sábado, abril 27, 2024

Cannes 2023 | Conheça o júri do Festival com Julia Ducournau, Brie Larson e Paul Dano

O Festival de Cinema de Cannes revelou na última quinta-feira, dia 4 de maio, a composição do Júri para a edição de 2023. Ao lado do presidente, Ruben Östlund (Triângulo da Tristeza), estarão quatro mulheres e quatro homens, entre eles a ganhadora da Palma de Ouro Julia Ducournau (Titane) e a norte-americana — capitã Marvel — Brie Larson, para atribuir o grande prêmio do evento a um dos 21 filmes em competição, de 16 a 27 de maio.

Composta por sete nacionalidades de quatro continentes, a seleção de atores, diretores e escritores promete diversidade e uma árdua tarefa pela frente. Conheça a abaixo um pouco dos nove membros do júri do 76º Festival de Cannes, com cobertura completa do CinePOP.

Ruben Östlund, presidente do júri

Ruben Ostlund ganhou a Palma de Ouro em 28 de maio de 2022. (Foto: LOIC VENANCE / AFP)

Vencedor no ano passado em Cannes, o sueco Ruben Östlund é um dos queridinhos da Croisette, tendo ganho duas Palmas de Ouro, a primeira em 2017 por The Square – A Arte da Discórdia e a segunda no ano passado por Triângulo da Tristeza

Com seis longas-metragens no currículo, o cineasta utiliza o humor em uma mistura de exames sociológicos e questões sobre a humanidade. Este ano, ele torna-se o terceiro cineasta duplamente premiado a presidir o júri, após Francis Ford Coppola (Apocalypse Now) e Emir Kusturica (Underground: Mentiras de Guerra).

Julia Ducournau

Sharon Stone entrega a Palma de Ouro a Julia Ducournau. (Foto: © Andreas Rentz / Getty Images)

A francesa Julia Ducournau é uma das quatro mulheres a integrar o júri do Festival. Estrelado por Vincent Lindon e Agathe Rousselle, o seu segunda longa-metragem, Titane, ganhou a Palma de Ouro em 2021, tornando-a a segunda mulher a receber a honraria depois de Jane Campion (O Piano, 1993).

Graduada pela La Fémis, uma famosa escola de cinema parisiense, a cineasta de 39 anos tornou-se conhecida mundialmente em 2016, com seu primeiro filme de terror Grave. Aclamada pela crítica, Julia Ducournau dirigiu episódios do seriado Servant, da Apple TV+, e planeja uma nova série, The New Look, para a mesma plataforma ainda este ano. Comprometida com a igualdade de gênero na sétima arte, a cineata integra o coletivo 50/50.

Brie Larson 

Brie Larson joga em diversas posições no showbusiness, como atriz, diretora, cantora, mas ela é mais conhecida por sua atuação no universo Marvel, no papel da super-heroína Carol Danvers desde 2019. Depois de vários anos interpretando papéis coadjuvantes, a estadunidesne revelou-se nos filmes Temporário 12 (2013), de Destin Daniel Cretton, e O Quarto de Jack (2015), de Lenny Abrahamson

Em 2017, ela fez sua estreia como diretora no TIFF com Loja de Unicórnios, porém obteve uma recepção morna da crítica. Empenhada na luta contra o assédio e o machismo no cinema, ela é uma das 300 personalidades de Hollywood a ter criado o movimento Time’s Up em 2019.

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Maryam Touzani

Ex-jornalista marroquina, Maryam Touzani tornou-se uma aclamada roteirista e diretora ao apresentar seu longa-metragem Adam (2019) no Festival de Cannes daquele ano. Intimamente político, o título abordava a condição da mulher no Marrocos. 

Ano passado, a cineasta voltou a Croisette com elogiadíssiomo O Caftan Azul, um filme sobre a homossexualidade no seu país de origem. Com passagem pelo Festival do Rio 2022, o longa foi o escolhido para representar o Marrocos na categoria Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2023. 

Denis Ménochet

Denis Ménochet na apresentaçao de As Bestas no Festival de Cannes 2022.

Com início de carreira na televisão, Denis Ménochet pouco a pouco foi conquistando o mudo do cinema e não o abandonou mais. Seus primeiros trabalhos importantes foram Bastardos Inglórios, de Quentin Tarantino, e Os Adotados, de Mélanie Laurent. O sucesso veio com protagonismo no drama Custódia, de Xavier Legrand, pelo qual recebeu uma indicaçao ao César de Melhor Ator.

Recentemente, o ator natural de Enghein-les-Bains protagonizou Peter Von Kant, de François Ozon; As Bestas, de Rodrigo Sorogoyen; e Beau Tem Medo, de Ari Aster

Atiq Rahimi

Vencedor do Prêmio Goncourt em 2008 por seu romance A Pedra de Paciência, Atiq Rahimi é um escritor e diretor franco-afegão. Depois de fugir do regime talibã em 1984, pediu asilo político na França e fez doutorado em audiovisual na Universidade Sorbonne. 

Seu primeiro documentário, Terres et Cendres, adaptado de seu romance sobre a guerra no Afeganistão, rendeu-lhe uma apresentação na mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes em 2004. Ele retorna ao cinema em 2013 para a adaptação do seu premiado romance A Pedra de Paciência

Vale lembrar que este ano existem dois documentários na competição pela Palma de Ouro: Les Filles d’Olfa, de Kaouther Ben Hania, e Jeunesse, de Wang Bing.

Damian Szifron

Presença assídua no Festival de Cannes, o roteirista e diretor argentino Damián Szifrón concorreu à Palma de Ouro em 2014 por seu filme Relatos Selvagens, indicado igualmente ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. 

Após longo período distante das telas, o cineasta apresenta este ano o longa Sede Assassina, com Shailene Woodley e Ben Mendelsohn. Com estreia prevista para 25 de maio, o filme relata  a caçada a um assassino em massa nos Estados Unidos. 

Paul Dano

Revelado no início dos anos 2000 pelo filme Sem Saída, de Michael Cuesta, Paul Dano coleciona sucessos no currículo, entre eles a comédia Pequena Miss Sunshine (2006) e o drama Sangue Negro (2007). Poucas pessoas sabem, mas o artista também ocupou o posto de diretor e roteirista — mesmo que apenas um vez — com o título Vida Selvagem (2018)

Com seu rosto peculiar para os padrões de Hollywood, Paul Dano destacou-se por personagens, por vezes engraçados, por vezes assustadores, como em Ruby Sparks – A Namorada Perfeita (2012) e Os Suspeitos (2013), respectivamente. Ano passado, o ator interpretou o pai do diretor Steven Spielberg na autobiografia Os Fabelmans (2022).

Rungano Nyoni

Atriz, roteirista e diretora da Zâmbia, Rungano Nyoni é conhecida por seus curtas: Nordic Factory (2014) e Kuuntele (2014). O segundo ganhou o prêmio de melhor curta-metragem no Festival de Tribeca

Sua notoriedade, entretanto, advém do longa Eu Não sou uma Bruxa (2017), sobre menina acusada de bruxaria numa aldeia tradicional da Zâmbia. Aclamado pela crítica, o projeto estrou na Quinzena dos Realizadores em Cannes em 2017. No mesmo ano, Rungano Nyoni ganhou o prêmio de melhor primeiro filme na cerimônia dos BAFTA no Reino Unido e também foi escolhido para representar o país como Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2019.

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Letícia Alassë
Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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