terça-feira , 5 novembro , 2024

‘Cavaleiro da Lua’ | Segundo episódio situa série no MCU e traz um favorito dos fãs

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[ANTES DE COMEÇAR A MATÉRIA, FIQUE CIENTE QUE ELA ESTÁ RECHEADA DE SPOILERS] 

Se você ainda não assistiu aos dois primeiros episódios de Cavaleiro da Lua, evite esta matéria, pois ela contém spoilers.

Depois de um episódio piloto exemplar, a série do Cavaleiro da Lua chega ao segundo episódio com uma aventura mais centrada em Londres, que explora a arquitetura da cidade para trazer momentos clássicos dos quadrinhos de super-heróis, com direito a perseguição por telhados, escaladas, lutas em becos e coisas do tipo. São momentos fantásticos que ficaram meio perdidos nos últimos anos com a escalada épica das aventuras dos heróis mascarados, que agora vão para o espaço e deixam as lutas nas ruas em segundo plano. Essa pegada mais urbana, por mais que envolva uma trama divina, é fantástica.

Mas ainda que toda a questão e visuais da contraparte heróica de Steve Grant seja muito chamativa, é seu lado e conflitos humanos que dão o tom e cativam na série. Nesse segundo episódio, Oscar Isaac dá aula ao retratar uma pessoa com distúrbio, tentando incansavelmente se manter no controle de suas ações e não deixar que “as vozes” o dominem. É algo bem escrito pelo roteiro, mas só funciona em tela pelo trabalho do ator, principalmente por sua atuação corporal, e pela direção, que segue usando planos e enquadramentos que sugerem o tempo inteiro que o protagonista não está sozinho ou que seu mundo está de ponta-cabeça. Da mesma forma, é interessante ver como o ator não leva seus momentos de forma cômica, mas a estranheza da situação faz com que os personagens ao seu redor e até mesmo parte do público, riam de seus conflitos. Isso é bem comum fora das telas com pessoas com Transtorno Dissociativo de Identidade.

Enquanto Steven e Marc Spector brigam para ver quem assume o controle, Steve perde seu emprego e vai investigar a vida de Marc. Ele chega a um galpão que é apresentado ao melhor estilo Indiana Jones, como um corredor escuro com um luminária fraca a cada metro, escondendo segredos arqueológicos. É uma referência legal à franquia, que agora faz parte do império Disney, e se enquadra na proposta da série. Mas o interessante mesmo dessa cena é que o galpão de Marc tem um QR Code na porta. Se você acessá-lo, será direcionado a uma página no site da Marvel que traz a HQ Werewolf by Night #33.

Esse quadrinho é a segunda aparição do Cavaleiro da Lua nas HQs e traz um combate aéreo entre ele e o Lobisomem. Curiosamente, ao final deste episódio, vemos o protagonista ser perseguido por um Chacal egípcio, que tem essa aparência de lobisomem, pelos telhados e céus de Londres.

Falando sobre o chacal, não é segredo para ninguém que a Marvel está desenvolvendo um projeto do Lobisomem com Gael García Bernal. Então esses episódios já trazem um gostinho do que esperar dessa produção. Mais do que isso, esse episódio dá uma pista sobre o núcleo sobrenatural do MCU que será desenvolvido nos próximos anos. Vale lembrar que um filme do Blade já foi anunciado, e que ele teve sua primeira participação em Eternos. Na cena pós-créditos, quando vemos o futuro Cavaleiro Negro (Kit Harrington) prestes a aceitar a maldição da espada, ouvimos a voz de Mahershala Ali, o Blade, o incentivando a aceitar seu destino.

Em meio a tantos eventos estranhos, os fãs se questionavam como ninguém desse universo ficaria sabendo de vampiros, deuses e lobisomens vivendo entre eles. Esse episódio deu uma pista ao mostrar que essas entidades sobrenaturais são simplesmente invisíveis aos olhos humanos. Não apenas o chacal, mas também o deus Khonshu.

Sobre o Khonshu, que aula de fidelidade ao material original da Marvel! Não só pelo visual, que está idêntico aos quadrinhos, mas principalmente por sua personalidade. Ele é arrogante, intimidador, inconveniente e não tem o menor respeito pelo seu “campeão”. Isso fica explícito quando Arthur Harrow conta a Steve que ele já foi um arauto de Khonshu no passado, mas foi abandonado quando não teve mais serventia. E alertou para quem seria a próxima vítima dão deus egípcio quando ele o abandonasse: Layla.

Feito o adendo, vamos voltar a falar sobre o conflito entre Steve e Marc. Conforme o episódio avança, a presença de Marc Spector se torna insuportável para Steven Grant. Além da presença da voz falando em sua cabeça, os problemas de Marc afetam completamente a vida de Grant, que perde seu emprego, é atacado e sequestrado por Arthur Harrow (Ethan Hawke) e conhece a Layla (May Calamawy), que revela ser esposa de Marc Spector e não compra muito a história das personalidades múltiplas do par. A personagem foi criada para a série, mas ficou nítido que ela está substituindo a Marlene, o interesse amoroso do anti-herói nas HQs, que fez parte de várias aventuras de Marc.

A presença de Layla faz com que Steve se enxergue nela, despertando interesse no rapaz. No entanto, isso levanta um questionamento interessante: até que ponto foi Marc Spector que se apaixonou por ela? Teria esse interesse vindo dos gostos e estilo de Steve? Ou será que Steve só gosta dessas coisas porque Marc projetou seu amor na outra personalidade? Fica a expectativa para que a série explore isso mais pra frente.

De qualquer forma, Layla causa um efeito em Steve, que cede parcialmente ao desejo de Marc e invoca uma versão própria do Cavaleiro da Lua, o Senhor Da Lua. Mais refinado e com menos habilidade para luta, ele deve ser desenvolvido como uma versão do Cavaleiro e não como uma personalidade alternativa.

E enquanto tenta lutar como Senhor Da Lua, Steve acaba trazendo um easter egg que dá um direcionamento sobre aonde Cavaleiro da Lua se localiza na cronologia do MCU. Se você reparar ao fundo da imagem acima, vai ver o logo da Global Repatriation Council no ônibus. Introduzida em Falcão e o Soldado Invernal, a GRC é uma entidade que cuida e reabilita os ressuscitados pelo estalar de dedos do Hulk (Mark Ruffalo). Ou seja, definitivamente a série se passa depois de Vingadores: Ultimato (2019) e muito provavelmente após Falcão e o Soldado Invernal (2021).

Por fim, mas não menos importante, o episódio termina com Marc Spector no controle e acordando no Egito. O episódio inteiro fez referências sobre a história de origem do Cavaleiro da Lua no país africano. Para piorar, Arthur Harrow conseguiu o escaravelho que indica o local de libertação de Ammit. Então, o próximo episódio deve trazer a versão mais violenta do protagonista, que agora estará no controle, enquanto Steve tenta se soltar da prisão mental em que se encontra dentro de seu próprio corpo. Essa abordagem diferenciada promete muito. Também é muito provável que sua origem seja efetivamente mostrada, ajudando Marc e Steve a se entenderem melhor. Quer dizer, isso se eles conseguirem impedir Harrow de liberar o Bicho-Papão egípcio.

E antes de encerrar, precisamos falar novamente sobre o trabalho de Oscar Isaac. Desde o Superman de Christopher Reeve que não víamos uma transformação tão impressionante de “herói” para “identidade secreta”. O ator consegue passar, por meio da postura e expressões corporais, todas as diferentes personalidades que o papel exige. É um trabalho excelente!

Os novos episódios de Cavaleiro da Lua estreia no Disney+ toda quarta-feira.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Mas ainda que toda a questão e visuais da contraparte heróica de Steve Grant seja muito chamativa, é seu lado e conflitos humanos que dão o tom e cativam na série. Nesse segundo episódio, Oscar Isaac dá aula ao retratar uma pessoa com distúrbio, tentando incansavelmente se manter no controle de suas ações e não deixar que “as vozes” o dominem. É algo bem escrito pelo roteiro, mas só funciona em tela pelo trabalho do ator, principalmente por sua atuação corporal, e pela direção, que segue usando planos e enquadramentos que sugerem o tempo inteiro que o protagonista não está sozinho ou que seu mundo está de ponta-cabeça. Da mesma forma, é interessante ver como o ator não leva seus momentos de forma cômica, mas a estranheza da situação faz com que os personagens ao seu redor e até mesmo parte do público, riam de seus conflitos. Isso é bem comum fora das telas com pessoas com Transtorno Dissociativo de Identidade.

Enquanto Steven e Marc Spector brigam para ver quem assume o controle, Steve perde seu emprego e vai investigar a vida de Marc. Ele chega a um galpão que é apresentado ao melhor estilo Indiana Jones, como um corredor escuro com um luminária fraca a cada metro, escondendo segredos arqueológicos. É uma referência legal à franquia, que agora faz parte do império Disney, e se enquadra na proposta da série. Mas o interessante mesmo dessa cena é que o galpão de Marc tem um QR Code na porta. Se você acessá-lo, será direcionado a uma página no site da Marvel que traz a HQ Werewolf by Night #33.

Esse quadrinho é a segunda aparição do Cavaleiro da Lua nas HQs e traz um combate aéreo entre ele e o Lobisomem. Curiosamente, ao final deste episódio, vemos o protagonista ser perseguido por um Chacal egípcio, que tem essa aparência de lobisomem, pelos telhados e céus de Londres.

Falando sobre o chacal, não é segredo para ninguém que a Marvel está desenvolvendo um projeto do Lobisomem com Gael García Bernal. Então esses episódios já trazem um gostinho do que esperar dessa produção. Mais do que isso, esse episódio dá uma pista sobre o núcleo sobrenatural do MCU que será desenvolvido nos próximos anos. Vale lembrar que um filme do Blade já foi anunciado, e que ele teve sua primeira participação em Eternos. Na cena pós-créditos, quando vemos o futuro Cavaleiro Negro (Kit Harrington) prestes a aceitar a maldição da espada, ouvimos a voz de Mahershala Ali, o Blade, o incentivando a aceitar seu destino.

Em meio a tantos eventos estranhos, os fãs se questionavam como ninguém desse universo ficaria sabendo de vampiros, deuses e lobisomens vivendo entre eles. Esse episódio deu uma pista ao mostrar que essas entidades sobrenaturais são simplesmente invisíveis aos olhos humanos. Não apenas o chacal, mas também o deus Khonshu.

Sobre o Khonshu, que aula de fidelidade ao material original da Marvel! Não só pelo visual, que está idêntico aos quadrinhos, mas principalmente por sua personalidade. Ele é arrogante, intimidador, inconveniente e não tem o menor respeito pelo seu “campeão”. Isso fica explícito quando Arthur Harrow conta a Steve que ele já foi um arauto de Khonshu no passado, mas foi abandonado quando não teve mais serventia. E alertou para quem seria a próxima vítima dão deus egípcio quando ele o abandonasse: Layla.

Feito o adendo, vamos voltar a falar sobre o conflito entre Steve e Marc. Conforme o episódio avança, a presença de Marc Spector se torna insuportável para Steven Grant. Além da presença da voz falando em sua cabeça, os problemas de Marc afetam completamente a vida de Grant, que perde seu emprego, é atacado e sequestrado por Arthur Harrow (Ethan Hawke) e conhece a Layla (May Calamawy), que revela ser esposa de Marc Spector e não compra muito a história das personalidades múltiplas do par. A personagem foi criada para a série, mas ficou nítido que ela está substituindo a Marlene, o interesse amoroso do anti-herói nas HQs, que fez parte de várias aventuras de Marc.

A presença de Layla faz com que Steve se enxergue nela, despertando interesse no rapaz. No entanto, isso levanta um questionamento interessante: até que ponto foi Marc Spector que se apaixonou por ela? Teria esse interesse vindo dos gostos e estilo de Steve? Ou será que Steve só gosta dessas coisas porque Marc projetou seu amor na outra personalidade? Fica a expectativa para que a série explore isso mais pra frente.

De qualquer forma, Layla causa um efeito em Steve, que cede parcialmente ao desejo de Marc e invoca uma versão própria do Cavaleiro da Lua, o Senhor Da Lua. Mais refinado e com menos habilidade para luta, ele deve ser desenvolvido como uma versão do Cavaleiro e não como uma personalidade alternativa.

E enquanto tenta lutar como Senhor Da Lua, Steve acaba trazendo um easter egg que dá um direcionamento sobre aonde Cavaleiro da Lua se localiza na cronologia do MCU. Se você reparar ao fundo da imagem acima, vai ver o logo da Global Repatriation Council no ônibus. Introduzida em Falcão e o Soldado Invernal, a GRC é uma entidade que cuida e reabilita os ressuscitados pelo estalar de dedos do Hulk (Mark Ruffalo). Ou seja, definitivamente a série se passa depois de Vingadores: Ultimato (2019) e muito provavelmente após Falcão e o Soldado Invernal (2021).

Por fim, mas não menos importante, o episódio termina com Marc Spector no controle e acordando no Egito. O episódio inteiro fez referências sobre a história de origem do Cavaleiro da Lua no país africano. Para piorar, Arthur Harrow conseguiu o escaravelho que indica o local de libertação de Ammit. Então, o próximo episódio deve trazer a versão mais violenta do protagonista, que agora estará no controle, enquanto Steve tenta se soltar da prisão mental em que se encontra dentro de seu próprio corpo. Essa abordagem diferenciada promete muito. Também é muito provável que sua origem seja efetivamente mostrada, ajudando Marc e Steve a se entenderem melhor. Quer dizer, isso se eles conseguirem impedir Harrow de liberar o Bicho-Papão egípcio.

E antes de encerrar, precisamos falar novamente sobre o trabalho de Oscar Isaac. Desde o Superman de Christopher Reeve que não víamos uma transformação tão impressionante de “herói” para “identidade secreta”. O ator consegue passar, por meio da postura e expressões corporais, todas as diferentes personalidades que o papel exige. É um trabalho excelente!

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Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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