O primeiro ponto de atração que Budapeste criará com o público será o fato de ser baseado no comentado romance de Chico Buarque referências a sua obra podem ser vistas no trailer. As mulheres se interessarão pelos escritos do homem que mais próximo chegou de entender o sexo frágil, é o que dizem. Já os homens podem se contentar com tórridas cenas sensuais com belas curvas femininas expostas na tela.
Tais cenas podem ser colocadas no rol dos bons momentos desse filme irregular. A todo momento o espectador se sentirá em um vai-e-vem de admiração: quando está quase no ponto de perder-se totalmente o interesse pela fita, chega uma imagem impactante ou criativa que faz com que a relação público-filme volte a se aproximar. Por essa razão, é necessário uma boa dose de cautela ao indicar o longa. Um bom tanto de pessoas aplaudirá ao final da projeção, mas outra leva terá impressões finais negativas.
Para quem gosta de pontos turísticos, Budapeste é um convite para viagem. Enquanto a questão da autoria é discutida pelos dilemas de José Costa, as belas paisagens europeias são apresentadas com um olhar quase de endeusamento da cidade. Dessa forma, a Budapeste utópica do filme torna-se a Pasárgada do protagonista.
Colabora para o embelezamento da experiência do escritor anônimo a bela fotografia em tons dourados de Lula Carvalho (Feliz Natal). Budapeste é dirigida por Walter Carvalho, mais conhecido no meio por seus trabalhos como diretor de fotografia (Chega de Saudade), por isso a expectativa visual dessa produção era grande. Nessa caso temos uma rara oportunidade em que expectativas elevadas são plenamente satisfeitas.
Crítica por: Edu FernandesSite: www.homemnerd.com.br