Depois de nos aventurarmos pelos 50 melhores álbuns internacionais do século XXI, chegou a hora de voltarmos nossa atenção para as músicas em si.
De Lady Gaga a Beyoncé, foram inúmeras as artistas que trouxeram canções de extrema qualidade e de impacto cultural gigantesco para o cenário mainstream, fossem por apresentar elementos novos a uma indústria já cansada, fossem por utilizarem a plataforma que tinham para falar de temas bastante importantes.
Pensando nisso, montamos uma lista com as 50 melhores músicas internacionais femininas lançadas neste século (até agora, é claro). Novamente, não estamos apenas focando em recepção crítica, mas também na importância de cada faixa para o escopo fonográfico.
Confira abaixo nossas escolhas e conte para nós qual a sua preferida:
50. “UPSIDE DOWN”, Paloma Faith
Em “Upside Down”, Paloma Faith não aceita que os outros a tratem como tola, mas ela mesma prefere viver “invertida” ao que os outros consideram normal. Entretanto, o que nos rouba quase imediatamente é a deliciosa construção que nos joga de volta para os anos 1950, principalmente com a participação dos backing vocals enquanto a cantora mais uma vez diverte-se em uma narrativa. A bateria, a guitarra e o piano elétrico também contribuem para a construção de uma atmosfera extremamente dançante que não cai em fórmulas.
49. “TOO LITTLE, TOO LATE”, JoJo
Você pode até nunca ter ouvido falar de JoJo, mas definitivamente já deve ter ouvido a clássica canção “Too Little, Too Late”. Lançada em 2006 como parte do segundo álbum de estúdio da cantora, a música fez um sucesso gigantesco e é conhecida por diversas gerações – nos envolvendo desde as primeiras batidas que se aglutinam numa power ballad pop e R&B que fala sobre um relacionamento complicado que chegou ao fim e que deve ser deixado para trás.
48. “FROOT”, MARINA
“Froot”, lead single do elogiado álbum homônimo, é uma das músicas mais famosas de MARINA e não poderia ficar de fora da nossa lista. A canção é impecável do começo ao fim e ganha pontos ao trazer uma produção coesa e um liricismo que dialoga diretamente com a identidade da artista. Aqui, a cantora mistura diversas referências da cultura pop para uma dançante, enérgica e narcótica amálgama de dance-pop, dance-hall, disco e electro-pop que merece lugar na nossa lista e na playlist dos fãs.
47. “UNTOUCHED”, The Veronicas
A dupla conhecida como The Veronicas voltou recentemente aos holofotes com dois álbuns incríveis – mas o sucesso delas vem de meados dos anos 2000. Uma das músicas mais marcantes de sua carreira e também da primeira década do século foi “Untouched”, um power-pop misturado com electropop e com a presena pungente dos violinos que pode inclusive ter premeditado a insurgência do dark pop alguns anos mais tarde.
46. “THE SWEET ESCAPE”, Gwen Stefani
Gwen Stefani é uma das artistas mais conhecidas do século e, em 2006, promovia uma guinada interessante em sua carreira com o lançamento do álbum ‘The Sweet Escape’. A faixa titular, divulgada como o segundo single promocional do disco, traz elementos do pop e do doo-wop em uma encantadora e quase onírica construção que traz colaborações de Akon e Giorgio Tuinfort.
45. “WORK”, Rihanna feat. Drake
Talvez como nunca, o lead single de ‘ANTI’ seja a declaração política e cultural de Rihanna de que devemos exaltar os gêneros que vieram da América Latina e da comunidade negra – visto que, muitas vezes, são incorporados por artistas brancos sem o devido crédito. Em “Work”, Rihanna e Drake são vida a uma celebração dancehall, reggae-pop e R&B que foge do exagero e aposta no minimalismo sinestésico.
44. “MIDNIGHT SKY”, Miley Cyrus
Até mesmo Miley Cyrus se rendeu ao passado ao lançar o lead single de ‘Plastic Hearts’. “Midnight Sky” é uma explosiva fusão entre disco, synth-pop, pop rock e electropop, que arranca de Cyrus seus melhores vocais e transforma a canção em um hino de liberdade própria para as pistas de dança.
43. “BAD GUY”, Billie Eilish
Billie Eilish fez seu grande début com o single promocional “bad guy”, que alcançou o topo da Billboard e quebrou inúmeros recordes de vendas. Porém, não é apenas seu caráter mercadológico que chama a atenção, mas também a atmosfera neo-noir pulsada pelo baixo e pelas tendências do trap que se fundem com o synth e com uma epopeica prosódia que é revitalizada nas faixas seguintes de seu álbum.
42. “JOAN OF ARC ON THE DANCE FLOOR”, Aly & AJ
“Joan of Arc on the Dance Floor” provavelmente passou longe do radar mainstream de 2020, mas a incursão realizada entre a dupla Aly & AJ é uma das semibaladas mais poderosas do ano. A iteração, movida por sintetizadores e por ecos vocais arrepiantes, amalgama presente e passado ao celebrar uma das figuras mais icônicas da história, Joana D’Arc
41. “TIMEBOMB”, Kylie Minogue
Apesar de não ter feito um grande sucesso comercial, “Timebomb”, de Kylie Minogue, é considerada por diversos especialistas não apenas como uma das melhores faixas da discografia da cantora, como também uma das melhores do século. Aqui, a explosiva produção em EDM, synth-pop e dance-pop embala uma narrativa dançante que fala sobre a necessidade de se divertir enquanto há tempo – e antes que ele acabe.
40. “YOU SHOULD BE SAD”, Halsey
Em ‘Manic’, Halsey abusa da essência do country-pop, mostrando que não pensa duas vezes antes de honrar suas principais influências: a ambientação explorada na emergência de Alanis Morissette é retraída para um dark-country-rock em “You Should Be Sad”, cujas declarações de superação são acompanhadas de uma frenética guitarra e uma ecoante superposição de vozes – o que explica o fato da canção ser o ápice do álbum e uma das melhores de sua carreira.
39. “SMILE”, Lily Allen
Lily Allen fez um grande sucesso nos anos 2000 com músicas divertidas de se ouvirem e com mensagens extremamente explícitas e que representavam sua visão única do mundo. Uma das mais famosas de sua discografia é “Smile”, cujo enredo fala sobre como ela lida com a traição do namorado à medida que desfruta de sua miséria. A parte mais interessante da canção, entretanto, é a fusão perfeita entre o reggae pop e o rocksteady – o que deixa a atmosfera da faixa ainda melhor.
38. “GOOD AS HELL”, Lizzo
Apesar de ‘Cuz I Love You’ ser considerada a obra-prima de Lizzo, a performer já demonstrava sua incrível capacidade lírica e musical alguns anos antes, principalmente com o lançamento de “Good as Hell”. O lead single de ‘Coconut Oil’ só iria cair na popularidade tempos depois de ter sido lançada oficialmente, consagrando-se como uma das melhores, senão a melhor canção da artista. Misturando soul-pop, R&B e hip-hop, a irretocável faixa explora temas de empoderamento e amalgama mensagens bastante positivas a uma dançante e envolvente estrutura fonográfica, cortesia da composição de Lizzo e da produção de Reed.
37. “HIPS DON’T LIE”, Shakira feat. Wyclef Jean
A icônica Shakira conquistou seu primeiro #1 na Hot 100 com a clássica canção “Hips Don’t Lie”, uma das assinaturas de sua carreira. Aliando-se a Wyclef Jean, a música traz o melhor do pop latino e do reggaeton para um vibrante e efervescente convite às pistas de dança – isso sem comentar uma incrível coreografia que dominou o mundo.
36. “MARCH MARCH”, The Chicks
“March March” reflete exatamente o tipo de carreira que as The Chicks tiveram desde sua estreia bombástica no mundo da música. Criticadas por expressarem seu descontentamento com o governo dos Estados Unidos, o grupo ficou longe dos holofotes por tempo demais – mas voltaram com força com um dissonante hino de empoderamento.
35. “XS”, Rina Sawayama
Em “XS”, Rina Sawayama transforma seu próprio estilo em uma experiência única que transgrede basicamente tudo que se conhece: a cantora e compositora imprime acordes do rock em colaboração à melodia das tubulares baterias e do violão, além de fundi-la a mudanças bruscas de tempo e de progressão que são um deleite para os ouvidos.
34. “WALKING ON AIR”, Katy Perry
“Walking on Air” alcança um patamar extremamente alto que, mesmo com as entradas contemporâneas, nos arremessa de volta para o final dos anos 1980 e começo da década de 1990, com uma demarcação rítmica sedutora e que remete ao melhor do dance-pop – além de lançar referências para Whitney Houston e, de modo mais claro, à Madonna (principalmente quando cita “Erotica”).
33. “THE STORY”, Brandi Carlile
Se você não ouviu “The Story” pela voz de Brandi Carlile, é bem provável que tenha ouvido a ótima versão de Sara Ramirez em ‘Grey’s Anatomy’. A belíssima balada folk-rock é considerada uma das melhores do gênero e traz uma tocante mensagem sobre o poder da memória e da identidade – consagrando-se como uma das melhores incursões da artista.
32. “BODAK YELLOW”, Cardi B
“Bodak Yellow” foi o primeiro single oficial de Cardi B e o lead single de seu álbum de estreia, ‘Invasion of Privacy’. A canção não apenas fez um enorme sucesso comercial, como foi elencada como uma das que definiram os anos 2010, aglutinando hip hop e trap e cimentando a espetacular, ainda que novata carreira da rapper. Além dos ácidos versos assinados pela artista, também temos a produção irretocável de J. White Did It e de Laquan Green.
31. “EXILE”, Taylor Swift feat. Bon Iver
Taylor já realizou diversas colaborações ao longo de sua vida, mas nenhuma delas chegou aos pés de “exile”. A melancólica e saudosiste track foi performada ao lado de Bon Iver e, no final das contas, a química narcótica entre os dois cantores é um retrato pungente sobre duas pessoas que se separam por alguma razão e, agora, só têm as borradas memórias de um tempo que talvez nunca mais volte.
30. “ALL THE LOVERS”, Kylie Minogue
A artista australiana Kylie Minogue percebeu que havia se tornado um ícone LGBTQ+ no final dos anos 1980, alguns anos depois de começar a fazer sucesso mundial. Hoje, Minogue é dona de músicas indispensáveis para se ouvir quando você estiver se sentindo mal – e uma delas prova seu status como Rainha do Dance: “All The Lovers”, uma synth-ballad de tirar o fôlego com um clipe espetacular que fala sobre o amor verdadeiro.
29. “TEAM”, Lorde
O terceiro single de ‘Pure Heroine’, “Team”, é uma carta testamentária de Lorde ao seus amigos e a seu país natal, Nova Zelândia. A incrível rendição de alt-pop e electro-hop é guiado por batidas pulsantes e por uma ótima expressão vocal de Lorde, inclusive premeditando o impecável ‘Melodrama’, que lançaria alguns anos depois.
28. “TRACK 10”, Charli XCX
A mixtape ‘Pop 2’ foi a responsável por cimentar a identidade sonora e a importância de Charli XCX como uma das maiores artistas do século – movida pelo desejo de criar arte em vez apenas de emulá-la. E, dentro desse escopo absolutamente incrível, temos “Track 10”, uma de suas investidas mais conceituais e memoráveis, guiada pelo uso impactante de sintetizadores e pela impecável de vocais. Em 2019, Charli se reuniu com Lizzo para a colaboração “Blame It On Your Love”, apresentando uma nova versão da faixa.
27. “YOÜ & I”, Lady Gaga
Antes de ‘Joanne’, Lady Gaga já havia dado indícios de seu apreço pelo country com a incrível e irretocável “Yoü And I”. Afastando-se completamente do pop e apostando no country-rock, a faixa, uma das últimas promocionais de ‘Born This Way’, a canção também recebeu aplausos dos especialistas internacionais e tornou-se um destaque do álbum por sua competente produção e pela presença de ninguém menos que Brian May na guitarra.
26. “MAKE ME FEEL”, Janelle Monáe
Janelle Monáe entregou um dos melhores álbuns da década passada com ‘Dirty Computer’ – e o hino “Make Me Feel” é apenas uma das muitas narrativas críticas das quais se dispõe. Modernizando o R&B com habilidade impecável, a música é uma declaração de sua pansexualidade com clareza dançante e envolvente, nos convidando para a pista de dança em uma memorável performance.
25. “ALIEN SUPERSTAR”, Beyoncé
Beyoncé voltou com força total em 2022 ao lançar o aguardado e antecipadíssimo ‘Renaissance – Act I’. O projeto, primeiro capítulo de uma ambiciosa trilogia sonora, já ascendeu ao patamar dos melhores do ano e da década (ao menos na opinião desta que vos fala) e honrou a cultura negra com uma celebração antêmica do house e do disco. E, dentre as várias canções, “Alien Superstar” nos chama a atenção pela produção impecável e pelo caráter explosivo de suas texturas, mergulhando no poder dos sintetizadores, do voguing e dos ballrooms do Brooklyn dos anos 70 e 80 (“olhos em você quando performa, olhos em mim quando eu coloco”)
24. “HUNG UP”, Madonna
Depois de um período conturbado, Madonna resgatou o gosto pela música e pelo colorido espectro musical que havia apresentando ao mundo desde o início de sua carreira. Com “Hung Up”, suprassumo fonográfico que traz o icônico grupo sueco ABBA para a linha de frente, a artista dava início a uma de suas eras mais conhecidas e mais bem sucedidas: ‘Confessions on a Dance Floor’.
23. “BORN TO DIE”, Lana Del Rey
No subestimado ‘Born to Die’, Lana mergulha de cabeça em uma imagética sonora bastante específica, contrastando com a dominação do EDM que se alastrava pelo cenário fonográfico à época de seu lançamento. E, enquanto o álbum tem inúmeras construções memoráveis e belíssimas, a faixa-titular é que a mais condensa as explorações melancólicas e sinestésicas da performer, unindo-se a colaboradores competentes para arquitetar uma ode à música cinemática, que inclui o acompanhamento dramático das cordas e a fusão inesperada de gêneros.
22. “PHYSICAL”, Dua Lipa
O power pop “Physical” foi aclamado por sua energia incomparável e por sua homenagem aos clássicos dos anos 1980. Para além da canção, o single foi acompanhado de dois vídeos impecáveis – incluindo uma versão mimética dos clipes de ginástica de Jane Fonda. A canção é uma exuberante e sensual aventura que merece ser levada para as pistas de dança quando tudo voltar ao normal, é claro.
21. “WHAT’S YOUR PLEASURE”, Jessie Ware
Jessie Ware exalou toda sua glória com o requinte sensorial de ‘What’s Your Pleasure?’ – e a faixa titular do álbum é tudo o que esperaríamos de uma obra desse calibre. Nutrindo-se de um disco mais amadurecido e mergulhando de cabeça nas recriações uptempo do EDM (sendo inspirada inclusive por Lady Gaga), a sutileza vocal e a onírica atmosfera são o bastante para nos tirar do chão.
20. “SPECTRUM”, Florence + the Machine
A banda formada e encabeçada por Florence Welch continua a nos agraciar com álbuns incríveis – mas foi em 2011 que nos encantou com o lançamento de ‘Ceremonials’. Dentre as belíssimas músicas presentes no compilado, “Spectrum” é a que mais nos chama a atenção, ainda mais por contar com a colaboração de Paul Epworth. O mais surpreendente é a presença gritante de diversos gêneros musicais, incluindo baroque pop, art pop, orchestral pop e disco – todos confinados em uma antêmica e memorável rendição.
19. “ROLLING IN THE DEEP”, Adele
Apesar de Adele já ter tido um sucesso considerável com suas primeiras incursões, foi “Rolling in the Deep” que a lançou à fama mundial. O lead single de ’21’, considerado por muitos como o melhor álbum de sua carreira até agora, foi arquitetado minuciosamente ao lado de Paul Epworth (que viria a trabalhar com ela na aclamada “Skyfall”) e levou para casa três estatuetas do Grammy, incluindo Música do Ano e Gravação do Ano.
18. “TOXIC”, Britney Spears
Britney Spears parou o mundo novamente ao lançar “Toxic”, lead single do revolucionário ‘In The Zone’. Garantindo à princesa do pop uma estatueta do Grammy na categoria de Melhor Gravação Dance, a faixa é considerada como um dos destaques dos anos 2000 e serviu de influência para diversas cantoras – principalmente por seu apelo comercial e bastante sedutor.
17. “CRAZY IN LOVE”, Beyoncé feat. Jay-Z
A faixa de abertura do álbum de estreia solo de Beyoncé reverbera com “Crazy In Love”, lead single cantado ao lado de Jay-Z e que é exaltada em baladas e playlists inclusive nos dias de hoje. Quase duas décadas depois, o vibrante e sensual mergulho lírico serve como um hino romântico que se afasta das costumeiras baladas do gênero e é movida por um gancho tão chiclete que é quase impossível não reconhecê-lo imediatamente quando o ouvimos em… Bem, qualquer lugar.
16. “HIDDEN PLACE”, Björk
O lead single de ‘Vespertine’, que inclusive apareceu na nossa lista de melhores álbuns do século, foi inteiramente escrito e produzido por Björk em uma perfeita abertura para o novo século. A canção traz elementos da música ambiente, do gospel do electro e fala, da maneira mais inesperada possível, sobre um novo amor que tem um lado mais íntimo e introspectivo – e que chama a atenção da cantora.
15. “SHALLOW”, Lady Gaga & Bradley Cooper
Oscar, BAFTA, Globo de Ouro e Grammy são algumas das dúzias de estatuetas que a respeitada e ovacionada “Shallow” levou para casa. O carro-chefe de ‘Nasce Uma Estrela’ reviveu o romantismo cinematográfico de forma imprescindível e ganhou o mundo por sua profunda composição lírica e pela singela produção country-rock.
14. “BACK TO BLACK”, Amy Winehouse
Apesar de “Rehab” ter maior reconhecimento na cultura pop, “Back to Black” (ao menos na opinião deste que vos escreve), configura-se como uma construção mais madura, narcótica e saudosista – que, de fato, reiterou as incríveis habilidades artísticas de Amy Winehouse. Novamente produzida por Ronson, que também aproveitou para assinar alguns dos versos, a canção volta-se para o down-tempo e para as raízes do soul clássico, discorrendo sobre um relacionamento que acabou e que lança o eu-lírico de volta para a escuridão. Dentre as múltiplas tracks de Amy, esta é uma das que mais faz referências aos girl groups dos anos 1960, além de alusões ao Motown.
13. “CAN’T GET YOU OUT OF MY HEAD”, Kylie Minogue
Cada engrenagem dessa intrincada faixa é cuidadosamente arquitetada e incorpora elementos do techno, do pop, do disco e do dance como nenhuma outra. Com um gancho célebre e extraordinário, Kylie Minogue cria mágica ao longo de breves três minutos e cinquenta segundos que poderiam se estender por muito mais tempo sem quaisquer prejuízos. Novamente, Dennis e Davis unem forças para dar vida a uma narrativa que fala sobre obsessão amorosa e que viria se tornar seu single de maior sucesso comercial, com mais de seis milhões de cópias vendidas ao redor do mundo e ajudando a cimentar seu status como ícone global.
12. “LOS AGELESS”, St. Vincent
St. Vincent causou um grande impacto ao lançar seu quinto álbum de estúdio, ‘Masseduction’ – e é claro que a produção não poderia vir acompanhada de músicas esquecíveis. “Los Ageless”, apesar de ser o segundo single, é o carro-chefe da obra – uma reflexão dance-rock, new wave e electropop, contrariando o que o mainstream ditava à época e mergulhando de cabeça em uma sintética e crítica celebração da vida.
11. “SKYFALL”, Adele
Saindo do sucesso de ’21’, Adele embarcava em uma ambiciosa jornada que a levava diretamente para as telonas e ficou encarregada de compor e performar a música-tema de ‘007 – Operação Skyfall’. A épica rendição lhe rendeu nada menos que inúmeros prêmios, incluindo o Oscar de Melhor Canção Original, e aclamação universal por parte da crítica – cujos elogios provieram da épica narrativa construída pela artista e pela irretocabilidade de seus potentes vocais.
10. “ALL TOO WELL”, Taylor Swift
Narrando uma power ballad que traz à tona corações partidos e um relacionamento descarrilado, a canção foi performada pela primeira vez na cerimônia do Grammy Awards em 2014, ganhando aclame universal por parte da crítica e um lugar especial na playlist dos fãs. Aqui, Taylor Swift se junta novamente a Liz Rose e Nathan Chapman, que trabalharam com ela em seu début homônimo e em ‘Fearless’, para uma manifestação elegíaca de emoções tumultuadas.
9. “ROYALS”, Lorde
“Royals”, de Lorde, garantiu não só sua ascensão ao estrelato (visto que permaneceu nove semanas em primeiro lugar da Hot 100), como apresentou ao mainstream elementos não vistos até então – como as progressões minimalistas e obscuras e um diálogo entre o instrumento e a voz do artista. A canção influenciou diversas artistas que ganhariam fama mais tarde, como Halsey, Olivia Rodrigo e Billie Eilish, além de se manter como uma das clássicas assinaturas de Lorde.
8. “SHAMEIKA”, Fiona Apple
A inexplicavelmente divertida “Shameika” é o carro-chefe de ‘Fetch the Bolt Cutters’, mais novo álbum da aclamada Fiona Apple. Aqui, a performa volta suas influências para o art pop e o baroque pop que a colocou nos holofotes ainda em 1996 com ‘Tidal’, escrevendo um solilóquio de independência marcado pelo cotidiano e pelo banal.
7. “DANCING ON MY OWN”, Robyn
Considerada até hoje uma das melhores músicas de todos os tempos, a comovente e emocionante balada electro-disco regada a sintetizadores da cantora e compositora sueca Robyn foi reclamada pela comunidade queer com força descomunal. Na verdade, se pegarmos a impecável elegia romântica que ela escreve, temos uma protagonista que representa as pessoas marginalizadas e isoladas que dançam por conta própria em vez de se esconderem em casa.
6. “BREATHE ON ME”, Britney Spears
Com ‘In The Zone’, divisor de águas na carreira de Spears, a princesa do pop não teve medo de experimentar – e “Breathe on Me” é a melhor representante dessa ousadia. A quarta faixa do álbum, de longe a maior obra-prima que já lançou, é indesculpavelmente sexual, envolvente e sensorial em todos os sentidos – uma infusão espetacular de techno, dance, hi-NRG e trip-hop que se aglutina numa coesão de tirar o fôlego, influenciando Rina Sawayama, The Weeknd e Billie Eilish (para citar alguns exemplos).
5. “PAPER PLANES”, M.I.A.
“Paper Planes” se consagrou como um dos maiores fenômenos não apenas do século, mas também da história. Encabeçada pela artista conhecida como M.I.A., ela co-assinou a faixa ao lado de Diplo e também produziu a faixa, afastando-se das incursões dance do mesmo álbum (‘Kala’) e trazendo uma combinação original e envolvente de elementos da música folk africana, bem como um apreço pelo hip hop alternativo e um impacto imortalizado no cenário fonográfico.
4. “LOVE ON THE BRAIN”, Rihanna
Essa é uma das músicas que, independente de ter feito sucesso comercial ou não, merece nossa atenção – o que não é o caso, visto que atingiu o 5º lugar da Hot 100. Nostálgica, retumbante e narcótica em todos os seus aspectos, a iteração permitiu que Rihanna entregue uma performance memorável que faz alusão aos anos 1950 e 1960, rendendo-se às baladas soul e doo-wop.
3. “FALLIN'”, Alicia Keys
O single de estreia de Alicia Keys é uma de suas marcas registradas, principalmente por estampar seus belíssimos vocais, sua relação apaixonante com o piano e sua adoração ao R&B. Atingindo o topo da Billboard 100, a canção levou para casa nada menos que três estatuetas do Grammy, incluindo Música do Ano.
2. “FORMATION”, Beyoncé
“Formation”, buscando elementos de um vanguardista R&B, borbulha com referências imagéticas e sonoras que ganham vida e nos levam através de uma história apagada pelo egocentrismo branco. É aqui que a cantora abraça de vez sua herança provinda de “meu pai, [do] Alabama; minha mãe, [de] Louisiana”, além de cutucar com sarcasmos deliciosos as múltiplas teorias da conspiração que insurgiram nos últimos anos para renegar a importância que trouxe para a valorização da cultura afro-americana. Em outras palavras, a track em questão alcança níveis de perfeição que sarcasticamente grita “eu tenho orgulho de ser quem eu sou”.
1. “BAD ROMANCE”, Lady Gaga
Considerada por inúmeros especialistas como a magnum opus de Gaga, “Bad Romance” permanece viva na memória de qualquer um que já tenha ligado a rádio ao menos uma vez em 2009. Vencedora de duas estatuetas do Grammy, a canção é o carro-chefe do aclamado e revolucionário ‘The Fame Monster’ e traz elementos do house e do techno alemães ao vibrante electro-pop do final dos anos 2000. Como se não bastasse, a canção influenciou diversas artistas veteranas e estreantes na indústria e continua original mesmo 13 anos depois de seu lançamento.