domingo , 22 dezembro , 2024

‘Cavaleiro da Lua’ | Terceiro episódio mostra que ‘Deuses são reais se acredita neles’

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[ANTES DE COMEÇAR A MATÉRIA, FIQUE CIENTE QUE ELA ESTÁ RECHEADA DE SPOILERS] 

Se você ainda não assistiu aos três primeiros episódios de Cavaleiro da Lua, evite esta matéria, pois ela contém spoilers.



Você piscou e Cavaleiro da Lua já está na metade. Pois é, faltam só mais três episódios para o fim e este terceiro capítulo acabou tendo uma queda naquele ritmo frenético dos anteriores, o que passa também pela mudança na abordagem, que trouxe uma pegada mais A Lenda do Tesouro Perdido, o que pode desagradar a alguns. Mesmo assim, a primeira metade da série se encerra com muitos easter eggs, sugestões, confirmações e um leque enorme de possibilidades para a metade final.

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Ambientado todo no Cairo – ou num estúdio simulando a capital do Egito, como dá para ver em algumas cenas em que o CGI não ajuda muito – o episódio começa repleto de ação. Marc Spector (Oscar Isaac) segue em sua batalha mental contra Steven Grant (Oscar Isaac) pelo controle do próprio corpo enquanto o mercenário persegue capangas/ seguidores de Arthur Harrow pelos telhados e ruas do Egito. Marc não vê problemas em matar seus adversários, mas volta e meia acaba sendo atrapalhado pelas intervenções de Steven, que segura seus golpes ou apenas tira sua atenção, permitindo que ele seja acertado pelos inimigos.

No entanto, em meio a esse debate mental sobre o que eles podem ou não fazer, o corpo da dupla começa a ter apagões que não culminam com nenhum dos dois assumindo o controle, como sugere a reação do taxista e dos capangas de Harrow, que estavam andando vivos após a luta contra Marc. E como nenhuma das duas personalidades lembram o que aconteceu, isso é uma forte sugestão de que uma terceira personalidade possa ter assumido o corpo enquanto isso. Nos quadrinhos, essa personalidade é Jake Lockley, que trabalha como taxista e consegue informações. Talvez a série adapte essa personalidade como agressiva, mas conciliadora. Algo como um meio termo entre Steve e Marc. Vale a pena prestar atenção nisso nos próximos capítulos.

Essa outra sugestão é praticamente uma confirmação. Ao longo de todo o episódio, a Layla de May Calamawy flerta com seu passado, que ainda não foi revelado. Desde que foi anunciada, a personagem foi definida como inédita, criada especialmente para a série. Só que os indícios de seu passado constantemente citados neste capítulo praticamente confirmam que ela é uma versão da Marlene, interesse amoroso do anti-herói nas HQs.

Isso porque eles falam sobre a jovem ter um trauma em relação a perda do pai, que trabalhava com arqueologia. Mais tarde, quando a dupla está investigando o sarcófago do Faraó que ordenou a construção das pirâmides, Arthur Harrow (Ethan Hawke) confronta Layla e diz a ela que seu marido, Marc, nunca contou a verdade sobre seu passado e como isso afeta diretamente o trauma que ela desenvolve em relação ao pai.

Pois bem, nos quadrinhos, Marc Spector fazia parte do grupo de mercenários que saqueou a expedição do pai de Marlene. Ele avisa ao seu chefe, Raoul Bushman, que o arqueólogo estava tentando atacá-lo, o que resulta na morte do pai da menina. Ao saber de Marlene, Bushman tenta matá-la também, mas Marc se rebela e tenta impedir. Isso faz com que ele seja acusado de traição e acaba sendo espancado e largado para morrer no deserto, até ser ressuscitado por Khonshu e virar o Cavaleiro da Lua.

É praticamente certo que os próximos episódios trarão uma adaptação disso, até mesmo por algumas imagens de bastidores que sugerem esse momento.

Falando em Arthur Harrow, apesar dele não ter tanto destaque quanto nos episódios anteriores, ele é fundamental para a trama do terceiro capítulo. Além de implantar essa dúvida em Layla sobre o segredo que Marc esconde dela, ele consegue manipular Anton Mogart e a Enéade, que faz sua estreia no MCU sendo retratada efetivamente como deuses, e não como alienígenas.

Na verdade, ainda é meio cedo para assumir essa abordagem, já que a justificativa para os deuses egípcios terem “abandonado” a humanidade é bem parecida com aquela apresentada pelas figuras divinas em Eternos (2021), que nada mais eram que robôs celestiais. Então pode ser que ainda haja uma reviravolta nesse caso. Mas, por enquanto, a Enéade foi apresentada como um grupo de deuses reais, capazes de escolher seus representantes e alterar forças como o espaço, criando portais, e o tempo. E cá entre nós, o diretor é egípcio. Acho que ele não banalizaria sua própria cultura desse jeito.

Antes de falar sobre esses poderes dos deuses, é legal ressaltar a participação do falecido Gaspard Ulliel como Anton Mogart, o Homem da Meia-Noite. Sua representação foi bem fiel, mesmo sem usar o uniforme preto caricato. Nas HQs, ele é um homem rico que age como traficante internacional de artes e peças históricas. Na série, ele é retratado como um ricaço que é fascinado pela história egípcia e se define como um preservador da memória por meio das peças de seu museu particular. O que nada mais é do que um jeito charlatão de dizer que ele é um traficante internacional de artes e peças históricas.

Durante sua conversa com Layla, ele lembra que eles tiveram uma história em Madripoor. Caso vocês não lembrem, a ilha foi introduzida no MCU ano passado, em Falcão e o Soldado Invernal. Madripoor é um lugar dominado por criminosos internacionais, perfeito para negociações de tráfico e outras atividades ilegais. Nos quadrinhos, o local é associado aos X-Men, principalmente ao Wolverine. E como a região volta e meia vem sendo citada no MCU, que vai introduzir os mutantes nos próximos anos, pode ser que Madripoor vire palco central para esse núcleo.

Voltando aos deuses, Khonshu aceita o ultimato proposto por Marc de convocar a Enéade e tentar a ajuda deles para deter Harrow de libertar Ammit, mesmo que isso possa terminar com ele sendo aprisionado em uma pedra, o que de fato acontece.

Khonshu mostra ser um deus não muito querido dentre os seus, que apesar de serem muito poderosos, parecem ter uma presunção de inocência quase irritante. Porém, para chamar a atenção desses deuses, o Khonshu utiliza seus poderes para gerar um eclipse lunar no meio da tarde e, posteriormente, faz o céu voltar no tempo em mais de dois mil anos, recriando a noite que possibilitaria encontrar a tumba de Ammit antes de Harrow. Essas habilidades são fantásticas e criam o momento visual mais incrível da série até aqui.

Por fim, sendo repetitivo, não tem como não elogiar novamente o trabalho de Oscar Isaac, que transita com muita facilidade por seus papéis na série. Neste episódio, a direção deixa um pouco de lado a representação das personalidades por meio dos espelhos e passa a apostar mais em reflexos incomuns, como na faca do inimigo, e na transição física, o que exige um trabalho fantástico de Isaac, que muda sua fisionomia de uma cena para outra  com perfeição. Dentre os grandes destaques positivos da série, nenhum é maior do que o trabalho de Oscar Isaac.

Então é isso, o episódio da próxima semana deve marcar o início do fim, provavelmente trazendo um conflito entre Marc e Layla, enquanto Marc precisará escolher se vai atrás da libertação de Khonshu para ajudar a impedir a vinda de Ammit ou se aproveita sua vida sem o deus piando em seu ouvido.

Ansiosos?

Os novos episódios de Cavaleiro da Lua estreiam toda quarta no Disney+.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Ambientado todo no Cairo – ou num estúdio simulando a capital do Egito, como dá para ver em algumas cenas em que o CGI não ajuda muito – o episódio começa repleto de ação. Marc Spector (Oscar Isaac) segue em sua batalha mental contra Steven Grant (Oscar Isaac) pelo controle do próprio corpo enquanto o mercenário persegue capangas/ seguidores de Arthur Harrow pelos telhados e ruas do Egito. Marc não vê problemas em matar seus adversários, mas volta e meia acaba sendo atrapalhado pelas intervenções de Steven, que segura seus golpes ou apenas tira sua atenção, permitindo que ele seja acertado pelos inimigos.

No entanto, em meio a esse debate mental sobre o que eles podem ou não fazer, o corpo da dupla começa a ter apagões que não culminam com nenhum dos dois assumindo o controle, como sugere a reação do taxista e dos capangas de Harrow, que estavam andando vivos após a luta contra Marc. E como nenhuma das duas personalidades lembram o que aconteceu, isso é uma forte sugestão de que uma terceira personalidade possa ter assumido o corpo enquanto isso. Nos quadrinhos, essa personalidade é Jake Lockley, que trabalha como taxista e consegue informações. Talvez a série adapte essa personalidade como agressiva, mas conciliadora. Algo como um meio termo entre Steve e Marc. Vale a pena prestar atenção nisso nos próximos capítulos.

Essa outra sugestão é praticamente uma confirmação. Ao longo de todo o episódio, a Layla de May Calamawy flerta com seu passado, que ainda não foi revelado. Desde que foi anunciada, a personagem foi definida como inédita, criada especialmente para a série. Só que os indícios de seu passado constantemente citados neste capítulo praticamente confirmam que ela é uma versão da Marlene, interesse amoroso do anti-herói nas HQs.

Isso porque eles falam sobre a jovem ter um trauma em relação a perda do pai, que trabalhava com arqueologia. Mais tarde, quando a dupla está investigando o sarcófago do Faraó que ordenou a construção das pirâmides, Arthur Harrow (Ethan Hawke) confronta Layla e diz a ela que seu marido, Marc, nunca contou a verdade sobre seu passado e como isso afeta diretamente o trauma que ela desenvolve em relação ao pai.

Pois bem, nos quadrinhos, Marc Spector fazia parte do grupo de mercenários que saqueou a expedição do pai de Marlene. Ele avisa ao seu chefe, Raoul Bushman, que o arqueólogo estava tentando atacá-lo, o que resulta na morte do pai da menina. Ao saber de Marlene, Bushman tenta matá-la também, mas Marc se rebela e tenta impedir. Isso faz com que ele seja acusado de traição e acaba sendo espancado e largado para morrer no deserto, até ser ressuscitado por Khonshu e virar o Cavaleiro da Lua.

É praticamente certo que os próximos episódios trarão uma adaptação disso, até mesmo por algumas imagens de bastidores que sugerem esse momento.

Falando em Arthur Harrow, apesar dele não ter tanto destaque quanto nos episódios anteriores, ele é fundamental para a trama do terceiro capítulo. Além de implantar essa dúvida em Layla sobre o segredo que Marc esconde dela, ele consegue manipular Anton Mogart e a Enéade, que faz sua estreia no MCU sendo retratada efetivamente como deuses, e não como alienígenas.

Na verdade, ainda é meio cedo para assumir essa abordagem, já que a justificativa para os deuses egípcios terem “abandonado” a humanidade é bem parecida com aquela apresentada pelas figuras divinas em Eternos (2021), que nada mais eram que robôs celestiais. Então pode ser que ainda haja uma reviravolta nesse caso. Mas, por enquanto, a Enéade foi apresentada como um grupo de deuses reais, capazes de escolher seus representantes e alterar forças como o espaço, criando portais, e o tempo. E cá entre nós, o diretor é egípcio. Acho que ele não banalizaria sua própria cultura desse jeito.

Antes de falar sobre esses poderes dos deuses, é legal ressaltar a participação do falecido Gaspard Ulliel como Anton Mogart, o Homem da Meia-Noite. Sua representação foi bem fiel, mesmo sem usar o uniforme preto caricato. Nas HQs, ele é um homem rico que age como traficante internacional de artes e peças históricas. Na série, ele é retratado como um ricaço que é fascinado pela história egípcia e se define como um preservador da memória por meio das peças de seu museu particular. O que nada mais é do que um jeito charlatão de dizer que ele é um traficante internacional de artes e peças históricas.

Durante sua conversa com Layla, ele lembra que eles tiveram uma história em Madripoor. Caso vocês não lembrem, a ilha foi introduzida no MCU ano passado, em Falcão e o Soldado Invernal. Madripoor é um lugar dominado por criminosos internacionais, perfeito para negociações de tráfico e outras atividades ilegais. Nos quadrinhos, o local é associado aos X-Men, principalmente ao Wolverine. E como a região volta e meia vem sendo citada no MCU, que vai introduzir os mutantes nos próximos anos, pode ser que Madripoor vire palco central para esse núcleo.

Voltando aos deuses, Khonshu aceita o ultimato proposto por Marc de convocar a Enéade e tentar a ajuda deles para deter Harrow de libertar Ammit, mesmo que isso possa terminar com ele sendo aprisionado em uma pedra, o que de fato acontece.

Khonshu mostra ser um deus não muito querido dentre os seus, que apesar de serem muito poderosos, parecem ter uma presunção de inocência quase irritante. Porém, para chamar a atenção desses deuses, o Khonshu utiliza seus poderes para gerar um eclipse lunar no meio da tarde e, posteriormente, faz o céu voltar no tempo em mais de dois mil anos, recriando a noite que possibilitaria encontrar a tumba de Ammit antes de Harrow. Essas habilidades são fantásticas e criam o momento visual mais incrível da série até aqui.

Por fim, sendo repetitivo, não tem como não elogiar novamente o trabalho de Oscar Isaac, que transita com muita facilidade por seus papéis na série. Neste episódio, a direção deixa um pouco de lado a representação das personalidades por meio dos espelhos e passa a apostar mais em reflexos incomuns, como na faca do inimigo, e na transição física, o que exige um trabalho fantástico de Isaac, que muda sua fisionomia de uma cena para outra  com perfeição. Dentre os grandes destaques positivos da série, nenhum é maior do que o trabalho de Oscar Isaac.

Então é isso, o episódio da próxima semana deve marcar o início do fim, provavelmente trazendo um conflito entre Marc e Layla, enquanto Marc precisará escolher se vai atrás da libertação de Khonshu para ajudar a impedir a vinda de Ammit ou se aproveita sua vida sem o deus piando em seu ouvido.

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