Após duas semanas da reabertura na França, os cinemas do país reuniu mais de 1 milhão de espectadores entre os dias 22 e 30 de junho. Embora o número seja baixo comparado ao mesmo período dos anos anteriores, a amostra é otimista para a indústria que enxerga a volta gradual do público aos cinemas.
Com medidas sanitárias estritas e ocupação reduzida (devido a exigência de manter um metro de distância entre os assentos), as salas de cinema receiam o cancelamento e o adiamento dos blockbusters norte-americanos. A receita desses filmes representa normalmente 50% dos ingressos durante o verão europeu.
Os grandes chamariz deste ano eram Mulan, o live-action da Disney, e Tenet, de Christopher Nolan, programados para julho, ademais Mulher-Maravilha 1984, de Patty Jenkins, adiado de 14 de agosto ao dia 2 de outubro. Para ter uma ideia do impacto da falta dos títulos norte-americanos, os filmes mais vistos na França em 2020 foram: 1917 (2.203.000), Sonic: O Filme (2.081.000) e Bad Boys 3 (1.723.000), de acordo com número do Box-Office.
Com previsão de reabertura para o dia 27 de julho, os cinemas brasileiros devem sofrer a mesma instabilidade de arrecadação em relação ao público sem os lançamentos estadunidenses. Provavelmente, o impacto pode ser ainda maior no Brasil, uma vez que o cinema estrangeiro corresponde muito mais do que a metade da arrecadação nacional, de acordo com dados do Anuário Estatístico da Ancine de 2018.
Para limitar os risco da segunda onda da epidemia, a estratégia de desconfinamento é baseada na tríplice: proteção, teste e isolamento. Na última terça, dia 14 de julho, feriado nacional da Tomada da Bastilha, o presidente francês Emmanuel Macron reconheceu um aumento de casos após a reabertura dos espaços públicos e afirmou o desejo de tornar obrigatório o uso de máscaras em todo os locais públicos fechados – atualmente é apenas uma sugestão sem penalidade.
Para motivar o público, os cinemas franceses propõem estreias de filmes nacionais. As apostas das últimas semana foram as comédias Tout simplement noir (na tradução livre, Tudo Simplesmente Preto), no dia 8 de julho, e Clube dos Divorciados (Divorce Club), de Michaël Youn, no dia 14 de julho. Na mesma semana, chegou o lançamento de Été 85 (na tradução livre, Verão de 1985), de François Ozon, selecionado oficialmente ao Festival de Cannes 2020.
Com a esperança de voltar a bilheteria normal entre agosto e outubro, o Centro Nacional de Cinema (CNC) adotou algumas medidas para motivar os distribuidores e produtores franceses a estrearem seus filmes a partir de julho e agosto. Sem muitas novidades ainda, os clássicos preenchem grande parte das ofertas em cartaz, os distribuidores apostam na volta de O Ódio (1995), com Vincent Cassel, em celebração aos 25 anos da obra, e na exibição remasterizada de 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968), de Stanley Kubrick.
Os principais responsáveis por atrair de 1 milhão de pessoas após o desconfinamento foram os lançamentos franceses. Entre eles estão a comédia com Juliette Binoche, La Bonne Épouse (na tradução livre, Como Ser Uma Boa Esposa), de Martin Provost, com 170 mil espectadores. Seguida pelo drama histórico De Gaulle, de Gabriel Le Bomin, com mais de 100 mil pagantes e o filme polonês L’Ombre de Staline (lançado no exterior como Mr. Jones), de Agnieszka Holland, com 67 mil ingressos vendidos.
Por enquanto, no Brasil os cinemas a céu aberto, os drive-ins, seguem como uma ótima alternativa. Essas seções já contribuíram com R$ 2 milhões para as bilheterias do país, segundo o site Filme B. A programação apresenta títulos do ano passado, como Midsommar: O Mal Não Espera a Noite, e deste ano, como O Homem Invisível, além dos clássicos, entre eles E.T. – O Extraterrestre (1982).
A partir de 27 de julho, você pretende ir ao cinema? Quais filmes você gostaria de ver? Deixe o seu comentário.