terça-feira , 25 fevereiro , 2025
Início Site Página 14110

Os Smurfs 2

(The Smurfs 2)

 

Elenco:

Neil Patrick Harris, Hank Azaria, Christina Ricci, Jayma Mays, Sofía Vergara, Tim Gunn. Vozes de: Alan Cumming, Katy Perry, Jonathan Winters, Fred Armisen, George Lopez, Anton Yelchin.

Direção: Raja Gosnell

Gênero: Aventura

Duração: — min.

Distribuidora: Sony Pictures

Orçamento: US$ — milhões

Estreia: 2 de Agosto de 2013

Sinopse:

O malvado feiticeiro Gargamel (Hank Azaria) continua determinado em roubar a Essência dos Smurfs e criou, para esse efeito, duas pequenas criaturas (Vexy e Hackus) que são muito semelhantes às adoráveis criaturas azuis, no entanto, as suas semelhanças físicas não são suficientes para os aproximar da misteriosa essência porque esta pertence, única e exclusivamente, ao Mundo dos Smurfs e só pode ser controlada pelos verdadeiros Smurfs. Tal como Vexy e Hackus, Smurfette foi criada por Gargamell para roubar a essência, mas graças à magia do Papa Smurf conseguiu tornar-se numa Smurf a sério. Gargamel acredita que o espirito mágico de Smurffete é a chave para transformar Vexy e Hackus em Smurfs, e decide por isso sequestra-la e manipular o seu material genético para assim conseguir ter aquilo que mais deseja, no entanto, este seu maléfico plano corre o risco de ser novamente estragado pelos Smurfs que vão-se unir, uma vez mais, a Patrick e Grace Winslow para salvarem a amiga das garras do malvado feiticeiro. O problema é que Smurfette começa a identificar-se com Vexy e Hackus, e começa a acreditar que não é amada pelos Smurfs nem pertence ao seu mundo.

Curiosidades:

» Os produtores conceberam o projeto como uma trilogia.

» Raja Gosnell (‘Scooby Doo 1 e 2’) dirige. J. David Stem e David N. Weiss, responsáveis por ‘Shrek 2‘ e pelo original, roteirizam.

» Christina Ricci (Bel Ami) assinou para dublar uma Smurfette em ‘Os Smurfs 2‘. Ela emprestará sua voz para Vexi, uma vilã.

» ‘Os Smurfs‘ foram criados pelo desenhista de quadrinhos belga Peyo Culliford, em 1958. Em 1981, a NBC lançou o desenho animado dos personagens, que teve nada menos que 421 episódios produzidos, além de muitos prêmios Emmy faturados.

» Os Smurfs (ou Schtroumpfs, no original belga) têm uma altura que não ultrapassa a de três maçãs e vivem de comer ração e consertar o dique da aldeia.

 

Trailer:

YouTube video


Cartazes:

smurfs2_12

smurfs2_9

smurfs2_8

smurfs2_10

smurfs2_11

 

smurfs2_4

Fotos:

R.E.D. 2 – Aposentados e Mais Perigosos

(RED 2)

Elenco: Bruce Willis, Anthony Hopkins, Morgan Freeman, John Malkovich, Helen Mirren, Catherine Zeta-Jones, Lee Byung-hun.

Direção: Dean Parisot

Gênero: Ação

Duração: — min.

Distribuidora: Paris Filmes

Orçamento: US$ — milhões

Estreia: 2 de Agosto de 2013

Sinopse: Em ‘R.E.D. 2 – Aposentados e Mais Perigosos‘, Frank (Willis), Joe (Freeman), Marvin (Malkovich) e Victoria (Mirren) voltam da aposentadoria para lutar contra uma ameaça.

Curiosidades:
»
Anthony Hopkins (‘Hitchcock’) será um cientista brilhante, porém internado em um hospício.

» Dean Parisot, que tem no currículo ‘Heróis Fora de Órbita‘ e ‘As Loucuras de Dick e Jane‘, dirige.

» Baseado na cultuada Graphic Novel da DC Comics, RED – Aposentados e Perigosos, de Warren Ellis e Cully Hamner.

» Jon e Erich Hoeber roteirizam. A dupla roteirizou o primeiro filme, além de ‘Terror na Antártida‘, com Kate Beckinsale.

» ‘Red – Aposentados e Perigosos‘ foi a segunda maior bilheteria da Summit em 2010, atrás da ‘Saga Crepúsculo‘. O filme arrecadou US$ 200 milhões em todo o mundo e foi nomeado pelo Globo de Ouro de ‘Melhor Filme – Comédia ou Musical’.


Trailer:






Cartazes:

red2_2 red2_3 red2_4 red2_5 red2_6 red2_7 red2_8


Fotos:

red2 11 red2 10 red2 9red2 8red2 7 red2 6red2 5red2 4 red2 3

red2 2red2 1

 

 

Se Puder… Dirija!

(Se Puder… Dirija!)

 

Elenco:

Leandro Hassum, Bárbara Paz, Eri Johnson, Gabriel Palhares, Luis Fernando Guimarães, Reynaldo Gianecchini, Sandro Rocha.

Direção: Paulo Fontenelle

Gênero: Comédia

Duração: — min.

Distribuidora: Disney

Orçamento: US$ — milhões

Estreia:
30 de Agosto de 2013

Sinopse:

Rodado no Rio de Janeiro, ‘Se Puder … Dirija!‘ acompanha a história de João (Luiz Fernando Guimarães), pai ausente de Quinho (Gabriel Palhares) e ex-marido de Ana (Lavínia Vlasak). Manobrista em um estacionamento ao lado de Ednelson (Leandro Hassum), ele precisa dar um jeitinho para fugir do trabalho e ir se encontrar com o filho, pois havia prometido à ex-mulher passar o dia com a criança. A solução que ele encontra é pegar “emprestado” o carro da Drª. Márcia (Bárbara Paz), fiel cliente do estacionamento. Afinal, é só uma saidinha rápida. Mas encontrar o filho e voltar a tempo de devolver o carro sem que a proprietária dê por sua falta, torna-se uma grande odisséia e João se envolve em várias aventuras com seu filho, o carro, e o cachorro Moleque.

Curiosidades:

» Primeiro filme live-action brasileiro rodado no formato 3D.

Cine Agenda:

Trailer:

YouTube video

YouTube video

YouTube video

YouTube video


Cartazes:

sepuderdirija_2

Fotos:

Aviões

(Planes)

 

Elenco:

Vozes na versão dublada: Ivete Sangalo. Vozes no original de: Jon Cryer, Stacy Keach, Brad Garrett, Carlos Alzraqui.

Direção: Klay Hall

Gênero: Animação

Duração: 92 min.

Distribuidora: Disney

Orçamento: US$ 80 milhões

Estreia: 13 de Setembro de 2013

Sinopse:

Aviões‘ decola com um elenco internacional dos pilotos mais rápidos do ar, numa comédia cheia de ação e aventura estrelada por Dusty, o sonhador de uma cidadezinha que quer entrar na corrida área mais épica ao redor do mundo, apesar de seu medo das alturas. Com a ajuda e o apoio de uma frota de novos e hilários personagens, Dusty dá asas ao maior desafio de sua vida.

Curiosidades:
» Animação derivada da série Carros, da Pixar.


Trailer:

YouTube video

YouTube video

YouTube video

YouTube video

YouTube video


Cartazes:

avioes_9

avioes_8

avioes_7

avioes_6

avioes 4

avioes 2


Fotos:

 

Azul é a Cor mais Quente

E vem da terra de Godard o filme mais quente deste ano, Azul é a Cor mais Quente. Dirigido pelo tunisiano Abdellatif Kechiche,  ganhador da Palma de Cannes neste ano, o drama francês é uma excepcional e comovente história recheada de diálogos árduos, cenas picantes e uma inteligente análise dos sentimentos humanos, feita de forma transparente, real e bastante atual. O longa metragem é provocante, chocante e ao mesmo tempo apresenta contornos dramáticos em forma de gestos de ternura e carinho entre suas personagens. Esse é um filme que ficará na sua memória por muito tempo.

mystique

Nesse polêmico trabalho, que estreia na sexta-feira que vem (06 de dezembro) aqui no Brasil, somos apresentados a Adèle (Adèle Exarchopoulos), uma jovem charmosa (principalmente quando prende o cabelo) que está passando por uma época de descobertas em sua vida pessoal. Adèle é gulosa e gosta de dançar, utiliza esse movimento corporal como forma de fugir dos conflitos que prefere não enfrentar. Após uma experiência homossexual traumática, acaba conhecendo Emma (Léa Seydoux) uma jovem artista que possui um lindo sorriso com dentinhos separados e chamativos cabelos azuis. As duas logo se apaixonam e enfrentam todos os dramas de um relacionamento conturbado.

A construção da protagonista é maravilhosa, em certo momento do filme, motivada por inseguranças e ciúmes, a personagem enfrenta uma crise existencial. Admiradora de Kubrick, Scorsese e do cinema norte americano Adèle se constrói e desconstrói durante os 180 minutos de fita. Na primeira fase da história, confusa e com desejos reprimidos sofre pressão do grupinho de amigas que faz parte.  Já na segunda fase, mais madura e completamente apaixonada, precisa enfrentar as dores de um amor que nasceu de forma bonita e se encaminha para um desfecho melancólico por conta das atitudes inconsequentes da própria personagem.

adele01

As cenas de sexo são extremamente fortes, intensas, picantes. É uma doação fora do comum das duas atrizes em cena. A câmera do diretor captura todos os detalhes da aventura sexual que é mostrada ao público. Mesmo com essas sequências, que vão dar no que falar, Azul é a Cor mais Quente é muito mais que um simples filme que contém cenas intensas de sexo. Fala sobre as descobertas da vida adulta, não só no campo emocional, como no familiar e profissional. Os diálogos são cirúrgicos, muito bem dosados. Somos envolvidos rapidamente pela carismática história.

As conversas em alto nível intelectual vão agradar o público. As amantes dão um show de conhecimento em relação ao mundo das artes, argumentando sobre quadros de Picasso e conversando sobre teorias de Sartre. Os cinéfilos são abençoados com duas grandes interpretações. Todos os prêmios do mundo para as atrizes Léa Seydoux (Adeus, Minha Rainha) e Adèle Exarchopoulos. Vocês não podem perder esse lindo trabalho. Um dos melhores filmes do ano, sem dúvidas! Bravo!

Sangue no Gelo

O ASSASSINO DO ALASCA 

Escrito e dirigido pelo iniciante Scott Walker, Sangue no Gelo é baseado em fatos reais. A trama apresenta uma caçada humana por um provável serial killer que vem atacando e matando diversas prostitutas no Alasca. Quando uma de suas vítimas consegue fugir e sobreviver, ela identifica o boa praça e cidadão exemplar Robert Hansen como o autor dos atos repugnantes. A questão é: qual palavra vale mais, a de um cidadão modelo e chefe de família, ou a de uma jovem prostituta, fugitiva de casa, e drogada. Um homem acredita na palavra da garota, o policial Jack Halcombe, que investiga o caso.

Sangue no Gelo (The Frozen Ground) obviamente possui uma história real estarrecedora, que merecia ser contada e divulgada ao público. Existem dois grandes problemas em relação à obra. O primeiro é justamente a sua trama, que embora seja trágica e poderosa, é também o mais básico clichê de qualquer suspense saído da mente de um roteirista iniciante. Temos por exemplo, a grande semelhança com Beijos que Matam, protagonizado por Morgan Freeman e Ashley Judd. Em termos do boa praça acima de qualquer suspeita, Bernie – também baseado em fatos reais, dirigido por Richard Linklater, acaba de ser igualmente lançado em vídeo no Brasil.

12

O outro fator que não ajudou a vender a obra foi a presença de seus protagonistas, ex-garotos de ouro de Hollywood em sua fase de semi-ostracismo devido a trabalhos, digamos, indignos de seu talento. Nicolas Cage e John Cusack são os nomes de peso por trás do projeto. Cage (que ensaia um retorno com o elogiado Joe, exibido no Festival do Rio) é motivo de chacota o suficiente, e Cusack não fica muito atrás (embora igualmente tenha entregue bons trabalhos recentes, em especial ao lado do diretor Lee Daniels – Obsessão e O Mordomo da Casa Branca). No filme, Cage é o detetive incansável, enquanto Cusack é o provável psicopata. A produção seria mais interessante se o roteiro decidisse ocultar a verdade sobre o personagem de Cusack até a última hora.

13

O ponto positivo aqui é o desempenho da menina Vanessa Hudgens, como a jovem prostituta perdida, que pode ou não estar dizendo a verdade. Hudgens, saída de filmes da Disney, vem fazendo escolhas interessantes em sua carreira. Isso é, de uns tempos para cá (vamos esquecer A Fera e Viagem 2, para o bem desse argumento). Ela viveu uma das guerreiras fetiche de Sucker Punch – Mundo Surreal, de Zack Snyder, e esse ano entregou seu trabalho mais desafiador no ousado Spring Breakers – Garotas Perigosas, do diretor Harmony Korine. Aqui, Hudgens tem o melhor desempenho de sua carreira, e consegue ser nosso elo de ligação com a trama. Talvez seja a única realmente empenhada e não ligada no automático. Essa é uma grande atuação dessa jovem atriz. E talvez um dos poucos motivos para se recomendar Sangue no Gelo. Só resta saber o quanto você acha que isso é o suficiente.

O Grande Mestre

(Yi dai zong shi/The Grandmaster)

 

Elenco:

Tony Leung, Zhang Ziyi, Chang Chen, Qingxiang Wang, Elvis Tsui, Hye-kyo Son, Chia Yung Liu, Chiu Yee Tsang, Hoi-Pang Lo, Shun Lau.

Direção: Wong Kar Wai

Gênero: Ação

Duração: 130 min.

Distribuidora: California Filmes

Orçamento: US$ — milhões

Estreia: 11 de Setembro de 2014

Sinopse:

A história verídica de Ip Man, o mestre de artes marciais que ficou conhecido no Ocidente por ter sido o mentor de Bruce Lee. No fim dos anos 30, no sul da China, ele derrota o grande e respeitado mestre Gong Yutian. A linda Gong Er, filha de Yutian, jura vingar a honra de seu pai e desafia Ip para uma luta. Tudo muda quando a Segunda Guerra Mundial se intensifica e Ma San, o melhor pupilo de Gong Yutian, escolhe o lado inimigo.

Curiosidades:

» —

Trailer:

YouTube video

Cartazes:

grandemestre_1

Fotos:

 

 

O Sistema

MOVIMENTOS NOTURNOS

A essa altura todos os cinéfilos deveriam saber quem é Brit Marling. Um dos mais interessantes novos nomes do cinema americano, a talentosa jovem atriz, produtora, roteirista e diretora de 31 anos de idade começou a carreira só em meados da década passada. No entanto, foi o suficiente para deixar sua marca como uma das figuras mais proeminentes do cinema americano independente. Marling possui poucos trabalhos, mas bons o suficiente para chamarem a atenção.  Dois em especial alavancaram sua carreira. Escritos, produzidos e protagonizados por ela, A Outra Terra (2011) e Sound of My Voice (2012) receberam elogios da imprensa especializada, e foram sucesso em festivais. Só A Outra Terra (um de meus filmes preferidos daquele ano) chegou ao Brasil, por enquanto.

Hoje, Marling dá passos mais ambiciosos, e deixa a carreira evoluir. Ainda em 2012 assumiu o papel apenas de atriz em produções de prestígio. Foi a filha de Richard Gere no elogiado A Negociação, um dos melhores suspenses dos últimos anos. E em Sem Proteção, atuou ao lado de um grande elenco comandado pelo veterano Robert Redford. Agora, Marling se reúne ao diretor Zal Batmanglij (Sound of My Voice) para contar a história do grupo anarquista conhecido como “The East”. Com roteiro assinado pela própria atriz, ao lado do diretor, a trama se baseia nas operações de um grupo de ecoterroristas. Um dos pontos interessantes do filme é apresentar de forma honesta o suficiente, a forma como tais pessoas vivem, desapegadas da maioria dos conceitos de cidadãos comuns. Além disso, seus ideais e filosofias são fortes elementos aqui.

2

Marling vive uma agente especial, funcionária de uma empresa privada, cuja missão é se infiltrar no grupo para frustrar seus ataques. Para isso, a decidida personagem (com toques do idealismo de Clarice Starling, outra grande feminista do gênero) precisa passar por um verdadeiro teste físico e psicológico. Nem mesmo seu companheiro sabe de toda a verdade sobre seu emprego. Seu único elo é sua superiora, interpretada por Patricia Clarkson (Ilha do Medo). Outros nomes de destaque na obra são os de Alexander Skarsgard (da série True Blood) e Ellen Page (Juno), eles vivem respectivamente Benji e Izzi, os cabeças do grupo. Os extremistas acreditam em ações diretas contra todos os grandes empresários que gananciosamente colaboram com a destruição imediata do planeta.

Dentre suas principais missões contam ataques contra empresas farmacêuticas cujos medicamentos causam grandes danos cerebrais, e a uma fábrica que despeja seu lixo tóxico num lago. O Sistema é o tipo de filme interessante e relevante que teria sido feito na década de 1970, mas que funciona igualmente hoje. Recentemente temos visto algumas obras com o tema, que variam desde o citado projeto chamativo de Robert RedfordSem Proteção, até o independente e despercebido Night Moves, estrelado por Jesse Eisenberg e Dakota Fanning. Talvez seja a forma de Hollywood se mostrar solícita e reconhecer o problema.

3

O núcleo de O Sistema é a personagem de Marling, e como ela lida com sua vida dupla, uma vez conhecendo de perto seus “inimigos” e com eles criando grandes laços de afeto e confiança. A personagem passa a compreender as diferentes percepções, e inclusive as motivações. A obra não é crua o suficiente em seu desfecho, e acaba apelando ao politicamente correto. Mas não deixa de ter um resultado positivo.

Arthur Newman

Dirigido pelo estreante Dante Ariola, Arthur Newman é quase uma grande brincadeira de faz de contas onde a realidade vai ficando para trás dando lugar a sonhos, desejos e ações executados por alter egos diversos. O filme, que conta com mais uma atuação maravilhosa de Colin Firth (Direito de Amar), é uma grande estrada sem direção, o que pode incomodar alguns. A falta de objetivos dos personagens é abordada dentro da trama. Eles são guiados por desejos reprimidos, fantasias do que acham ser a felicidade. Tem uma personalidade de um road movie mas na verdade é um drama profundo e inteligente que tem como pano de fundo a relação entre pais e filhos.

A

Na trama, conhecemos um homem desiludido com sua vida profissional e pessoal. Certo dia, resolve fugir e plantar evidências do seu desaparecimento em uma deserta ilha longe de casa. Na estrada, à bordo de um conversível clássico esbarra com uma mulher completamente insana e juntos vivem dias intensos vivendo literalmente a vida de outras pessoas. A fita tem um dinamismo peculiar que se encaixaria como uma luva no formato peça de teatro. Seria uma interessante adaptação, desde já fica a dica aos que circulam pelo mundo do teatro no Brasil.

Por incrível que pareça, e a sinopse não entrega isso de jeito nenhum, o longa-metragem roteirizado por Becky Johnston (que escreveu o roteiro do maravilhoso Sete Anos no Tibet), é um grande drama familiar, com foco na relação pais e filhos. Conforme somos apresentados aos fatos do passado dos personagens, subtramas ricas em emoção, principalmente os diálogos interessantes que surgem entre o filho abandonado e a atual mulher abandonada chegam para completar as lacunas de algumas dúvidas que surgem sobre os objetivos dos personagens.

Arthur Newman, Golf Pro

Emily Blunt já é expert em construção de personagens esquisitos. Vimos isso em Sunshine Cleaning e Your Sister’s Sister. A bela atriz britânica precisa tomar um certo cuidado para não cair na mesmice, algumas de suas personagens são muito parecidas. Nesse filme, por exemplo, sua personagem parece a continuação de outras que já teve na carreira. Já o ganhador do Oscar Colin Firth, mais competente do que nunca, consegue passar toda a aflição de seu difícil personagem com a maestria de sempre.

O filme tem alguns momentos água com açúcar mas ganha um ritmo bacana quando os personagens começam a viver a vida de outros casais. Isso acontecendo na história, o filme eleva sua qualidade guiado pela ótima sintonia entre os protagonistas. É um longa muito indicado para psicólogos, sociólogos. Esses, terão vários assuntos para discutir com seus alunos em sala de aula. Não percam!

Ensaio

Um aulão pré-vestibular sobre a Revolução Farroupilha

Parece que a dança misturada com dramaturgia vem ganhando cada vez mais espaço nos nossos cinemas. Depois do interessante Esse Amor que nos Consome, chega aos cinemas na próxima sexta-feira (29) o trabalho da diretora Tânia Lamarca, Ensaio. Elementos de dança, teatro e cinema se misturam de maneira desencontrada transformando uma simples história em uma experiência profunda mas com uma beleza poética fruto dos belos movimentos corporais dos personagens principais. Rodado todo em Florianópolis, o longa metragem parece um aulão pré-vestibular sobre a Revolução Farroupilha.

ensaio_2

Ensaio, rodado no longínquo ano de 2010, conta a história de um excêntrico diretor de um espetáculo de dança chamado Caio (Chico Caprario) que esta preste a estrear seu novo projeto, um trabalho meticuloso sobre Anita e Garibaldi. Seus dois bailarinos principais, Eva (Lavínia Bizzotto) e Daniel (Bruno Cezario) que dão vida aos protagonistas, demonstram toda suas dores e conflitos pessoais durante esses ensaios. Eva enfrenta uma gravidez indesejada e o seu parceiro de palco, lembranças do passado em sua terra natal aterrorizada pela ditadura militar décadas atrás.

As poderosas batidas nas teclas do piano e o som envolvente dos violinos, fruto da trilha sonora do pianista e compositor Alberto Andrés Heller, tentam rechear o filme de tensão e emoção. O problema é que em alguns momentos o que acontece em cena não é compatível com as melodias, confundindo o espectador. Não há profundidade nos papéis e o roteiro é falho em não conseguir construir com bom senso a ponte entre as danças e a história. Resumindo, o filme passa longe de ser harmônico se perdendo na tentativa de ser uma obra feita para cinema.

ensaio_1

Um dos grandes pecados do projeto é a falta de objetivos dos elementos que aparecem em cena mesmo com as visíveis doações emocionais dos artistas. O personagem Caio, diretor do espetáculo, é um eterno descontrolado dentro da trama deixando o público confuso muitas vezes. Um breve oásis quando pensamos em competência cênica é a atriz Lavínia Bizzotto, intérprete de Eva, que mostra uma entrega intensa de corpo, alma e coração, levando o filme nas costas em quase todos os momentos.

Na tentativa de ser um filme com os padrões cinematográficos, propriamente dito, Ensaio acaba sendo uma experiência que testa o público em interações não muito comuns quando pensamos em sétima arte. É um trabalho que será elogiado por Ana Botafogo, Deborah Colker e Carlinhos de Jesus pois convence muito mais sendo um espetáculo de dança do que sendo um filme para cinema.