Intimíssima
Depois do cataclisma do ep. 06, os eps. 07 e 08 podem ser vistos como quase intimistas. Algo que pouco comentei nas críticas anteriores, é a relação de Norman (Freddie Highmore) com Bradley (Nicola Peltz). Ela sempre o tratava bem, e chegaram a ir pra cama. Realmente parecia, parecia, que poderia surgir algo dali. Mas, se acontecesse, não seria uma séria de suspense.
Quando Norman apresenta Bradley para Dylan (Max Thieriot), um clima surge. Os roteiristas piscam para uma relação entre ambos, o que é reforçado pelo fora que Bradley dá em Norman.
Passadas as confusões do ep. 06, Norman imagina possível uma relação séria com Bradley. Suas palavras para Norman o deixam transtornado. Claro, Norma (Vera Farmiga) vai consolar o filhinho naquela tom “eu tinha razão”.
Norman passa a agir friamente com Bradley, mesmo depois de Emma (Olivia Cooke) espalha que os dois foram pra cama. Lá no ep. 07, Norman pede para Emma não espalhar mais seus segredos.
No começo do ep. 06, Norman encontra um cachorrinho perdido. Ele a adota e Norma reclama. Depois de Norman passar por poucas e boas, o ep. encerra com a morte do animal.
Todos esses fatos perturbam a mente do nosso protagonista. Seu lado obscuro aflora, resultando em conflitos na escola. Definitivamente, os roteiristas estão explorando muito bem a personalidade doentia de Norman. Se no inicio ele parecia um garoto triste, aqui ele vem revelando um lado doentio empacotado em uma postura fechada.
No ep. 08, Norman começa a aprender a empalhar animais. Ele e o pai de Emma iniciam uma relação que promete se aprofundar. Quando nos lembramos do filme Psicose, vemos como os criadores da série conseguem construir tramas a partir de detalhes.
Em paralelo, Norma tem seus próprios problemas. O Motel recebe seu primeiro cliente, Jake Abernathy (Jere Burns). Ele é “cliente” antigo do Motel. Suas solicitações acendem uma luz de alerta em Dylan. Fato é que descobrimos que Jake está envolvido com o tráfico de mulheres. Ele quer recuperar o dinheiro da venda das últimas escravas. Ele passa os dois eps. aterrorizando Norma.
Tudo bem, ela já é descompensada suficiente, não precisa de um Jake Abernathy para isso. Algo revelador da sua personalidade é o momento em que decide seguir o carro de Jake. Ela o vê investigando o barco de Keith Summers, é ameaçada e expulsa Jake do Motel. Mas, quando ela chega em seu quarto, encontra o corpo do detetive Shelby, em uma sequência brilhantemente construída, na qual chegamos a acreditar que o ep. acabará em tranquilidade.
A persona de Norma chaga a ser mais intrigante do que a de Norman. Somos mais acostumados a figuras como ele, uma pessoas pacata que encobre a violência. Norma é mais difícil de decodificar. Ela é exagerada, com mania de perseguição, dependência extrema de seu filho. Ousaria diagnosticá-la com distúrbio bipolar; ela muda de postura rapidamente. Isso sem contar seus impulsos por se considerar íntima de toda a polícia local.
Outros pequenos fatos surgiram nesses eps., contudo, mais do que em outros, estes dois eps. foram de Norma e Norman!