quarta-feira , 20 novembro , 2024

As 50 Melhores Músicas de 2022

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2022 se provou um ótimo ano para a música, com o retorno de aguardados atos do cenário fonográfico, bem como a estreia de vários outros.

Depois de separarmos os 22 melhores álbuns do ano, montamos uma segunda matéria celebrando as 50 melhores músicas, focando essencialmente na composição lírica, na produção e na rendição dos artistas.



Desde a reimaginação rap de “Vegas”, performada pela vencedora do Grammy Doja Cat, até a belíssima e antêmica arena-rock de “Hold My Hand”, música-tema do elogiado ‘Top Gun: Maverick’ assinada pela lendária Lady Gaga, montar nosso ranking não foi um trabalho fácil – e com certeza devemos ter deixado alguma pérola de fora.

Confira nossas escolhas abaixo e conte para nós qual é sua canção favorita:

50. “SNAKES IN THE GRASS”, Dolly Parton

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Retornando com força descomunal para o mundo do entretenimento, a icônica Dolly Parton se aventurou na literatura, na música e, futuramente, no cinema com ‘Run, Rose Run’ – e, apesar de nem todas as faixas funcionarem como deveriam, “Snakes In the Grass” emerge como a clássica Dolly que todos aprendemos a amar, mergulhando no cativante country-rock e em uma narrativa atemporal sobre os perigos de confiar em qualquer um.

49. “CANNONBALL”, Avril Lavigne

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Desde “Cannoball”, faixa de abertura do novo álbum de Avril Lavigne, somos engolfados em uma vibrante e frenética progressão que fica no ápice praticamente o tempo inteiro; a performer tem plena consciência do que está fazendo e não se importa se você está tendo um dia ruim, entregando tudo de si para mensagens de empoderamento e de libertação que nos arremessam de volta para os anos 2000.

48. “VERSIONS OF ME”, Anitta

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Depois da problemática identitária de ‘Kisses’Anitta, que vem se consagrando como uma das maiores performers mundiais da atualidade, retornou com força descomunal com ‘Versions of Me’, uma ode a todas as camadas que passou durante sua carreira. E a faixa-titular, infundida em uma produção irretocável e bastante nostálgica, tem um dos refrãos mais envolventes do ano, incrementado pelo baixo, pelos sintetizadores e pela mixórdia exuberante do synth-pop dos anos 1980 e de sua consecutiva revitalização na passagem dos anos 2000 para os anos 2010.

47. “IT’S ONLY LOVE, NOBODY DIES”, Sofia Carson

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As melhores faixas do álbum de estreia de Sofia Carson se concentram na primeira metade, logo de cara com a abertura “It’s Only Love, Nobody Dies”, uma narrativa romântica que fala sobre um relacionamento que pode superar quaisquer obstáculos – e que se finca com fervor nas tendências da década passada, alimentando um apreço significativo pelo balada electro-pop e oscilando entre o minimalismo pré-refrão e a aguardada explosão central, pincelada pelos toques retumbantes e acompanhada por rimas interessantes e que fogem da obviedade lírica.

46. “DON’T GO YET”, Camila Cabello

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Com ‘Familia’Camila Cabello parece muito mais confortável dentro de seu escopo artístico,  deixando transparecer uma diversão apaixonante que nos guia por essa jornada incrível e que merece ser apreciada até mesmo por aqueles que não são tão fãs de música latina. E, dentro desse respiro, somos agraciados com a espetacular “Don’t Go Yet”, em que Cabello encarna uma versão modernizada de Gloria Estefan e, dessa maneira, gesta uma das melhores canções de sua carreira.

45. “IMMACULATE”, Years & Years

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Em “Immaculate”, uma das canções do álbum ‘Night Call’Olly Alexander (ou, como conhecemos seu ato musical, Years & Years) dá as boas-vindas a um arab-pop que rege um conto de paixão ardente e diabolicamente blasfema, cujas mensagens principais se escondem sob versos como “quando você era meu anjo caído, quase divino” e “só quero sentir aquela batida em meu coração de novo”, arrancando uma rendição impecável de Alexander e emulando os anos 1990 e 2000 com concisão inigualável.

44. “USED TO KNOW ME”, Charli XCX

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No mais novo álbum da icônica Charli XCX, ‘CRASH’, somos presenteados com um resumão do que a indústria fonográfica foi capaz de fazer, desde a intensa faixa-titular, que abre de forma irrefreável, até a ode ao electro-house e ao power-pop dos anos 2000 com “Used To Know Me”, pegando elementos emprestados de Steve Angello e Laidback Luke com a memorável “Show Me Love”.

43. “MATILDA”, Harry Styles

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Em “Matilda”Harry Styles promove uma desmistificação profunda do conceito de família e de lanços sanguíneos, narrando uma personagem que não foi amada por aqueles que deveriam amá-la e encontrou independência e felicidade ao se afastar deles: “você não deve pedir desculpas por ir embora e crescer” resume com consciência assustadora o que significa se libertar das amarras impostas pela sociedade e perceber que o mais difícil é, por vezes, o caminho a ser seguido.

42. “VIGILANTE SHIT”, Taylor Swift

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“Vigilant Shit”, sem sombra de dúvida a faixa mais original de ‘Midnights’ (décimo álbum de Taylor Swift), puxa aspectos de ‘Reputation’ para um electro-synth comedido e uma história de vingança arrepiante (“eu não me visto para mulheres, não me visto para homens; ultimamente, me visto para vingança”), arrancando semelhanças de “Look What You Made Me Do” e pincelando com pulsões à la Charli XCX.

41. “HOT IN IT”, Tiësto feat. Charli XCX

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Além de ter lançado o impecável ‘CRASH’ e ter participado da trilha sonora de ‘Morte Morte Morte’Charli XCX se uniu ao icônico DJ Tiësto para uma celebração do dance-pop com a incrível e sensual “Hot In It”. A faixa é destinada essencialmente às pistas de dança e funciona como uma incursão incrível da música eletrônica com um refrão impregnante e uma forte batida que nos impede de ficar parados por muito tempo.

40. “NO ONE DIES FROM LOVE”, Tove Lo

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O segundo single de ‘Dirt Femme’, quinto álbum da incrível Tove Lo, não poderia ficar de fora da nossa lista. A produção irretocável da faixa traz o melhor do electropop à tona, seja com a multiplicidade de camadas vocais, seja com o uso pungente dos sintetizadores – escolhas que refletem a habilidade do produtor A Strut e que fala sobre um relacionamento que chegou ao fim da pior forma possível e que, mesmo assim, deixará memórias.

39. “29”, Demi Lovato

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Demi Lovato retornou para o mundo da música com o aguardado ‘Holy Fvck’ este ano, abandonando o estilo mais conceitual que vinha apresentando e apostando nas raízes do pop-rock. “29”, facilmente uma das melhores faixas do álbum, choca pela produção comedida e pelos potentes vocais da artista, infundida em uma história de disparidade etária, daddy issues e a tênue linha entre o consentimento e a manipulação.

38. “MY MIND & ME”, Selena Gomez

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Selena Gomez se tornou uma das porta-vozes sobre saúde mental e, com o lançamento do documentário ‘Minha Mente & Eu’, aproveitou a oportunidade para retornar ao mundo da música com uma ótima balada pop. Intitulada “My Mind & Me”, a potente canção fala sobre a fragilidade mental da cantora e compositora, caminhando para uma história de superação e fraternidade consigo mesma (eternizada pelo verso “nós não nos damos vem às vezes, e fica difícil respirar”).

37. “MISUNDERSTOOD”, BANKS

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A breve faixa “Misunderstood”, da artista BANKS, é uma sinestésica obra-prima que aposta fichas numa produção conceitual, retumbante e guiada pela confluência de estilos que reflete o apreço da cantora e compositora por misturar gêneros conflitantes entre sim – e, ao longo de efêmeros 1:42, ela emplaca uma das melhores música do ano com a fusão entre R&Bpop alternativo.

36. “KOMBI VERSACE”, ROSALÍA

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ROSALÍA causou um grande impacto ao retornar ao cenário fonográfico com o aclamado ‘MOTOMAMI’, facilmente um dos melhores álbuns do ano e da década. E, em meio a tantas faixas impecáveis, tivemos a presença da minimalista “Kombi Versace”, que mistura o experimentalismo dos sintetizadores com vocais em falsetto e uma presença demarcada do reggaeton.

35. “HEUTE NACHT”, Maddix

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Maddix é provavelmente um nome do qual você nunca ouviu falar – mas que mereceu seu lugar na nossa lista com a desconhecida faixa “Heute Nacht”. O DJ alemão superou todas as expectativas ao entregar um techno conceitual que tem todos os elementos do gênero, incluindo o crescendo que premedita o refrão e uma celebração da vida noturna (“esta noite será incrível”, diz uma robótica voz).

34. “BAD HABIT”, Steve Lacy

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Com “Bad Habit”Steve Lacy alcançou o topo da Hot 100 da Billboard e serviu como uma divisora de águas na carreira do cantor e compositor. A faixa foi assinada por Lacy em colaboração a Diana GordonJohn KirbyFoushéeMatthew Castellanos, e trouxe inúmeros elementos a uma construção memorável em R&Blo-fifunk-pop.

33. “PLAN B”, Megan Thee Stallion

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Megan Thee Stallion vem quebrando inúmeras barreiras de gênero dentro da configuração do rap e do hip-hop e, depois do aclamado ‘Good News’, retornou com o ótimo ‘Traumazine’. Dentro da produção, temos o single “Plan B”, uma antêmica incursão de empoderamento que fala sobre um problemático relacionamento que a rapper teve no passado.

32. “GOD TURN ME INTO A FLOWER”, Weyes Blood

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“God Turn Me Into a Flower” traz uma celebração melancólica do enfrentamento dos problemas, em que a cantora clama por Deus para que ele a transforme em uma flor, um símbolo de força que é associado erroneamente à fragilidade – pois, quando ela cai, ela não se estilhaça como um copo de vidro. Cada nota proferida pelos sintetizadores ou pela multiplicidade de vozes é pensada com exímia cautela, adotando elementos teatrais que nos relembram de Fiona Apple e que se desvencilham de um melodrama desnecessário.

31. “NOBODY LIKE U”, 4*TOWN

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Em 2022, a Pixar lançou a animação ‘Red – Crescer é uma Fera’, cuja história acompanha uma jovem garota apaixonada por uma boyband e com o poder de se transformar em panda quando passa por experiências estressantes. É claro que o filme contaria com uma trilha sonora memorável, incluindo a canção “Nobody Like U”, estruturada pelos múltiplos vencedores do Grammy Billie EilishFinneas O’Connell (e uma das cotadas para a próxima edição do Oscar). A faixa pega elementos do pop dos anos 1990 e faz referências nostálgicas a grupos como N*SYNCBackstreet Boys.

30. “LOVE ME MORE”, Mitski

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A artista Mitski vem ganhando espaço no cenário fonográfico ano após ano e, em 2022, lançou o elogiadíssimo ‘Laurel Hell’, seu sexto álbum de estúdio. O compilado de originais é uma celebração do synth-pop, do electro-pop e do nu-disco – e a faixa que melhor o representa é a instigante “Love Me More”, lançada como quarto single e que, em uma produção impecável e muito bem pensada, fala sobre a necessidade de ser amada.

29. “TITÍ ME PREGUNTÓ”, Bad Bunny

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Bad Bunny fez um estrondo gigantesco ao lançar o álbum ‘Un Verano Sin Ti’ em 2022, trazendo a música latina com mais força para o cenário mainstream americano. “Tití Me Preguntó”, afastando-se das costumeiras incursões do reggaeton, apresentou um novo lado do cantor ao misturar dembowpsychedelia, puxando elementos do dancehall centro-americano e arquitetando uma atmosfera sensual e dançante.

28. “SUMMER RENAISSANCE”, Beyoncé

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No aclamado ‘Renaissance – Act I’, nada poderia nos preparar para a estonteante conclusão intitulada “Summer Renaissance”, cujas conhecidas peculiaridades de Beyoncé são interpoladas pela clássica “I Feel Love”, honrando a parceria entre Summer e o imortal pai do disco Giorgio Moroder, em uma expressividade hi-NRG de tirar o fôlego.

27. “HONDA”, FKA Twigs feat. Pa Salieu

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“honda” nos chama a atenção por manter-se fiel à identidade da performer e por fornecer um lado mais costumeiro, por assim dizer, permitindo que ela brinque com aspectos como o atabaque, o kissange e o corpo gospel. Além disso, a parceria com o rapper Pa Salieu carrega uma química categórica, reafirmada pelo fraseamento divertido e bastante rítmico de cada verso, que foge das obviedades e nos engolfa em uma aventura aprazível e completa.

26. “BROOKLYN BRIDGE”, Anaïs Mitchell

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Em seu álbum de estúdio homônimo, Anaïs Mitchell nos presenteia com a singela e atmosférica “Brooklyn Bridge”, reafirmando-se como uma das storytellers mais potentes da atualidade – e cada palavra suspirada e tecla apertada demonstra uma confiança íntegra e uma sutileza poética que já foram emuladas diversas vezes nos últimos tempos

25. “MAROON”, Taylor Swift

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Logo na primeira metade de ‘Midnights’, Taylor Swift entrega inflexões poéticas aplaudíveis e que se configuram como algumas das melhores da carreira da performer“Maroon”, em contraposição à faixa anterior, mergulha na repetição tonal de modo evocativo, nos levando de volta para ‘1989’ e ‘Lover’ (em especial a faixa “The Archer”, que grita synth-dream com todas as forças) e guiada por uma espécie de teoria de cores que dialoga com sensações e com a realidade percebida pela cantora

24. “DAFFODIL”, Florence + the Machine

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‘Dance Fever’ marcou o glorioso retorno de Florence + the Machine ao mundo da música – e uma das principais entradas do disco é “Daffodil”, uma mítica peregrinação de autorreflexão, lidando com uma expressividade que se transpõe ao literário e borra a separação entre os tipos de arte (considerando que o alcance sensorial da obra é múltiplo e avança até mesmo para o industrial psicodélico).

23. “YOU KEEP ME CRAWLING”, AURORA

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‘The Gods We Can Touch’ é, facilmente, a obra-prima de AURORA, recheada de diversas faixas de tirar o fôlego. Uma das melhores é, sem dúvida, “You Keep Me Crawling”: nesta track, temos o início de uma tendência teatral que viria ser explorada em outras incursões. A progressão é pincelada pela densidade dramática do piano, do violino e da bateria, abrindo espaço para uma rendição espetacular e tocante que discorre sobre um relacionamento tóxico de que o eu-lírico não consegue escapar (Por que eu continuo implorando como o animal? Talvez seja porque eu precise servir alguém).

22. “VEGAS”, Doja Cat

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Com “Vegas”, música original da cinebiografia ‘Elvis’Doja Cat nos leva para um clube à la Nova Orleans dos anos 1950, misturando passado e presente em uma divertida releitura da carreira de Elvis Presley, o rei do rock. Doja já mostrou que é uma das grandes vozes da atualidade e, continuando a nos encantar com seus versos pungentes, se diverte como nunca.

21. “FAST TIMES”, Sabrina Carpenter

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Em ‘emails i can’t send’, quinto álbum de Sabrina Carpenter, são várias as tracks que nos chamam a atenção – e, sem dúvida, “Fast Times” é uma das que despontam como uma das mais bem arquitetadas, seja pelas inclinações ao post-disco ou pelos elementos do funk setentista que pincelam as estrofes (e isso sem comentar o ótimo videoclipe inspirado em ‘Kill Bill’ e ‘As Panteras’ que Carpenter protagoniza)

20. “FREE YOURSELF”, Jessie Ware

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Apesar de não termos sido agraciados com mais um álbum, Jessie Ware não deixou de fazer sua participação em 2022 e lançou o incrível hino de autoaceitação e empoderamento “Free Yourself”. A faixa permitiu que Ware continuasse a explorar sua paixão por incursões dos anos 1980 e 1990 em uma narrativa sobre libertar a si mesmo, guiada pelas notas conhecidas do italo disco, do house e do dance-pop.

19. “THIS HELL”, Rina Sawayama

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Rina Sawayama já havia feito um estrondoso barulho quando lançou ‘SAWAYAMA’ em 2020 e, dois anos mais tarde, está pronta para retornar com um aguardado álbum de originais. O primeiro vislumbre de seu novo disco veio sob a forme de “This Hell”, um divertido e ácido rock-pop que usa tiradas geniais e comentários sarcásticos sobre a retrocesso da comunidade para com as minorias – aproveitando para fazer alusões a ícones como Lady DiBritney SpearsParis HiltonWhitney Houston.

18. “ABOUT DAMN TIME”, Lizzo

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Já faz três anos desde que Lizzo parou o mundo com o lançamento de seu último álbum de estúdio – mas, atendendo nossas preces, ela está retornando para o cenário musical. O lead single de seu próximo compilado, “About Damn Time”, estende-se para o saudosismo inebriante do final dos anos 1970 e começo dos anos 1980, com um nu-disco absorvido pelo funk-pop, marcado pelas impactantes notas do piano e por um baixo arrepiante – além de uma narrativa de empoderamento própria da identidade da cantora.

17. “4 DA MANHÃ EM SALVADOR”, Baco Exu do Blues

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Baco Exu do Blues se envolveu na própria reflexão com ‘QVVJFA?’, lançado em fevereiro deste ano com uma fusão de inúmeros estilos musicais. Aqui, a faixa “4 da manhã em Salvador” fecha esse arco introspectivo e adota um teor mais biográfico, consagrando-se como a canção mais latinizada do álbum (com a presença inesperada do violão) e uma narrativa de superação que denuncia a opressão sistêmica dos não privilegiados.

16. “HOW LONG”, Tove Lo

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Depois da nostálgica incursão de ‘Sunshine Kitty’, que merecia mais reconhecimento do que tem, a performer sueca Tove Lo foi escalada para compor e cantar uma das faixas originais da aclamada série adolescente ‘Euphoria’, estrelada por Zendaya. Intitulada “How Long”, o pulsante electro-dark parte da perspectiva de um eu-lírico marcado por tristezas e decepções, declamando sobre um relacionamento tóxico que, na verdade, nunca foi verdadeiro.

15. “BOYFRIEND”, Dove Cameron

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Dove Cameron começou a fazer sucesso no Disney Channel e, depois de ter protagonizado a trilogia ‘Descendentes’, começou a investir em peso em sua carreira musical. “Boyfriend”, dessa maneira, representa um divisor de águas em sua discografia, tanto pela sensual rendição, quanto pelo ácido liricismo que remete às incursões iconográficas de Ariana Grande. Além disso, a envolvente produção pega múltiplos elementos e, construindo uma atmosfera dark, parece ter saído de uma trilha sonora da franquia ‘007’.

14. “CAROLINA”, Taylor Swift

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Aliando-se novamente a Aaron Dessner, cujo toque especial na produção transmuta a melodia em uma mística aventura recheada de segredos a serem descobertos, Taylor Swift nos carrega a um caudaloso e narcótico rio do qual não queremos sair com ‘Carolina’, música-tema de ‘Um Lugar Bem Longe Daqui’. E, certamente, é a irretocável poética presente na composição, estampada com rimas inteligentes e uma cadência envolvente, que nos relembra do paixão que sentimos por essa artista tão espetacular que conhecemos.

13. “N95”, Kendrick Lamar

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Kendrick Lamar voltou em 2022 com mais um projeto espetacular, intitulado ‘Mr. Morale & the Big Steppers’. Uma das faixas que melhor representa as ideias por trás do álbum em questão é “N95”, que continua o projeto de descontruir os engessamentos musicais em uma crítica narrativa em hip-hop que imprime jazzblues e rap, arquitetando enredos de consciência social que nos envolvem desde as primeiras batidas.

12. “ATOPOS”, Björk

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Björk escolheu “Atopos” como a faixa de abertura e como lead single  da inesperada obra-prima ‘Fossora’ – e a própria nomenclatura da música já indica o que podemos esperar do álbum. Se você nunca ao menos cruzou caminho com uma canção composta por Björk, digo que nenhuma das escolhas é por acaso e que cada engrenagem pertence a uma macroestrutura que rompe com as barreiras sonoras e expande-se para teoremas filosóficos e análises sociológicas sobre o homem em si e dentro da sociedade.

11. “PURE/HONEY”, Beyoncé

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‘Renaissance – Act I’ tornou-se um evento ao finalmente ser divulgado para os fãs de Beyoncé, reiterando, mais uma vez, a versatilidade invejável de uma das maiores artistas da história. E, como já é de se esperar, escolher as melhores músicas dentro deste imaculado e testamentário compilado não é um trabalho fácil; de qualquer forma, é notável como “Pure/Honey” é uma das entradas que nos roubam a atenção por sua construção ostensiva e elegante, pautada no electro-house e neo-disco (que é resumida pelo honrável verso “deve custar um bilhão para parecer tão bem”).

10. “FRANKENSTEIN”, Rina Sawayama

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Para cada mínimo e quase imperceptível deslize, Rina Sawayama deu tudo de si para nos presentear com algumas das melhores músicas do ano com o ótimo ‘Hold the Girl’, seu segundo álbum de estúdio oficial. E a faixa-assinatura do compilado veio um pouco depois de seu lançamento oficial, com “Frankenstein” – um mergulho no pop-punk, contando com a assinatura certeira do vencedor do Oscar Paul Epworth e da sempre incrível Lauren Aquilina.

9. “PAPI BONES”, FKA Twigs

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No ótimo ‘CAPRISONGS’FKA Twigs continua a explorar sua identidade musical com despreocupação apaixonante – e, nesse processo de contínua autodescoberta, arquiteta a irretocável “papi bones”, uma das melhores entradas do álbum e de sua carreira. Aqui, a cantora e compositora discorre sobre o fervor da paixão, à medida que busca referências nas incursões do afrobeats, do reggae e até o mambo, fomentando uma miscelânea sensual e convidativa.

8. “DREAM GIRL EVIL”, Florence + the Machine

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Colaborando com Dave Bailey, vocalista da banda Glass AnimalsFlorence Welch dá vida à narcótica atmosfera de “Dream Girl Evil”, construindo um enredo sarcástico e ácido, revelando a disparidade de gênero em que, quando uma mulher se posa como independente, atrai olhares de desprezo pelos homens: puxando elementos da icônica canção “Freedom!”, de George Michael, Florence abusa de uma retórica com propósito condescendente para com seu interlocutor, perguntando a ele se “eu o desapontei? A mamãe deixou você triste? Eu te faço lembrar de todas as garotas que te deixaram louco?”.

7. “TAKE MY BREATH”, The Weeknd

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lead single de ‘Dawn FM’, recente álbum de The Weeknd, veio na forma de “Take My Breath”, uma das melhores canções da carreira do artista. Mantendo um belíssimo diálogo com a clássica “Blinding Lights”, a faixa se lança a um ambicioso projeto que estende ramificações pelo pop psicodélico e pelo disco, fazendo um incrível e desmedido uso de sintetizadores que remontam a Donna Summer com “I Feel Love” e ao lendário pai do discoGiorgio Moroder. Além de uma coesa e soberba produção, somos agraciados com uma evocativa progressão e vocais poderosos que respaldam a sensual narrativa que se desenrola.

6. “HOLD MY HAND”, Lady Gaga

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Lady Gaga foi escalada para escrever a música-tema do elogiado ‘Top Gun: Maverick’ e, sem muitas surpresas, a faixa emerge como uma das mais belíssimas entradas de sua gloriosa carreira. Seguindo os passos de “Take My Breath Away”, que comandou o filme original de 1986, a track se volta à estética oitentista e, ao mesmo tempo, se mantém fiel à identidade única da performer, erguendo-se em formosura envolvente e apaixonante, misturando elementos do power-pop e do power-rock em um mergulho ao passado que reafirma o lugar atemporal da artista no cenário fonográfico.

5. “OUT OF TIME”, The Weeknd

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‘Dawn FM’ veio acompanhado de uma aclamação crítica aplaudível e representou uma das melhores entradas da elogiada discografia de The Weeknd. E, nesse soberbo álbum, o cantor e compositor foi impulsionado a fazer o que bem entender e inclusive a lançar tendências (como provavelmente veremos nos meses seguintes, em que outros artistas farão um movimento exploratório e metadiegético promovido pelo artista). É nesse espectro que faixas como “Out of Time”, fazendo alusão a nomes como Marvin Gaye e a Michael Jackson, insurge como um belíssimo laço entre passado, presente e futuro.

4. “CHILDREN OF THE EMPIRE”, Weyes Blood

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A evocativa “Children of the Empire” é uma explosão instrumental que renega a maximização espetacular, procurando um ponto de encontro entre os arranjos que despontam e a rendição irretocável da performer. A princípio, a profusão de instrumentos pode parecer estranha, oscilando entre sintetizadores robóticos, o dedilhar de cordas e as notas ácidas de um piano (tudo pincelado com um coro gospel que surge no refrão) – mas a mixórdia de sensações é um deleite para os ouvidos, principalmente aliada a versos como “nós não temos mais tempo para ficar com medo” e “filhos do império sabem, sabem que não são livres”.

3. “SAOKO”, ROSALÍA

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Com ‘MOTOMAMI’, ROSALÍA lançou seu melhor e mais experimental álbum até hoje, utilizando toda sua criatividade para refletir sobre a própria vida. E um dos singles oficiais da produção vem com “Saoko”, uma investida extremamente conceitual que desconstrói conceitos do reggaeton e do cyberpunk, unindo-os em uma alternância de estilos que não poderia ser feita por mais ninguém além dessa já memorável artista.

2. “ALIEN SUPERSTAR”, Beyoncé

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Beyoncé voltou com força total em 2022 ao lançar o aguardado e antecipadíssimo ‘Renaissance – Act I’. O projeto, primeiro capítulo de uma ambiciosa trilogia sonora, já ascendeu ao patamar dos melhores do ano e da década (ao menos na opinião desta que vos fala) e honrou a cultura negra com uma celebração antêmica do house e do disco. E, dentre as várias canções, “Alien Superstar” nos chama a atenção pela produção impecável e pelo caráter explosivo de suas texturas, mergulhando no poder dos sintetizadores, do voguing e dos ballrooms do Brooklyn dos anos 70 e 80 (“olhos em você quando performa, olhos em mim quando eu coloco”)

1. “L’ENFER”, Stromae

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É provável que você nunca tenha ouvido de falar de Stromae – mas certamente deveria. O cantor e compositor belga retornou em 2022 com o incrível ‘Multitude’ e, dentro dessa melancólica e expressiva jornada, rendeu-se à melhor faixa do ano até agora – a profunda “L’Enfer”. Movida pelas densas notas de um piano clássico e pela interpolação com urgentes sintetizadores, a canção fala sobre depressão e pensamentos suicidas, enquanto realiza uma compressão niilista sobre o mundo e sobre a vida.

BÔNUS: “GOOD DAYS”, SZA

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Quando montamos essa lista, SZA ainda não havia lançado o irretocável álbum ‘SOS’. Para não reestruturarmos o ranking inteiro, resolvemos dedicar uma seção hors concours para a icônica cantora e compositora e colocar “Good Days” como uma das melhores incursões do ano. A faixa traz aspectos do R&B alternativo, do neo-soul e do soul psicodélico, alimentado por uma atmosfera saudosista dos anos 2000 e inclusive conquistando uma indicação ao Grammy de Melhor Música R&B.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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2022 se provou um ótimo ano para a música, com o retorno de aguardados atos do cenário fonográfico, bem como a estreia de vários outros.

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Desde a reimaginação rap de “Vegas”, performada pela vencedora do Grammy Doja Cat, até a belíssima e antêmica arena-rock de “Hold My Hand”, música-tema do elogiado ‘Top Gun: Maverick’ assinada pela lendária Lady Gaga, montar nosso ranking não foi um trabalho fácil – e com certeza devemos ter deixado alguma pérola de fora.

Confira nossas escolhas abaixo e conte para nós qual é sua canção favorita:

50. “SNAKES IN THE GRASS”, Dolly Parton

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Retornando com força descomunal para o mundo do entretenimento, a icônica Dolly Parton se aventurou na literatura, na música e, futuramente, no cinema com ‘Run, Rose Run’ – e, apesar de nem todas as faixas funcionarem como deveriam, “Snakes In the Grass” emerge como a clássica Dolly que todos aprendemos a amar, mergulhando no cativante country-rock e em uma narrativa atemporal sobre os perigos de confiar em qualquer um.

49. “CANNONBALL”, Avril Lavigne

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Desde “Cannoball”, faixa de abertura do novo álbum de Avril Lavigne, somos engolfados em uma vibrante e frenética progressão que fica no ápice praticamente o tempo inteiro; a performer tem plena consciência do que está fazendo e não se importa se você está tendo um dia ruim, entregando tudo de si para mensagens de empoderamento e de libertação que nos arremessam de volta para os anos 2000.

48. “VERSIONS OF ME”, Anitta

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Depois da problemática identitária de ‘Kisses’Anitta, que vem se consagrando como uma das maiores performers mundiais da atualidade, retornou com força descomunal com ‘Versions of Me’, uma ode a todas as camadas que passou durante sua carreira. E a faixa-titular, infundida em uma produção irretocável e bastante nostálgica, tem um dos refrãos mais envolventes do ano, incrementado pelo baixo, pelos sintetizadores e pela mixórdia exuberante do synth-pop dos anos 1980 e de sua consecutiva revitalização na passagem dos anos 2000 para os anos 2010.

47. “IT’S ONLY LOVE, NOBODY DIES”, Sofia Carson

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As melhores faixas do álbum de estreia de Sofia Carson se concentram na primeira metade, logo de cara com a abertura “It’s Only Love, Nobody Dies”, uma narrativa romântica que fala sobre um relacionamento que pode superar quaisquer obstáculos – e que se finca com fervor nas tendências da década passada, alimentando um apreço significativo pelo balada electro-pop e oscilando entre o minimalismo pré-refrão e a aguardada explosão central, pincelada pelos toques retumbantes e acompanhada por rimas interessantes e que fogem da obviedade lírica.

46. “DON’T GO YET”, Camila Cabello

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Com ‘Familia’Camila Cabello parece muito mais confortável dentro de seu escopo artístico,  deixando transparecer uma diversão apaixonante que nos guia por essa jornada incrível e que merece ser apreciada até mesmo por aqueles que não são tão fãs de música latina. E, dentro desse respiro, somos agraciados com a espetacular “Don’t Go Yet”, em que Cabello encarna uma versão modernizada de Gloria Estefan e, dessa maneira, gesta uma das melhores canções de sua carreira.

45. “IMMACULATE”, Years & Years

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Em “Immaculate”, uma das canções do álbum ‘Night Call’Olly Alexander (ou, como conhecemos seu ato musical, Years & Years) dá as boas-vindas a um arab-pop que rege um conto de paixão ardente e diabolicamente blasfema, cujas mensagens principais se escondem sob versos como “quando você era meu anjo caído, quase divino” e “só quero sentir aquela batida em meu coração de novo”, arrancando uma rendição impecável de Alexander e emulando os anos 1990 e 2000 com concisão inigualável.

44. “USED TO KNOW ME”, Charli XCX

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No mais novo álbum da icônica Charli XCX, ‘CRASH’, somos presenteados com um resumão do que a indústria fonográfica foi capaz de fazer, desde a intensa faixa-titular, que abre de forma irrefreável, até a ode ao electro-house e ao power-pop dos anos 2000 com “Used To Know Me”, pegando elementos emprestados de Steve Angello e Laidback Luke com a memorável “Show Me Love”.

43. “MATILDA”, Harry Styles

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Em “Matilda”Harry Styles promove uma desmistificação profunda do conceito de família e de lanços sanguíneos, narrando uma personagem que não foi amada por aqueles que deveriam amá-la e encontrou independência e felicidade ao se afastar deles: “você não deve pedir desculpas por ir embora e crescer” resume com consciência assustadora o que significa se libertar das amarras impostas pela sociedade e perceber que o mais difícil é, por vezes, o caminho a ser seguido.

42. “VIGILANTE SHIT”, Taylor Swift

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“Vigilant Shit”, sem sombra de dúvida a faixa mais original de ‘Midnights’ (décimo álbum de Taylor Swift), puxa aspectos de ‘Reputation’ para um electro-synth comedido e uma história de vingança arrepiante (“eu não me visto para mulheres, não me visto para homens; ultimamente, me visto para vingança”), arrancando semelhanças de “Look What You Made Me Do” e pincelando com pulsões à la Charli XCX.

41. “HOT IN IT”, Tiësto feat. Charli XCX

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Além de ter lançado o impecável ‘CRASH’ e ter participado da trilha sonora de ‘Morte Morte Morte’Charli XCX se uniu ao icônico DJ Tiësto para uma celebração do dance-pop com a incrível e sensual “Hot In It”. A faixa é destinada essencialmente às pistas de dança e funciona como uma incursão incrível da música eletrônica com um refrão impregnante e uma forte batida que nos impede de ficar parados por muito tempo.

40. “NO ONE DIES FROM LOVE”, Tove Lo

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O segundo single de ‘Dirt Femme’, quinto álbum da incrível Tove Lo, não poderia ficar de fora da nossa lista. A produção irretocável da faixa traz o melhor do electropop à tona, seja com a multiplicidade de camadas vocais, seja com o uso pungente dos sintetizadores – escolhas que refletem a habilidade do produtor A Strut e que fala sobre um relacionamento que chegou ao fim da pior forma possível e que, mesmo assim, deixará memórias.

39. “29”, Demi Lovato

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Demi Lovato retornou para o mundo da música com o aguardado ‘Holy Fvck’ este ano, abandonando o estilo mais conceitual que vinha apresentando e apostando nas raízes do pop-rock. “29”, facilmente uma das melhores faixas do álbum, choca pela produção comedida e pelos potentes vocais da artista, infundida em uma história de disparidade etária, daddy issues e a tênue linha entre o consentimento e a manipulação.

38. “MY MIND & ME”, Selena Gomez

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Selena Gomez se tornou uma das porta-vozes sobre saúde mental e, com o lançamento do documentário ‘Minha Mente & Eu’, aproveitou a oportunidade para retornar ao mundo da música com uma ótima balada pop. Intitulada “My Mind & Me”, a potente canção fala sobre a fragilidade mental da cantora e compositora, caminhando para uma história de superação e fraternidade consigo mesma (eternizada pelo verso “nós não nos damos vem às vezes, e fica difícil respirar”).

37. “MISUNDERSTOOD”, BANKS

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A breve faixa “Misunderstood”, da artista BANKS, é uma sinestésica obra-prima que aposta fichas numa produção conceitual, retumbante e guiada pela confluência de estilos que reflete o apreço da cantora e compositora por misturar gêneros conflitantes entre sim – e, ao longo de efêmeros 1:42, ela emplaca uma das melhores música do ano com a fusão entre R&Bpop alternativo.

36. “KOMBI VERSACE”, ROSALÍA

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ROSALÍA causou um grande impacto ao retornar ao cenário fonográfico com o aclamado ‘MOTOMAMI’, facilmente um dos melhores álbuns do ano e da década. E, em meio a tantas faixas impecáveis, tivemos a presença da minimalista “Kombi Versace”, que mistura o experimentalismo dos sintetizadores com vocais em falsetto e uma presença demarcada do reggaeton.

35. “HEUTE NACHT”, Maddix

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Maddix é provavelmente um nome do qual você nunca ouviu falar – mas que mereceu seu lugar na nossa lista com a desconhecida faixa “Heute Nacht”. O DJ alemão superou todas as expectativas ao entregar um techno conceitual que tem todos os elementos do gênero, incluindo o crescendo que premedita o refrão e uma celebração da vida noturna (“esta noite será incrível”, diz uma robótica voz).

34. “BAD HABIT”, Steve Lacy

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Com “Bad Habit”Steve Lacy alcançou o topo da Hot 100 da Billboard e serviu como uma divisora de águas na carreira do cantor e compositor. A faixa foi assinada por Lacy em colaboração a Diana GordonJohn KirbyFoushéeMatthew Castellanos, e trouxe inúmeros elementos a uma construção memorável em R&Blo-fifunk-pop.

33. “PLAN B”, Megan Thee Stallion

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Megan Thee Stallion vem quebrando inúmeras barreiras de gênero dentro da configuração do rap e do hip-hop e, depois do aclamado ‘Good News’, retornou com o ótimo ‘Traumazine’. Dentro da produção, temos o single “Plan B”, uma antêmica incursão de empoderamento que fala sobre um problemático relacionamento que a rapper teve no passado.

32. “GOD TURN ME INTO A FLOWER”, Weyes Blood

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“God Turn Me Into a Flower” traz uma celebração melancólica do enfrentamento dos problemas, em que a cantora clama por Deus para que ele a transforme em uma flor, um símbolo de força que é associado erroneamente à fragilidade – pois, quando ela cai, ela não se estilhaça como um copo de vidro. Cada nota proferida pelos sintetizadores ou pela multiplicidade de vozes é pensada com exímia cautela, adotando elementos teatrais que nos relembram de Fiona Apple e que se desvencilham de um melodrama desnecessário.

31. “NOBODY LIKE U”, 4*TOWN

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Em 2022, a Pixar lançou a animação ‘Red – Crescer é uma Fera’, cuja história acompanha uma jovem garota apaixonada por uma boyband e com o poder de se transformar em panda quando passa por experiências estressantes. É claro que o filme contaria com uma trilha sonora memorável, incluindo a canção “Nobody Like U”, estruturada pelos múltiplos vencedores do Grammy Billie EilishFinneas O’Connell (e uma das cotadas para a próxima edição do Oscar). A faixa pega elementos do pop dos anos 1990 e faz referências nostálgicas a grupos como N*SYNCBackstreet Boys.

30. “LOVE ME MORE”, Mitski

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A artista Mitski vem ganhando espaço no cenário fonográfico ano após ano e, em 2022, lançou o elogiadíssimo ‘Laurel Hell’, seu sexto álbum de estúdio. O compilado de originais é uma celebração do synth-pop, do electro-pop e do nu-disco – e a faixa que melhor o representa é a instigante “Love Me More”, lançada como quarto single e que, em uma produção impecável e muito bem pensada, fala sobre a necessidade de ser amada.

29. “TITÍ ME PREGUNTÓ”, Bad Bunny

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Bad Bunny fez um estrondo gigantesco ao lançar o álbum ‘Un Verano Sin Ti’ em 2022, trazendo a música latina com mais força para o cenário mainstream americano. “Tití Me Preguntó”, afastando-se das costumeiras incursões do reggaeton, apresentou um novo lado do cantor ao misturar dembowpsychedelia, puxando elementos do dancehall centro-americano e arquitetando uma atmosfera sensual e dançante.

28. “SUMMER RENAISSANCE”, Beyoncé

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No aclamado ‘Renaissance – Act I’, nada poderia nos preparar para a estonteante conclusão intitulada “Summer Renaissance”, cujas conhecidas peculiaridades de Beyoncé são interpoladas pela clássica “I Feel Love”, honrando a parceria entre Summer e o imortal pai do disco Giorgio Moroder, em uma expressividade hi-NRG de tirar o fôlego.

27. “HONDA”, FKA Twigs feat. Pa Salieu

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“honda” nos chama a atenção por manter-se fiel à identidade da performer e por fornecer um lado mais costumeiro, por assim dizer, permitindo que ela brinque com aspectos como o atabaque, o kissange e o corpo gospel. Além disso, a parceria com o rapper Pa Salieu carrega uma química categórica, reafirmada pelo fraseamento divertido e bastante rítmico de cada verso, que foge das obviedades e nos engolfa em uma aventura aprazível e completa.

26. “BROOKLYN BRIDGE”, Anaïs Mitchell

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Em seu álbum de estúdio homônimo, Anaïs Mitchell nos presenteia com a singela e atmosférica “Brooklyn Bridge”, reafirmando-se como uma das storytellers mais potentes da atualidade – e cada palavra suspirada e tecla apertada demonstra uma confiança íntegra e uma sutileza poética que já foram emuladas diversas vezes nos últimos tempos

25. “MAROON”, Taylor Swift

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Logo na primeira metade de ‘Midnights’, Taylor Swift entrega inflexões poéticas aplaudíveis e que se configuram como algumas das melhores da carreira da performer“Maroon”, em contraposição à faixa anterior, mergulha na repetição tonal de modo evocativo, nos levando de volta para ‘1989’ e ‘Lover’ (em especial a faixa “The Archer”, que grita synth-dream com todas as forças) e guiada por uma espécie de teoria de cores que dialoga com sensações e com a realidade percebida pela cantora

24. “DAFFODIL”, Florence + the Machine

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‘Dance Fever’ marcou o glorioso retorno de Florence + the Machine ao mundo da música – e uma das principais entradas do disco é “Daffodil”, uma mítica peregrinação de autorreflexão, lidando com uma expressividade que se transpõe ao literário e borra a separação entre os tipos de arte (considerando que o alcance sensorial da obra é múltiplo e avança até mesmo para o industrial psicodélico).

23. “YOU KEEP ME CRAWLING”, AURORA

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‘The Gods We Can Touch’ é, facilmente, a obra-prima de AURORA, recheada de diversas faixas de tirar o fôlego. Uma das melhores é, sem dúvida, “You Keep Me Crawling”: nesta track, temos o início de uma tendência teatral que viria ser explorada em outras incursões. A progressão é pincelada pela densidade dramática do piano, do violino e da bateria, abrindo espaço para uma rendição espetacular e tocante que discorre sobre um relacionamento tóxico de que o eu-lírico não consegue escapar (Por que eu continuo implorando como o animal? Talvez seja porque eu precise servir alguém).

22. “VEGAS”, Doja Cat

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Com “Vegas”, música original da cinebiografia ‘Elvis’Doja Cat nos leva para um clube à la Nova Orleans dos anos 1950, misturando passado e presente em uma divertida releitura da carreira de Elvis Presley, o rei do rock. Doja já mostrou que é uma das grandes vozes da atualidade e, continuando a nos encantar com seus versos pungentes, se diverte como nunca.

21. “FAST TIMES”, Sabrina Carpenter

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Em ‘emails i can’t send’, quinto álbum de Sabrina Carpenter, são várias as tracks que nos chamam a atenção – e, sem dúvida, “Fast Times” é uma das que despontam como uma das mais bem arquitetadas, seja pelas inclinações ao post-disco ou pelos elementos do funk setentista que pincelam as estrofes (e isso sem comentar o ótimo videoclipe inspirado em ‘Kill Bill’ e ‘As Panteras’ que Carpenter protagoniza)

20. “FREE YOURSELF”, Jessie Ware

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Apesar de não termos sido agraciados com mais um álbum, Jessie Ware não deixou de fazer sua participação em 2022 e lançou o incrível hino de autoaceitação e empoderamento “Free Yourself”. A faixa permitiu que Ware continuasse a explorar sua paixão por incursões dos anos 1980 e 1990 em uma narrativa sobre libertar a si mesmo, guiada pelas notas conhecidas do italo disco, do house e do dance-pop.

19. “THIS HELL”, Rina Sawayama

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Rina Sawayama já havia feito um estrondoso barulho quando lançou ‘SAWAYAMA’ em 2020 e, dois anos mais tarde, está pronta para retornar com um aguardado álbum de originais. O primeiro vislumbre de seu novo disco veio sob a forme de “This Hell”, um divertido e ácido rock-pop que usa tiradas geniais e comentários sarcásticos sobre a retrocesso da comunidade para com as minorias – aproveitando para fazer alusões a ícones como Lady DiBritney SpearsParis HiltonWhitney Houston.

18. “ABOUT DAMN TIME”, Lizzo

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Já faz três anos desde que Lizzo parou o mundo com o lançamento de seu último álbum de estúdio – mas, atendendo nossas preces, ela está retornando para o cenário musical. O lead single de seu próximo compilado, “About Damn Time”, estende-se para o saudosismo inebriante do final dos anos 1970 e começo dos anos 1980, com um nu-disco absorvido pelo funk-pop, marcado pelas impactantes notas do piano e por um baixo arrepiante – além de uma narrativa de empoderamento própria da identidade da cantora.

17. “4 DA MANHÃ EM SALVADOR”, Baco Exu do Blues

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Baco Exu do Blues se envolveu na própria reflexão com ‘QVVJFA?’, lançado em fevereiro deste ano com uma fusão de inúmeros estilos musicais. Aqui, a faixa “4 da manhã em Salvador” fecha esse arco introspectivo e adota um teor mais biográfico, consagrando-se como a canção mais latinizada do álbum (com a presença inesperada do violão) e uma narrativa de superação que denuncia a opressão sistêmica dos não privilegiados.

16. “HOW LONG”, Tove Lo

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Depois da nostálgica incursão de ‘Sunshine Kitty’, que merecia mais reconhecimento do que tem, a performer sueca Tove Lo foi escalada para compor e cantar uma das faixas originais da aclamada série adolescente ‘Euphoria’, estrelada por Zendaya. Intitulada “How Long”, o pulsante electro-dark parte da perspectiva de um eu-lírico marcado por tristezas e decepções, declamando sobre um relacionamento tóxico que, na verdade, nunca foi verdadeiro.

15. “BOYFRIEND”, Dove Cameron

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Dove Cameron começou a fazer sucesso no Disney Channel e, depois de ter protagonizado a trilogia ‘Descendentes’, começou a investir em peso em sua carreira musical. “Boyfriend”, dessa maneira, representa um divisor de águas em sua discografia, tanto pela sensual rendição, quanto pelo ácido liricismo que remete às incursões iconográficas de Ariana Grande. Além disso, a envolvente produção pega múltiplos elementos e, construindo uma atmosfera dark, parece ter saído de uma trilha sonora da franquia ‘007’.

14. “CAROLINA”, Taylor Swift

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Aliando-se novamente a Aaron Dessner, cujo toque especial na produção transmuta a melodia em uma mística aventura recheada de segredos a serem descobertos, Taylor Swift nos carrega a um caudaloso e narcótico rio do qual não queremos sair com ‘Carolina’, música-tema de ‘Um Lugar Bem Longe Daqui’. E, certamente, é a irretocável poética presente na composição, estampada com rimas inteligentes e uma cadência envolvente, que nos relembra do paixão que sentimos por essa artista tão espetacular que conhecemos.

13. “N95”, Kendrick Lamar

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Kendrick Lamar voltou em 2022 com mais um projeto espetacular, intitulado ‘Mr. Morale & the Big Steppers’. Uma das faixas que melhor representa as ideias por trás do álbum em questão é “N95”, que continua o projeto de descontruir os engessamentos musicais em uma crítica narrativa em hip-hop que imprime jazzblues e rap, arquitetando enredos de consciência social que nos envolvem desde as primeiras batidas.

12. “ATOPOS”, Björk

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Björk escolheu “Atopos” como a faixa de abertura e como lead single  da inesperada obra-prima ‘Fossora’ – e a própria nomenclatura da música já indica o que podemos esperar do álbum. Se você nunca ao menos cruzou caminho com uma canção composta por Björk, digo que nenhuma das escolhas é por acaso e que cada engrenagem pertence a uma macroestrutura que rompe com as barreiras sonoras e expande-se para teoremas filosóficos e análises sociológicas sobre o homem em si e dentro da sociedade.

11. “PURE/HONEY”, Beyoncé

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‘Renaissance – Act I’ tornou-se um evento ao finalmente ser divulgado para os fãs de Beyoncé, reiterando, mais uma vez, a versatilidade invejável de uma das maiores artistas da história. E, como já é de se esperar, escolher as melhores músicas dentro deste imaculado e testamentário compilado não é um trabalho fácil; de qualquer forma, é notável como “Pure/Honey” é uma das entradas que nos roubam a atenção por sua construção ostensiva e elegante, pautada no electro-house e neo-disco (que é resumida pelo honrável verso “deve custar um bilhão para parecer tão bem”).

10. “FRANKENSTEIN”, Rina Sawayama

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Para cada mínimo e quase imperceptível deslize, Rina Sawayama deu tudo de si para nos presentear com algumas das melhores músicas do ano com o ótimo ‘Hold the Girl’, seu segundo álbum de estúdio oficial. E a faixa-assinatura do compilado veio um pouco depois de seu lançamento oficial, com “Frankenstein” – um mergulho no pop-punk, contando com a assinatura certeira do vencedor do Oscar Paul Epworth e da sempre incrível Lauren Aquilina.

9. “PAPI BONES”, FKA Twigs

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No ótimo ‘CAPRISONGS’FKA Twigs continua a explorar sua identidade musical com despreocupação apaixonante – e, nesse processo de contínua autodescoberta, arquiteta a irretocável “papi bones”, uma das melhores entradas do álbum e de sua carreira. Aqui, a cantora e compositora discorre sobre o fervor da paixão, à medida que busca referências nas incursões do afrobeats, do reggae e até o mambo, fomentando uma miscelânea sensual e convidativa.

8. “DREAM GIRL EVIL”, Florence + the Machine

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Colaborando com Dave Bailey, vocalista da banda Glass AnimalsFlorence Welch dá vida à narcótica atmosfera de “Dream Girl Evil”, construindo um enredo sarcástico e ácido, revelando a disparidade de gênero em que, quando uma mulher se posa como independente, atrai olhares de desprezo pelos homens: puxando elementos da icônica canção “Freedom!”, de George Michael, Florence abusa de uma retórica com propósito condescendente para com seu interlocutor, perguntando a ele se “eu o desapontei? A mamãe deixou você triste? Eu te faço lembrar de todas as garotas que te deixaram louco?”.

7. “TAKE MY BREATH”, The Weeknd

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lead single de ‘Dawn FM’, recente álbum de The Weeknd, veio na forma de “Take My Breath”, uma das melhores canções da carreira do artista. Mantendo um belíssimo diálogo com a clássica “Blinding Lights”, a faixa se lança a um ambicioso projeto que estende ramificações pelo pop psicodélico e pelo disco, fazendo um incrível e desmedido uso de sintetizadores que remontam a Donna Summer com “I Feel Love” e ao lendário pai do discoGiorgio Moroder. Além de uma coesa e soberba produção, somos agraciados com uma evocativa progressão e vocais poderosos que respaldam a sensual narrativa que se desenrola.

6. “HOLD MY HAND”, Lady Gaga

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Lady Gaga foi escalada para escrever a música-tema do elogiado ‘Top Gun: Maverick’ e, sem muitas surpresas, a faixa emerge como uma das mais belíssimas entradas de sua gloriosa carreira. Seguindo os passos de “Take My Breath Away”, que comandou o filme original de 1986, a track se volta à estética oitentista e, ao mesmo tempo, se mantém fiel à identidade única da performer, erguendo-se em formosura envolvente e apaixonante, misturando elementos do power-pop e do power-rock em um mergulho ao passado que reafirma o lugar atemporal da artista no cenário fonográfico.

5. “OUT OF TIME”, The Weeknd

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‘Dawn FM’ veio acompanhado de uma aclamação crítica aplaudível e representou uma das melhores entradas da elogiada discografia de The Weeknd. E, nesse soberbo álbum, o cantor e compositor foi impulsionado a fazer o que bem entender e inclusive a lançar tendências (como provavelmente veremos nos meses seguintes, em que outros artistas farão um movimento exploratório e metadiegético promovido pelo artista). É nesse espectro que faixas como “Out of Time”, fazendo alusão a nomes como Marvin Gaye e a Michael Jackson, insurge como um belíssimo laço entre passado, presente e futuro.

4. “CHILDREN OF THE EMPIRE”, Weyes Blood

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A evocativa “Children of the Empire” é uma explosão instrumental que renega a maximização espetacular, procurando um ponto de encontro entre os arranjos que despontam e a rendição irretocável da performer. A princípio, a profusão de instrumentos pode parecer estranha, oscilando entre sintetizadores robóticos, o dedilhar de cordas e as notas ácidas de um piano (tudo pincelado com um coro gospel que surge no refrão) – mas a mixórdia de sensações é um deleite para os ouvidos, principalmente aliada a versos como “nós não temos mais tempo para ficar com medo” e “filhos do império sabem, sabem que não são livres”.

3. “SAOKO”, ROSALÍA

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Com ‘MOTOMAMI’, ROSALÍA lançou seu melhor e mais experimental álbum até hoje, utilizando toda sua criatividade para refletir sobre a própria vida. E um dos singles oficiais da produção vem com “Saoko”, uma investida extremamente conceitual que desconstrói conceitos do reggaeton e do cyberpunk, unindo-os em uma alternância de estilos que não poderia ser feita por mais ninguém além dessa já memorável artista.

2. “ALIEN SUPERSTAR”, Beyoncé

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Beyoncé voltou com força total em 2022 ao lançar o aguardado e antecipadíssimo ‘Renaissance – Act I’. O projeto, primeiro capítulo de uma ambiciosa trilogia sonora, já ascendeu ao patamar dos melhores do ano e da década (ao menos na opinião desta que vos fala) e honrou a cultura negra com uma celebração antêmica do house e do disco. E, dentre as várias canções, “Alien Superstar” nos chama a atenção pela produção impecável e pelo caráter explosivo de suas texturas, mergulhando no poder dos sintetizadores, do voguing e dos ballrooms do Brooklyn dos anos 70 e 80 (“olhos em você quando performa, olhos em mim quando eu coloco”)

1. “L’ENFER”, Stromae

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É provável que você nunca tenha ouvido de falar de Stromae – mas certamente deveria. O cantor e compositor belga retornou em 2022 com o incrível ‘Multitude’ e, dentro dessa melancólica e expressiva jornada, rendeu-se à melhor faixa do ano até agora – a profunda “L’Enfer”. Movida pelas densas notas de um piano clássico e pela interpolação com urgentes sintetizadores, a canção fala sobre depressão e pensamentos suicidas, enquanto realiza uma compressão niilista sobre o mundo e sobre a vida.

BÔNUS: “GOOD DAYS”, SZA

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Quando montamos essa lista, SZA ainda não havia lançado o irretocável álbum ‘SOS’. Para não reestruturarmos o ranking inteiro, resolvemos dedicar uma seção hors concours para a icônica cantora e compositora e colocar “Good Days” como uma das melhores incursões do ano. A faixa traz aspectos do R&B alternativo, do neo-soul e do soul psicodélico, alimentado por uma atmosfera saudosista dos anos 2000 e inclusive conquistando uma indicação ao Grammy de Melhor Música R&B.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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