quarta-feira , 25 dezembro , 2024

Assista a nossa LIVE com as previsões e os esnobados do Oscar 2020

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Em parceria com o Oficina Geek e o Jornal Cidade de Rio Claro, o CinePOP traz uma live especial para debater os indicados ao Oscar 2020.

Assista:



https://www.facebook.com/sitecinepop/videos/185844866105007/?vh=e&d=n

Os vencedores serão revelados nesse domingo, dia 9, em uma cerimônia que terá a cobertura completa do CinePOP

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A Oficina Geek é resultado da junção de um grupo de jornalistas amantes da cultura pop e que buscam levar informação e entretenimento para os fãs de filmes, séries, HQs, games, etc.

Confira as surpresas e os esnobados:

Esnobados

Meu Nome é Dolemite

Essa é triste para o coração. Meu Nome é Dolemite marcou mais um retorno aos holofotes do grande Eddie Murphy – após dois outros ensaios de volta por cima (Dreamgirls, pelo qual foi indicado ao Oscar em 2007, e Mr. Church, pelo qual, assim como este Dolemite, muitos acreditavam em uma indicação). Sim, é triste ver uma produção deste nível ser ignorada por completo pelos votantes da Academia, que traz desempenhos marcantes de veteranos renovados como (o já citado) Murphy e Wesley Snipes.

Pior do que isso é notar que os membros perdem assim uma grande chance de representatividade – já que novamente o público vem acusando esta edição de uma retomada do infame Oscar So White: com nomeados predominantemente brancos na maioria das indicações. E não me venha dizer que não havia boas opções. Sim, Dolemite é a prova disso. Eddie Murphy como ator principal é a prova disso. Wesley Snipes como coadjuvante também.

Para não sermos totalmente injustos, a explicação pode estar associada à Netflix. O colosso vem abrindo cada vez mais espaço com os votantes e a assimilação é lenta, mas está acontecendo. Ano passado tivemos Roma. Este ano, temos O Irlandês, História de um Casamento, Dois Papas e sobrou até mesmo para a animação Klaus. Neste cabo de guerra, Dolemite foi a ponta mais fraca. Uma injustiça.

Jennifer Lopez

Outra grande injustiça foi a esnobada de Jennifer Lopez. A atriz latina desempenha seu melhor trabalho nas telas (talvez de todos os tempos) na pele da stripper má intencionada Ramona em As Golpistas. Lopez vinha recebendo elogios de gregos e troianos, aparecendo em premiações menores, até ser consagrada com uma indicação ao Globo de Ouro – o qual perdeu para Laura Dern (um monstro em cena em História de um Casamento).

Talvez a história se repetisse e Lopez, mesmo sendo indicada, não levasse o prêmio para casa – Dern está praticamente com a estatueta em mãos. Mas J-Lo deveria ao menos ter sido indicada – era o que todos esperavam. Em seu lugar surgiram as azaronas Scarlett Johansson (JoJo Rabbit) e Florence Pugh (Adoráveis Mulheres). Mas Kathy Bates (uma grande atriz) é quem sobra na categoria, e quem deveria ter dado lugar à latina.

Frozen II

Crise na casa do Mickey! O Mundo está louco? Frozen (2013) foi um verdadeiro fenômeno mundial, uma verdadeira febre, lançou a música chiclete Let it Go e de que quebra levou o Oscar de melhor animação. Era de se esperar que a tão aguardada sequência de Elsa, Anna e Olaf fizesse barulho parecido. Mas num ano não muito favorável para a Disney (onde O Rei Leão, outra de suas grandes apostas de 2019, desagradou mais do que agradou), Frozen II terminou amplamente esnobado pelo Oscar – recebendo apenas a indicação de canção original, e ficando de fora da categoria mais almejada: melhor animação.

Rocketman

A Academia adora biografias musicais, certo? Isso é bem verdade, é só dar uma olhada no ano passado, quando Bohemian Rhapsody (produção problemática), levou para casa os prêmios de edição de som, mixagem de som, edição e melhor ator, além da indicação de melhor filme. Justamente por isso, muitos não acreditavam que a Academia iria reprisar o ano anterior e encher Rocketman – biografia do grande Elton John – de indicações. Mesmo que o filme tenha recebido muitos elogios, gerado falatório de Oscar em seu lançamento e de forma geral ser concebido como uma obra melhor que seu primo um ano mais velho.

Porém, ao vermos o longa indicado ao Globo de Ouro, e a vitória de Taron Egerton (que vive o músico) na categoria de melhor ator no mesmo prêmio, os ânimos voltaram a crescer em relação à produção. Mostrando que o Oscar guarda sim as suas surpresas em relação às outras premiações, Rocketman ficou de fora desta 92ª edição, ou quase, já que foi lembrado apenas para canção original.

A Despedida

Uma das produções independentes mais elogiadas do ano passado, o drama A Despedida fala sobre uma família chinesa armando uma forma de todos seus membros conseguirem se despedir de uma idosa matriarca, sem que a mesma saiba que seus dias estão contados. Para isso, arquitetam um casamento falso. Com o orçamento de US$3 milhões, o filme arrecadou US$20 milhões ao redor do mundo e figurou no top 10 das maiores bilheterias em seu lançamento. Além disso, soma 98% de aprovação da imprensa especializada no agregador Rotten Tomatoes.

Até aí, tudo bem. A surpresa veio mesmo com a indicação do filme para melhor produção estrangeira no Globo de Ouro e a vitória de melhor atriz para Awkwafina, em seu primeiro papel dramático. O fato deixou os cinéfilos com uma ponta de esperança de que o longa pudesse emplacar no Oscar também. Mas a produção e seus envolvidos foram esnobados pelos votantes.

Christian Bale

Aqui temos um caso semelhante. Desde seu lançamento, Ford Vs. Ferrari vinha sendo uma das grandes apostas para o Oscar. E não deu outra. A obra terminou indicada para quatro prêmios da Academia, incluindo melhor filme. Além disso, já é o filme número 134 na opinião do grande público dentre os melhores de todos os tempos. Mas em um quesito Ford Vs. Ferrari não emplacou, e esse foi a indicação de melhor ator para o metódico Christian Bale. O ator foi lembrado para o Globo de Ouro e sua presença em um filme geralmente chama prêmios. No entanto, desta vez o astro problemático teve que ficar de fora.

Greta Gerwig

Além da acusação de falta de representatividade racial com uma nova edição do Oscar So White, Natalie Portman vai ter muito o que falar nesta edição, que novamente privilegiou somente diretores homens na categoria de melhor direção. Sim, tínhamos várias opções, desde Marielle Heller (Um Lindo Dia na Vizinhança) – ignorada ano passado também – até Kasi Lemmons (Harriet); mas a ausência mais sentida foi a de Greta Gerwig.

A diretora foi indicada por sua estreia em Lady Bird, e agora desempenha um trabalho ainda melhor, mais ambicioso e mais sofisticado com este Adoráveis Mulheres. No entanto, nada dos votantes reconhecerem seus esforços e a cineasta ficou de fora da grande festa.

Nós

Voltando a falar de representatividade – afinal, nunca podemos deixar de bater nesta tecla -, outro que ficou de fora foi o poderoso thriller Nós. Lançado no início do ano, imaginava-se que o longa faria o mesmo caminho do irmão Corra! (2017), que quebrou muitas barreiras no Oscar de dois anos atrás. O diretor Jordan Peele e alguns envolvidos saíram nomeados e Corra! viu sua trajetória terminar com nada menos que 4 indicações, incluindo melhor filme, diretor e ator, além da vitória por roteiro original. Nós, igualmente potente e relevante socialmente, terminou sem nada. E não apenas isso, a performance arrebatadora da protagonista, a musa Lupita Nyong’o, digna de todos os elogios, terminou totalmente esnobada.

Adam Sandler & Robert Pattinson

Ano passado, escrevi uma matéria revelando como este Oscar poderia ser um dos mais loucos da história, com possíveis indicações de gente como Adam Sandler, Eddie Murphy, Robert Pattinson e Jennifer Lopez. Optando pelo conservadorismo, a Academia resolveu não indicar nenhum deles. Isso não diminui a qualidade de suas atuações nos projetos pelos quais foram cogitados. Dentre eles estão esnobadas em Adam Sandler no elogiado Joias Brutas e Robert Pattinson por O Farol – ambos dois dos filmes mais enaltecidos pela imprensa nesta temporada.

Willem Dafoe

Ainda falando em O Farol, novo terror de Robert Eggers, diretor do fantástico A Bruxa (2015), por mais que Pattinson fosse promessa, a falta mais sentida de tal filme (que chegou a ser indicado na categoria de fotografia) foi a do veterano Willem Dafoe na categoria de coadjuvante.

Cats

Calma, calma. Brincadeiras à parte, como sabemos Cats é sim um dos filmes mais odiados de anos recentes. Esculhambado por crítica e público, a obra era mirada à temporada de premiação, mas depois de tanta negatividade jogada em sua direção, os envolvidos sequer o inscreveram como elegível para algum prêmio no Oscar. Apesar disso, o filme foi indicado ao Globo de Ouro de melhor canção, mesmo evento que já indicou pérolas como O Turista (2010) e Burlesque (2010).

Surpresas

Dose Dupla de Scarlett Johansson

A revelação desta jovem atriz veio com Encontros e Desencontros (2003), mas dentre as indicações que o filme levou para casa, nada de uma para Scarlett Johansson. E assim seguiu por anos a fio. Até mesmo quando achávamos que havíamos encontrado uma forma de indicar Johansson por Ela (2013), a Academia decidiu que atuações onde apenas ouvimos a voz do ator, sem que ele apareça em tela, não são elegíveis ao Oscar. Durante toda a sua carreira, nada de indicações pra moça. Era hora disso ser corrigido. E o foi de uma forma exagerada. Será? O fato é, para quem nunca havia sido nomeada pela Academia, Scarlett Johnasson chega chutando a porta, com duas indicações logo de cara.

História de um Casamento era esperado dar à atriz sua primeira indicação – se isso não ocorresse é que seria estranho. Mas a surpresa ficou mesmo com sua indicação na categoria de coadjuvante, onde foi lembrada por JoJo Rabbit (uma das grandes surpresas desta edição, com 6 indicações – incluindo melhor filme). Uma curiosidade é que no Globo de Ouro, foi o pequeno Roman Griffin Davis, o protagonista, filho de Johansson no filme, quem foi lembrando nas indicações, sendo substituído pela colega de cena no Oscar.

Parasita

Que Parasita é um dos melhores filmes do ano todos nós já sabemos. O filme elogiadíssimo foi o estrangeiro mais rentável nos EUA no ano passado e continua a arrancar admiração do público e especialistas, já sendo o filme de número 27 dentre os melhores de todos os tempos na opinião do grande público. Sua indicação para produção estrangeira era certa, assim como a vitória, muitos afirmam. Mas o que surpreendeu foi que o longa terminou com mais 5 indicações ao grande prêmio do cinema mundial, entre elas roteiro, direção e filme – fato conquistado por poucas produções internacionais ao longa da história do cinema.

Netflix

Como dito antes, o colosso Netflix vem sendo cada vez mais aceito por instituições consagradas e renomadas. É o caso com a Academia, que antes criava grande barreira com a empresa e seus filmes. A política mudou, e ano a ano a Netflix vem emplacado mais produções no Oscar. Em 2020, foram O Irlandês, Dois Papas (que muito bem poderia ter entrado para melhor filme também) e História de um Casamento. A surpresa aqui, porém, ficou a cargo de uma animação. Klaus, enaltecido por muitos especialistas como um dos melhores filmes do ano. Mostrando que todos estavam em sintonia, os votantes do Oscar resolveram indicar o longa entre as animações do ano – dando um chega pra lá no medalhão Frozen II. A falta sentida dentre as produções da Netflix foi mesmo Meu Nome é Dolemite.

Florence Pugh

Essa menina vai longe. Num ano muito promissor para sua carreira, a jovem britânica Florence Pugh, de 24 anos, apareceu em nada menos do que três produções de prestígio. Ela começou recebendo elogios e fazendo sucesso na biografia Lutando com a Família, produzida por Dwayne Johnson, ainda inédita no Brasil. Depois foi a vez de estrelar e carregar nas costas Midsommar – O Mal Não Espera a Noite, de Ari Aster (diretor da obra-prima Hereditário). Fechando com chave de ouro, Pugh sequestra uma obra do nível de Adoráveis Mulheres, roubando todas as cenas em que aparece, não dando espaço sequer para suas companheiras de tela mais tarimbadas – como Emma Watson e Saoirse Ronan.

Não por menos, Pugh saiu, merecidamente, com sua primeira indicação ao Oscar à tira colo, e tem chances de levar a estatueta. Em 2020, ela estará ao lado de sua concorrente na categoria, Scarlett Johnasson, na superprodução da Marvel, Viúva Negra.

Democracia em Vertigem

O Brasil não entrou no Oscar na categoria tão almejada das produções estrangeiras, onde concorria com o excelente A Vida Invisível. Ficamos devastados. Mas podemos ser redimidos este ano na categoria documentário. A ótima cineasta Petra Costa emplaca com Democracia em Vertigem, sua parceria com a Netflix, na disputa pela estatueta dourada. O longa relata o atual cenário político brasileiro, desde impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Malévola – Dona do Mal

Amado e odiado em medidas iguais, o segundo Malévola surpreendeu com uma indicação ao Oscar. O filme foi lembrado na categoria de maquiagem. Se ganhar, terá a mesma honraria de Esquadrão Suicida (2016) – um filme de entretenimento igualmente divisor de opiniões. E se não ganhar, ao menos pode se gabar de ter uma indicação no currículo.

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A Oficina Geek é resultado da junção de um grupo de jornalistas amantes da cultura pop e que buscam levar informação e entretenimento para os fãs de filmes, séries, HQs, games, etc.

Confira as surpresas e os esnobados:

Esnobados

Meu Nome é Dolemite

Essa é triste para o coração. Meu Nome é Dolemite marcou mais um retorno aos holofotes do grande Eddie Murphy – após dois outros ensaios de volta por cima (Dreamgirls, pelo qual foi indicado ao Oscar em 2007, e Mr. Church, pelo qual, assim como este Dolemite, muitos acreditavam em uma indicação). Sim, é triste ver uma produção deste nível ser ignorada por completo pelos votantes da Academia, que traz desempenhos marcantes de veteranos renovados como (o já citado) Murphy e Wesley Snipes.

Pior do que isso é notar que os membros perdem assim uma grande chance de representatividade – já que novamente o público vem acusando esta edição de uma retomada do infame Oscar So White: com nomeados predominantemente brancos na maioria das indicações. E não me venha dizer que não havia boas opções. Sim, Dolemite é a prova disso. Eddie Murphy como ator principal é a prova disso. Wesley Snipes como coadjuvante também.

Para não sermos totalmente injustos, a explicação pode estar associada à Netflix. O colosso vem abrindo cada vez mais espaço com os votantes e a assimilação é lenta, mas está acontecendo. Ano passado tivemos Roma. Este ano, temos O Irlandês, História de um Casamento, Dois Papas e sobrou até mesmo para a animação Klaus. Neste cabo de guerra, Dolemite foi a ponta mais fraca. Uma injustiça.

Jennifer Lopez

Outra grande injustiça foi a esnobada de Jennifer Lopez. A atriz latina desempenha seu melhor trabalho nas telas (talvez de todos os tempos) na pele da stripper má intencionada Ramona em As Golpistas. Lopez vinha recebendo elogios de gregos e troianos, aparecendo em premiações menores, até ser consagrada com uma indicação ao Globo de Ouro – o qual perdeu para Laura Dern (um monstro em cena em História de um Casamento).

Talvez a história se repetisse e Lopez, mesmo sendo indicada, não levasse o prêmio para casa – Dern está praticamente com a estatueta em mãos. Mas J-Lo deveria ao menos ter sido indicada – era o que todos esperavam. Em seu lugar surgiram as azaronas Scarlett Johansson (JoJo Rabbit) e Florence Pugh (Adoráveis Mulheres). Mas Kathy Bates (uma grande atriz) é quem sobra na categoria, e quem deveria ter dado lugar à latina.

Frozen II

Crise na casa do Mickey! O Mundo está louco? Frozen (2013) foi um verdadeiro fenômeno mundial, uma verdadeira febre, lançou a música chiclete Let it Go e de que quebra levou o Oscar de melhor animação. Era de se esperar que a tão aguardada sequência de Elsa, Anna e Olaf fizesse barulho parecido. Mas num ano não muito favorável para a Disney (onde O Rei Leão, outra de suas grandes apostas de 2019, desagradou mais do que agradou), Frozen II terminou amplamente esnobado pelo Oscar – recebendo apenas a indicação de canção original, e ficando de fora da categoria mais almejada: melhor animação.

Rocketman

A Academia adora biografias musicais, certo? Isso é bem verdade, é só dar uma olhada no ano passado, quando Bohemian Rhapsody (produção problemática), levou para casa os prêmios de edição de som, mixagem de som, edição e melhor ator, além da indicação de melhor filme. Justamente por isso, muitos não acreditavam que a Academia iria reprisar o ano anterior e encher Rocketman – biografia do grande Elton John – de indicações. Mesmo que o filme tenha recebido muitos elogios, gerado falatório de Oscar em seu lançamento e de forma geral ser concebido como uma obra melhor que seu primo um ano mais velho.

Porém, ao vermos o longa indicado ao Globo de Ouro, e a vitória de Taron Egerton (que vive o músico) na categoria de melhor ator no mesmo prêmio, os ânimos voltaram a crescer em relação à produção. Mostrando que o Oscar guarda sim as suas surpresas em relação às outras premiações, Rocketman ficou de fora desta 92ª edição, ou quase, já que foi lembrado apenas para canção original.

A Despedida

Uma das produções independentes mais elogiadas do ano passado, o drama A Despedida fala sobre uma família chinesa armando uma forma de todos seus membros conseguirem se despedir de uma idosa matriarca, sem que a mesma saiba que seus dias estão contados. Para isso, arquitetam um casamento falso. Com o orçamento de US$3 milhões, o filme arrecadou US$20 milhões ao redor do mundo e figurou no top 10 das maiores bilheterias em seu lançamento. Além disso, soma 98% de aprovação da imprensa especializada no agregador Rotten Tomatoes.

Até aí, tudo bem. A surpresa veio mesmo com a indicação do filme para melhor produção estrangeira no Globo de Ouro e a vitória de melhor atriz para Awkwafina, em seu primeiro papel dramático. O fato deixou os cinéfilos com uma ponta de esperança de que o longa pudesse emplacar no Oscar também. Mas a produção e seus envolvidos foram esnobados pelos votantes.

Christian Bale

Aqui temos um caso semelhante. Desde seu lançamento, Ford Vs. Ferrari vinha sendo uma das grandes apostas para o Oscar. E não deu outra. A obra terminou indicada para quatro prêmios da Academia, incluindo melhor filme. Além disso, já é o filme número 134 na opinião do grande público dentre os melhores de todos os tempos. Mas em um quesito Ford Vs. Ferrari não emplacou, e esse foi a indicação de melhor ator para o metódico Christian Bale. O ator foi lembrado para o Globo de Ouro e sua presença em um filme geralmente chama prêmios. No entanto, desta vez o astro problemático teve que ficar de fora.

Greta Gerwig

Além da acusação de falta de representatividade racial com uma nova edição do Oscar So White, Natalie Portman vai ter muito o que falar nesta edição, que novamente privilegiou somente diretores homens na categoria de melhor direção. Sim, tínhamos várias opções, desde Marielle Heller (Um Lindo Dia na Vizinhança) – ignorada ano passado também – até Kasi Lemmons (Harriet); mas a ausência mais sentida foi a de Greta Gerwig.

A diretora foi indicada por sua estreia em Lady Bird, e agora desempenha um trabalho ainda melhor, mais ambicioso e mais sofisticado com este Adoráveis Mulheres. No entanto, nada dos votantes reconhecerem seus esforços e a cineasta ficou de fora da grande festa.

Nós

Voltando a falar de representatividade – afinal, nunca podemos deixar de bater nesta tecla -, outro que ficou de fora foi o poderoso thriller Nós. Lançado no início do ano, imaginava-se que o longa faria o mesmo caminho do irmão Corra! (2017), que quebrou muitas barreiras no Oscar de dois anos atrás. O diretor Jordan Peele e alguns envolvidos saíram nomeados e Corra! viu sua trajetória terminar com nada menos que 4 indicações, incluindo melhor filme, diretor e ator, além da vitória por roteiro original. Nós, igualmente potente e relevante socialmente, terminou sem nada. E não apenas isso, a performance arrebatadora da protagonista, a musa Lupita Nyong’o, digna de todos os elogios, terminou totalmente esnobada.

Adam Sandler & Robert Pattinson

Ano passado, escrevi uma matéria revelando como este Oscar poderia ser um dos mais loucos da história, com possíveis indicações de gente como Adam Sandler, Eddie Murphy, Robert Pattinson e Jennifer Lopez. Optando pelo conservadorismo, a Academia resolveu não indicar nenhum deles. Isso não diminui a qualidade de suas atuações nos projetos pelos quais foram cogitados. Dentre eles estão esnobadas em Adam Sandler no elogiado Joias Brutas e Robert Pattinson por O Farol – ambos dois dos filmes mais enaltecidos pela imprensa nesta temporada.

Willem Dafoe

Ainda falando em O Farol, novo terror de Robert Eggers, diretor do fantástico A Bruxa (2015), por mais que Pattinson fosse promessa, a falta mais sentida de tal filme (que chegou a ser indicado na categoria de fotografia) foi a do veterano Willem Dafoe na categoria de coadjuvante.

Cats

Calma, calma. Brincadeiras à parte, como sabemos Cats é sim um dos filmes mais odiados de anos recentes. Esculhambado por crítica e público, a obra era mirada à temporada de premiação, mas depois de tanta negatividade jogada em sua direção, os envolvidos sequer o inscreveram como elegível para algum prêmio no Oscar. Apesar disso, o filme foi indicado ao Globo de Ouro de melhor canção, mesmo evento que já indicou pérolas como O Turista (2010) e Burlesque (2010).

Surpresas

Dose Dupla de Scarlett Johansson

A revelação desta jovem atriz veio com Encontros e Desencontros (2003), mas dentre as indicações que o filme levou para casa, nada de uma para Scarlett Johansson. E assim seguiu por anos a fio. Até mesmo quando achávamos que havíamos encontrado uma forma de indicar Johansson por Ela (2013), a Academia decidiu que atuações onde apenas ouvimos a voz do ator, sem que ele apareça em tela, não são elegíveis ao Oscar. Durante toda a sua carreira, nada de indicações pra moça. Era hora disso ser corrigido. E o foi de uma forma exagerada. Será? O fato é, para quem nunca havia sido nomeada pela Academia, Scarlett Johnasson chega chutando a porta, com duas indicações logo de cara.

História de um Casamento era esperado dar à atriz sua primeira indicação – se isso não ocorresse é que seria estranho. Mas a surpresa ficou mesmo com sua indicação na categoria de coadjuvante, onde foi lembrada por JoJo Rabbit (uma das grandes surpresas desta edição, com 6 indicações – incluindo melhor filme). Uma curiosidade é que no Globo de Ouro, foi o pequeno Roman Griffin Davis, o protagonista, filho de Johansson no filme, quem foi lembrando nas indicações, sendo substituído pela colega de cena no Oscar.

Parasita

Que Parasita é um dos melhores filmes do ano todos nós já sabemos. O filme elogiadíssimo foi o estrangeiro mais rentável nos EUA no ano passado e continua a arrancar admiração do público e especialistas, já sendo o filme de número 27 dentre os melhores de todos os tempos na opinião do grande público. Sua indicação para produção estrangeira era certa, assim como a vitória, muitos afirmam. Mas o que surpreendeu foi que o longa terminou com mais 5 indicações ao grande prêmio do cinema mundial, entre elas roteiro, direção e filme – fato conquistado por poucas produções internacionais ao longa da história do cinema.

Netflix

Como dito antes, o colosso Netflix vem sendo cada vez mais aceito por instituições consagradas e renomadas. É o caso com a Academia, que antes criava grande barreira com a empresa e seus filmes. A política mudou, e ano a ano a Netflix vem emplacado mais produções no Oscar. Em 2020, foram O Irlandês, Dois Papas (que muito bem poderia ter entrado para melhor filme também) e História de um Casamento. A surpresa aqui, porém, ficou a cargo de uma animação. Klaus, enaltecido por muitos especialistas como um dos melhores filmes do ano. Mostrando que todos estavam em sintonia, os votantes do Oscar resolveram indicar o longa entre as animações do ano – dando um chega pra lá no medalhão Frozen II. A falta sentida dentre as produções da Netflix foi mesmo Meu Nome é Dolemite.

Florence Pugh

Essa menina vai longe. Num ano muito promissor para sua carreira, a jovem britânica Florence Pugh, de 24 anos, apareceu em nada menos do que três produções de prestígio. Ela começou recebendo elogios e fazendo sucesso na biografia Lutando com a Família, produzida por Dwayne Johnson, ainda inédita no Brasil. Depois foi a vez de estrelar e carregar nas costas Midsommar – O Mal Não Espera a Noite, de Ari Aster (diretor da obra-prima Hereditário). Fechando com chave de ouro, Pugh sequestra uma obra do nível de Adoráveis Mulheres, roubando todas as cenas em que aparece, não dando espaço sequer para suas companheiras de tela mais tarimbadas – como Emma Watson e Saoirse Ronan.

Não por menos, Pugh saiu, merecidamente, com sua primeira indicação ao Oscar à tira colo, e tem chances de levar a estatueta. Em 2020, ela estará ao lado de sua concorrente na categoria, Scarlett Johnasson, na superprodução da Marvel, Viúva Negra.

Democracia em Vertigem

O Brasil não entrou no Oscar na categoria tão almejada das produções estrangeiras, onde concorria com o excelente A Vida Invisível. Ficamos devastados. Mas podemos ser redimidos este ano na categoria documentário. A ótima cineasta Petra Costa emplaca com Democracia em Vertigem, sua parceria com a Netflix, na disputa pela estatueta dourada. O longa relata o atual cenário político brasileiro, desde impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Malévola – Dona do Mal

Amado e odiado em medidas iguais, o segundo Malévola surpreendeu com uma indicação ao Oscar. O filme foi lembrado na categoria de maquiagem. Se ganhar, terá a mesma honraria de Esquadrão Suicida (2016) – um filme de entretenimento igualmente divisor de opiniões. E se não ganhar, ao menos pode se gabar de ter uma indicação no currículo.

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