sexta-feira , 21 fevereiro , 2025
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Aquarela – As Cores de uma Paixão

 

Sinopse: O pai de Carter o deixa passando um final de semana na casa de uma amiga. Ele se aproxima do filho dela, Danny. Entre os dois nasce um amor proibido.

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As câmeras cinematográficas – aquelas que usam filme de celuloide – sempre fizeram um barulho tremendo. Como desde 1928 a maioria dos filmes são sonoros e os microfones captam o ruído, foram inventadas as chamadas câmeras blimpadas para solucionar a questão acústica. O aluguel desses equipamentos é mais caro do que das máquinas mais antigas e mais barulhentas. Por isso, muitas produções de baixo orçamento recorriam às câmeras sem proteção contra ruído.

Atualmente, com possibilidades mais baratas de captar as cenas em vídeo de alta-resolução, qualquer produção que teime em alugar câmeras que não são blimpadas mostra total descaso com o projeto de som. Infelizmente esse é o caso de Aquarelas – As Cores de uma Paixão (Watercolors).

Além do som da câmera ser audível em alguns momentos, há evidências de que todas as fases de construção sonora foram desleixadas (captação, edição e mixagem). Não há um ambiente sonoro pensado e em algumas cenas os microfones estão claramente mal posicionados, captando ruídos que se sobrepõem às falas dos atores.

Se o leitor conseguir eliminar os crimes contra a audição, poderá aproveitar uma bonita história de amor. As motivações dos personagens são bem autênticas, com destaque para a forma como Carter não assume para si mesmo sua homossexualidade, um drama comum em algumas pessoas.

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O roteiro é bem inocente em certos sentidos e poderia tirar grande proveito de uma revisão para dar mais destaque para os elementos realmente importantes. Em mais de uma oportunidade Carter teme as reações de Henry ao descobrir a relação dos dois personagens principais, mas o espectador pode ficar se perguntando quem é o sujeito. Confesso que achei que se tratasse do pai de Carter, ou até do treinador de natação. Nem uma coisa nem outra, Henry não tinha ganhado uma apresentação decente.

O título é cheio de sentidos. O arco-íris é o símbolo do orgulho gay, Carter é nadador e a água remete a pureza do amor entre ele e Danny. Tudo isso faz sentido; no entanto, Danny é pintor e usa algumas técnicas durante o filme, sem nunca tocar em uma aquarela!

 

Crítica por: Edu Fernandes (CineDude)

 

 

Aquamarine

 

 

De tempos em tempos, Hollywood produz uma comédia adolescente que vai além da já sem graça batalha entre “winners” e “losers” da sociedade norte-americana. É o caso deste simpático “Aquamarine”, em que duas adolescentes encontram uma sereia dentro de uma piscina e precisam ajudá-la a conquistar um amor de verdade em apenas três dias – caso contrário, o belo ser mitológico terá de encarar um casamento forçado no fundo do mar.

Leve e bem humorada, a fita tem todos os ingredientes das melhores sessões da tarde: personagens carismáticos, em especial as amigas com 13 anos Claire (Emma Roberts, da série de TV do canal Nickelodeon “Unfabulous”) e Halley (a cantora e atriz Joanna ´Jojo´ Levesque), uma belíssima e convincente sereia (interpretada pela também cantora e atriz Sara Paxton, da série da rede NBC “Darcy”), divertidas batalhas entre a turma do bem e do mal, além de várias técnicas “infalíveis” de conquista.

Quando a sereia apaixona-se à primeira vista pelo salva-vidas boa pinta Raymont (Jake McDorman), por exemplo, rolam soltas na tela os valorosos e hilários conselhos de revistas femininas para chamar a atenção do ser amado, coisas do tipo “dê gargalhadas ao caminhar” e “elogie e suma”. O resultado deve garantir ao filme um generoso time de fãs adolescentes. Aquamarine é baseado no elogiado livro de Alice Hoffman, que, entre outras obras, escreveu “Da Magia à Sedução”, filmado com Nicole Kidman e Sandra
Bullock, e “Seu Amor, Meu Destino”. A direção foi entregue a Elizabeth Allen, que até então tinha dirigido apenas um curta, o premiado “Eyeball Eddie”.

 


Crítica por:
Edson Barros

 

 

Aproximação

 

Sinopse: O pai de Ana falece e lhe faz um pedido inusitado no testamento. Ela deve ir até a Faixa de Gaza conhecer a filha que teve na adolescência.

O cineasta Amos Gitai é nascido em Israel e em seu mais novo trabalho, o filme Aproximação (Disengagement), a história a ser contada se passa na desocupação da Faixa de Gaza. Para almejar certa imparcialidade, ele faz uma opção inteligente na dinâmica das câmeras. A todo o momento o que se vê são planos bem abertos e sem grandes movimentações, fugindo da câmera documental tão em voga no cinema contemporâneo. Se optasse por cortes e closes, haveria espaço para especular quais detalhes o diretor quer ressaltar e orientar o olhar do espectador.

Com isso, o filme acaba assumindo algumas características teatrais, para o bem ou para o mal. A atuação de Juliette Binoche (Paris), por exemplo, pode irritar quem não curte peças de teatro, mas pode ser bem recebida pelos fãs do tablado. Já o que foge da questão de gosto pessoal é a figura do rabino. Ele atravanca o desenvolvimento do enredo de tal forma, que algumas pessoas vão torcer para que haja uma cena de violência policial.

Outra tática nessa estratégia da neutralidade é a falta de trilha musical. Há cenas interessantes com uma cantora de ópera, mas a trilha clássica que toca ao coração é deixada de lado para não ficar apontando os momentos em que mais emoção deve ser investida.

O efeito colateral de tal escolha é deixar filme muito frio. Tanto que, na cena final, quando finalmente se tem a trilha a todo vapor, fica praticamente impossível resgatar a emotividade.

 


Crítica por:
Edu Fernandes (CineDude)

 

À Prova de Morte

 

Antes tarde do que nunca, meus amigos! Podem comemorar que finalmente (e desta vez é para valer) chega aos cinemas brasileiros a obra mais descompromissada de Quentin Tarantino, parte integrante do projeto Grindhouse, no qual o diretor uniu-se a Robert Rodriguez (Sin City) para formar um combo de filmes propositadamente tosco e ousado.

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Planeta Terror, a outra parte, estreou no Brasil há quase dois anos, não foi muito bem de bilheteria, mas acabou virando um pequeno cult-trash.  Lançadas separadamente e em versões ampliadas no Brasil, as obras me pareceram melhores como combo – mesmo porque os longas dialogam entre si, com personagens  que aparecem nas duas histórias e com seus diretores fazendo uma ponta, assim como o amigo e também diretor Eli Roth -, especialmente no caso do filme do Tarantino, que já é bom com 110 minutos, mas seria ainda mais dinâmico com a redução do tempo de algumas sequências, especialmente as sequências de longas e fúteis conversas de bar.

À Prova de Morte (Death Proof) é o nome do imponente e assustador carro do dublê Mike (Kurt Russell), pensado para cenas de acidentes, mas que Mike usa para outras finalidades. De passagem pelo Texas, ele tem sua atenção voltada para algumas garotas do local.

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Utilizando de equipamentos bem menos tecnológicos e pouca luz artificial, Tarantino assume uma estética trash oitentista e imagens muitas vezes embaçadas ou propositadamente cheias de falhas, inclusive falhas de montagem, cortes bruscos que antecipam-se ao término da cena – chegando inclusive a cortar clímaxes, como a ótima dança sensual de Rose McGowan – erros grotescos de continuidade e oscilações de colorização.

Mas incrivelmente boa parte da graça do filme vem dessas “falhas” e é possível perceber o quanto a equipe deve ter se divertido e feito um trabalho sem compromissos de entregar algo perfeito imageticamente. Na verdade, este é o filme que Tarantino pode se mostrar um tremendo tirador de sarro, mais do que costumeiramente o faz em outros longas.

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A história inicia-se morna, mas fica cada vez mais interessante, quando surge em cena Kurt Russell e quando entra nos últimos trinta minutos, eletrizantes e deliciosamente feministas, pela presença das vingativas Kim (Tracie Thoms), Abby (Rosario Dawson) e Zoe (Zoe Bell), esta última a melhor do filme – e olha que originalmente ela nem atua, pois é quase sempre dublê.

À Prova de Morte é um filme para poucos. É feito para aqueles que curtem um cinema descompromissado e que consigam entender a proposta do diretor, sem reclamar das falhas ou achar que foi realmente mal feito.

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No fim, a empolgação pode ser tanta que ficará difícil se conter ao som de Chick Habit, interpretada por April March.

Doido demais.

 
Crítica por: Fred Burle (Fred Burle no Cinema)

 

 

À Procura de Eric

 

À Procura de Eric, de Ken Loach, nos cinemas a partir desta sexta, 6 de novembro, não é, à primeira vista, um trabalho típico do diretor. Conhecido por ser engajado e transportar isso para seus filmes, Loach segue o mesmo caminho de Ang Lee e aponta para uma nova estrada, a da comédia. Mas os fãs do diretor não irão se decepcionar: nas entrelinhas é o bom e velho Loach de sempre, agora com boas doses de risadas.

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A história gira em torno de Eric Bishop (Steve Evets), um carteiro da cidade de Manchester, na Inglaterra, apaixonado por futebol. Sua vida não é lá essas coisas, mas ele insiste em não olhar para frente: com um pé no passado e remoendo mágoas, acumula problemas e frustrações.

Seu grande ídolo é Eric Cantona, o jogador de futebol que idolatrado pela torcida do Manchester United nos anos 1990. E é o próprio Cantona que passa a visitar Eric em sua imaginação, dando conselhos e o ‘empurrãozinho’ que faltava para o carteiro aparar as arestas de sua vida. Com ajuda o ‘amigo’, Eric tenta resolver seus problemas com a ex-mulher e com um dos seus enteados. E percebe que, assim como no futebol, a vida também é uma caixinha de surpresas.

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O longa tem como grande trunfo a dobradinha simpática entre Evets e Cantona. Há, no entanto, lá pelo meio da história, alguns momentos em que o jogador não aparece – quando a trama perde o ar de comédia e vira um drama tenso. Sente-se falta de Cantona neste trecho do filme, mas ele volta, nos momentos finais, para a redenção de Eric.

Cena a cena, À Procura de Eric vai crescendo em emoção, humor e referências a problemas corriqueiros que qualquer pessoa poderia ter. É essa identificação com o protagonista que aproxima o espectador do filme, sendo impossível resistir às suas imperfeições tão comuns ao ser humano. Os amantes de futebol terão ainda a chance de ver Eric Cantona em momentos históricos no campo. E é justamente aí que Loach se revela: o esporte que leva multidões aos estádios foi o caminho achado pelo diretor para fazer uma análise sincera e peculiar do Homem.

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À Procura de Eric é o tipo de filme que conquista o público aos poucos, fazendo com que o personagem fique em nosso imaginário assim como Cantona ficou no dele. Simpático e simples, mexe com a massa, exatamente como o futebol. E, ao invés de aplausos, vamos fazer uma ‘ola’ para o Ken Loach. Ele merece.

 


Crítica por:
Janaina Pereira (Cinemmarte)

 

 

À Procura da Felicidade

 

 

Os anos 80 é a década em que vive o personagem de Will Smith. Chris Gardner, um vendedor talentoso e carismático, que através do trabalho e da esperança, sustenta sua família. Mas os problemas financeiros tornam-se mais graves e Gardner é abandonado pela esposa (Thandie Newton). Sozinho, ele passa a ser o único responsável por seu filho Christopher (Jaden Christopher Syre Smith), uma esperta criança de cinco anos.

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À procura de estabilidade financeira, Gardner aceita estagiar, sem remuneração, em uma grande corretora financeira. Apesar das dificuldades geradas pela falta de dinheiro e até de moradia, Gardner não se deixa abater-se e segue sua meta: ser o candidato escolhido para a única vaga e assim, admitido no quadro de funcionários.

Humano, o filme expõe de maneira crua e realista a indirefença sofrida por aqueles que estão à margem da sociedade, mostrando a perda do respeito e da dignidade de quem não possui as “qualificações” exigidas para poder viver em grupo. O diretor Gabriele Muccino demonstra isso através de várias passagens, como quando Gardner é despejado de sua casa e precisa andar carregando seus objetos, inclusive para o trabalho. As dificuldades pelas quais ele está passando não são notadas pelos colegas, pessoas com as quais ele convive durante todo o dia. Seres tão condicionados, que se tornaram pessoas automatizadas.

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Baseado em uma história real, À Procura da Felicidade é um filme bem conduzido. E o público se identificou com a história de Gardner. A ótima receptividade nos cinemas americanos e canadenses, onde o longa arrecadou US$ 27 milhões no primeiro final de semana, demonstra que o público freqüenta o cinema quando boas histórias são contadas.

Mas os críticos também reconheceram o trabalho do diretor Gabriele Muccino e indicaram sua obra em duas categorias ao Globo de Ouro – Melhor Drama e Melhor Canção Original. Já no Oscar, a indicação foi para o ator Will Smith, que concorre na categoria de Melhor Ator.

Antes de ser um bom entretenimento, À Procura da Felicidade é uma lição de vida. Um belo, humano e sensível filme que merece ser assistido.

Crítica por: Viviane França

 

Aprendiz de Feiticeiro

 

 

Merlin, o próprio, treinou três aprendizes: Balthazar Blake (Nicolas Cage), Maxim Horvath (Alfred Molina) e Veronica (Monica Bellucci). Sua missão era proteger os segredos mais poderosos da feitiçaria, mas Horvath se voltou contra seu mestre e juntou forças com a maligna Morgana le Fay (Alice Krige). Veronica aprisiona a alma da bruxa em seu próprio corpo, e as duas são trancafiadas em um artefato mágico. Ao longo dos séculos, Balthazar procura o jovem sucessor de Merlin, que será capaz de destruir le Fay de uma vez por todas. Dave (Jay Baruchel), nerd incurável que não sabe como se aproximar de Becky (Teresa Palmer), é esse jovem.

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Com uma sinopse dessas, o que se pode esperar de O Aprendiz de Feiticeiro é diversão pura e quem procurar mais que isso não sabe brincar. Levando em conta, claro, que os realizadores saibam brincar, para começo de conversa. Existe bastante material para trabalhar no sentido do entretenimento, pois o filme anda pela fantasia, pelo romance, pela ação e pela comédia. E, pouco a pouco, todos esses gêneros, salvo o primeiro, vão sendo diminuídos ao que têm de mais desinteressante e tedioso.

Apesar de alguns diálogos inspirados, a relação de Becky e Dave raramente sai daquele esquema chato: a aproximação atrapalhada, a esperança de dar certo, a decepção e o final… bem, falar que não há surpresa é estragar a não-surpresa? É bonito, por outro lado, que o amor dos dois ganhe bastante tempo de cena. O romance é tratado com dignidade, e não como um detalhe burocrático da trama, como o momento “dama em perigo” atesta.

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Já na ação, não há nada que compense a incompetência do diretor Jon Turteltaub. Apenas alguns momentos isolados tentam, sem sucesso, desenvolver algum ritmo, mas as a maioria das cenas ou sai atrapalhada, ou apressada ou as duas coisas. Até no quesito comédia os seis roteiristas conseguem algumas poucas falas espirituosas e referências nonsense a Chinatown, Star Wars e Fantasia. Isto em meio a piadas péssimas de “ai-meu-saco”, de “o-que-é-que-você-disse?” e de “ai-desculpe-eu-não-queria-ter-soado-ambíguo”.

Por fim, como fantasia, o filme consegue se manter agradável. A profusão de magias e feitiços consegue fazer jus ao trailer, que junta quase tudo de mais legal em dois minutos. É até divertido como os poderes dos feiticeiros são praticamente ilimitados, dependendo apenas da imaginação e da alta qualidade dos efeitos visuais. Fica, entretanto, uma ponta de decepção pelo subaproveitamento de vários encantos interessantes e pelo uso excessivo da tal bola de plasma, que perde a graça bem rápido.

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Um último comentário sobre o elenco, que, dada a qualidade da coisa toda, surpreende. Baruchel, apesar da voz afetada e da gagueira constante, soa natural e simpático, e faz um contraponto com Cage, contido para seus padrões. Molina se diverte e faz questão de passar isso para sua performance, criando um vilão simples e interessante, enquanto deixa instantes de maldade pura se apossarem de Krige, frígida até quando seu rosto virou uma maçaroca de CGI. Palmer está bem, e não dá para esperar mais.

Se diversão é a palavra de ordem, O Aprendiz de Feiticeiro oferece minúsculos lampejos do que propõe. Ou seja, o espectador não precisa pedir muito para sair insatisfeito. Seria melhor passar menos tempo defendendo a postura de “filme só para divertir” e mais tempo divertindo de fato.

 

Crítica por: Pedro de Biasi (Universo Animado)

 

 

O Aprendiz de Feiticeiro

 

 
O material de divulgação do novo filme da Disney trás o seguinte trecho: “Deve ser magia. O Aprendiz de Feiticeiro (The Sorcerer’s Apprentice) incendiou a imaginação de algumas das mentes mais criativas da história, como Nicolas Cage, Jon Turteltaub e Jerry Bruckheimer.” Sei. Daí vocês já tirem o quanto o filme força a barra.

O filme é baseado no trecho de Fantasia (1940), filme de curtas musicais Disney, cujo trecho “Aprendiz de Feiticeiro” é protagonizado pelo Mickey, num dos números musicais mais queridos do cinema, no qual ele (Mickey) é incumbido pelo seu mestre feiticeiro a limpar toda a casa. Cansado, o ratinho resolve usar dos seus poderes para ordenar que as vassouras e outros apetrechos limpem todo o recinto automaticamente, o que obviamente termina em bagunça, pois ele ainda não sabe domar seus poderes. A sequência é repetida no novo longa do diretor Jon Turteltaub (A Lenda do Tesouro Perdido), mas sem a magia da sua fonte inspiradora.

Após a sequência de apresentação no (pior) estilo Harry Potter, vem o infeliz e batido truque do bilhete, que é deixado cair por um garotinho e é levado pelo vento, passando pela pata de um cachorro, a bolsa de uma senhora e assim vai, sendo seguido pelo garotinho, até que chega a uma antiga loja de antiguidades, na qual obviamente o menino entrará e encontrará o bruxo Balthazar (Nicolas “Hagrid” Cage), que verá nele a figura do “escolhido” (Neo?), aquele que poderá lhe ajudar a desfazer o feitiço que prendeu sua amada bruxa Verônica numa boneca chinesa, junto com a malvada bruxa Morgana. Só que os dois terão que enfrentar a perseguição e os poderes de Horvath (Alfred “Snape” Molina), que também cobiça a boneca, assim como o anel do mago Merlin, agora em poder do aprendiz de feiticeiro.

O tal aprendiz é Dave, interpretado por Jay Baruchel, jovem ator que parece ter disposto de todos os tiques e caras e bocas teatrais para ganhar o personagem principal. Interessante é que nem galã ele é, para podermos achar que a escolha foi feita por este motivo. Nicolas Cage é outro perdido, que não veste a camisa da produção e entrega um trabalho bem mediano. Ele contracena no filme com um outro ator-de-filmes-ruins, Alfred Molina, e com a bela mudinha Monica Bellucci (alguém dá uma fala para ela, pelamordedeus? Tadinha!).

Cheio de efeitos visuais bacanérrimos, o filme conta ainda com uma boa trilha sonora e algumas (poucas) sequências divertidas, mas só deve agradar as crianças… ou aqueles que curtiram Eragon e/ou Percy Jackson, quem sabe?!

Tudo bem que a safra de blockbusters não está num nível muito bom neste ano, mas daí a pagar para assistir um filme de roteiro tão batido e sem nenhum elemento ou personagem ou situações que no mínimo divirtam é frustrante.

 

Crítica por: Fred Burle (Fred Burle no Cinema)

 

 

Apollo 18

 

Quando os diretores Daniel Myrick Eduardo Sánchez tiveram a brilhante idéia de usar a internet para criar um viral sobre três pessoas desaparecidas que foram mortas por uma bruxa, o resultado foi o brilhante ‘A Bruxa de Blair’.
As notícias se espalharam pela rede, confundindo a todos sobre a veracidade daqueles fatos, e fazendo com o que o filme tivesse um assustador tom de documentário.

Com o sucesso estrondoso, começamos a ser bombardeados pelo sub-gênero “found footage”, onde somos enganados a acreditar que aquela filmagem mal feita realmente aconteceu, e as fitas foram encontradas e editadas em forma de filme. Tivemos os terrores ‘[REC]’ e ‘Atividade Paranormal’, e agora chega este ‘Apollo 18’.

A ideia é inteligente: ao invés de usar o terror, a fórmula é aplicada na ficção-científica, inovando um pouco o recurso já desgastado.

Oficialmente, a Apollo 17, lançada em 17 de dezembro de 1972, foi a última missão à Lua divulgada. Mas, um ano depois, dois astronautas americanos foram enviados para lá em uma missão secreta, financiada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos. O filme traz o que, supostamente, são as imagens reais que eles fizeram durante a missão Apollo 18. Enquanto a NASA nega a sua autenticidade, outros acreditam que essa foi a verdadeira razão para o Homem nunca ter voltado à Lua.

Se a idéia é de bom tom, a execução é mediana. Tentando evitar mostrar que aquilo tudo foi, na verdade, comandado por um diretor, a apresentação dos personagens é corrida e mal feita, prejudicando a identificação do público com os protagonistas.

Porém, a tensão e os bizarros acontecimentos fazem com que o público acabe embarcando na história e se entretendo. Mesmo com as câmeras chacoalhando, ou embaçadas, podemos sentir o medo real daqueles homens – em boas atuações do elenco não divulgado.

Apollo 18’ pega uma fórmula desgastada e adiciona sangue novo, atraindo um certo charme para a produção. Afinal, que não gosta de uma boa teoria da conspiração?

 

Crítica por: Renato Marafon

 

 

Apocalypto

 

 

Mel Gibson realmente está mostrando que tem talento de sobra e conhecimento para conceder ótimas produções, além de conseguir a proeza de mixar filmes Blockbusters e adicionar arte. Após o sucesso do polêmico ‘A Paixão de Cristo’ nas bilheterias, ele ressurge com este ‘Apocalypto’, que não fica atrás.

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Imagens belíssimas e um ritmo frenético poderiam facilmente transformar a trama em um ótimo filme de ação de verão, mas Gibson vai além. Ele gravou todo o filme com a linguagem Yucateca, original da tribo em que se passa a história, e ainda assim consegue empregar humor, ação e um toque de cinema Hollywoodiano.

Apocalypto conta a história de Jaguar Paw (Rudy Youngblood), um homem que teve sua vida tranqüila abruptamente mudada por uma violenta invasão.
Governantes de um império Maia em declínio insitem que a chave para a prosperidade é construir mais templos e oferecer mais sacrifícios humanos e por isso, Jaguar Paw é capturado e levado em uma perigosa viagem a um mundo governado pelo medo e opressão, onde um terrível destino o aguarda.
Com a ajuda do acaso e guiado pelo amor a sua esposa e família, ele consegue escapar e agora fará uma corrida desesperada para voltar a casa e tentar salvar a tudo o que mais ama.

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O roteiro chega a ser bastante autêntico e inteligente, tenta passar de maneira subliminar que encontramos atualmente o mesmo problema que ocasionou a queda do império Maia, e ao mesmo tempo nutre um filme totalmente frenético, com imagens belíssimas, atuações dignas e uma produção espetacular.

 


Crítica por:
Renato Marafon
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