domingo , 22 dezembro , 2024

Bates Motel – Temp. 01 – Eps. 01 e 02

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Bates Motel, Um Estranho Prazer

 



Desde que li a primeira notícia sobre a série Bates Motel fiquei curioso com o projeto. Mas, confesso minhas dificuldades com os downloads. Enfim, acabei por esperar e agora estou acompanhando a série pelo canal Universal. Para quem não tem ideia do que estou falando: Bates Motel é uma série inspirada nas personagens do clássico de Alfred Hitchcock Psicose.

Os dois primeiros episódios da série possuem muitas qualidades, mas, logo de saída, há fissuras que podem indicar uma futura falta de fôlego do projeto. As qualidades são as já comuns aos seriados americanos: elenco ótimo, direção competente, produção de primeira, etc, etc.

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O primeiro episódio se concentrou nos protagonistas, Norman e sua mãe Norma Bates. Freddie Highmore e Vera Farmiga, respectivamente, constroem figuras que fazem justiça ao imaginário que filme deixou no inconsciente coletivo – mesmo daqueles que nunca o viram.

O primeiro episódio teve três pontos importantes. A morte do pai de Norman, que já deixa dúvidas sobre as causas. Este fato leva os Bates para a cidade de White Pine Bay. O segundo acontecimento desse episódio foi o assassinato de Keith Summers, cometido por Norma, após tentá-la estuprar. Ele faz parte da família a qual o motel pertencia.  Esse crime já surge como um tronco narrativo importante para a temporada. O xerife Romero (Nestor Carbonell) irá se dedicar a investigar quem matou seu amigo de infância. Também se aponta com isto a tendência de uma rede de assassinatos na série. Para tentar se safar, Norma vem seduzindo o subxerife Zack Shelby (Mike Vogel)

O centro gravitacional da série é a relação entre Norma e Norman. Os dois primeiros episódios apontam para uma ligação que deve ultrapassar a simples maternidade. Há uma certa simbiose entre eles. Se no primeiro ep. Norman foge para “estudar” e vai para uma festa, acaba voltando arrependido. No segundo ep., seu irmão Dylan (Max Thieriot) surge como um combustível para as demonstrações de admiração de Norman pela mãe. Também já vemos insinuações de incesto.

BAtes MOtel

No segundo ep., somos apresentados à muitas personagens, e White Pine Bay revela-se uma cidade viva. Temos os colegas de escola de Norman, especialmente a simpática Bradley Martin (Nicola Peltz) e a misteriosa Emma Decody (Olivia Cooke). Esta ganhou grande importância no segundo ep., após convencer Norman a investigar se as imagens de um misterioso caderno são reais ou não. Há também o tema do tráfico de drogas, que já gerou a tentativa de homicídio do pai de Bradley. Essas subtramas tornam a cidade em uma verdadeira personagem. Mas, corremos o risco de assistir a criação de diversas subtramas que diluam a proposta da série.

Outro mérito é a linguagem crua. Em séries americanas, isto não é novidade. Basta dar uma olhadela na soberba Game Of Thrones. Em Bates Motel isto surge como mérito por conta do filme. Na época, Psicose foi punk, tanto que Hitchcock o fotografou em preto-e-branco para amenizar a violência. Sem essa referência, a séria poderia cair na velha armadilha de fazer uma narrativa na qual a violência quer dizer “olha como sou moderninha!”

Como falei, pouco procurei saber sobre a série antes. Isto me causou a estranheza quanto à opção dos produtores de localizarem a história nos tempos atuais. Em tese, Bates Motel não pode ser visto como um simples prelúdio (prequel) do original Psicose. Tanto que, ao final de cada ep., vemos as legendas “inspirados nos filmes psiscose”. É uma decisão interessante, permitindo aos roteiristas uma maior liberdade. Podemos imaginar a série como um legítimo prelúdio ao filme ou como outra história com mórbidas semelhanças! Até o momento, o filme é um parâmetro para buscarmos referência na série. É divertido percebermos como esses elementos são retrabalhados na série. Contudo, há o risco de logo a brincadeira ficar chata e as referências ficarem vazias.

Trazer a história para a atualidade dá com uma mão a liberdade e com a outra deixa o risco da série rapidamente cair na insignificância. Os roteiristas devem tomar cuidado para não reduzir a história a uma grande brincadeira de referências e evitar a tentação de inventar muitas variações sobre o mesmo tema (para conseguir alguns eps. a  mais por temporada); isto poderia retirar a profundidade que o Filme concede à série. Mantendo suas bases nas grandes personagens, tendo nas referências um tempero, ela terá vida longa!

Nota: Neste domingo, dia 04/08, o Canal Universal fará uma maratona dos 5 primeiros eps. da série!

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Os dois primeiros episódios da série possuem muitas qualidades, mas, logo de saída, há fissuras que podem indicar uma futura falta de fôlego do projeto. As qualidades são as já comuns aos seriados americanos: elenco ótimo, direção competente, produção de primeira, etc, etc.

O primeiro episódio se concentrou nos protagonistas, Norman e sua mãe Norma Bates. Freddie Highmore e Vera Farmiga, respectivamente, constroem figuras que fazem justiça ao imaginário que filme deixou no inconsciente coletivo – mesmo daqueles que nunca o viram.

O primeiro episódio teve três pontos importantes. A morte do pai de Norman, que já deixa dúvidas sobre as causas. Este fato leva os Bates para a cidade de White Pine Bay. O segundo acontecimento desse episódio foi o assassinato de Keith Summers, cometido por Norma, após tentá-la estuprar. Ele faz parte da família a qual o motel pertencia.  Esse crime já surge como um tronco narrativo importante para a temporada. O xerife Romero (Nestor Carbonell) irá se dedicar a investigar quem matou seu amigo de infância. Também se aponta com isto a tendência de uma rede de assassinatos na série. Para tentar se safar, Norma vem seduzindo o subxerife Zack Shelby (Mike Vogel)

O centro gravitacional da série é a relação entre Norma e Norman. Os dois primeiros episódios apontam para uma ligação que deve ultrapassar a simples maternidade. Há uma certa simbiose entre eles. Se no primeiro ep. Norman foge para “estudar” e vai para uma festa, acaba voltando arrependido. No segundo ep., seu irmão Dylan (Max Thieriot) surge como um combustível para as demonstrações de admiração de Norman pela mãe. Também já vemos insinuações de incesto.

BAtes MOtel

No segundo ep., somos apresentados à muitas personagens, e White Pine Bay revela-se uma cidade viva. Temos os colegas de escola de Norman, especialmente a simpática Bradley Martin (Nicola Peltz) e a misteriosa Emma Decody (Olivia Cooke). Esta ganhou grande importância no segundo ep., após convencer Norman a investigar se as imagens de um misterioso caderno são reais ou não. Há também o tema do tráfico de drogas, que já gerou a tentativa de homicídio do pai de Bradley. Essas subtramas tornam a cidade em uma verdadeira personagem. Mas, corremos o risco de assistir a criação de diversas subtramas que diluam a proposta da série.

Outro mérito é a linguagem crua. Em séries americanas, isto não é novidade. Basta dar uma olhadela na soberba Game Of Thrones. Em Bates Motel isto surge como mérito por conta do filme. Na época, Psicose foi punk, tanto que Hitchcock o fotografou em preto-e-branco para amenizar a violência. Sem essa referência, a séria poderia cair na velha armadilha de fazer uma narrativa na qual a violência quer dizer “olha como sou moderninha!”

Como falei, pouco procurei saber sobre a série antes. Isto me causou a estranheza quanto à opção dos produtores de localizarem a história nos tempos atuais. Em tese, Bates Motel não pode ser visto como um simples prelúdio (prequel) do original Psicose. Tanto que, ao final de cada ep., vemos as legendas “inspirados nos filmes psiscose”. É uma decisão interessante, permitindo aos roteiristas uma maior liberdade. Podemos imaginar a série como um legítimo prelúdio ao filme ou como outra história com mórbidas semelhanças! Até o momento, o filme é um parâmetro para buscarmos referência na série. É divertido percebermos como esses elementos são retrabalhados na série. Contudo, há o risco de logo a brincadeira ficar chata e as referências ficarem vazias.

Trazer a história para a atualidade dá com uma mão a liberdade e com a outra deixa o risco da série rapidamente cair na insignificância. Os roteiristas devem tomar cuidado para não reduzir a história a uma grande brincadeira de referências e evitar a tentação de inventar muitas variações sobre o mesmo tema (para conseguir alguns eps. a  mais por temporada); isto poderia retirar a profundidade que o Filme concede à série. Mantendo suas bases nas grandes personagens, tendo nas referências um tempero, ela terá vida longa!

Nota: Neste domingo, dia 04/08, o Canal Universal fará uma maratona dos 5 primeiros eps. da série!

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