão da natureza contra a pequenez da ambição dos personagens (cujo contraste é reiterado pela sensação de infinitude) e a eterna batalha entre o bem e o mal (não no sentido maniqueísta, essencialmente, mas na beligerância externa e interna de cada persona)” – T.N.
7. EUPHORIA
“Se existe algo que merece destaque em ‘Euphoria‘ é esse leque de personagens curiosos e fascinantes. É difícil achar alguém que não mereça ter suas histórias explanadas, ou mesmo que o background não desperte a atenção do espectador. Por fim, a segunda temporada de ‘Euphoria‘ vem para provar, novamente, porque a criação da A24 é atualmente uma das produções tematicamente mais ricas e interessantes para ser acompanhada. Rivalizando somente com a também ótima realização da Netflix, Sex Education, no quesito de abordar de maneira primorosa o subgênero coming of age. E mesmo que ambas abordem culturas distintas, já que a obra do streaming rival se passa na Inglaterra, e a da HBO nos EUA, no fim das contas entendemos que o individuo é daquela maneira em qualquer lugar do mundo” – Wilker Medeiros
6. THE WHITE LOTUS
“Há uma série de críticas trazidas por White que também são encarnadas por cada uma das engrenagens da série. A alienação sociopolítica é uma das inflexões que surgem no núcleo envolvendo Harper e Ethan contra Daphne e Cameron: enquanto estes posam como um casal perfeito, livre de problemas por não se importar com eles e tendo um aval inexplicável para fazer o que bem entenderem, aqueles lutam para aguentá-los até o fim do dia, lidando com um senso de despertencimento e com o choque de um privilégio branco que se manifesta das mais diversas maneiras. E, enquanto o desenrolar da trama nos deixa furiosos, é impossível desviar os olhos das cenas que estrelam – talvez pelo fato de sermos seduzidos pela tragédia e pela vergonha alheias.” – T.N.
5. THE BOYS
“Expandindo ainda mais o arco narrativo de todos os heróis – com ou sem o composto V – de forma brilhante, a produção já se prepara para uma nova temporada, à medida que presenteia a audiência com um 3° ciclo grotesco, mas ironicamente bastante apaixonante. Destacando Kimiko (Karen Fukuhara) e Frenchie (Tomer Capone) de forma diferente e encantadora, ‘The Boys‘surpreende com capítulos dignos de extensas maratonas, encerrando sua temporada mais uma vez com um sabor agridoce, apenas para aguçar o paladar dessa audiência incansável por confusão e pancadaria. E se depender daqueles 10 segundos finais, a 4ª temporada promete desafiar o restinho de compreensão humana que ainda nos restava após tantos episódios de ‘The Boys‘” – R.G.
4. ANDOR
“Desde o início de ‘Andor’ o espectador encontra uma grande produção, e o diretor Benjamin Caron encontra formas de também inserir novos elementos e registrar sua própria assinatura na série, como a acertada escolha de colocar a música ao vivo no set nos momentos-chave do enredo, que vemos no terceiro episódio; dá para sentir a diferença que isso fez na entrega do elenco ao sentimento das cenas. Ainda sobre este ponto, toda a dinâmica do sistema de alerta em Ferrix faz o espectador brasileiro pensar na engenhosa rede de comunicação das comunidades periféricas que temos em nosso país” – Janda Montenegro
3. HACKS
“A 2ª temporada de ‘Hacks‘ nos deixa à deriva, perplexos diante de uma história excepcional tão bem destrinchada em oito episódios de meia hora. Nos consumindo para dentro da disfuncionalidade relacional de Deborah e Ava, a original HBO Max meio que nos deixa ao relento, magoados por um final tão impecável, que é difícil demais de ser encarado. Mas Downs, Aniello e Statsky ainda possuem uma carta na manga e o que parece ser um ponto final definitivo, talvez seja apenas um ponto e vírgula de uma futura 3ª temporada. Mas quem vai realmente poder decidir isso é só a HBO Max” – R.G.
2. THE AFTERPARTY
Se você ainda não assistiu a ‘The Afterparty’, não sabe o que está perdendo: a série da Apple TV+ chegou sem muito barulho ao catálogo da plataforma de streaming e rapidamente se tornou uma das melhores do ano, apostando fichas em uma miscelânea de gêneros narrativos comandados por um elenco espetacular. Ao longo de oito episódios, a obra apresenta diversas perspectivas de um mesmo evento: um assassinato em meio a uma reunião de antigos colegas de escola. No final das contas, cabe à Detetive Danner (Tiffany Haddish) e a seu parceiro, o Detetive Culp (John Early), descobrir quem cometeu o crime.
1. RUPTURA
“Sob uma realidade repleta de interrogações, mentiras mal ditas e verdades nunca ditas, ‘Ruptura‘ é um retrato caótico e distópico do ser humano sem suas memórias e raízes, à medida em que explora a codependência emocional a qual muitas vezes somos submetidos em nossas relações corporativas com líderes carrascos e narcisistas que sugam nossas energias. E o elenco da série, composto também por Patricia Arquette,Britt Lower,Zach Cherry,Tramell Tillman, John Turturro e Christopher Walken, se encarrega de tornar essa experiência televisiva ainda mais realista, com uma coletânea de performances assustadoramente poderosas” – R.G.