quinta-feira, março 28, 2024

Sangue no Gelo

O ASSASSINO DO ALASCA 

Escrito e dirigido pelo iniciante Scott Walker, Sangue no Gelo é baseado em fatos reais. A trama apresenta uma caçada humana por um provável serial killer que vem atacando e matando diversas prostitutas no Alasca. Quando uma de suas vítimas consegue fugir e sobreviver, ela identifica o boa praça e cidadão exemplar Robert Hansen como o autor dos atos repugnantes. A questão é: qual palavra vale mais, a de um cidadão modelo e chefe de família, ou a de uma jovem prostituta, fugitiva de casa, e drogada. Um homem acredita na palavra da garota, o policial Jack Halcombe, que investiga o caso.

Sangue no Gelo (The Frozen Ground) obviamente possui uma história real estarrecedora, que merecia ser contada e divulgada ao público. Existem dois grandes problemas em relação à obra. O primeiro é justamente a sua trama, que embora seja trágica e poderosa, é também o mais básico clichê de qualquer suspense saído da mente de um roteirista iniciante. Temos por exemplo, a grande semelhança com Beijos que Matam, protagonizado por Morgan Freeman e Ashley Judd. Em termos do boa praça acima de qualquer suspeita, Bernie – também baseado em fatos reais, dirigido por Richard Linklater, acaba de ser igualmente lançado em vídeo no Brasil.

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O outro fator que não ajudou a vender a obra foi a presença de seus protagonistas, ex-garotos de ouro de Hollywood em sua fase de semi-ostracismo devido a trabalhos, digamos, indignos de seu talento. Nicolas Cage e John Cusack são os nomes de peso por trás do projeto. Cage (que ensaia um retorno com o elogiado Joe, exibido no Festival do Rio) é motivo de chacota o suficiente, e Cusack não fica muito atrás (embora igualmente tenha entregue bons trabalhos recentes, em especial ao lado do diretor Lee Daniels – Obsessão e O Mordomo da Casa Branca). No filme, Cage é o detetive incansável, enquanto Cusack é o provável psicopata. A produção seria mais interessante se o roteiro decidisse ocultar a verdade sobre o personagem de Cusack até a última hora.

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O ponto positivo aqui é o desempenho da menina Vanessa Hudgens, como a jovem prostituta perdida, que pode ou não estar dizendo a verdade. Hudgens, saída de filmes da Disney, vem fazendo escolhas interessantes em sua carreira. Isso é, de uns tempos para cá (vamos esquecer A Fera e Viagem 2, para o bem desse argumento). Ela viveu uma das guerreiras fetiche de Sucker Punch – Mundo Surreal, de Zack Snyder, e esse ano entregou seu trabalho mais desafiador no ousado Spring Breakers – Garotas Perigosas, do diretor Harmony Korine. Aqui, Hudgens tem o melhor desempenho de sua carreira, e consegue ser nosso elo de ligação com a trama. Talvez seja a única realmente empenhada e não ligada no automático. Essa é uma grande atuação dessa jovem atriz. E talvez um dos poucos motivos para se recomendar Sangue no Gelo. Só resta saber o quanto você acha que isso é o suficiente.

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