quarta-feira , 25 dezembro , 2024

As Maiores DECEPÇÕES de 2019

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Todo ano esperamos por aqueles filmes badalados. Superproduções, franquias de sucesso, longas de diretores renomados ou estrelados pelo astro/estrela que adoramos. Muitas vezes, no entanto, o resultado de tal espera termina por ser frustrante, porque o filme não corresponde às nossas expectativas. Cada vez mais, conforme ficamos mais velhos, precisamos aprender a lidar com nossas frustrações, afinal ser adulto é isso. E no cinema não é diferente.

Pensando em tais filmes, que terminaram por decepcionar mais do que agradar, o CinePOP resolveu criar uma lista com as produções mais esperadas do ano cujo resultado terminou sendo, digamos, no mínimo insatisfatório. Vem conhecer.



10) It – Capítulo 2

Stephen King sempre ficou entre erros e acertos quando o assunto é produção audiovisual. It: A Coisa (2017) foi uma tremenda surpresa, se tornando uma das produções mais elogiadas de seu respectivo ano – muito por investir em crianças carismáticas e no clima anos 1980 muito em voga atualmente. Mesmo para os nostálgicos de plantão, que reverenciam a não tão boa produção para a TV da obra, de 1990, esta reimaginação se mostrou superior.

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O livro é gigantesco, e a minissérie já havia sido dividida em dois episódios. O caminho natural para a saga no cinema também foi essa e todos concordaram com a decisão da Warner, mesmo precisando esperar dois anos pela conclusão da história. E quando chegou a vez de seguirmos o clube dos perdedores adultos (mesmo os fãs tendo “participado” da escolha de alguns intérpretes, vide Jessica Chastain como Beverly), o resultado foi morno, um filme sem o brilho ou carisma do original, conseguindo até mesmo apagar a atuação fantástica de Bill Skarsgard como o palhaço assassino Pennywise, deixado em segundo plano aqui.

09) Star Wars – A Ascensão Skywalker

Recém-saído do forno, este é o exemplar mais “jovem” da lista. Star Wars sempre despertou a paixão dos fãs, e quando falamos em paixão, ela vai para os dois lados. O Despertar da Força e Rogue One parecem ter sido os dois únicos filmes relativamente unânimes da nova safra, já nas mãos da Disney. Foi depois de Os Últimos Jedi que a coisa realmente desandou, e os nerds mostraram sua vingança e sua face verdadeiramente raivosa em relação ao longa.

A Ascensão Skywalker, no entanto, está mais para Han Solo, no sentido de que é um filme que não fede e nem cheira, totalmente esquecível, desafiando o espectador a lembrar do que aconteceu já na semana seguinte. E este é justamente seu maior pecado, porque nem de longe é o que queremos vindo de um filme da franquia. Os realizadores estavam com tanto medo de ousar e desagradar, que entregaram um filme robótico, sem qualquer alma, numericamente criado para agradar perpassando todos os itens do que os fãs queriam. E vocês conhecem aquele ditado: “quem quer agradar todo mundo, termina…”

08) Os Mortos Não Morrem

Aqui adentramos outro território: o de diretores cultuados dando mancada. Este era um filme esperado, mas somente para os fãs cult do diretor Jim Jarmusch. Conhecido por seu estilo peculiar de narrativa letárgica, o cineasta decide entrar na brincadeira dos filmes de zumbis cômicos – que gente como Edgar Wright e Ruben Fleischer já havia desbravado com tamanha maestria. Uma escolha estranha para Jarmusch, mais acostumado a falar sobre as relações humanas. Porém, se formos pensar bem, a estranheza é a cara do diretor.

Ou seja, Os Mortos Não Morrem poderia ter dado muito certo. Jarmusch inclusive se deu bem ao abordar o subgênero dos filmes de vampiros com Amantes Eternos (2013), entregando uma pequena pérola. Seu novo filme, no entanto, carece de vigor e vontade. O humor é velho, soando reciclado. O diretor não consegue imprimir um insight que seja sobre este universo, deixando seu filme com jeito de sobra de produções melhores. A comédia não possui timing e o elenco de peso é desperdiçado. As tentativas mais ousadas terminam por morrer na praia, vide o arco de Tilda Swinton, e a piada que quebra a quarta parede. O resultado é um filme mais morto que seus zumbis.

07) Vidro

A conclusão da “trilogia” não intencional de M. Night Shyamalan até que foi bem de bilheteria. Mas a verdade é que após as semi obras-primas Corpo Fechado e Fragmentado, esperávamos um desfecho muito mais apoteótico – e que nem precisava ser um desfecho na verdade. A sensação que dá é a de um filme apressado, que precisou às pressas juntar as amarras entre os dois longas anteriores e pensar num final para a “saga”.

O que queríamos na verdade era uma produção menor, mais calma, criada nos moldes minimalistas dos anteriores. Nada de Shyamalan pensando que estava fazendo um filme da Marvel. Deixe isso para Kevin Feig. Qualquer vestígio de suspense ou intriga se esvai pelo ralo em prol de ação, efeitos e a insistência em dizer que essa é uma adaptação de quadrinhos. A graça de Corpo Fechado era justamente trazer este universo para o mundo real e não o oposto como temos aqui. O resultado se mostra uma HQ de quinta, deixando de lado qualquer seriedade proposta anteriormente.

06) A Família Addams

Por mais que não fossem filmes perfeitos, os dois live action da Família Addams se tornaram cult, guardados no coração e mente de diversas gerações. Assim, não é de se espantar que o anúncio de um novo filme, desta vez em animação, tenha despertado o interesse dos fãs. O elenco de dubladores então, com Charlize Theron, Oscar Isaac e Chloe Grace Moretz à frente, se mostrou um chamariz a mais.

O longa, porém, fica entre erros e acertos, mas no final termina deixando um gosto relativamente azedo em nossas bocas. Mais uma vez, a falta de ousadia aqui é o principal problema – uma constante na Hollywood atual. Você pensa: que diabos é essa falta de ousadia que tanto falam? Bem, é a vontade de entregar algo novo, diferente, se distanciando do famoso “mais do mesmo”. É essa repetição que temos presente aqui no novo longa, aquela sensação de que já vimos isso antes. O filme acerta de começo, mostrando como a família se conheceu, mas depois recai em tudo que já sabemos, adicionando uma trama que mistura um material garantido de ficar datado rápido, com um mote envolvendo um reality sobre reformas de casa – em voga agora, mas sabe-se lá até quando.

05) Shaft

O anúncio de um novo Shaft pegou todos de surpresa. Quando foi anunciado o lançamento direto para a Netflix, sendo que a ideia original não era essa, tivemos flashbacks de Aniquilação (um ótimo filme, não me entenda mal) e O Paradoxo Cloverfield. Ou seja, produções indesejadas, despejadas na plataforma de streaming.

Shaft é um personagem icônico, símbolo de uma era de representatividade, do cinema negro da década de 1970. De fato, Shaft é seu carro-chefe. O filme dirigido pelo saudoso John Singleton é uma grande homenagem subestimada para o personagem. E ela ocorreu há vinte anos. Não sabemos exatamente o que se passou pela cabeça dos produtores para tirarem o personagem da aposentadoria, a única coisa que sabemos é que esta não era a forma certa de fazê-lo. De um thriller policial dono de muito humor ácido, o novo Shaft se transformou numa comédia boba sobre choque de gerações – entre o policial durão e insensível e seu filho millennial delicado. Sério? Em pleno 2019?

04) As Panteras

Outro produto saído dos anos 1970 que viu seu esforço em se adaptar aos novos tempos morrer na praia. As Panteras falava sobre empoderamento feminino já na década de 1970, trazendo um trio de detetives particulares que detonava. Na década passada a opção foi por fazer dois filmes tão exagerados, que basicamente se mostravam um cartoon. Nada de errado com isso, e os filmes possuem seu charme.

Aqui, a diretora, produtora e roteirista Elizabeth Banks não sabia muito bem o que queria. Ela só sabia que queria criar um atestado com seu filme – um atestado feminista, sobre empoderamento. Bem, Elizabeth, vamos te contar uma coisa: você já começava ganhando, pois As Panteras sempre foi justamente isso. Não precisava se esforçar tanto, era só desenvolver uma boa história, e centrar num tom. O novo filme não consegue decidir se quer focar na ação, no suspense (se mostrando algo mais sério) ou no humor. Uma coisa é certa, o filme terminou sem identidade. E não ajuda ter uma trama pra lá de morna e personagens muito esquecíveis.

03) O Pintassilgo

Muitas vezes as mídias não conversam entre si. Por exemplo, podemos ter uma HQ elogiadíssima, e quando a mesma é traduzida para o cinema, resultar num filme ruim. E por aí vai, desde games, passando por séries e até mesmo brinquedos. Com livros isso ocorre muito também, sendo mais difícil ainda vermos uma boa adaptação cinematográfica de uma obra literária ruim.

Este não é o caso com O Pintassilgo, já que o livro da autora Donna Tartt é vencedor do Prêmio Pulitzer de literatura de ficção em 2014, entre outras honrarias. Ou seja, a não ser que estes eruditos estejam errados, é uma história poderosa. O filme, por outro lado, fica parecendo a definição de um termo muito usado em nossa sociedade: “White people problem”. Tudo bem, ele trata de perda e atentados terroristas, mas os personagens são todos tão pedantes e pretensiosos, frequentadores da alta sociedade que parecem saber falar somente de arte o tempo todo, que O Pintassilgo se torna muito fútil.

02) Projeto Gemini

Tudo bem que a presença do astro Will Smith já não é mais o que outrora foi. Em partes pelo ator ter envelhecido e ter começado a perder uma parcela do público jovem, que começa a enxergá-lo como tiozão, mas em especial por ter se envolvido em bombas homéricas como Esquadrão Suicida e Beleza Oculta. Mas quando foi anunciado que seu próximo projeto seria uma ficção científica sobre clonagem dirigida por ninguém menos que o mestre Ang Lee, os cinéfilos voltaram a ficar em polvorosa em relação ao astro.

Fora isso, um dos grandes atrativos era a tecnologia de rejuvenescimento, muito em voga na atualidade. O artifício já foi utilizado pelos estúdios Marvel algumas vezes em seus filmes, e mais recentemente no épico mafioso de Martin Scorsese, O Irlandês. Aqui, é Will Smith que volta à época de Um Maluco no Pedaço, deixando os fãs histéricos. É Will Smith jovem contra Will Smith atual, dois exímios assassinos lutando entre si – e gerando diversos paralelos de demônios internos e ego. Bem, podia ser grande, mas terminou mencionado apenas pela ação – o que nunca é um bom sinal.

01) MIB: Homens de Preto – Internacional

Por falar em Will Smith, a franquia que o ator ajudou a erguer também não ia exatamente bem das pernas. Depois do primeiro filme, o mais adorado, as continuações foram lançadas de forma bem espaçada e nenhum teve o apelo do original junto ao público. Foram cinco anos do primeiro pro segundo, e mais dez do segundo pro terceiro. Assim, a ideia foi por um reboot, mas antes quase passou por um crossover pra lá de inusitado.

A Sony percebeu que os encontros das franquias da Marvel rendiam rios de dinheiro e pensou: quais franquias temos que podem se encontrar? A resposta foi Homens de Preto e Anjos da Lei. As duas realmente quase se tornaram uma. Por mais louca que seja a abordagem, ela poderia ter sido melhor do que o que de fato fizeram com este Mib Internacional. Levar a agência para o mundo, saindo dos EUA, é uma ótima ideia, no mundo globalizado que vivemos, lutando contra novos muros e barreiras. Uma protagonista feminina também é super atual. Juntar Tessa Thompson e Chris Hemsworth (dupla de Thor Ragnarok)? Gostamos. Só estes elementos são suficientes para se criar um bom filme? Errado, e foi aí que os envolvidos escorregaram.

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Pensando em tais filmes, que terminaram por decepcionar mais do que agradar, o CinePOP resolveu criar uma lista com as produções mais esperadas do ano cujo resultado terminou sendo, digamos, no mínimo insatisfatório. Vem conhecer.

10) It – Capítulo 2

Stephen King sempre ficou entre erros e acertos quando o assunto é produção audiovisual. It: A Coisa (2017) foi uma tremenda surpresa, se tornando uma das produções mais elogiadas de seu respectivo ano – muito por investir em crianças carismáticas e no clima anos 1980 muito em voga atualmente. Mesmo para os nostálgicos de plantão, que reverenciam a não tão boa produção para a TV da obra, de 1990, esta reimaginação se mostrou superior.

O livro é gigantesco, e a minissérie já havia sido dividida em dois episódios. O caminho natural para a saga no cinema também foi essa e todos concordaram com a decisão da Warner, mesmo precisando esperar dois anos pela conclusão da história. E quando chegou a vez de seguirmos o clube dos perdedores adultos (mesmo os fãs tendo “participado” da escolha de alguns intérpretes, vide Jessica Chastain como Beverly), o resultado foi morno, um filme sem o brilho ou carisma do original, conseguindo até mesmo apagar a atuação fantástica de Bill Skarsgard como o palhaço assassino Pennywise, deixado em segundo plano aqui.

09) Star Wars – A Ascensão Skywalker

Recém-saído do forno, este é o exemplar mais “jovem” da lista. Star Wars sempre despertou a paixão dos fãs, e quando falamos em paixão, ela vai para os dois lados. O Despertar da Força e Rogue One parecem ter sido os dois únicos filmes relativamente unânimes da nova safra, já nas mãos da Disney. Foi depois de Os Últimos Jedi que a coisa realmente desandou, e os nerds mostraram sua vingança e sua face verdadeiramente raivosa em relação ao longa.

A Ascensão Skywalker, no entanto, está mais para Han Solo, no sentido de que é um filme que não fede e nem cheira, totalmente esquecível, desafiando o espectador a lembrar do que aconteceu já na semana seguinte. E este é justamente seu maior pecado, porque nem de longe é o que queremos vindo de um filme da franquia. Os realizadores estavam com tanto medo de ousar e desagradar, que entregaram um filme robótico, sem qualquer alma, numericamente criado para agradar perpassando todos os itens do que os fãs queriam. E vocês conhecem aquele ditado: “quem quer agradar todo mundo, termina…”

08) Os Mortos Não Morrem

Aqui adentramos outro território: o de diretores cultuados dando mancada. Este era um filme esperado, mas somente para os fãs cult do diretor Jim Jarmusch. Conhecido por seu estilo peculiar de narrativa letárgica, o cineasta decide entrar na brincadeira dos filmes de zumbis cômicos – que gente como Edgar Wright e Ruben Fleischer já havia desbravado com tamanha maestria. Uma escolha estranha para Jarmusch, mais acostumado a falar sobre as relações humanas. Porém, se formos pensar bem, a estranheza é a cara do diretor.

Ou seja, Os Mortos Não Morrem poderia ter dado muito certo. Jarmusch inclusive se deu bem ao abordar o subgênero dos filmes de vampiros com Amantes Eternos (2013), entregando uma pequena pérola. Seu novo filme, no entanto, carece de vigor e vontade. O humor é velho, soando reciclado. O diretor não consegue imprimir um insight que seja sobre este universo, deixando seu filme com jeito de sobra de produções melhores. A comédia não possui timing e o elenco de peso é desperdiçado. As tentativas mais ousadas terminam por morrer na praia, vide o arco de Tilda Swinton, e a piada que quebra a quarta parede. O resultado é um filme mais morto que seus zumbis.

07) Vidro

A conclusão da “trilogia” não intencional de M. Night Shyamalan até que foi bem de bilheteria. Mas a verdade é que após as semi obras-primas Corpo Fechado e Fragmentado, esperávamos um desfecho muito mais apoteótico – e que nem precisava ser um desfecho na verdade. A sensação que dá é a de um filme apressado, que precisou às pressas juntar as amarras entre os dois longas anteriores e pensar num final para a “saga”.

O que queríamos na verdade era uma produção menor, mais calma, criada nos moldes minimalistas dos anteriores. Nada de Shyamalan pensando que estava fazendo um filme da Marvel. Deixe isso para Kevin Feig. Qualquer vestígio de suspense ou intriga se esvai pelo ralo em prol de ação, efeitos e a insistência em dizer que essa é uma adaptação de quadrinhos. A graça de Corpo Fechado era justamente trazer este universo para o mundo real e não o oposto como temos aqui. O resultado se mostra uma HQ de quinta, deixando de lado qualquer seriedade proposta anteriormente.

06) A Família Addams

Por mais que não fossem filmes perfeitos, os dois live action da Família Addams se tornaram cult, guardados no coração e mente de diversas gerações. Assim, não é de se espantar que o anúncio de um novo filme, desta vez em animação, tenha despertado o interesse dos fãs. O elenco de dubladores então, com Charlize Theron, Oscar Isaac e Chloe Grace Moretz à frente, se mostrou um chamariz a mais.

O longa, porém, fica entre erros e acertos, mas no final termina deixando um gosto relativamente azedo em nossas bocas. Mais uma vez, a falta de ousadia aqui é o principal problema – uma constante na Hollywood atual. Você pensa: que diabos é essa falta de ousadia que tanto falam? Bem, é a vontade de entregar algo novo, diferente, se distanciando do famoso “mais do mesmo”. É essa repetição que temos presente aqui no novo longa, aquela sensação de que já vimos isso antes. O filme acerta de começo, mostrando como a família se conheceu, mas depois recai em tudo que já sabemos, adicionando uma trama que mistura um material garantido de ficar datado rápido, com um mote envolvendo um reality sobre reformas de casa – em voga agora, mas sabe-se lá até quando.

05) Shaft

O anúncio de um novo Shaft pegou todos de surpresa. Quando foi anunciado o lançamento direto para a Netflix, sendo que a ideia original não era essa, tivemos flashbacks de Aniquilação (um ótimo filme, não me entenda mal) e O Paradoxo Cloverfield. Ou seja, produções indesejadas, despejadas na plataforma de streaming.

Shaft é um personagem icônico, símbolo de uma era de representatividade, do cinema negro da década de 1970. De fato, Shaft é seu carro-chefe. O filme dirigido pelo saudoso John Singleton é uma grande homenagem subestimada para o personagem. E ela ocorreu há vinte anos. Não sabemos exatamente o que se passou pela cabeça dos produtores para tirarem o personagem da aposentadoria, a única coisa que sabemos é que esta não era a forma certa de fazê-lo. De um thriller policial dono de muito humor ácido, o novo Shaft se transformou numa comédia boba sobre choque de gerações – entre o policial durão e insensível e seu filho millennial delicado. Sério? Em pleno 2019?

04) As Panteras

Outro produto saído dos anos 1970 que viu seu esforço em se adaptar aos novos tempos morrer na praia. As Panteras falava sobre empoderamento feminino já na década de 1970, trazendo um trio de detetives particulares que detonava. Na década passada a opção foi por fazer dois filmes tão exagerados, que basicamente se mostravam um cartoon. Nada de errado com isso, e os filmes possuem seu charme.

Aqui, a diretora, produtora e roteirista Elizabeth Banks não sabia muito bem o que queria. Ela só sabia que queria criar um atestado com seu filme – um atestado feminista, sobre empoderamento. Bem, Elizabeth, vamos te contar uma coisa: você já começava ganhando, pois As Panteras sempre foi justamente isso. Não precisava se esforçar tanto, era só desenvolver uma boa história, e centrar num tom. O novo filme não consegue decidir se quer focar na ação, no suspense (se mostrando algo mais sério) ou no humor. Uma coisa é certa, o filme terminou sem identidade. E não ajuda ter uma trama pra lá de morna e personagens muito esquecíveis.

03) O Pintassilgo

Muitas vezes as mídias não conversam entre si. Por exemplo, podemos ter uma HQ elogiadíssima, e quando a mesma é traduzida para o cinema, resultar num filme ruim. E por aí vai, desde games, passando por séries e até mesmo brinquedos. Com livros isso ocorre muito também, sendo mais difícil ainda vermos uma boa adaptação cinematográfica de uma obra literária ruim.

Este não é o caso com O Pintassilgo, já que o livro da autora Donna Tartt é vencedor do Prêmio Pulitzer de literatura de ficção em 2014, entre outras honrarias. Ou seja, a não ser que estes eruditos estejam errados, é uma história poderosa. O filme, por outro lado, fica parecendo a definição de um termo muito usado em nossa sociedade: “White people problem”. Tudo bem, ele trata de perda e atentados terroristas, mas os personagens são todos tão pedantes e pretensiosos, frequentadores da alta sociedade que parecem saber falar somente de arte o tempo todo, que O Pintassilgo se torna muito fútil.

02) Projeto Gemini

Tudo bem que a presença do astro Will Smith já não é mais o que outrora foi. Em partes pelo ator ter envelhecido e ter começado a perder uma parcela do público jovem, que começa a enxergá-lo como tiozão, mas em especial por ter se envolvido em bombas homéricas como Esquadrão Suicida e Beleza Oculta. Mas quando foi anunciado que seu próximo projeto seria uma ficção científica sobre clonagem dirigida por ninguém menos que o mestre Ang Lee, os cinéfilos voltaram a ficar em polvorosa em relação ao astro.

Fora isso, um dos grandes atrativos era a tecnologia de rejuvenescimento, muito em voga na atualidade. O artifício já foi utilizado pelos estúdios Marvel algumas vezes em seus filmes, e mais recentemente no épico mafioso de Martin Scorsese, O Irlandês. Aqui, é Will Smith que volta à época de Um Maluco no Pedaço, deixando os fãs histéricos. É Will Smith jovem contra Will Smith atual, dois exímios assassinos lutando entre si – e gerando diversos paralelos de demônios internos e ego. Bem, podia ser grande, mas terminou mencionado apenas pela ação – o que nunca é um bom sinal.

01) MIB: Homens de Preto – Internacional

Por falar em Will Smith, a franquia que o ator ajudou a erguer também não ia exatamente bem das pernas. Depois do primeiro filme, o mais adorado, as continuações foram lançadas de forma bem espaçada e nenhum teve o apelo do original junto ao público. Foram cinco anos do primeiro pro segundo, e mais dez do segundo pro terceiro. Assim, a ideia foi por um reboot, mas antes quase passou por um crossover pra lá de inusitado.

A Sony percebeu que os encontros das franquias da Marvel rendiam rios de dinheiro e pensou: quais franquias temos que podem se encontrar? A resposta foi Homens de Preto e Anjos da Lei. As duas realmente quase se tornaram uma. Por mais louca que seja a abordagem, ela poderia ter sido melhor do que o que de fato fizeram com este Mib Internacional. Levar a agência para o mundo, saindo dos EUA, é uma ótima ideia, no mundo globalizado que vivemos, lutando contra novos muros e barreiras. Uma protagonista feminina também é super atual. Juntar Tessa Thompson e Chris Hemsworth (dupla de Thor Ragnarok)? Gostamos. Só estes elementos são suficientes para se criar um bom filme? Errado, e foi aí que os envolvidos escorregaram.

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