quarta-feira , 20 novembro , 2024

Cannes 2023 | Chiara Mastroianni, Michael Douglas e Catherine Deneuve abrem o Festival com polêmicas e filme enfadonho

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A voz aveludada de Chiara Mastroianni entoando uma canção italiana marca os primeiros minutos da cerimônia de abertura da 76ª edição do Festival de Cannes, na noite desta terça-feira, 16 de maio, no Grand Théâtre Louis Lumière

Seu discurso de abertura nos lembrou da importância do cinema na exaltação da nossa liberdade, seguido pela apresentação do júri da Mostra Competitiva: Paul Dano, Julia Ducournau, Damián Szifron, Maryam Touzani, Atiq Rahimi, Brie Larson, Denis Ménochet, Rungano Nyoni e o presidente Ruben Östlund



Leia também: Cannes 2023 | Conheça o júri do Festival com Julia Ducournau, Brie Larson e Paul Dano

Palma de Honra a Michael Douglas

Após uma calorosa homenagem ao diretor sueco e sua reverência em destacar que filmes devem ousar em sua maneira de contar histórias, Chiara Mastroianni chamou a atriz Uma Thurman para entregar a Palma de Honra a Michael Douglas.

Emocionado, o ator e produtor de 78 anos falou sobre sua longevidade e o modelo de vida que o seu pai Kirk Douglas lhe concedeu a partir de um trabalho duro e admirável. Ao finalizar seus agradecimentos, incluindo a esposa Catherine Zeta-Jones e a filha Carys Zeta Douglas, presentes na cerimônia, ele terminou com meia dúzia de palavras de carinho para o público em francês: “Je vous embrasse trop fort, merci beaucoup, au revoir”.

Veja mais: Crítica | Michael Douglas – O Filho Prodígio [Cannes 2023]

Homenagem a Ucrânia

Com um bom jogo de cintura, Chiara Mastroianni acolheu em cena outro “ícone”; ela logo emendou: “Se há uma palavra que ela odeia, é esta e eu a conheço bem”, antes de anunciar o nome de Catherine Deneuve. Sua mãe é o rosto presente no cartaz da edição deste ano.

Contemporânea de Michael Douglas, a atriz francesa de 79 anos subiu ao palco para entoar as palavras de uma poetisa ucraniana: “Não tenho mais felicidade nem liberdade, só me resta uma esperança, voltar um dia para a Ucrânia, viver ou morrer pouco me importa...” (em tradução livre). Na última edição, o presidente do país [mais de um ano em guerra com a Russia] Volodymyr Zelensky fez uma intervenção na cerimónia de abertura via videoconferência. 

Polêmicas e Filme de Abertura

Após Uma Thurman ter desaparecido do palco sem se despetir, Michael Douglas e Deuneuve quase esquecerem de declarar a abertura oficial do evento, Chiara Mastroianni assumiu o microfone com firmeza e encerrou a cerimônia da 76ª edição do Festival de Cannes com uma frase do diretor norte-americano George Cukor (1899-1983): “O cinema é como o amor: quando é bom é formidável, quando não é bom, não é tão mau”. Se ela se referia ao filme de abertura, Jeanne du Barry, ninguém pode afirmar, mas a presença de Johnny Depp na plateia foi um espetáculo à parte para as câmeras de transmissão.

Dirigido, produzido, escrito e protagonizado por Maïwenn (Meu Rei), Jeanne du Barry foi uma escolha polêmica para abertura do festival e a única coisa que faz com que o monótono filme sobressaia na tela. Já na coletiva de imprensa com os membros do júri, Brie Larson foi intimada para responder se iria prestigiar o filme de Johnny Depp, atual persona non grata de Hollywood. Como filme não faz parte de Mostra Competitiva, ela – uma das líderes do movimento #MeeTOO – respondeu que não era obrigada. 

Além de Johnny Depp, a seleção deste ano promete mais polêmica com a presença da diretora francesa  Catherine Corsini devido a acusações de assédio moral e uma polêmica cena de sexo envolvendo atores menores de idade. O diretor responsável pela seleção de Cannes, Thierry Frémaux, declarou que os artistas culpabilizados têm espaço para se defenderem durante o festival.

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Letícia Alassë
Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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Leia também: Cannes 2023 | Conheça o júri do Festival com Julia Ducournau, Brie Larson e Paul Dano

Palma de Honra a Michael Douglas

Após uma calorosa homenagem ao diretor sueco e sua reverência em destacar que filmes devem ousar em sua maneira de contar histórias, Chiara Mastroianni chamou a atriz Uma Thurman para entregar a Palma de Honra a Michael Douglas.

Emocionado, o ator e produtor de 78 anos falou sobre sua longevidade e o modelo de vida que o seu pai Kirk Douglas lhe concedeu a partir de um trabalho duro e admirável. Ao finalizar seus agradecimentos, incluindo a esposa Catherine Zeta-Jones e a filha Carys Zeta Douglas, presentes na cerimônia, ele terminou com meia dúzia de palavras de carinho para o público em francês: “Je vous embrasse trop fort, merci beaucoup, au revoir”.

Veja mais: Crítica | Michael Douglas – O Filho Prodígio [Cannes 2023]

Homenagem a Ucrânia

Com um bom jogo de cintura, Chiara Mastroianni acolheu em cena outro “ícone”; ela logo emendou: “Se há uma palavra que ela odeia, é esta e eu a conheço bem”, antes de anunciar o nome de Catherine Deneuve. Sua mãe é o rosto presente no cartaz da edição deste ano.

Contemporânea de Michael Douglas, a atriz francesa de 79 anos subiu ao palco para entoar as palavras de uma poetisa ucraniana: “Não tenho mais felicidade nem liberdade, só me resta uma esperança, voltar um dia para a Ucrânia, viver ou morrer pouco me importa...” (em tradução livre). Na última edição, o presidente do país [mais de um ano em guerra com a Russia] Volodymyr Zelensky fez uma intervenção na cerimónia de abertura via videoconferência. 

Polêmicas e Filme de Abertura

Após Uma Thurman ter desaparecido do palco sem se despetir, Michael Douglas e Deuneuve quase esquecerem de declarar a abertura oficial do evento, Chiara Mastroianni assumiu o microfone com firmeza e encerrou a cerimônia da 76ª edição do Festival de Cannes com uma frase do diretor norte-americano George Cukor (1899-1983): “O cinema é como o amor: quando é bom é formidável, quando não é bom, não é tão mau”. Se ela se referia ao filme de abertura, Jeanne du Barry, ninguém pode afirmar, mas a presença de Johnny Depp na plateia foi um espetáculo à parte para as câmeras de transmissão.

Dirigido, produzido, escrito e protagonizado por Maïwenn (Meu Rei), Jeanne du Barry foi uma escolha polêmica para abertura do festival e a única coisa que faz com que o monótono filme sobressaia na tela. Já na coletiva de imprensa com os membros do júri, Brie Larson foi intimada para responder se iria prestigiar o filme de Johnny Depp, atual persona non grata de Hollywood. Como filme não faz parte de Mostra Competitiva, ela – uma das líderes do movimento #MeeTOO – respondeu que não era obrigada. 

Além de Johnny Depp, a seleção deste ano promete mais polêmica com a presença da diretora francesa  Catherine Corsini devido a acusações de assédio moral e uma polêmica cena de sexo envolvendo atores menores de idade. O diretor responsável pela seleção de Cannes, Thierry Frémaux, declarou que os artistas culpabilizados têm espaço para se defenderem durante o festival.

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Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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